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Este texto forma parte del libro
Ensaios de Economia
de Luis Gonzaga da Sousa
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A ECONOMIA FAMILIAR



No dia-a-dia de todos os membros de uma na��o, nota-se a preocupa��o constante com respeito � infla��o, desemprego, d�vida externa e algumas outras vari�veis que causam dist�rbios na economia nacional e internacional como um todo. Frente a isto, � preciso que se procure entender como funciona a economia, seu conceito, e inter-relacionamento com os demais elementos participantes da economia, como: a Engenharia, a Sociologia, a Hist�ria, a Geografia, e muitas outras ci�ncias. Com esta finalidade, � que se pretende delinear o funcionamento da economia, partindo de uma estrutura simples, tal de uma resid�ncia; por�m, representativa de um complexo, que precisa ser compreendido por todos os habitantes de um pa�s.
O processo de funcionamento de uma economia � semelhante � dire��o econ�mica de um ambiente familiar, tendo em vista que, dirigi-la envolve os mesmos processos decis�rios de uma Economia Nacional altamente sofisticada, tal como a Uni�o Sovi�tica, ou Estados Unidos da Am�rica, ou pa�ses menores. Ao se observar detalhadamente uma economia altamente sofisticada, verifica-se uma semelhan�a muito forte com a estrutura de funcionamento da administra��o de uma casa familiar; pois, precisa-se de produtos para alimenta��o, renda para compr�-los, pol�tica de distribui��o, equil�brio entre a renda adquirida e o consumo que deve ser efetivado, bem como muitos outros ajustamentos importantes para um equil�brio geral.
Ao se tomando como exemplo uma resid�ncia tal que exista um pai, uma m�e e cinco filhos. Cada filho tenha uma estrutura diferente, quer dizer, um � ambicioso e s� quer produtos de primeira categoria, s� pensa em lucro, tem sentimentos de burguesia. Um outro � deixado de lado e s� lhe cabem bens de baixa categoria, como consumo de produtos necess�rios, roupas fracas, isto �, submete-se ao instinto de pobreza do pai. Existe outro que n�o quer ser rico, nem pobre; mas, reivindica igualdade de tratamento para todos, de tal maneira que nenhum dos participantes possa perder e o que couber a um, caber� a todos. Um quarto filho � apegado �s coisas religiosas e � indiferente ao materialismo. Nestas condi��es existe tamb�m uma filha.
Para esta fam�lia, o pai deve trabalhar a fim de conseguir recursos para alimentar; e, proporcionar a todos, condi��es de sobreviv�ncia. Esta fam�lia tem uma renda para ser distribu�da, de acordo com as necessidades individuais de cada um. Os gastos familiares, n�o devem ultrapassar aquela quantia que o pai ganha todo final de m�s. Esse montante deve ser distribu�do da seguinte maneira: gasto com alimenta��o, roupas, transportes, escola, sa�de, divers�o, outras necessidades da fam�lia. O processo de distribui��o desses recursos para com a fam�lia � um ato pol�tico e econ�mico, para que todos saiam satisfeitos com as decis�es do l�der.
Neste sentido, o pai deve conhecer as aptid�es dos seus familiares, para que nenhum fique insatisfeito com a sua decis�o, no processo de distribui��o do sal�rio do pai. Mas, poder� acontecer que algu�m saia discriminado pela prefer�ncia inconsciente do l�der paterno, por algum em particular; logo, aparecer� um que come�ar� reivindicar melhor tratamento para aqueles que est�o sendo discriminados. Desta forma, se iniciar� uma luta para que a distribui��o seja eq�itativa e n�o perdure o status quo de desigualdade. Este trabalho se iniciar� com o p�roco ou a freira, ou aquele filho que tem um esp�rito de justi�a, ao considerar que nem sempre o homem correto � revolucion�rio, e come�a a� o princ�pio reivindicat�rio de participa��o democr�tica.
Na hip�tese de que o pai, como tomador de decis�es, n�o gastou tudo no consumo da fam�lia, verifica-se que vai sobrar uma certa quantia que ser� guardada a espera de uma oportunidade para ser gasta, desta forma, nascendo assim a poupan�a familiar. Esta poupan�a que dever� ser gasta da seguinte maneira: a primeira, em oportunidades que rendam algum dinheiro a mais para a fam�lia, dependendo da taxa de juros de mercado; e, a segunda, � espera de qualquer problema que possa acontecer, � a precau��o. Essa poupan�a dever� ser tratada com muito cuidado, tendo em conta que, num processo inflacion�rio, esse dinheiro, se n�o for bem empregado, facilmente perder� seu valor real, causando dist�rbio maior na renda familiar, portanto, diminui��o de bem-estar do grupo.
Numa segunda hip�tese, verifica-se que o tomador de decis�es; no caso, o chefe da fam�lia, gasta mais do que ganha e, nesta situa��o, a complica��o � maior, porque ocorreram compras a serem pagas no futuro, ou ent�o, fez-se algum empr�stimo, pagando-se juros, servi�os da d�vida, e mais uma parte do montante principal. No come�o, a coisa n�o ser� t�o complicada; mas, quando esses d�ficits se avolumarem, acumulando ao principal, a coisa se complicar� de maneira exagerada, culminando em uma banca rota incontrol�vel da fam�lia. Nesta oportunidade, � que dever� entrar em cena, a habilidade do pai, em saber dividir bem a renda familiar, para que n�o fique devendo nas mercearias, ou empr�stimos a bancos, ou a amigos.
Os empr�stimos que foram efetivados podem ser de curto e/ou de longo prazos, isto significa dizer que no fim de cada per�odo, pagam-se juros, servi�os da d�vida e uma parte do capital, consequentemente, o restante que fica dever� ser reajustado pela taxa de deprecia��o, ou desvaloriza��o da moeda. Com uma infla��o crescente, tem-se imediatamente, uma crescente soma da d�vida, em detrimento ao consumo interno da fam�lia. Isto gera um custo incomensur�vel aos membros do grupo familiar, criando efeitos incontrol�veis na vida desta comunidade. Com isto, come�am-se os problemas para o chefe da fam�lia, quer dizer, os filhos iniciam exig�ncias para melhores condi��es de vida, e o pai tem que controlar a todos.
O tutelar do grupo pode tomar tr�s posicionamentos na administra��o da sua comunidade familiar: a) de um ditador, aquele que n�o toma conselhos de ningu�m, ditas as suas normas, que devem ser urgentemente atendidas; b) um democrata que n�o gosta de tomar decis�es sozinho, e re�ne a fam�lia para decidir o que fazer, com os parcos recursos que ganha, de maneira que satisfa�a a todos, sem preju�zo aos d�bitos contra�dos pelo chefe da casa; e, finalmente, c) o demagogo, que discute com todos; sente as prefer�ncias do grupo; mas, resolve fazer aquilo que interessa ao grupo, em detrimento de alguns outros grupos que n�o t�m poder nenhum na influ�ncia de tais decis�es, por isso os riscos de desajustes s�o grandes.
O que se deve fazer neste caso? Entende-se que o importante � procurar uma maneira para saldar as d�vidas da fam�lia, e como fazer? Pensa-se que a melhor maneira � tentar uma queda no consumo familiar, para que se possa conseguir alguma poupan�a, para pagar a d�vida que foi contra�da, porque o importante para a economia � o equil�brio, � claro que o equil�brio ocorre esporadicamente, e imediatamente some. O que n�o pode, � deixar que os d�ficits tomem propor��es incontrol�veis, impedindo ao cumprimento dos compromissos que foram assumidos. Pois, um d�bito excessivo, nada mais � do que a m� administra��o dos tomadores de decis�o, de pol�ticas econ�micas dentro de sua jurisprud�ncia de domina��o.
E o pai, como fica nesta situa��o? Procura-se sempre uma maneira de incriminar o chefe da fam�lia, denomin�-lo de mal administrador, de corrupto, que gasta todo dinheiro l� fora, deixando a fam�lia numa situa��o vexat�ria. Nunca se pensa numa maneira f�cil de resolver os problemas familiares em conjunto, sem est� esperando que o respons�vel pela fam�lia resolva tudo como num toque de m�gica. A fam�lia exige melhor bem-estar para todos; mas, n�o tem dinheiro, e onde buscar emprestado se j� n�o tem condi��es de mais empr�stimo, e o resultado, � a total banca rota, com as mais dif�ceis conseq��ncias aos familiares que j� est�o desesperados devido a sua situa��o financeira perante o mercado.
Pelo exposto, se alguns, ou todos os filhos da fam�lia n�o trabalhavam, agora arrumem uma atividade para fazer, e come�am conseguir renda para ajudar no or�amento familiar; por�m, se ocorrer tamb�m o contr�rio, a fam�lia empobrecer� ainda mais. O importante, � que, uma certa compreens�o de todos deve ser a palavra chave para que se ultrapasse a crise com a fam�lia unida, que, nesta altura, dificilmente existe o consenso para organizar um grupo sem problema. � necess�rio sempre que o chefe da fam�lia viva mantendo o or�amento regularmente equilibrado com seu consumo, para que n�o haja conflitos t�o acirrados, quanto ao causado por gastos excessivos sem suprimentos de fundos para arcar com as dificuldades que poder�o vir desmoronar a fam�lia.
N�o se pode, obviamente, dizer que o processo de distribui��o dos bens de consumo e aloca��o dos rendimentos familiares para o caso de uma resid�ncia seja estritamente igual � economia de uma na��o, um estado, ou munic�pio; todavia, pode-se entender mais ou menos, como o funcionamento de um sistema econ�mico. Claro que uma resid�ncia familiar � uma radiografia simplista de uma estrutura econ�mica complexa, tendo em vista que numa economia real, a coisa � muito mais complicada, pelo n�mero de habitantes, pelo complexo sistema produtivo, pelos m�ltiplos desejos dos agentes econ�micos, e pelas diversas fac��es pol�ticas que complicam uma boa administra��o da economia; mas, pode-se fazer uma analogia para desvendar a realidade que se busca entender.
Em suma, uma economia familiar, al�m da compara��o com uma Na��o, t�m muitas das vari�veis que envolvem uma economia complexa; assim como, uma compara��o com uma big corporation, como � conhecida normalmente, uma sociedade an�nima. Em verdade, o n�mero de vari�veis, que envolve uma empresa de alt�ssimo porte � muito extenso; entretanto, o processo de decis�o � o mesmo, que participar de uma estrutura anal�tica de uma resid�ncia familiar. Portanto, o importante, � que se inicie a compreens�o de uma estrutura econ�mica, tal qual ela exista; pois, somente com a participa��o de todos no processo de decis�o econ�mica, � que se conseguir� minorar as dificuldades que passam as economias perif�ricas da atualidade.