A cultura in vitro foi desenvolvida prioritariamente para as espécies de distribuição geográfica mais restrita: Daucus carota subsp. halophilus, Angelica pachycarpa, Distichoselinum tenuifolium e Seseli montanum subsp. peixotoanum. Foi também iniciada a micropropagação de Eryngium duriaei.
Os resultados apresentados resultam da otimização das diferentes técnicas de cultura in vitro e da aclimatização a condições de exterior do material vegetal micropropagado, no Jardim Botânico de Coimbra e, para alguns casos, em habitat natural.
Após 4 semanas de cultura no meio de germinação, 50% das sementes colhidas em habitat natural puderam germinar e os ápices caulinares foram usados como explante.
Os resultados da proliferação de rebentos caulinares pela multiplicação de meristemas indicam que a percentagem de proliferação atingiu 100% em todos os meios testados, a única exceção foi para o meio contendo 0,5 mg/L BA, que apresentou uma indução de cerca de 90% (Tabela 12).
Tabela 12: Efeito da concentração de BA sobre a proliferação de rebentos caulinares em segmentos foliares de D. carota subsp. halophilus, após 4 semanas de cultura.
BA (mg/L) |
Nº de explantes cultivados |
Indução (%) |
Nº de rebentos/explante |
Controlo |
51 |
100 a |
2,7 ± 0,03 d |
0,1 |
51 |
100 a |
3,3 ± 0,14 c |
0,2 |
51 |
100 a |
3,6 ± 0,04 b c |
0,5 |
70 |
90,1 ± 8,7 a |
3,5 ± 0,12 c |
1 |
75 |
100 a |
3,9 ± 0,08 b |
2 |
74 |
100 a |
4,4 ± 0,14 a |
Cada valor é a média com erro padrão de três réplicas. Os valores nas colunas seguidos pela mesma letra não são significativamente diferentes (Teste de Tukey, P < 0,05).
Os resultados também mostraram que o número de rebentos aumentou com a concentração de BA atingindo um máximo de 4,4 rebentos por explante para o meio contendo 2 mg/L (Tabela 12). No meio sem BA também ocorreu proliferação, mas com um menor número de rebentos caulinares (2,7 rebentos/explante).
Num segundo conjunto de experiências e após a remoção de todos os rebentos foliares, a base do explante (stump) foi inoculado novamente no mesmo meio de cultura para um novo ciclo de multiplicação de rebentos. Como o número de rebentos formados em meio MS foi muito menor que nos outros meios (2,7 rebentos/explante), este meio não foi testado na segunda fase de proliferação. Os dados desta experiência mostram que a indução variou entre 89-100% (Tabela 13), sem diferença estatística siginificativa nos valores médios encontrados (P <0,05). O número de rebentos também foi maior (7,9 rebentos/explante) nos meios com 2 mg/L BA (Tabela 13 e ), e o mais reduzido (3,8 rebentos/explante) na concentração mais baixa de BA.
Tabela 13: Proliferação de rebentos foliares em D. carota subsp. halophilus num segundo ciclo de cultura.
BA (mg/L) |
Nº de explantes cultivados |
Indução (%) |
Nº de rebentos/explante |
0,1 |
51 |
100 a |
3,8 ± 0,15 c |
0,2 |
51 |
96,1 ± 4,0 a |
4,6 ± 0,36 c |
0,5 |
70 |
100 a |
6,1 ± 0,39 b |
1 |
75 |
90,7 ± 5,3 a |
6,0 ± 0,16 b |
2 |
74 |
89,2 ± 7,0 a |
7,9 ± 0,4 |
Cada valor é a média com erro padrão de três réplicas. Valores nas colunas seguidos pela mesma letra não são significativamente diferentes (Teste de Tukey, P < 0,05).
Em todas as concentrações de BA utilizadas observou-se que o número de rebentos formados foi maior no segundo ciclo da cultura do que no primeiro (Tabelas 12 e 13). Embora o comprimento dos rebentos não tivesse sido registado, observou-se que o comprimento da parte aérea foi, em geral, maior para as concentrações maiores de BA.
Para além da proliferação de meristemas observou-se a indução de organogénese na zona de corte do explante, em particular na presença de 1 ou 2 mg/L BA, originando gemas adventícias, o que aumentou o número total de rebentos formados. Repetidas inoculações dos explantes demostraram que o potencial do explante para a organogénese foi mantido durante, pelo menos, 8 meses (dados não apresentados), sem perda da capacidade de proliferação de novos rebentos caulinares.
Foi também observada a floração em alguns rebentos. Este tipo de resposta encontra-se descrito em detalhe na secção 3.2.1.6.
Estudos histológicos realizados em pedicelos das flores produzidos in vitro mostraram uma estrutura anatómica semelhante às mesmas estruturas em plantas silvestres, incluindo a presença de cavidades secretoras características da família Apiaceae.
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