Valdenise Santos da Silva
Roberto Carlos Amanajás Pena (CV)
robertoamanajas@yahoo.com.br
Universidade do Estado do Amapá
Com esse titulo o presente artigo vem propor um encontro filosófico de pensamentos educacionais que se inicia com John Locke e sua defesa ao empirismo como via de aquisição do saber, sendo o homem uma “tábua rasa” aprendendo individualmente pela experiência e posto que o conhecimento tenha sua origem nos dados sensoriais, percepção e reflexão. Porém, por meio, da sensibilidade que o processo dialético faz com que o conhecimento esteja sempre em evolução. Já para Rousseau a educação se dá em um processo educacional onde o aluno é incentivado pelo seu educador por meio da orientação direta se mantendo longe da sociedade para não ser corrompido por ela, sendo assim, as boas inclinações seja estas com relação ao corpo ou a mente de maneira integrada com a natureza. Na visão de Nietzsche com seu combate a formação meramente acadêmica baseada na erudição, que não permite ao homem exercer seu pensamento crítico para uma vida em sociedade, indo ao encontro à vontade de potência, que para o autor permite ao estudante uma educação para a liberdade autêntica.
Palavras-chaves: Conhecimento; Homem; educador; Aluno.
With this title the present article proposes a meeting educational philosophical thoughts which begins with John Locke and his defense of empiricism as a means of acquiring knowledge, being the man a "clean slate" learning by experience individually and put that knowledge has its origin in sensory data, perception and reflection. However, by means of which the sensitivity dialectic process causes knowledge is evolving. As for Rousseau education takes place in an educational process where the student is encouraged by his teacher through direct guidance staying away from society not to be corrupted by it, so this is good inclinations with respect to the body or mind so integrated with nature. In Nietzsche's view with his combat training merely academic-based scholarship, which does not allow men to exercise their critical thinking for a social life, meeting the will to power, to which the author allows the student an education for freedom authentic.
Keywords: Knowledge, Man, educator, student.
A educação moderna foi à libertação de um povo habitado no cárcere medieval, tendo as suas dignidades tiradas e reduzidas a mera obrigações servis, um sistema que priorizava os nobres e os sacerdotes, diante de um povo amordaçado pelo fideísmo da época. A crença desmedida em uma educação enciclopédica como único critério de verdade e controle e que, apresenta as características alienantes e de abnegação da vida, como valor irrevogável.
Mas, que na verdade não passa mais uma ilusão da verdadeira condição do aluno, pois, tal fato é impossível, não se pode adotar este sistema sem esperar um caos educacional. Portanto, ensinar é livre, é liberdade educacional que tenha o homem como seu panorama e luz para seguir.
Sem dúvida, os pensadores catalisam e potencializam todas essas questões e propostas para uma pedagogia verdadeira, que mostra o ensino é um fluxo de costumes e hábitos que todo professor tem o dever e a experiência vivida no momento pedagógico, em exercício de seu oficio e a clareza que proporcionam transformar aqueles que, realmente indagam a respeito dos postulados filosóficos.
A cátedra de filosofia é uma interpretação profunda a respeito do que é educação. Pelos moldes atuais, a educação está em processo dialético de libertação, mas pelo legado que o viés da historia reabre a educação ainda está presa ao modo tradicional, isto não quer dizer, que o modo tradicional esteja ultrapassado, quer dizer, que o seguimento educacional é construir tendências cada vez mais claras e, interpretativas por meio da comunicação e do diálogo, o mundo de hoje está dialogando menos e esta falta de comunicação é prejudicial ao processo educativo.
Afirma os autores: CABRAL, Ione; PENA, Roberto
A proposta é uma transparência entre docente e discente, sujeitos de uma consciência para si e para o outro, o liame educador e educando está na comunicação e no diálogo entre razões para conciliar estas duas vertentes: um pelo saber e o outro pelo aprendizado. Porém, o que se estabelece é que, a ação comunicativa por vias do constrangimento inibe que o educando tenha uma opinião formada em laços teóricos, seguindo a aflição de dialogar com seu mestre. Cabe ao mestre apenas o entendimento e analise do estudante, o qual está aprisionado nos seus ideais, está acorrentado definitivamente, em seu mundo mórbido de cólera e penumbra”. (CABRAL, Ione; PENA, Roberto, pg 59)
John Locke (1632 – 1704) empirista 1, sua teoria educacional vem a ponto de criticar o cartesianismo com relação às idéias inatas originadas pela razão, nesta visão, o conhecimento humano já está no homem despertado através do método, já para o filosofo inglês o homem ao nascer é como uma tabua rasa, onde o conhecimento ocorre mediante a experiência do sensível, que leva ao processo de reflexão enquanto fato.
Este processo ocorre numa prática contrária das idéias inatas, sendo que seu pressuposto de que, a experiência deve preparar o aprendiz para a vida prática de uma maneira não universal, mais particular da cada educando, prezando desde principio, pela formação sem a necessidade dos castigos físicos com base em um ensinamento moral2 .
Conhecer pela experiência é um ato exclusivamente humano no que, refere à teoria educacional empirista, podendo ser observado mais detidamente nos primeiros anos de vida e no desenvolvimento da criança, que tem uma relação empírica que associam este aprendizado ao sentido: audição, visão, paladar, olfato e tato este, o mais propicio que, toda criança tende a evidenciar as coisas palpado-as determinado objeto.
Afirma os autores: Amanajas Pena R.; Melo de Azevedo A.; Viana da Silva D.; Pessoa da Silva S.:
“Assim a educação ganhava uma importância incontornável na formação da criança. Apesar do valor que Locke dava à racionalidade no contexto de formação educacional, ele era cético quanto ao alcance da compreensão da mente. Onde seu objetivo principal foi tentar determinar quais foram os limites e mecanismos da capacidade que o homem tinha de apreensão do mundo. Segundo o filósofo, como todo conhecimento advêm, em ultima instância, dos sentidos, só pode captar as coisas e os fenômenos em sua superfície, sendo impossível chegar a suas causas primordiais.
Para ele, as crianças não são dotadas de motivação natural para o aprendizado. É necessário oferecer o conhecimento a elas de modo convidativo, mediante jogos e outras atividades”. (Amanajas Pena R.; Melo de Azevedo A.; Viana da Silva D.; Pessoa da Silva S.: “Filosofia e Educação Vertentes indissociáveis e Complementares. Publicado en la Revista Caribenã Ciencias Sociales agosto de 2012 www.eumed.net/rev/rccs/agosto/pacs.html)
Este processo sensível, no entanto, não pode ser considerado erroneamente batizado como regra, mais uma conseqüência de associação permanente entre sujeito e objeto, uma espécie de papel em branco no decorrer da experiência vivenciada acumulativa, processo que o ser humano atinge nas diversas fases da vida, tendo a compreensão que o conhecimento não se resume ao “estudar” no sentido epistemológico da palavra como se costuma convencionar, o aprendizado vem de sua vivência 3, por esta razão tem como referencia o conhecimento empírico, construindo com isso, uma diversidade de saberes de acordo com o apreender de cada um, levando também o processo de aprendizado que sai de um ponto particular e sempre busca se ampliar de maneira continua.
Confirma ARRUDA:
“Para Locke, os fins da educação concentram-se no caráter, muito mais importante que a formação apenas intelectual, embora esta não devesse absolutamente ser descuidada, Propõe o tríplice desenvolvimento físico, moral e intelectual, característico do gentleman (gentil-homem). Por isso aconselha escolher com cuidado os preceptores, que dentro da casa cuidarão da educação da criança, evitando-se a escola, onde ela poderia não ser bem acompanhada ou vigiada nos menores passos.” (ARRUDA, 2007 pg. 156)
Sendo para Locke o conhecimento um processo individual, sensível e gradativo tem-se sempre uma dialética ocorrendo de forma sistemática, entre sensação e razão onde os sentidos “provocam e são provocados”, cumulativos onde se estabelecem ético4 e moralmente em determinado estágio da vida em sociedade a qual este ser5 pertence. Estabelecendo desta maneira características que o integram a determinado grupo social ao qual, não apenas pertence originalmente mais passa ter identidade no decorrer da existência 6.
Afirma ARRUDA
“Segundo Locke, há duas fontes possíveis para nossas idéias: a sensação e a reflexão. A sensação é o resultado da modificação feita na mente por meio dos sentidos, enquanto a reflexão é a percepção que a alma tem daquilo que nela ocorre. Portanto, a reflexão se reduz apenas a experiência interna e resulta da experiência externa produzida pela sensação.” (ARRUDA, 2006 pg. 161)
Esta concepção da relação entre homem e conhecimento precisa ser mais bem clarificada filosoficamente, diz-se respeito inicialmente ao que seria este provocar que desencadeia a busca do conhecimento inicial pelo sensível através dos cinco sentidos com a apreensão de algo percebido seja pela visão, paladar, olfato ou audição que irá ser posteriormente, significado pelo intelecto para ser tão decodificado para nossa compreensão tendo como base inicial o saber empírico, que deu origem ao símbolo criado pelo homem, podem ser classificado como nome determinante do seu objeto, nesta questão Locke parte do seguinte principio: não é certo que cada coisa possa ter um nome. Ao mesmo tempo, quando podem designar várias coisas mediante um nome este se justifica pragmaticamente pela comodidade do seu uso. Também para ele os nomes podem ser próprios (nomes de cidades, rios, etc..) e comuns (formados por abstração nominal).
O resumo supramencionado vem validar o pensamento de Locke no que tange a relação intrínseca entre o homem e o meio social onde está inserido que ainda é cabível nos dias atuais, pois, mesmo com todos os avanços científicos e tecnológicos ao cotidiano do homem globalizado7 através da internet rompendo fronteiras físicas e culturais estabelecendo desta maneira um novo caráter antropológico de homem que busca um conhecimento empírico mais que não tem conflito com o saber intelectual perfectivo torna-se hoje múltiplo mais sem saber perder suas raízes empíricas, sua essência, sua constituição encontra-se em uma evolução continua sem, no entanto, estar independente da percepção primaria das idéias apresentadas pelos sentidos. Assim afirma Locke:
“a percepção é um ato próprio do pensamento de tal modo que a percepção e a posse de idéias são uma e a mesma coisa”.
Um exemplo desta constatação é a automação das tarefas antes desempenhadas manualmente, que hoje assim, permanecem mesmo com um único homem programando uma determinada máquina com múltiplas tarefas. Desta maneira, a tecnologia até o presente momento não superou seu criador, ou seja, a educação de maneira empírica é ainda uma metodologia contemporânea, e que, a tecnologia vem apenas complementar seu mecanismo científico.
Rousseau tem como filosofia de vida a natureza humana, sua interpretação para educação baseia-se num ambiente em que, o homem precisa ausentar para tornar sua educação voltada ao espírito contemplativo do saber construtivo para opor o lado corrompido da sociedade, isto levará o aprendiz a um consenso de doutrinação referente à beleza e a natureza, a única forma de encontrar a verdadeira sabedoria e se ausentar dos vícios que a cidade apresenta, desse modo, atenuar por meio da dissociação do cidadão com suas faculdades do pensar.
Em função de sua obra Emílio parte do principio fundamental “o homem nasce bom e a sociedade o corrompe” toda sua influência consistia exatamente em criticar uma coletividade á beira de um caos externo, mergulhado nos assombros de escolha do cidadão, contudo, sua dialética era propor uma sociedade justa, com isso, propõe que o cidadão exerça o seu direito natural e, esse viesse a intervir no uso legal de todos os deveres que a educação lhe impunha.
Um exemplo do que Rousseau chama de “disciplina natural” é aprender a sobreviver longe da civilização, integrado com a natureza tendo a capacidade de ter uma vida virtuosa. A educação da razão que inicia aos quinze anos é um dos mecanismos que o educador tem com esse propósito estimular autonomia da criança, para resolução de problemas sem ingerência da educação enciclopédica dos livros, mas, através do próprio amadurecimento e a descoberta de sentimentos que a tirem do isolamento com relação ao seu semelhante, desperta na criança o seu instinto moral, a capacidade de julgar, levando em conta o senso do que é justo com seu semelhante.
Em síntese a pedagogia de Rousseau busca ensinar a criança tanto fisicamente quanto racionalmente, uma prática que é exercida na contemporaneidade e é adotada integralmente ou parcialmente nas vivencias educacionais progressistas, da tal forma que cada estágio do progresso pedagógico seja adequado as necessidades iniciais do desenvolvimento da criança.
Afirma os autores: Amanajas Pena R.; Melo de Azevedo A.; Viana da Silva D.; Pessoa da Silva S.:
“A criança na educação infantil deve ser educada para o pensar, pois, aprender apenas a reproduzir o que está a sua frente sem ao menos tentar compreender de fato apresenta diante de si, estará fadado a ser um individuo sem liberdade, já não terá participação ativa na realidade existente ao seu redor. Este fato segundo o filósofo é comumente realizado, pois, a criança no seu processo de ensino-aprendizagem acaba tornando-se habituada a reproduzir o que lhe perceptível, sem construir o ato de analisar”. (Amanajas Pena R.; Melo de Azevedo A.; Viana da Silva D.; Pessoa da Silva S.: “Filosofia e Educação Vertentes indissociáveis e Complementares. Publicado en la Revista Caribenã Ciencias Sociales agosto de 2012 www.eumed.net/rev/rccs/agosto/pacs.html)
A primeira etapa deste processo e de inteira dedicação ao aperfeiçoamento dos órgãos do sentido. Pois, as necessidades especiais da criança são principalmente físicas. Incapaz de abstrações, o educando deve ser orientado no sentido do conhecimento do mundo, através do contato com as próprias coisas ou objetos.
É necessário, contudo, preparar a criança para o mundo, isso porque, ela possui uma enorme potencialidade em digerir informações, a tarefa do educador consiste em reter pura e intacta essa energia até ao momento propício. Neste sentido, é importante evitar a excitação precoce da imaginação 8, porque esta pode torna-se uma fonte de infelicidade futura.
Afirma os autores: Amanajas Pena R.; Melo de Azevedo A.; Viana da Silva D.; Pessoa da Silva S.:
Segundo Rousseau a necessidade de uma educação infantil designada como natural, está desvinculada da ação de um adulto que venha a querer sobrepor a realidade oposta vivenciada pela criança de acordo com sua faixa etária. Isso porque, para o filósofo esta educação denominada natural é de grande relevância que possa forma o sujeito humanamente ético e político, de fato o homem alcance tal status de desenvolvimento, os primeiros passos do ser na educação devem ser trabalhados desde cedo, tais assuntos como moral e liberdade, de maneira a desenvolver o cognitivo e a postura moral. (Amanajas Pena R.; Melo de Azevedo A.; Viana da Silva D.; Pessoa da Silva S.: “Filosofia e Educação Vertentes indissociáveis e Complementares. Publicado en la Revista Caribenã Ciencias Sociales agosto de 2012 www.eumed.net/rev/rccs/agosto/pacs.html)
Outros cuidados com o mesmo objetivo e todos eles desenvolvendo-se as faculdades da criança apenas naquilo que possa depois ser útil. Até aqui, o processo educativo preconizado por Rousseau é negativo, visto que, limitando-se àquilo que não deve ser feito. A educação positiva deve iniciar-se quando a criança constrói consciência de suas relações com seus semelhantes e habilidades orientadas por seu educador.
Com relação ao que vai encontrar em sociedade e como suas experiências acumuladas estão relacionadas com os objetos ao seu redor, tem-se noções de como a sociedade interpreta seu comportamento. Com base, no seu aprendizado, usar o saber para construir uma isonomia em equilíbrio é, no entanto, um direcionamento que Rousseau explica que é válido, pois, esta educação está dissociada no mundo, como duas linhas paralelas andando em sentido opostos.
Afirma os autores: Amanajas Pena R.; Melo de Azevedo A.; Viana da Silva D.; Pessoa da Silva S.:
“A educação para Rousseau trata-se de um processo que visa formar indivíduos independentes. Em que, desde sua infância deve ser estimulada a direcionar a busca pelo saber, e que a infância do individuo deve ser pensada, para que de fato venha assumir o respeito que a mesma necessita, pois se trata de uma fase em que o ensino- aprendizagem deve ser bem desenvolvida, para que logo nesses momentos inicias o mesmo possa estabelecer os alicerces de sua educação em si mesmo, e não pautada em atos de consumo e globalizantes”. (Amanajas Pena R.; Melo de Azevedo A.; Viana da Silva D.; Pessoa da Silva S.: “Filosofia e Educação Vertentes indissociáveis e Complementares. Publicado en la Revista Caribenã Ciencias Sociales agosto de 2012 www.eumed.net/rev/rccs/agosto/pacs.html)
Entretanto, a inspiração de liberdade frisa, despertar solidariedade do educando, transforma um cidadão não apenas para respeitar os alicerces da vida social, mas para converter uma prática humana baseado na espiritualização como maneira de se adequar ao mundo em que está. Assim o terreno da pedagogia propriamente dita aos domínios da teoria da sociedade e a organização política onde o homem se integra de maneira virtuosa contribuindo para o bem comum.
Em nossa carta magna assegurado a todos como um dos direitos fundamentais, a educação como política pública independe de qual seja o governo, pois, está é uma questão de direito de Estado social, sem desvios de verbas, pois, os que assim praticam estão corrompidos na sociedade do vício, uma vez que, a filosofia de Rousseau não admite que, este seja um caminho a ser seguido pelo homem que a sociedade constrói na sua norma e regra.
Friedrich Nietzsche (1844 – 1900) tinha como proposta educacional baseada não na racionalidade mais no instinto, e isso, é demonstrado em especial em sua critica a intelectualidade erudita alemã que “desprezava a vida” que é vontade de potência em si mesma dando a razão como valor superior e construindo um homem “ideal” na modernidade, condicionado ao apreender com perfeição sistematizada onde o passado norteia este conhecimento de maneira unilateral de especialidades sem, uma possibilidade prática sendo o apreender uma reprodução de saberes meramente, enfadonho sem qualquer possibilidade de permitir uma analise critica que venha responder adequadamente as questões da vida.
“As instituições de seu tempo existiam para formar o funcionário, o erudito, o “filisteu da cultura”, enquanto as que eram necessárias criar deveriam preparar o nascimento do gênio. Estas instituições do futuro seriam mais adequadas a natureza, para aperfeiçoá-la e acelerar a vinda do filósofo. Mas que instituições seriam essas? Nietzsche não deixa pistas muito claras, e após dez anos exercendo o magistério abandona sua cátedra e passa a viver a vida do filósofo errante”. ”. (“As críticas do Professor NIETZSCHE a educação de seu tempo” ELENILTON NEUKAMP, pg. 8)
Sua filosofia extremamente voltada para valorizar a existência do ser humano, de forma imanente, combatendo os escritos rebuscados de muitos filósofos que, escondem assim, sua incapacidade de criar um pensamento original e não enciclopédico prendendo a quem, busca compreender sua filosofia se vendo incapaz por, esta filosofia se mostrar obscura escondendo na verdade uma deficiência intelectual, por essa razão, o conhecimento é por muitas vezes vazio de realismo e, defendendo desta maneira que vai além da academia e chega a reproduzir e colocar como verdade a defesa do próprio Estado. É neste papel em particular que pensamento tem origem na filosofia de Schopenhauer onde influenciou o pensamento de Nietzsche, para quem, as instituições estatais defendem uma verdade que lhe favorece, pois, a história é uma construção de “verdades” visando domesticar a vontade do homem que vive com conceitos já superados para suas necessidades, mas sim, uma educação que limita o seu entendimento e não forma um ser com capacidade de construir um saber original e prático tornando o conhecimento uma árvore que não frutifica.
“As instituições aparentemente promotoras da cultura, no fundo nada sabem dos propósitos de uma verdadeira cultura e agem apenas segundo seus interesses. O Estado “somente promove para se promover a si mesmo”, os negociantes ao exigiram instrução e educação querem “sempre em última analise o lucro” e “aqueles que têm a necessidade de formas....a única coisa clara é....que elas dizem sim a si mesmas, quando afirmam a cultura”. Os eruditas impedem com sua ação o surgimento do gênio, pois a cultura para eles é apenas utilitária e os grandes homens seriam uma ameaça a sua mesquinhez”. (“As críticas do Professor NIETZSCHE a educação de seu tempo” ELENILTON NEUKAMP, pg. 8)
Do ponto de vista pedagógico, pode se analisar dois aspectos no pensamento de Nietzsche: primeiro, afirma que o educador dever agir conhecendo o seu educando para entender como ocorre sua vontade, tendo uma função de orientar e estimular um aprendizado crítico, criador de novos valores com base em uma educação que parte da perspectiva de quem aprende, possibilitando assim, uma educação de vivencias real, presentes no cotidiano e com soluções viáveis para problemáticas que, vão além do livro muitas vezes, empoeirado em uma estante ou em regras universitárias que, acabam por não permitir um pensamento autêntico, legítimo e válido que, prepare o educando para uma vida simples passeada em um conhecimento com impulso crítico.
O professor é visto como dominador do poder, ao pensar que está ajudando alguém, na verdade, está querendo fazer o seu aluno um ser espelhado no seu modelo, e desta maneira realizando seu processo educacional baseado no paradigma já existente. Apesar de não ter desenvolvido grandes obras que estivessem voltadas para a educação, ainda sim, possui uma teoria que é observada em seus escritos. Suas obras influenciaram além da Filosofia, outras áreas de conhecimento como: arte, poesia, literatura.
Nietzsche começou como professor universitário, chegando ao fim como filósofo preso a sua solidão, morreu louco em 1990. Foi nesse período atuando como professor que percebeu que educar a grande massa era inútil e impossível, pois são indisciplinados, vulgares em suas falas, ignorantes da cultura clássica. Para Nietzsche as escolas de massa, escolas públicas estatais, eram rebanhos de carneiros, alienados, obedientes, vulgares, ignorantes. Defendia uma escola elitista, com um currículo clássico, que tinha como objetivo formar indivíduos com espírito livres, verdadeiramente superiores e autônomos. Para o filósofo, só dessa forma a educação vale a pena, quando alcança a plenitude de um espírito livre que faça com que o individuo siga sempre seu caminho. O Estado-Educador para Nietzsche não funciona, pois ele é fruto do projeto iluminista.
Confirma ARANHA:
“Para ele, “o erudita é um eunuco do saber”. Ao criticar os “homens cultos” da Alemanha, Nietzsche os vê imbuídos de uma cultura livresca, que não passa de um “verniz”, de um adorno, e que acumulam conhecimentos alheios e imitam modelos de modo artificial. Condena também a escola utilitária e profissionalizante, bem como os riscos de um ensino submetido a ideologia do Estado”. (ARANHA, 2006, pg. 216)
Diferente da educação imposta na atualidade é o ensino que se estenda a todos, independente de raça e classe social, a idéia de implantar uma universidade aberta a todas as pessoas parece um absurdo para Nietzsche, já que, existem pessoas sem talento e não têm vontade para se sujeitarem ao esforço continuado do ensino formalizado, ao acesso superior que exige. A preocupação era com o desenvolvimento de indivíduos em forma de rebanho que simplesmente entra na universidade e não adquire o conhecimento que contribui para sua elevação intelectual e que por isso não terá o espírito livre e independente, não conseguirá se auto-superar.
“Ó Voltaire! Ó humanidade! Ó imbecilidade! A “verdade”, a busca da verdade não é coisa fácil; e se no caso o homem se porta humanamente demais -“il ne cherche le vrai que pour faire le bien" [ só busca o vero para o bem]- , oposto que ele nada encontra!” (NIETZSCHE, 2005. p.39)
Essa idéia impossível de igualdade presente quer na versão Marxista da modernidade, quer nas narrativas pós-modernas de esquerda, opõe Nietzsche a sua concepção de Homem, para o qual o Homem nobre é aquele apaixonado, mas que é dono de suas paixões. Aquele que tem controle sobre suas escolhas, distinto das massas. Esse homem possui o poder de formular novos valores e eliminar os já presentes, capacidade de construir um novo mundo, pois, se distância da massa que é a grande influenciadora. No entanto, o homem para elevasse a essa condição de sobre-humano paga o preço da solidão, pois para chegar a esse ponto precisa se isolar.
“O homem de espécie nobre se sente como aquele que determina valores, ele não tem necessidade de ser abandonado, ele julga: ”o que me é prejudicial é prejudicial em si”, sabe-se como o único que empresta honra ás coisas, que cria valores”. (Nietzsche, 2005. p.156).
Nietzsche defende a hierarquia do saber, onde cada um deve ter a capacidade e competência de se superar, negando dessa forma a gestão atual das escolas baseadas na democratização participativa e da igualdade entre professores e alunos. Apesar de toda aversão pela escola estatal, da impossibilidade de desenvolver o intelecto de jovens para a cultura superior, o filósofo reconhece que a escola tem como papel combater qualquer tipo de vulgaridade da linguagem, desânimo do espírito e da vontade.
A ética de Nietzsche foi direcionada para a vida do homem como forma de adquirir poder, ou seja, aqueles que são capazes de se auto-superarem, anulando as tradições já existentes, deixadas pelos antepassados. Sendo que para se libertar deve-se se desprender dessas tradições que as escravizam. Sua ética obedece ao impulso vital, pois o homem luta pela sua sobrevivência luta para crescer e se desenvolver, ir além de si mesma, a vontade de potência. O ”Super-Homem” que Nietzsche cita seria essa vontade de potência de evoluir em sua vida de superar suas limitações, seus empecilhos, superação do dualismo “bem versus mal” e da “moral do escravo”, o fim da negação da vida.
Nas obras: A Genealogia da Moral e Para além do Bem e do Mal, Nietzsche critica as formas de ética implantada dos antepassados que permeiam na sociedade, uma forma de combater pensamentos que escraviza o homem, nomeadamente a tradição judaico-cristã. Quando Nietzsche se refere a ideal de homem, olha para figuras fortes, com grande vontade de poder, como Júlio César, Maquiavel ou Napoleão.
Nietzsche acredita que todo conhecimento está inserido em uma percepção subjetiva, ou seja, não existe um “conhecimento absoluto”. Contrário às idéias que defende um conhecimento puro, pois toda e qualquer forma de conhecimento vai passar por uma percepção subjetiva, por algum entendimento, por um olhar mais aberto que saiba analisar e diferenciar o verdadeiro do falso, deixando mais clara o conhecimento objetivo.
Em destarte, fica claro que a palavra de ordem na educação é a liberdade na qual, deve ser nutrido pelo educador, pois, ensinar faz parte da dinâmica humana, visando o aluno em um processo dialético do saber que, busca estabelecer de forma gradativa a educação desde o século XVII até a atualidade, cada vez, a possibilitar autonomia no processo de formação critica.
Este objetivo de ter uma educação livre tem, no entanto algumas adversidades a superar que ficou demonstrado desde a filosofia de John Locke onde o nascimento empírico está livre de opiniões e apreender por si mesmo suprir necessidades imediatas, sem, no entanto, está preso a busca de um futuro que é imposto pela sociedade, sem levar em conta sua potencialidades que procura corrompe-lo fazendo o desvio do caminho de um educar livre, pois, com as idéias de Locke influenciaram a reforma no ensino, contribuindo com a sua filosofia operante na educação básica.
O valor da dialética de Rousseau reside principalmente, no fato de ter obrigado os contemporâneos e tantos outros pedagogos a observa a natureza dos critérios interpretativos da educação básica. Mesmo aqueles que tinham instituído reformas educacionais estando sempre em sua causa criar o homem a partir da criança, preparar o caminho para o estado adulto garantido, assim, o futuro do homem situa-se nesse mesmo ponto, mais uma vez, a revolução pedagógica que, confere uma originalidade indiscutível à posição de Rousseau que contribuiu para construção de uma nova pedagogia na qual, a infância é um estado em que, o fluxo de pensamento e imaginação é reproduzido como uma atividade em constante aceleramento contínuo, com objetivo final para se formar um homem “bom”9
Nietzsche com seu pensamento crítico expõe de que maneira o mero academicismo é prejudicial e vai de encontro ao saber que permite uma vida plena diante de uma sociedade cada vez mais “paralisada” pelo conhecimento padronizado e reprodutor. Neste sentido, frisa o horizonte onde se possa abandonar uma pedagogia estatal com normas impostas pelo Estado onde o aluno é um cumpridor de regras e normas intelectuais. Portanto, romper as fronteiras do apreender puramente sistemático tendo como meta alcançar uma educação crítica realizado radicalmente a “vontade de potencia”.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARANHA, Maria Lucia Arruda. Filosofia da Educação, editora Moderna, São Paulo 2006.
CABRAL, Ione Vilhena; PENA, Roberto Carlos Amanajás. A PRÁTICA AVALIATIVA EMPREGADA PELOS DOCENTES DO ENSINO SUPERIOR DO CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM LETRAS DO INSTITUTO DO ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ – IESAP, Editora Eumed.net/libros/ciência/2012/2/índex.htm. 2012 ISBN-13: 978-84-15547-83-9
MACHADO, Roberto, Nietzsche e a Verdade. 2ª Ed. Edições Graal Rio de Janeiro, editora PAZ e TERRA. 1999.
NEUKAMP, Elenilton. “As críticas do Professor NIETZSCHE a educação de seu tempo” Artigo publicado www.consciencia.org/nietzsche_educacao.
NIETZSCHE, Friedrich. Crepúsculo dos ídolos ou como filosofar a marteladas. Tradução de Carlos Antonio Braga, São Paulo Escala 2005.
NIETZSCHE, Friedrich. O nascimento da Tragédia, 2ª edição São Paulo 2011.
PENA, Roberto Amanajas.; AZEVEDO, Ana Melo de.; SILVA Diogo. Viana da; SILVA, Silene Pessoa da.: “Filosofia e Educação Vertentes indissociáveis e Complementares. Publicado en la Revista Caribenã Ciencias Sociales agosto de 2012 www.eumed.net/rev/rccs/agosto/pacs.html.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Emílio ou da educação. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
SIMPSON, Matthew. Compreender Rousseau. Introdução e Tradução de Raimundo Vier. 4ª edição Petrópolis RJ Vozes 2008.
1 Com este nome designa a doutrina filosófica e em particular gnosiológica segunda a qual o conhecimento se funda na experiência. Costuma contrapõe-se o empirismo ao racionalismo, para o conhecimento se funda, baseado na razão. contrapõe-se também ao inatismo, segundo o qual o espírito, a alma, e, em geral, o chamado “sujeito cognoscível” possui idéias inatas, isto é, anteriores a toda aquisição de dados. Para os empiristas, o sujeito cognoscível é semelhante a uma tábua rasa onde se inscrevem as impressões procedentes do mundo exterior.
2 Estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto.
3 Significa passar de uma exteriorização do espírito à sua vivência originária, isto é, ao conjunto de atos que produzem ou produziram, sob as mais diversas formas: gesto, linguagem, objetos da cultura, etc..., à mencionada exteriorização.
4 Conjunto de regras de conduta consideradas como válidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa determinada.
5 Homem, individuo, pessoa.
6 Modo de ser do próprio homem.
7 Ato ou efeito de globalizar. Processo típico da segunda metade do sec. XX que conduz a crescente integração das economias a das sociedades de vários países, especialmente no que toca à produção de mercadorias e serviços, aos mercados financeiros, e a difusão de informação, de culturas, de saberes, de conhecimentos específicos de cada continente.
8 Á reprodução na consciência de percepções anteriores combinadas de vários modos, á imaginação no sentido de Descartes para apreensão sensível, diferente da conceitual, no sentido de Espinosa.
9 O “bem” é caracterizado como uma forma subjetiva, não só por ter insistido na idéia de que, o bom de cada coisa é a conservação e a persistência no seu ser, mas também por ter escrito expressamente que “nos movemos, queremos, apetecemos ou desejamos algo, por que julgamos que é bom, mas que julgamos que é bom por que nos movemos para isso, o queremos, apetecemos e desejamos”.