Tesis doctorales de Economía

 

TURISMO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO: UMA ANÁLISE URBANO-REGIONAL BASEADA EM CLUSTER

Jorge Antonio Santos Silva

 

 

 

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4.2 Análise descritiva: Elementos característicos da hotelaria de Salvador

As Tabelas que seguem, demonstram os principais resultados do levantamento efetuado com os 30 hotéis de Salvador que responderam ao questionário e que, no ano 2000, enviavam informações com regularidade informações para a Bahiatursa, mesmo com as ressalvas já comentadas.

As tabelas apresentam os dados obtidos organizados pelos tres sub-grupos de categorias e pelos tres sub-grupos de tamanho, como já comentado, e para a totalidade dos 30 hotéis. Essas tabelas foram montadas a partir da tabulação emitida a partir da base de dados digitada e criticada.

Os hotéis de 4 e 5 estrelas detinham no ano 2000, 54% do número de UHs e 52% dos leitos ofertados pela rede hoteleira de Salvador, apresentando uma relação de 1,9 leitos/UH e respondendo por 65% do total do pessoal ocupado. A maior relação leitos/UH, 2,1, foi dos hotéis de 3 estrelas e a menor participação no número de pessoal ocupado pertenceu aos hotéis de 1 e 2 estrelas, com 6%.

Considerando o tamanho do estabelecimento, os hotéis de grande porte representavam 55% das UHs e 51% do número de leitos, com uma relação leitos/UH também de 1,9 e uma participação de 68% no número do pessoal ocupado. Os hotéis de pequeno porte tiveram a maior relação leitos/UH, de 2,3, respondendo por 11% do pessoal ocupado (Tabela 4.8, p. 424).

Dos hotéis de 4 e 5 estrelas, quanto à forma de administração, 56% possuíam administração contratada, com 33% pertencendo a cadeias hoteleiras. Nos hotéis de 3 estrelas 54% eram administrados pelos próprios proprietários e 46% por administração contratada, enquanto nos hotéis de 1 e 2 estrelas esses percentuais corresponderam a 75% e 25%, respectivamente.

Considerando os hotéis de grande porte, 62,5% apresentaram administração contratada e 37,5% pertenciam a cadeias. Já 55% dos hotéis de médio porte eram administrados pelos seus proprietários, com este percentual situando-se em 73% nos hotéis de pequeno porte.

A propriedade do capital dos estabelecimentos de 4 e 5 estrelas distribuía-se em 33% nacional e 11% internacional. Para os hotéis de 1 e 2 estrelas era 100% local e para os hotéis de 3 estrelas uma parcela de 8% era de propriedade nacional.

Do capital total dos hotéis de grande porte, 37,5% era de propriedade nacional e 12,5% de propriedade internacional. 100% do capital era de propriedade local nos hotéis de pequeno porte, enquanto nos hotéis de médio porte 9% do capital era de propriedade nacional (Tabela 4.9, p. 425).

No ano 2000, a expressiva maioria do pessoal ocupado na hotelaria de Salvador o era em regime fixo, 98%, com os hotéis que mais contratavam mão-de-obra temporária em período de alta estação sendo os de 3 estrelas ou de médio porte.

Os índices referentes à relação pessoal ocupado/UH observada naquele ano, por sub-grupos de hotéis conforme classificação adotada neste trabalho, situou-se em: 0,45 para os de 1 e 2 estrelas, 0,56 para os de 3 estrelas, 0,83 para os de 4 e 5 estrelas, 0,53 para os de pequeno porte, 0,48 para os de médio porte e 0,86 para os de grande porte.

O salário bruto mensal médio variou entre R$ 700,00 e R$ 800,00 nos estabelecimentos de 4 e 5 estrelas ou de grande porte, entre R$ 350,00 e R$ 450,00 nos de 3 estrelas ou de médio porte, ficando em torno de R$ 300,00 nos de 1 e 2 estrelas ou de pequeno porte (Tabela 4.10, p. 426).

Do pessoal ocupado no ano 2000, nos hotéis de 4 e 5 estrelas ou de grande porte, próximo de 8% das pessoas vieram de outros estados e 0,2% de outros países. Em termos da remuneração dessas pessoas, a relação anterior teve uma correspondência direta, de 16% e de 3%, respectivamente, indicando ser esta parcela do pessoal ocupado na rede hoteleira de Salvador detentora de um maior nível de remuneração que a média geral do pessoal ocupado (Tabela 4.11, p. 427).

Quando se perguntou sobre a existência de problemas com fornecedores, relacionados com a facilidade de acesso, disponibilidade e capacitação dos mesmos, como também à relação preço-qualidade dos produtos e serviços, responderam não haver problemas: 59% dos hotéis de 3 estrelas, 43% dos hotéis de 1 e 2 estrelas, 15% dos hotéis de 4 e 5 estrelas, 60% dos hotéis de médio porte, 44% dos hotéis de pequeno porte e 12,5% dos hotéis de grande porte – 35% no geral. Em relação aos problemas apontados, as respostas concentraram-se nos aspectos abaixo:

 hotéis de 1 e 2 estrelas – 14% indicaram a seleção do fornecedor;

 hotéis de pequeno porte - 11% indicaram a seleção do fornecedor, 11% o prazo de entrega/atendimento e 11% a assistência técnica;

 hotéis de 3 estrelas – 18% indicaram o prazo de entrega/atendimento e 12% a assistência técnica;

 hotéis de médio porte - 13% indicaram o transporte;

 hotéis de 4 e 5 estrelas – 15% indicaram o transporte, 15% a qualidade de produtos e serviços e 12% o prazo de entrega/atendimento;

 hotéis de grande porte - 17% indicaram o prazo de entrega/atendimento, 13% o transporte e 13% a qualidade de produtos e serviços (Tabela 4.12, p. 428).

Já quando se indagou a respeito da existência de dificuldades com fornecedores, relacionadas com a diversidade e disponibilidade dos produtos e serviços, responderam não haver dificuldades: 53% dos hotéis de 3 estrelas, 50% dos hotéis de 1 e 2 estrelas, 7% dos hotéis de 4 e 5 estrelas, 32% dos hotéis de médio porte, 50% dos hotéis de pequeno porte e 17% dos hotéis de grande porte – 30,5% no geral. Em relação às dificuldades apontadas, as respostas dos hotéis centraram-se nos pontos que seguem:

 hotéis de 1 e 2 estrelas – 17% indicaram os serviços de manutenção;

 hotéis de pequeno porte - 19% indicaram os serviços de manutenção;

 hotéis de 3 estrelas – 16% indicaram os serviços de manutenção;

 hotéis de médio porte - 16% indicaram os serviços de manutenção, 11% o item roupas de cama, mesa e banho, 11% o item instalações e equipamentos de ar condicionado e 11% o item alimentos e afins;

 hotéis de 4 e 5 estrelas – 14% indicaram o item roupas de cama, mesa e banho, 14% o item instalações e equipamentos de ar condicionado, 11% os serviços de manutenção, 11% o item alimentos e afins e 11% o item bebidas e afins;

 hotéis de grande porte - 13% indicaram o item roupas de cama, mesa e banho, 13% o item instalações e equipamentos de ar condicionado e 13% o item bebidas e afins (Tabela 4.13, p. 429).

Do total dos gastos com fornecedores informados pelos hotéis de 4 e 5 estrelas ou de grande porte pesquisados, realizados no ano de 1999, uma parcela correspondeu a compras realizadas em outros estados, a qual, em cada grupo de despesas abaixo indicado, representou as proporções que seguem:

 alimentos e afins – cerca de 18%;

 bebidas e afins – entre 19% e 20%;

 mobiliário – 27%;

 instalações e equipamentos de ar condicionado – entre 8% e 9%;

 eletro-eletrônicos – 11%;

 equipamentos e utensílios de cozinha – entre 40% e 41%;

 serviços de manutenção – entre 21% e 22%;

 serviços de transporte – 26%;

 materiais de limpeza e manutenção – cerca de 15% para os hotéis 4 e 5 estrelas e 9% para os de grande porte (2% para os de médio porte);

 roupa de cama, mesa e banho – cerca de 34% para os hotéis 4 e 5 estrelas e 38% para os de grande porte (37% para os 3 estrelas, 17,5% para os de médio porte, 11% para os 1 e 2 estrelas e 27% para os de pequeno porte).

Para os demais itens informados na questão gastos com fornecedores, no ano de 1999, os produtos e serviços foram adquiridos localmente, em Salvador e no próprio Estado da Bahia – equipamentos de lavanderia, serviços de limpeza, serviços de segurança, serviços financeiro-contábeis e serviços de promoção, propaganda e publicidade.

Os dados acima são indicativos de potenciais áreas de ocorrência de vazamentos da economia de Salvador e da Bahia, especialmente sobre o desempenho e resultados econômicos obtidos pelos hotéis de 4 e 5 estrelas ou de grande porte.

Observa-se que, o fato dos hotéis não terem informado compras diretas a fornecedores do exterior, não significa que uma parte delas não tenha sido adquirida em outros países, correspondendo a importações efetuadas pela sede ou matriz da cadeia hoteleira situada em estados das regiões Sudeste ou Sul do país e distribuídas internamente para as suas unidades em cidades/estados das demais regiões brasileiras.

É importante destacar-se, com referência ao item roupas de cama, mesa e banho, que hotéis de todos os sub-grupos, de categorias e tamanhos, supriram parte de suas necessidades comprando de empresas localizadas em outros estados, particularmente, em São Paulo e Santa Catarina. Apenas neste item se observou este fato, o que desperta a curiosidade sobre o porque de sua ocorrência – a indústria têxtil da Bahia não produz os tipos de peças que os hotéis necessitam, ou se produz, não tem escala suficiente ou não tem condições de atender aos padrões de qualidade requeridos? A vantagem combinada de quantidade, preço e qualidade compensa os custos de transação, incluindo o custo de transporte, atuando no sentido da decisão dos hotéis por adquirir este item fora da Bahia?

Isso pode sinalizar, a priori, que se deva investir para que a indústria têxtil da Bahia tenha mais competitividade e passe a fornecer localmente o que os hotéis de Salvador necessitam, porém, a relação custo – benefício envolvida deve ser bem avaliada antes de se decidir sobre a questão. Outros itens que indicaram tendência de vazamento da economia de Salvador, através de compras efetuadas em outros estados, em proporção significativa, principalmente pelos hotéis de 4 e 5 estrelas e de grande porte, foram: equipamentos e utensílios de cozinha; mobiliário; serviços de transporte; serviços de manutenção; e bebidas, alimentos e afins (Tabela 4.14, p. 430-433).

A (Tabela 4.15, p. 434), apresenta um resumo dos principais indicadores operacionais da hotelaria de Salvador em 1999, em valores correntes médios (R$) – por UH, por leito e por unidade de pessoal ocupado, referentes ao faturamento bruto, à receita operacional, ao custo operacional e ao gasto com fornecedores.

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