Tesis doctorales de Econom�a

 

TURISMO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO: UMA AN�LISE URBANO-REGIONAL BASEADA EM CLUSTER

Jorge Antonio Santos Silva

 

 

 

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1.2.4 Dispers�o regional, concentra��o intra-regional e descentraliza��o urbana

H. W. Richardson estudou em seu livro Regional growth theory (1973), a incid�ncia espacial do processo de crescimento e desenvolvimento econ�mico dos pa�ses desenvolvidos ap�s a Revolu��o Industrial, formulando algumas hip�teses sobre os padr�es espaciais subjacentes a este processo. Esses padr�es obedecem uma seq��ncia temporal correspondente aos diferenciados est�gios de desenvolvimento socioecon�mico, referindo-se a distintos n�veis espaciais de an�lise. De acordo com Godinho (2002), Richardson caracterizou esses est�gios da seguinte forma:

 numa primeira fase, o crescimento da economia nacional manifesta-se de forma muito polarizada, concentrando-se numa ou num n�mero reduzido de regi�es do pa�s � concentra��o inicial;

 subseq�entemente, o crescimento sustentado da economia nacional vai estar associado � difus�o da expans�o econ�mica dessa(s) regi�o(�es) central(is) para outras regi�es do pa�s, seja devido a fatores econ�micos (e.g. alargamento do mercado interno), seja devido a fatores pol�ticos (e.g. assegurar a coes�o nacional), contribuindo para uma maior integra��o espacial da economia nacional. No entanto, este processo de difus�o inter-regional do crescimento econ�mico nacional assume, no interior de cada regi�o, a forma de concentra��o espacial num n�mero restrito de centros urbanos, nos quais se observa uma crescente aglomera��o de popula��o e de actividades econ�micas � dispers�o concentrada;

 por �ltimo, e no interior das �reas metropolitanas ou de centros urbanos de grande dimens�o, o processo de crescimento tende a ser acompanhado por descentraliza��o de popula��o e de atividades econ�micas do centro para a periferia � concentra��o descentralizada, [grifo da autora]. (GODINHO, 2002, p. 202).

Numa s�ntese, para Richardson, �o processo de desenvolvimento econ�mico dos pa�ses desenvolvidos se caracteriza, ao n�vel da sua incid�ncia espacial, como um processo de �dispers�o concentrada descentralizada [...]� (GODINHO, 2002, p. 202).

A distribui��o espacial das atividades econ�micas e da popula��o reflete o impacto l�quido de duas for�as opostas: for�as de aglomera��o e for�as de dispers�o. Desse modo, a teoria espacial do crescimento regional ter� que explicar as tend�ncias que atuam no sentido da concentra��o e as que atuam no sentido da dispers�o espacial dos agentes econ�micos. As vari�veis relevantes para a teoria espacial do crescimento regional s�o as constantes de localiza��o, as economias de aglomera��o e as prefer�ncias de localiza��o.

Para Richardson, conforme Godinho (2002), o quadro espacial de partida para uma teoria do crescimento regional que considere o espa�o, resulta da considera��o da estrutura espacial pr�-existente ao processo de crescimento, que cristaliza as escolhas de localiza��o dos agentes econ�micos realizadas no passado, contendo, por isso, um conjunto de lugares com capacidade real ou potencial de atra��o de popula��o, de atividades industriais e de servi�os, ou seja, a distribui��o inter e intra-regional desses lugares � historicamente determinada.

As constantes de localiza��o abrangem o conjunto de lugares j� existentes, comportando tr�s categorias principais: cidades que existem h� muito tempo, cuja localiza��o foi definida em fun��o de fatores econ�micos, pol�ticos, religiosos ou fortuitos; lugares com significativa dota��o de recursos naturais im�veis; e lugares situados na conflu�ncia de vias de transporte ou com vantagens naturais em termos de acessibilidade.

As constantes de localiza��o, conforme Godinho, entre outras, t�m por fun��o: contribuir para explicar a incid�ncia espacial do processo de difus�o do crescimento econ�mico, seja aos n�veis inter e intra-regional (processo de dispers�o concentrada) seja ao n�vel intra-urbano (processo de concentra��o descentralizada). Sendo im�veis por defini��o, as constantes de localiza��o atuam como restri��o ao pr�prio processo de aglomera��o espacial de atividades econ�micas e de popula��o, condicionando portanto o processo de crescimento regional e a evolu��o da estrutura espacial das economias. (GODINHO, 2002, p. 204).

A localiza��o conjunta de agentes econ�micos � fonte de rendimentos crescentes, portanto, a concentra��o espacial constitui uma forma eficiente de se organizar e distribuir os recursos produtivos de uma economia. �As economias de aglomera��o s�o um conceito multidimensional que exprime as vantagens econ�micas liqu�das que induzem as atividades econ�micas e a popula��o a concentrar-se no espa�o [...]� (GODINHO, 2002, p. 204).

Se a concentra��o espacial proporciona aos agentes econ�micos o acesso a economias externas, conduz tamb�m � produ��o de deseconomias externas. Estas duas dimens�es, positiva e negativa, das economias de aglomera��o agrupam-se em termos l�quidos. Enquanto as economias de aglomera��o forem, em termos l�quidos, positivas, constituir�o a principal for�a para a concentra��o dos agentes econ�micos.

Continuando a an�lise, Godinho (2002), comenta que estando associadas �s vantagens propiciadas pela concentra��o espacial, a considera��o das economias de aglomera��o em um modelo de crescimento regional evidencia o papel dos rendimentos crescentes no processo de crescimento, particularmente dos derivados da concentra��o urbana.

As economias de aglomera��o, como j� anteriormente referenciado, podem ser distinguidas em duas categorias: economias de localiza��o e economias de urbaniza��o. As economias de localiza��o dizem respeito �s vantagens derivadas da localiza��o conjunta de empresas de um mesmo setor e de setores afins em uma mesma �rea geogr�fica; representam economias externas � empresa e internas � ind�stria localizada a que pertence. As economias de urbaniza��o, por sua vez, resultam da concentra��o espacial de diferentes atividades e de popula��o em aglomerados urbanos. Destaca-se assim, no modelo de Richardson, a import�ncia da dimens�o urbana no crescimento regional, acentuando-se, particularmente, o papel [...] das cidades de grande dimens�o, enquanto motores do crescimento, seja pelo seu poder de reten��o e atra��o de recursos produtivos m�veis, seja pela sua capacidade de criar um ambiente favor�vel � altera��o tecnol�gica, tanto pela via da inova��o e progresso t�cnico endogenamente gerado, como pela via da ado��o de inova��es tecnol�gicas produzidas noutro lado. (GODINHO, 2002, p. 205).

As economias de aglomera��o, no modelo formulado por Richardson, conforme Godinho, desempenham as seguintes fun��es:

 promovem a inova��o e o progresso t�cnico;

 aumentam a produtividade dos fatores de produ��o;

 influenciam as decis�es de localiza��o dos agentes econ�micos e o comportamento migrat�rio da for�a de trabalho;

 afetam a efici�ncia da estrutura espacial da economia regional;

 explicam a concentra��o de popula��o e atividades econ�micas em algumas regi�es da economia nacional e, no interior de cada regi�o, em alguns dos seus centros urbanos.

No entanto, como o alcance espacial das economias de aglomera��o varia, sua influ�ncia total � condicionada pela dist�ncia.

As prefer�ncias de localiza��o referem-se a fatores n�o econ�micos que influenciam as decis�es de escolha de localiza��o dos agentes econ�micos, contribuindo para explicar as taxas de crescimento da popula��o, da oferta de trabalho e do estoque de capital de uma determinada regi�o. Elas s�o importantes para se compreender o processo de crescimento no espa�o, principalmente porque: [...] explicam a limitada mobilidade dos fatores de produ��o, influenciam a distribui��o espacial dos agentes econ�micos e condicionam o seu processo de redistribui��o espacial, tanto ao n�vel inter-regional como intra-regional. [Contribuindo] ainda para explicar porque � que a estrutura espacial de uma economia s� muito lentamente reage a altera��es estruturais nas condi��es da oferta e da procura de bens e servi�os. (GODINHO, 2002, p. 206).

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