INCUBADORA TECNOLÓGICA DE COOPERATIVAS POPULARES:
as práticas de economia solidária proposta pela INTECOOP-UCPEL*
No Brasil, as transformações no mundo do trabalho, decorrentes do processo de reestruturação produtiva e da reforma do Estado, a partir da década de 90, implicaram o aumento dos níveis de desemprego e a precarização das relações e das condições de trabalho, dentre outros problemas. Entre as muitas conseqüências desses processos, estão a proliferação e a ampliação da exclusão social. No contexto dessas mudanças na esfera do trabalho e em uma conjuntura desfavorável para os trabalhadores, surgiram importantes iniciativas de apoio à economia solidária, como uma reação às conseqüências determinadas pelos processos em curso. Nessas iniciativas incluem-se as universidades brasileiras, através das incubadoras de cooperativas populares, buscando condições de geração de renda às comunidades. Ao atuarem nesse campo, as incubadoras trazem para a academia outros debates, outras experiências, sinalizando a possibilidade de ressignificação de seu papel na sociedade. Nessa perspectiva, esta reflexão tem por objetivo analisar a experiência da prática da economia solidária, proposta pelas universidades, através das incubadoras de cooperativas de cunho popular, tendo como referência a proposta da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (Intecoop) da Universidade Católica de Pelotas no Rio Grande do Sul (UCPel), busca-se apontar para a distância de interlocução existente entre os agentes envolvidos no processo.
* Texto elaborado a partir de pesquisas realizadas no NEPES/ PUCRS.
** Doutor em Economia. Professor Titular Permanente do PPGSS/PUCRS. Contacto: CNelson@pucrs.br
*** Mestra em Serviço Social pelo PPGSS/PUCRS.