As recentes orientações europeias em matéria de desenvolvimento do mundo rural, com a transição de um modelo orientado para o setor agrícola (com objetivos produtivistas alicerçados nos mercados, preços e excedentes, entre outros) em direção a um modelo centrado na sociedade rural e na modelação das suas paisagens, são acompanhadas de uma valorização crescente da participação dos atores rurais na definição e gestão das políticas.
O Programa de Iniciativa Comunitária LEADER (Ligação Entre as Ações de Desenvolvimento da Economia Rural) constitui uma abordagem inovadora e pioneira neste domínio e configura uma ferramenta chave da política de desenvolvimento do mundo rural a partir de uma metodologia ascendente e de um conjunto de intervenções (com uma componente territorial muito marcada (Gutiérrez, 2006). O Programa, lançado pela Comissão Europeia, em 1991, apresenta como traços inovadores a programação e gestão do território (“zonas de intervenção” que correspondem a uma escala sub-regional) mediante parcerias envolvendo diversos agentes de desenvolvimento local, como autarquias, associações culturais e sociais, associações profissionais ou sectoriais, empresas, ou mesmo privados a título individual, embora com enquadramento regulamentar e cofinanciamento público comunitário e nacional (Carvalho, 2005).