Os recursos fitogenéticos constituem um conjunto de informação genética que deve ser preservado não só pelo significado da informação genómica, mas também porque podem contribuir para solucionar problemas ambientais e para a melhoria das estratégias globais, nomeadamente na agricultura, energia, indústria e saúde pública (Maxted et al., 2006). Deste modo, é importante conservar a diversidade genética intra e interespecífica, para salvaguardar toda a riqueza do genoma de uma espécie.
Na verdade, o valor económico do objeto a preservar é um fator importante para a sua conservação, que será tanto mais efetiva, quanto mais forem persuadidas as entidades políticas e de decisão governamental - é mais fácil convencer a conservar o que tem aplicação, o que é utilizável (Kareiva e Marvier, 2007), pelo que é fundamental a implementação de mais esforços e estratégias nesse sentido. Em conformidade, está na ordem do dia a designada “ciência dos serviços dos ecossistemas”, que defende um retorno (de serviços) pelos investimentos realizados na defesa do património natural. A comunidade científica precisa de disponibilizar o conhecimento e as ferramentas necessárias para prever e quantificar esse retorno, que tem de ser integrado na tomada de decisões por indivíduos, empresas e governos de uma forma explícita e sistemática. Sem esse progresso político, social e económico, o valor da natureza será considerado pouco mais do que uma ideia interessante (Daily et al., 2009).
Entretanto, a maioria das espécies, em particular as que não são utilizadas para produção de alimentos ou na indústria, estão mal caracterizadas nos aspetos genéticos e moleculares, o que é uma limitação para o desenvolvimento de estratégias úteis de conservação de plantas e para a determinação das relações genéticas entre indivíduos e populações.
No âmbito da conservação de plantas silvestres, a utilização direta de germoplasma inclui ações como a reintrodução ou reforço de populações em habitats existentes, onde as mesmas tenham sofrido decréscimos acentuados, por fatores antropogénicos relacionados com florestações, intensificação agrícola, abandono rural, urbanização e turismo (Domingos et al., 2009).
Hoje, as espécies ameaçadas, as endémicas e as de valor económico confirmado são consideradas prioritárias para a conservação da biodiversidade, proporcionando simultaneamente a sua utilização sustentável para o bem-estar da Humanidade. Um exemplo de sucesso de conservação e de utilização sustentada em Portugal é a cultura do sobreiro (Quercus suber L.) (CIB, 2010), espécie confinada à zona mediterrânica ocidental, Itália, Sul de França, Península Ibérica, Marrocos e Argélia.
Os métodos para assegurar a conservação de plantas são diversos e cada um deles tem as suas próprias vantagens e limitações. A Biotecnologia revela-se muito vantajosa na pesquisa fundamental, na conservação e na produção comercial e industrial de excelência. A Biotecnologia Vegetal refere-se à manipulação das plantas para obtenção de novas características ou à sua utilização para a obtenção de produtos ou a realização de determinadas funções, como sejam: a propagação clonal em massa de valiosos genótipos, a preservação de germoplasma, ou a biotransformação e produção in vitro de metabolitos secundários de importância medicinal (Bajaj, 1994; Ekiert, 2000; Alcaraz-Melendez et al., 2004; Echenique et al., 2004; Agharwal et al., 2005; Ahuja et al., 2005; Pellegrineschi, 2005; Maxted et al., 2006; Canhoto, 2010). São metodologias vantajosas em programas de utilização sustentável, proporcionando não só a conservação in vitro e ex situ, mastambém in situ, pela reintrodução das espécies em habitats naturais (Baccheta et al.,2008).
Para a conservação in situ e reserva de genes de espécies CWRs é necessário criar equipas e redes de trabalho em áreas protegidas europeias, que reflitam uma grande diversidade ecogeográfica de forma a englobar o maior número possível de plantas. Perante a conjuntura atual de interdependência global das nações é urgente uma abordagem coordenada para a conservação europeia de espécies CWR, nomeadamente, pelo crescente problema da insegurança alimentar, que poderá agravar-se no futuro, em resultado das alterações climáticas e de outras ameaças (Draper et al., 2004; Canhoto, 2010; Bilz et al., 2011).
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1647 - Investigaciones socioambientales, educativas y humanísticas para el medio rural Por: Miguel Ángel Sámano Rentería y Ramón Rivera Espinosa. (Coordinadores) Este libro es producto del trabajo desarrollado por un grupo interdisciplinario de investigadores integrantes del Instituto de Investigaciones Socioambientales, Educativas y Humanísticas para el Medio Rural (IISEHMER). Libro gratis |
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