Paulo Ricardo Machado Weissbach
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O desenvolvimento tur�stico de uma regi�o rural faz-se, por conseguinte, a partir da utiliza��o, com fins tur�sticos, dos recursos naturais e culturais locais; em outros termos, o turismo rural ap�ia-se sobre o espa�o; implica uma participa��o ativa das popula��es locais no acolhimento dos turistas, concretiza-se por seus produtos (THIBAL, 1997, p. 25, tradu��o nossa).
� comum pensar que o turismo esteja voltado, exclusivamente, para a popula��o de fora da �rea onde se encontra a atra��o. O turismo interno � uma fonte geradora de riqueza tal qual o turismo externo. Conforme pesquisa realizada pelo Minist�rio do Turismo, de cada 10 brasileiros, em m�dia, pelo menos 4 realizam viagens dom�sticas e o porcentual da popula��o que viaja dentro do pa�s aumentou em 5,8% no per�odo de 2002 a 2006 (MTUR/ANU�RIO..., 2006, p. 9).
Quando incentivado e bem coordenado, o turismo provoca crescimento econ�mico, proporcionando recursos financeiros para a �rea onde se realiza, manifestados na gera��o de empregos, diversifica��o do com�rcio e valoriza��o da cultura local. Desta forma, um aspecto de se pensar o turismo diz respeito ao enfoque do desenvolvimento end�geno. Sobre a quest�o do desenvolvimento end�geno argumentam Almeida e Bl�s (1997, p. 37):
[...] o desenvolvimento end�geno � localmente definido enquanto o ex�geno � determinado externamente e transplantado para certos lugares. Na perspectiva do processo end�geno, os benef�cios s�o mantidos no �mbito das economias locais, enquanto no caso do desenvolvimento ex�geno os benef�cios tendem a ser exportados para fora da regi�o. Por �ltimo, a modalidade end�gena respeita os valores locais, que em geral n�o s�o levados em considera��o na maioria dos projetos.
O turismo, como forma de desenvolvimento end�geno, � positivo, sobretudo para locais com uma din�mica prec�ria e dependente de poucas atividades, como ocorre na regi�o estudada, local agropecu�rio e onde existem potenciais tur�sticos a serem explorados.
O conceito de desenvolvimento end�geno, sob a �tica tur�stica, � comentado por Beni (2006, p. 36):
O desenvolvimento end�geno visa atender �s necessidades e demandas da popula��o local por meio da participa��o ativa da comunidade envolvida. Mais do que obter ganhos em rela��o � posi��o do sistema produtivo local na divis�o nacional ou internacional do trabalho, o objetivo � buscar o bem-estar econ�mico, social e cultural da comunidade local, o que leva a diferentes caminhos de desenvolvimento, conforme as caracter�sticas e capacidade de cada economia e sociedade locais.
Sob outro prisma, h� de se verificar a endogeniza��o dentro de um processo de desenvolvimento regional. Dallabrida (2000, p. 87) diz que ele deve �[...] constituir o conjunto de interesses e aspira��es da coletividade regional [...]�, pois existem diferen�as e contradi��es de expectativas. Para tanto, o �mbito regional deve ser �[...] capaz de interligar-se a outros pontos o espa�o por meio de uma a��o empreendedora de atores locais.� Como resultado, a endogeniza��o implica uma forte consci�ncia de territorialidade, que leve ao controle do territ�rio pelos atores locais, a potencializa��o dos recursos � �[...] � � preserva��o da cultura regional, constituindo o �mbito regional num espa�o aut�nomo capaz de pensar a si mesmo, o que resultaria num projeto pr�prio de desenvolvimento.� (DALLABRIDA, 2000, p. 87).
Brose (2001, p. 13) enfatiza que muitas iniciativas de car�ter regional diferem das iniciativas de cunho local, embora guardem rela��o entre ambas. Mesmo as iniciativas locais apresentam reflexo na regi�o e as iniciativas regionais t�m repercuss�o nos locais, como n�o poderia deixar de ser. Segundo o autor citado, o desenvolvimento local � voltado para o fomento de empreendimentos locais e da melhoria da qualidade de vida no munic�pio. Em contrapartida, as iniciativas de desenvolvimento regional s�o amplas e dizem respeito � verifica��o da �[...] infra-estrutura da regi�o, seus gargalos, os principais eixos estruturantes da regi�o, a competitividade sist�mica em rela��o a outras regi�es e meios para fortalec�-la, a an�lise de recursos naturais e formas para utiliz�-los [...]�. (BROSE, 2001, p. 13).
A atividade tur�stica pode ser vista como uma possibilidade de desenvolvimento regional, trazendo novas oportunidades de crescimento econ�mico e social, segundo uma perspectiva de gest�o e iniciativa local. Solla (2002, p. 127) garante que o turismo no espa�o rural desperta o interesse n�o somente pelas suas implica��es econ�micas, mas pelas suas repercuss�es sociais e ambientais. Segue o autor:
A crise do mundo rural, associada �s necessidades de fuga peri�dica dos ritmos urbanos, estabelece um apoio m�tuo entre esses dois espa�os � o que pode ser muito ben�fico para ambos. Deve-se, entretanto, exigir responsabilidade, a fim de que a efetividade desse modelo seja dur�vel, respeitoso com as culturas e a natureza, e com a democracia; em outras palavras, seja participada por todos os grupos que conformam a sociedade.
O turismo no espa�o rural pode ser decisivo no desenvolvimento local, por�m n�o pode ser tomado exclusivamente. O seu desenvolvimento deve ser conjugado com outras atividades que resultem no aproveitamento das potencialidades e na diversidade local.
Al�m disso, torna-se importante que o turismo regional seja considerado dentro de modelos de arranjos produtivos locais (APLs) ,com a finalidade de garantir melhores resultados. Neste aspecto destaca-se o conv�nio da Secretaria Estadual do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais (Sedai), do governo do Estado, com a Universidade de Cruz Alta, com a finalidade de proporcionar a constitui��o de redes de coopera��o. Se redes de coopera��o no setor comercial j� foram efetivadas, nenhuma rede que vise o turismo foi estabelecida na Rota das Terras.
Outro aspecto a considerar � que o ambiente rural se apresenta como um fator marcante na vida da popula��o da �rea estudada. N�o somente pelo aspecto financeiro, o espa�o rural faz parte da vida das pessoas. Muitas ainda vivem nele ou t�m parentes ou conhecidos que vivem nele. O aspecto de muitas cidades ainda guarda rela��o com o rural, seja pelos meios de transportes utilizados (carro�a e cavalo), seja pelos h�bitos simples das pessoas, ou ainda, pelo uso de t�cnicas de �pocas passadas.
Alguns ganhos financeiros de moradores das cidades prov�m do espa�o rural, sendo que os investimentos nas cidades s�o feitos com base neste ganho. As liga��es do cidad�o urbano com o espa�o rural ainda s�o muito fortes, sendo que muitos reservam algum tempo de seu lazer para ser desfrutado no ambiente rural, invariavelmente, junto aos familiares. Assim, o espa�o rural se apresenta como uma inst�ncia muito pr�xima do imagin�rio das pessoas da �rea. Conforme Verbole (2002, p. 119):
Com o desenvolvimento do turismo, as �reas rurais constituem um recurso e, ao mesmo tempo, s�o benefici�rios desse desenvolvimento. Hoje, o meio ambiente rural e as comunidades locais est�o sendo usadas n�o s� para satisfazer as necessidades alimentares da popula��o, mas tamb�m as demandas por turismo [...].
O turismo pode representar a valoriza��o da cultura rural na Rota das Terras, mas, por outro lado, os avan�os t�cnicos/cient�ficos t�m provocado uma mudan�a nos padr�es paisag�sticos do espa�o rural local. Novas formas de reprodu��o social t�m implicado uma mudan�a do aspecto vis�vel do espa�o rural. Constru��es, maquin�rios, costumes, apresentam caracter�sticas diversas daquelas que, originalmente, eram associadas ao �fazer� rural. As novas tecnologias, de certa forma, excluem o aspecto id�lico do espa�o rural. Piran (2001, p. 176-177), falando sobre a regi�o do Alto Uruguai, que, em certa medida, guarda semelhan�a com a �rea estudada no tocante ao aspecto vis�vel do espa�o rural, coloca que:
As edifica��es de madeira (hoje escassa) s�o substitu�das gradativamente pelas de alvenaria. O autom�vel come�a a substituir a carro�a, o cavalo... O pequeno comerciante vai definhando e sendo submetido �s agroind�strias em crescimento, aos grandes supermercados e atacadistas... Os agricultores perdem mais um pouco de sua relativa autonomia... A ind�stria dom�stica, as ferrarias, os moinhos coloniais diminuem drasticamente.
Se, por um lado, as inova��es tecnol�gicas representam um avan�o em termos de produ��o e de melhoria de vida, por outro, significam a perda da identidade do rural como um atrativo tur�stico. Entretanto, o surgimento de inova��es tecnol�gicas possibilita que sejam criados locais no espa�o rural onde se exponham materiais considerados obsoletos. Esses locais podem se tornar museus rurais, onde poder�o ser expostos objetos ou a produ��o de g�neros nos moldes da agricultura tradicional (arado de bois, plantadeira manual, debulhadores mec�nicos). Com rela��o �s novas tecnologias no espa�o rural, Piran (2001, p. 95) afirma:
Com a introdu��o de novas tecnologias, o capitalismo reduz o tempo socialmente necess�rio � produ��o de mercadorias, aumentando cada vez mais a produtividade do trabalho. As velhas tecnologias s�o consideradas obsoletas, sendo jogadas fora juntamente com os �velhos trabalhadores�. Viabiliza-se, desta forma, um novo ciclo de acumula��o cada vez mais centralizador e concentrador, profundamente seletivo e excludente, portanto.
Paradoxalmente, s�o estas �velhas tecnologias� e estes �velhos trabalhadores� que se constituem no atrativo tur�stico do espa�o rural. Embora o turismo possibilite uma inser��o do turista em um ambiente agr�cola produtivo, com a utiliza��o de tecnologias contempor�neas, as formas de produ��o arcaicas s�o mais chamativas por representarem o diferencial e o ex�tico (elemento fundamental na atividade tur�stica).
No Ap�ndice 1 (p.208) s�o listados os atrativos tur�sticos dos munic�pios que comp�em a Rota das Terras, conforme levantamento feito junto aos �rg�os de turismo municipais e s�tios dispon�veis na rede internacional de computadores.
O maior detalhamento desses atrativos ou de eventos tur�sticos em determinados munic�pios, revela a preocupa��o do poder p�blico em fazer um invent�rio tur�stico. � o caso de Tapera. N�o houve dificuldade em se obter dados sobre os eventos e atrativos tendo em vista o bom acervo de informa��es, assim como a disponibilidade dos mesmos. O mesmo n�o ocorre em outros munic�pios da Rota das Terras. Al�m de Tapera, os demais munic�pios n�o est�o organizados para esclarecer dados fundamentais, como os atrativos e eventos, mesmo Cruz Alta, que tem uma secretaria do turismo.
O munic�pio de Ernestina lan�ou, em 15 de abril de 2005, um roteiro com atrativos rurais, denominado �Caminhos do lazer e da hospitalidade�. Esse roteiro, ainda incipiente em termos de demanda, tem o apoio do poder p�blico na divulga��o e na coordena��o das visitas. Trata-se de um roteiro que apresenta: campings, propriedades rurais, pousada, atrativos que v�o desde o lazer, jogos, banho, at� o passeio a cavalo, de carro�a e charrete, caf� colonial, trilha e gastronomia t�pica, entre outros.
Na atualidade, o munic�pio de Tapera � o que apresenta uma melhor estrutura��o tur�stica. A��es de pol�ticas p�blicas voltadas para a atividade possibilitaram que o turismo se consolidasse, culminando com um arranjo que destaca o munic�pio entre os demais consorciados da Rota das Terras. Um dos diferenciais de Tapera � a organiza��o pormenorizada e a divulga��o de um calend�rio de eventos (Anexo B � p. 258), que � atualizado anualmente. Outro diferencial � a formata��o de um roteiro tur�stico, a Rota Della Cuccagna (rota da fartura), sua divulga��o e comercializa��o por parte dos empreendedores. Em dias atuais, a Rota Della Cuccagna se apresenta como o �nico roteiro organizado e comercializado na Rota das Terras (Anexo C � p. 263). A partir de novembro de 2005, a Rota Della Cuccagna foi selecionada pelo Minist�rio do Turismo como um destino tur�stico do Rio Grande do Sul, ou seja, inclu�do como uma rota tur�stica nacional. H� inten��o dos outros munic�pios integrantes da Rota das Terras de se incorporarem a esse roteiro e a outros existentes no Estado, por isso, t�cnicos e coordenadores de turismo da Rota Miss�es, Salto do Yucum�, Rota do Rio Uruguai e Hidrominerais t�m visitado a regi�o da Rota das Terras para avaliar a possibilidade de roteiros integrados. Disto resultou que, em meados de abril de 2005, integrantes do poder p�blico e investidores participassem de um curso de capacita��o tur�stica na cidade de Santa Rosa-RS, integrante da Rota das Miss�es. Conforme a coordenadora do turismo do munic�pio, a Rota Della Cuccagna pretende ser considerada pelo Minist�rio do Turismo como um destino tur�stico internacional, visto que o fluxo de turistas come�a a crescer, sobretudo, ap�s mat�ria jornal�stica em um caderno tur�stico do maior jornal do Estado. Em dias atuais, o Programa de Regionaliza��o do Turismo Roteiros do Brasil, n�o considera nenhum roteiro tur�stico da Rota das Terras como apto a obter padr�o de qualidade internacional (MTUR/PROGRAMA DE REGIONALIZA��O..., 2006).
A Rota Della Cuccagna, roteiro formatado em Tapera, est� organizada segundo um princ�pio de complementaridade, ou seja, n�o existem atrativos que competem entre si. Ao contr�rio, os atrativos s�o diferenciados e oferta bebidas, comidas t�picas, visita��o a espa�os naturais, produ��o agropecu�ria e museu tem�tico. A Rota Della Cuccagna somente foi efetivada ap�s a iniciativa do poder p�blico municipal, a partir do ano 2000, que empreendeu a��es sistem�ticas de coopta��o dos investidores e de sensibiliza��o da comunidade local.
Ademais, os fatores fundamentais que caracterizam a formata��o de um roteiro (estabelecimento de pre�o e organiza��o de uma seq��ncia de visita��o), est�o presentes na Rota Della Cuccagna. Isto repercute em uma visita��o mais freq�ente ao munic�pio, que pode ser observada atrav�s de pesquisa realizada pelo autor em junho de 2007 com os sete empreendedores da Rota Della Cuccagna, quais sejam: Casa do vinho Rizzi, Propriedade Crestani, Sitio Vieira, Cabanha Mangueir�o, Centro de Lazer Gota D��gua e Tratoria Bella It�lia. (Ap�ndice 2 - p.222):
Quest�o 1. H� registro do n�mero de turistas que visitam o empreendimento?
Quest�o 2. Em sua opini�o o n�mero de turistas, desde a cria��o do roteiro tem;
Quest�o 3. O aumento, a diminui��o ou a perman�ncia da visita��o pode ser atribu�do a qual fator (admite-se resposta m�ltipla):
(A) interesse do empreendedor
(B) volume de recursos investidos
(C) apoio do poder p�blico
(D) divulga��o do roteiro
(E) Outro
Quest�o 4. De onde prov�m os recursos financeiros para o investimento? (admite-se resposta m�ltipla)
(A) Venda de produ��o agropecu�ria
(B) Capital resultante de aplica��o financeira (poupan�a, CDB, Bolsa de valores)
(C) Obtido junto � institui��o de cr�dito
(D) Resultante de verbas p�blicas
(E) Outro
Quest�o 5. Como o Sr julga a atua��o do poder p�blico no apoio � atividade tur�stica no munic�pio?
(A) Excelente
(B) Muito Boa
(C) Boa
(D) Regular
(E) P�ssima
Da observa��o dos gr�ficos verifica-se que os empreendedores, embora n�o contabilizem oficialmente, percebem um aumento do n�mero de visitantes, os empreendedores utilizam de recursos pr�prios para financiar seus estabelecimentos e reconhecem no poder p�blico uma atua��o muito boa de apoio � atividade tur�stica no munic�pio. Um aspecto que favorece o desenvolvimento tur�stico diferenciado de Tapera � a exist�ncia de um departamento de turismo. Excetuando Cruz Alta que possui uma secretaria de turismo, Tapera se distingue dos demais munic�pios por empreender em a��es tur�sticas efetivas, coordenadas e planejadas pelo departamento. Nos demais munic�pios a atividade tur�stica est� agregada a outros setores.
Um outro diferencial de Tapera em rela��o aos demais munic�pios da Rota das Terras � que o respons�vel pelo setor tur�stico, embora exer�a um cargo de confian�a e seja suscet�vel de substitui��o a cada quatro anos, tem mantido o seu cargo desde 1999, independente das agremia��es pol�ticas que ocupam o executivo municipal. Esta continuidade tem permitido um trabalho em m�dio prazo e inclui medidas como a formata��o da Rota Della Cuccagna, a sensibiliza��o da comunidade local para o turismo e a participa��o em eventos estaduais e nacionais ligados � atividade tur�stica. A mais recente iniciativa do munic�pio diz respeito � contrata��o de uma paisagista, em parceria com a Associa��o Riograndense de Empreendimentos de Assist�ncia T�cnica e Extens�o Rural (EMATER), para apresentar projetos de melhoria do aspecto de lugares p�blicos do munic�pio.
Embora o munic�pio de Tapera n�o possua em seus documentos legais nenhuma refer�ncia ao turismo, n�o havendo sequer uma legisla��o espec�fica para a atividade, existe uma a��o efetivamente tur�stica, isto �, o poder p�blico empenha-se em desenvolver turisticamente o munic�pio. Pode-se dizer que, embora n�o formalizada em documentos legais, h� uma pol�tica p�blica de turismo em Tapera, tanto na inten��o quanto na a��o do poder p�blico municipal. No ap�ndice 3 (p.223), onde consta a entrevista com a diretora de turismo de Tapera, pode ser verificado o empenho deste �rg�o no sentido de planejar e executar atividades ligadas ao turismo, com o apoio do poder p�blico em geral. A escolha de Tapera para realizar esta entrevista, deveu-se � constata��o, emp�rica, de que o munic�pio apresenta um desenvolvimento tur�stico mais efetivo que os demais da Rota das Terras, o que supunha, em tese, a exist�ncia de pol�ticas p�blicas que favoreciam esse desenvolvimento.
S�o constatados, analisando a entrevista realizada com a diretora de turismo de Tapera em 25 de outubro de 2006 pelo autor, os seguintes fatos:
- As a��es efetivas em prol de um desenvolvimento tur�stico no munic�pio ocorrem a partir da cria��o de um �rg�o espec�fico para tratar da atividade (a diretoria de turismo);
- Projetos como o PRODES (Projeto de Desenvolvimento Econ�mico E Social) e o PRESTO (Programa Regional de Servi�o Tur�stico Organizado), serviram de marco para o in�cio do planejamento da atividade tur�stica com o levantamento das possibilidades e necessidades da comunidade local;
- A formata��o da Rota Della Cuccagna, como parte de um planejamento tur�stico, foi fundamental no desenvolvimento da atividade;
- Os empreendedores da Rota Della Cuccagna tiveram seus investimentos resgatados em menos de cinco anos, o que ajudou a dar confian�a � atividade;
- A��es j� est�o sendo empreendidas no sentido de integrar a Rota Della Cuccagna a outros roteiros;
- A comunidade local v� o turismo como um fator de desenvolvimento;
- O turismo � um fator de valoriza��o e preserva��o da cultura local;
- O envolvimento do poder p�blico, dos empreendedores e da comunidade foi um fator relevante na consolida��o da atividade no munic�pio;
- As a��es do poder p�blico, tais como organiza��o de calend�rios e eventos, reuni�es, conscientiza��o da popula��o e de p�blicos espec�ficos (motoristas de t�xi, estudantes, etc), organiza��o e orienta��o de empreendedores, obras p�blicas de melhoria do aspecto paisag�stico, servem de esteio para o entendimento do turismo como uma atividade fact�vel;
- Participa��o ativa do departamento de turismo na organiza��o da visita��o aos atrativos;
- O Departamento de Turismo de Tapera planeja, coordena e gerencia todas as atividades tur�sticas do munic�pio e busca integra��o aos demais �rg�os tur�sticos estaduais e federais, al�m de estabelecer parcerias com entidades p�blicas e privadas;
- O poder p�blico d� �nfase � atividade no munic�pio, tanto no que diz respeito � dota��o or�ament�ria, quanto � atualiza��o do profissional que trabalha na diretoria;
- H� um aumento dos recursos or�ament�rios para o turismo, ano a ano (R$ 45.000,00 em 2005 e R$ 151.000,00 em 2006);
- Existe uma preocupa��o em integrar as a��es das demais secretarias municipais � atividade tur�stica;
- A avalia��o das a��es � feita mediante a apresenta��o de relat�rios para a secretaria da fazenda, c�mara de vereadores e, semestralmente, para a comunidade;
- S�o tidas como pol�ticas p�blicas de turismo do munic�pio de Tapera todo o trabalho resultante das a��es em favor do desenvolvimento tur�stico, tais como a organiza��o dos empreendedores, a conscientiza��o da popula��o, a divulga��o da atividade, a sinaliza��o tur�stica, etc;
- Excetuando-se a lei de cria��o do Departamento de Turismo, n�o existem documentos que formalizem a pol�tica de turismo do munic�pio, no entanto, as a��es empreendidas pelo poder p�blico confirmam a exist�ncia de uma pol�tica p�blica n�o-formal;
- H� uma a��o intencional do poder p�blico junto � comunidade no sentido de coordenar e apontar metas para o turismo. Estas a��es est�o voltadas para resolver assuntos p�blicos e resultam de objetivos tra�ados em fun��o das necessidades e possibilidades locais, com a participa��o de todos os segmentos da sociedade envolvidos na atividade.
Mais uma evid�ncia da exist�ncia de uma pol�tica p�blica para o turismo em Tapera, diz respeito ao relato de experi�ncia elaborado pela Prefeitura municipal e a EMATER, cujas bases, segundo a diretora de turismo, servir�o para a elabora��o de projetos tur�sticos. Considerando que nenhum outro munic�pio componente do cons�rcio teve iniciativa semelhante, assegura-se o diferencial positivo em prol de Tapera. (Anexo D � p. 265).
Na atualidade, a Secretaria Estadual de Turismo em seu endere�o eletr�nico (www.turismo.rs.gov.br), faz a divulga��o dos atrativos tur�sticos dos munic�pios do Estado. Nele, os dados concernentes � Rota das Terras est�o desatualizados ou incompletos. Neste endere�o eletr�nico, o �rg�o p�blico anuncia um Programa Especial de Turismo Rural. Este programa consta de op��es de lazer e entretenimento com participa��o dos turistas e que agregam venda de produtos coloniais e de artesanato. Lagoa dos Tr�s Cantos, Quinze de Novembro e Tapera, s�o inclu�dos, pela Setur, como destinos tur�sticos nesta modalidade.
Embora Tapera apresente um planejamento tur�stico diferenciado na Rota das Terras, muitos s�o os �bices apontados pelos agentes tur�sticos municipais, como a desconfian�a inicial dos empreendedores, a demanda tur�stica que n�o correspondia aos investimentos e a escassez de recursos espec�ficos para a atividade. Verifica-se a mudan�a deste quadro, na medida em que os empreendedores v�em o fluxo de turistas aumentar.
O munic�pio de Espumoso, atrav�s da Secretaria de Educa��o, Desporto e Turismo, elaborou um pormenorizado calend�rio de eventos, que vem sendo distribu�do para as pessoas em geral. A iniciativa deste munic�pio, no entanto, tem a participa��o de uma acad�mica do curso de Turismo da Unicruz, que trabalha de forma volunt�ria no �rg�o p�blico. A elabora��o e a divulga��o de um calend�rio de eventos tamb�m foi uma iniciativa de Jacuizinho. Em Tapera este trabalho � uma rotina que tem contribu�do para a melhoria da divulga��o e do fluxo tur�stico.
Uma a��o diferenciada, em rela��o ao turismo no espa�o rural, foi tomada pelo munic�pio de Quinze de Novembro ao criar tendas rurais, onde os produtores rurais vendem seus produtos junto �s rodovias, no entanto os investimentos em turismo ainda n�o alcan�am em grandeza o munic�pio de Tapera. Este munic�pio destinou verbas or�ament�rias na ordem de R$ 151.000,00 para o turismo em 2007, na raz�o de R$ 13,68 por habitante. Comparativamente, Alto Alegre, Cruz Alta, Ernestina e Quinze de Novembro destinaram, respectivamente, R$ 2.000,00, R$ 642.500,00, R$ 15.600,00 e R$ 32.700,00 para a atividade. Isto representa R$ 0,94, R$ 9,30, R$ 5,00 e R$ 8,89 por habitante (CNM, 2006).
Por ocasi�o da realiza��o do Sal�o Brasileiro de Turismo e do Sal�o Ga�cho de Turismo, nos meses de junho e agosto de 2006, respectivamente, o escrit�rio da Rota das Terras, com a colabora��o dos munic�pios, organizou tr�s roteiros tur�sticos para a divulga��o nos eventos. Na organiza��o desses roteiros, segundo a secret�ria executiva da Rota das Terras, o munic�pio de Tapera destacou-se com a oferta de muitos atrativos estruturados, tendo em vista a exist�ncia da Rota Della Cuccagna.
Como as provid�ncias para a formata��o desses roteiros come�aram em abril do mesmo ano, percebe-se o car�ter emergencial e de improviso que este ato tomou, visto que muitos investidores inclu�dos nos roteiros n�o tinham sido consultados se possu�am condi��es para participar. Apesar disto, a iniciativa apresentou validade, visto que os tr�s roteiros constaram de um documento em que o Minist�rio do Turismo apresenta 396 roteiros tur�sticos, incluindo-os no Programa de Regionaliza��o do Turismo. A partir disto, foi promovida uma capacita��o dos agentes receptivos (propriet�rios, funcion�rios e poder p�blico), no m�s de maio, em Santa Maria-RS, sob os ausp�cios da Embratur.
Verifica-se, desta maneira, que muitos dos passos para o planejamento adequado s�o abortados ou t�m a sua seq��ncia alterada, pois, neste caso, seria necess�rio, em primeiro lugar, fazer um levantamento dos pontos a serem visitados e verificar se esses locais teriam interesse e condi��o de serem inclu�dos em um roteiro tur�stico, al�m de outras provid�ncias cab�veis dentro de um planejamento tur�stico. � assim que, na elabora��o desses roteiros, foram aproveitados em maior n�mero os atrativos de Tapera, em vista de a atividade tur�stica ser planejada de melhor forma no munic�pio. Os tr�s roteiros formatados se encontram no Anexo E (p.276), sendo um deles, em conjunto com um roteiro nacional consagrado, o das Miss�es.
Essencialmente, as orienta��es das a��es tur�sticas na Rota das Terras partem das delibera��es das reuni�es feitas pelos representantes dos munic�pios que constituem o Cons�rcio. Essas delibera��es s�o debatidas e aprovadas nesses f�runs. No entanto, as reuni�es da Rota das Terras se apresentam pouco objetivas por n�o trazerem uma pauta previamente estabelecida, ou quando trazem, carecem de uma participa��o efetiva dos agentes municipais. A participa��o rarefeita atribui-se ao fato das reuni�es acontecerem mensalmente. Isto impede que as metas selecionadas em uma reuni�o sejam cumpridas em tempo de serem apresentadas na reuni�o seguinte, o que, em certa medida, frustra os �rg�os municipais. Desta forma, discute-se como desenvolver o turismo no roteiro, promovendo a regi�o como um destino tur�stico, mas sem ir ao encontro dos pontos fundamentais de um planejamento tur�stico. Al�m disso, as reuni�es s�o feitas a cada m�s em um munic�pio diferente, o que, de certo modo, dificulta a cria��o de uma cultura de rotina desses encontros.
Conforme a secret�ria executiva da Rota das Terras (de acordo com entrevista constante do ap�ndice 4 � p. 234), o interesse dos munic�pios consorciados pelo turismo tem aumentado nos dois �ltimos anos, fato que � evidenciado pela participa��o nas reuni�es e demais atividades promovidas pelo escrit�rio. No entanto, a despeito desse aumento, v�-se que, em algumas reuni�es, a participa��o ainda � pequena. Na tabela a seguir, verifica-se a participa��o dos munic�pios em dez reuni�es no ano de 2006 (mar�o a dezembro).
A participa��o mais efetiva � a do munic�pio de Tapera, sendo que Cruz Alta e Quinze de Novembro tamb�m se destacam. No entanto, o �nico munic�pio a se fazer presente em todas as reuni�es foi Tapera.
Independente dessas reuni�es, o presidente da Rota das Terras, no per�odo de 2005 at� abril de 2006, criou um F�rum Permanente de Turismo, que se prop�e a congregar v�rias entidades com o fim prec�puo do desenvolvimento tur�stico na regi�o do CONDAJ (Conselho Regional de Desenvolvimento Alto Jacu�). Para este f�rum, com reuni�es mensais e em datas distintas das datas da reuni�o da Rota das Terras, foram convidadas entidades, tais como: a Universidade de Cruz Alta (cursos de Administra��o, Economia e Turismo), sindicatos rurais da regi�o, Conselhos de Desenvolvimento do Alto do Jacu� e do Alto da Serra do Botucara�, Rota das Terras, prefeituras municipais, investidores, ag�ncias de desenvolvimento local, �rg�os de comunica��o social, associa��es de munic�pios, cooperativas de cr�dito rural e outros organismos.
Verificou-se, desde o princ�pio dessa iniciativa, uma participa��o pouco efetiva, seja pela divulga��o falha (algumas entidades deixavam de ser convidadas, outras o eram de �ltima hora), seja pelo local de realiza��o das reuni�es (cada uma, era realizada em um munic�pio diferente, dificultando o acesso ou inibindo a cria��o de uma rotina), seja pela sele��o dos participantes (deixavam de ser convidados empres�rios locais, membros da imprensa e convidavam-se outros que pouco acrescentariam para a discuss�o), repetindo erros das reuni�es da Rota. Mais uma vez pode-se constatar a participa��o efetiva da diretora de turismo de Tapera que comparecia em todas as reuni�es.
Em uma reuni�o do F�rum Permanente de Turismo, em 11 de agosto de 2005, foi apresentada uma proposta para o planejamento tur�stico na Rota das Terras, a qual consta do Ap�ndice 5 (p.237). Naquela ocasi�o, a proposta n�o foi levada em considera��o, porque j� havia uma outra metodologia adotada que consistia na reuni�o dos participantes em tr�s grupos: Poder p�blico, investidores e comunidade em geral. Esses grupos deveriam tra�ar a��es/estrat�gias para o �Desenvolvimento de a��es pol�ticas para o turismo�; �Estrutura��o de um plano de marketing para o turismo� e �Cria��o de estrat�gias integradas para o turismo�. Com exce��o do primeiro grupo, os demais n�o lograram sucesso, tendo em vista a falta de fundamentos que norteassem o trabalho.
Um ponto sens�vel na efetiva��o tur�stica, al�m do fato de haver a falta de um planejamento, diz respeito � participa��o pouco efetiva do �rg�o coordenador das a��es, o CONDESUS. Embora os pronunciamentos dos presidentes da Rota das Terras fossem no sentido de tornar o turismo profissional na regi�o, verificava-se a falta de uma assessoria t�cnica que orientasse o prefeito/presidente a conduzir a��es, ou mesmo, sugerir um discurso menos emp�rico. Assim, muitas vezes, o presidente omitia pontos importantes a serem considerados em a��es tur�sticas, ou emitia conceitos equivocados, induzindo a uma considera��o simplista da atividade. Atualmente, a Rota das Terras conta com um profissional de turismo, que d� um sentido mais eficiente �s atividades desenvolvidas.
Outra defici�ncia na efetiva��o tur�stica da Rota das Terras diz respeito � sinaliza��o tur�stica. A inexist�ncia de placas indicativas de localiza��o dos munic�pios e dos atrativos tur�sticos compromete a atividade. No entanto, esta defici�ncia est� em vias de ser solucionada, conforme relatado anteriormente. Possivelmente, depois de vencida essa fase, novas demandas exigir�o outras solu��es. Apenas dois munic�pios da Rota das Terras preocuparam-se com uma sinaliza��o tur�stica, n�o dependendo das a��es do CONDESUS: Tapera e Quinze de Novembro.
A divulga��o tur�stica dos munic�pios que comp�em a Rota das Terras est� sendo feita por meio de folheteria (Anexos F � p. 277 e G � p. 278). Entretanto, o material que divulga os atrativos tur�sticos carece de atualiza��o e o material que divulga os eventos � incompleto. A falha nesses materiais deve-se � falta de coordena��o na obten��o dos dados necess�rios para comp�-los. Uma solu��o que est� sendo buscada � a consecu��o de um projeto de divulga��o tur�stica financiado pelo Conselho Regional de Desenvolvimento do Alto Jacu� (CONDAJ). Segundo a secret�ria executiva da Rota das Terras, os munic�pios do cons�rcio est�o enviando dados que servir�o para elaborar material atualizado e com maior precis�o. Para esse trabalho, foi contratada uma empresa especializada em elabora��o de material promocional. Uma dificuldade encontrada diz respeito ao n�o envio ou � morosidade do envio de material por alguns munic�pios que atrasam o cronograma apresentado pela empresa. Os munic�pios que possuem �rg�os tur�sticos organizados, como Cruz Alta, Tapera, Quinze de Novembro e Selbach, mostram-se mais empenhados e prontos para atender estas demandas.
Pesquisa realizada pelo autor nos meses de mar�o, abril, maio e junho de 2007, junto � comunidade da Rota das Terras, onde foram entrevistadas sessenta pessoas, sendo em Alto Alegre, Boa Vista do Cadeado, Boa Vista do Incra, Campos Borges, Colorado, Ernestina Jacuizinho, Lagoa dos Tr�s Cantos, Quinze de Novembro, Tio Hugo e Victor Graeff, uma pessoa; em Selbach duas pessoas; em Fortaleza dos Valos tr�s pessoas; em Tapera quatro pessoas; em Espumoso e N�o Me Toque cinco pessoas; em Ibirub� e Salto do Jacu� seis pessoas e em Cruz Alta dezoito pessoas , apontou que h� defici�ncia na divulga��o tur�stica, visto que apenas 35% dos entrevistados (21 pessoas) revelaram que conhecem algum atrativo tur�stico fora de sua cidade e apenas 23,72% (14 pessoas) j� visitaram um (Ap�ndice 6 � p. 240). Dos 21 entrevistados que diziam conhecer um atrativo fora de sua cidade, quatorze pessoas (66,7%) citaram a Rota Della Cuccagna (Tapera), sete pessoas (33,3%) o monumento de F�tima (Cruz Alta), sendo que os outros atrativos figuram com um �ndice inferior a 5% . Quando perguntado para as quatorze pessoas qual o atrativo tur�stico visitado, dez foram ao monumento de F�tima, oito a Rota Della Cuccagna, tr�s ao Balne�rio Wilke (Quinze de novembro), tr�s a Blumenfest (Selbach), dois � Casa do Mel (Selbach), um ao Passo da Lage (Espumoso), um ao Lageado da Cruz (Cruz Alta) e um � Prainha Ernestina (Ernestina).
Quando se solicitou para as vinte e uma pessoas que conhecem algum tipo de atrativo tur�stico fora de sua cidade para que avaliassem o turismo na Rota das Terras, o resultado foi o seguinte:
(A) Excelente
(B) Muito Bom
(C) Bom
(D) Regular
(E) Ruim
A percep��o dos entrevistados � de que o turismo na Rota das Terras est� de bom para regular. Esta constata��o do senso comum tem rela��o com o pouco conhecimento dos atrativos tur�sticos.
N�o existem dados estat�sticos no que concerne � freq��ncia tur�stica na �rea em estudo, no entanto, pesquisa da Embratur (MTUR/CARACTERIZA��O..., 2006, p. 18-21), demonstrada na tabela 10, revela as motiva��es para viagens dom�sticas no Estado do Rio Grande do Sul.
Empiricamente, � verific�vel que o fluxo tur�stico na Rota das Terras d�-se no per�odo das f�rias escolares, ou seja, nos meses de dezembro, janeiro, fevereiro e julho. O Minist�rio do Turismo (MTUR/ESTUDO..., 2006, p. 24-25) confirma essa observa��o, acrescentando que as viagens dom�sticas no per�odo citado ocorrem devido �s f�rias (50%) e ao clima (12%), de acordo com pesquisa realizada junto aos viajantes.
Conforme foi enfatizado na caracteriza��o da �rea em estudo, as dist�ncias entre os munic�pios da Rota das Terras situam-se, no m�ximo, em 150 quil�metros. Diante disso, evidenciam-se as viagens de excurs�o como uma modalidade vi�vel de turismo, haja vista que na regi�o sul, esse tipo de deslocamento responde por 34,0% do total de viagens. (MTUR/ESTUDO..., 2006, p. 26). Nenhum munic�pio da Rota das Terras estava inclu�do entre os vinte e cinco principais destinos de viagens de excurs�o do Estado (MTUR/ESTUDO..., 2006, p. 31), n�o existindo dados atuais a respeito do assunto.
Outra forma de divulga��o do turismo em n�vel regional tem sido a participa��o em feiras e eventos nas cidades da Rota. Por ocasi�o da realiza��o da Expodireto (feira agropecu�ria com proje��o nacional) em N�o-Me-Toque, foi montado um estande tur�stico. O workshop Rota das Terras, organizado por acad�micos do curso de Turismo da Unicruz e realizado, anualmente, em cada um dos munic�pios da Rota, � outro instrumento eficiente de divulga��o. Falta, por�m, uma integra��o maior do escrit�rio da Rota das Terras com os organizadores dos eventos. Por ocasi�o deses eventos, ve-se que alguns munic�pios participam ativamente, como Tapera, que organiza os empreendedores e divulga a Rota Della Cuccagna. Outros sequer fornecem materiais para divulga��o.
Os munic�pios, de modo isolado, promovem o turismo em suas �reas atrav�s da divulga��o de seus atrativos e eventos. Sobretudo, o poder p�blico e, raramente, os empreendedores, investem na divulga��o tur�stica. S�o exemplos, no munic�pio de Quinze de Novembro o Balne�rio Wilke, em Selbach a Casa do Mel e em Tapera todos os empreendedores da Rota Della Cuccagna. Para isso, � utilizada com maior freq��ncia a folheteria, que � distribu�da nas secretarias municipais, em hot�is, postos de combust�veis e nos atrativos. Outras formas de divulga��o s�o os an�ncios em esta��es de r�dios e de televis�o (na maioria das vezes, de eventos). O meio eletr�nico � pouco utilizado, sendo que as exce��es s�o os munic�pios de Espumoso e Tapera que mant�m um s�tio de divulga��o tur�stica (www.espumoso.net e www.tapera.net). No site da Secretaria de Turismo do Estado as informa��es referentes ao turismo na Rota das Terras s�o carentes, al�m de estarem desatualizadas. Alguns munic�pios da Rota das Terras figuram nos chamados Programas Especiais de Turismo Rural que agrupam atividades como cavalgadas, um dia na fazenda ou na col�nia, venda de produtos artesanais e coloniais, entre outros. Os munic�pios de Lagoa dos Tr�s Cantos, Quinze de novembro e de Tapera s�o citados pela Setur como destinos tur�sticos nesta modalidade.
Outros sites que seriam poss�veis inser��es tur�sticas, tais como o da Famurs (Federa��o da Associa��o de Munic�pios do Rio Grande do Sul), pois disp�em de p�ginas para cada um dos munic�pios ou tratam dos munic�pios brasileiros, apresentam problemas ainda maiores, tais como a aus�ncia de informa��es ou informa��es copiadas diretamente da Secretaria de Turismo. Desta forma, no site www.citybrasil.com.br s� aparece o munic�pio de Cruz Alta; no site www.brasilchannel.com.br, somente os munic�pios de Cruz Alta e Tapera; enquanto no site www.siters.com.br s� existe um pequeno hist�rico dos munic�pios, sendo que as informa��es tur�sticas, que poderiam constar, n�o s�o disponibilizadas. Alguns munic�pios mostram preocupa��o em informar dados municipais no endere�o eletr�nico oficial do governo do Estado (www.tapera.rs.gov.br, www.altoalegre.rs.gov.br, www.tiohugo.rs.gov.br, www.n�o-me-toque.rs.gov.br).
O endere�o eletr�nico mantido pela Rota das Terras (www.rotadasterras.com.br) se apresenta desatualizado no que diz respeito aos atrativos tur�sticos, visto que a folheteria feita pelos munic�pios est� discordante do conte�do apresentado. Embora isso, algumas informa��es est�o sendo atualizadas, tais como o resultado das reuni�es e not�cias relacionadas � Rota das Terras.
O escrit�rio da Rota das Terras, com o intuito de divulgar o turismo, promoveu no final do ano de 2005, um baile para a escolha da Senhorita Turismo da Rota das Terras que contou com uma boa divulga��o no �mbito da regi�o. Al�m disso, o escrit�rio promoveu, com o patroc�nio dos munic�pios e de alguns empreendedores, a divulga��o da Rota em uma revista editada no munic�pio de N�o-Me-Toque (Revista Atitude) e com distribui��o em todo o Planalto M�dio. Nesta publica��o ficou evidenciada a organiza��o de Tapera como um diferencial tur�stico na Rota das Terras.
A capta��o de recursos p�blicos para o desenvolvimento tur�stico no roteiro tem sido feita de forma isolada pelos munic�pios, mas se limitam �s linhas de cr�dito estaduais (Setur/Banco do Estado do Rio Grande do Sul). � quase um consenso o desconhecimento, tanto do poder p�blico, quanto de empreendedores, de outras linhas de cr�dito para o fomento do turismo como o Fungetur (Financiamento de Infra-estrutura Tur�stica Nacional) ou o PRODETUR Sul (Programa de Desenvolvimento Tur�stico), ambos do Minist�rio do Turismo, isso sem considerar outros fomentos p�blicos.
Em entrevista realizadapelo autor no m�s de junho de 2007 com vinte e tr�s empreendedores da Rota das Terras (Ap�ndice 7 � p. 241), dezenove revelaram que n�o usam de recursos obtidos junto �s institui��es de cr�dito ou proveniente de verbas p�blicas.
Outra defici�ncia � a aus�ncia de proposi��es de solicita��es de recursos financeiros feitos em conjunto pelos munic�pios. O interesse conjunto pode representar um interesse maior dos �rg�os provedores em vista do quantitativo populacional beneficiado nas unidades municipais.
Os empreendedores, em geral, carecem de orienta��o. Vinte, dos vinte e tr�s entrevistados, revelaram que n�o receberam orienta��o especializada em turismo para a organiza��o de seu empreendimento. Vinte e um disseram que sequer obtiveram ajuda do poder p�blico municipal. Na mesma pesquisa, todos os empreendedores revelaram-se favor�veis � constitui��o de redes de coopera��o embora desconhecendo como efetiv�-las e disseram n�o possuir registro do n�mero de turistas que visitam seus empreendimentos.
Consultados a respeito da freq��ncia de turistas em seus estabelecimentos desde a cria��o, 78,26% (18) responderam que aumentou; 17,39% (4) que permaneceu a mesma e 4,35% (1) que diminuiu.
Com rela��o � atua��o do poder p�blico no turismo, os empreendedores manifestaram-se da seguinte forma:
Verifica-se que a avalia��o dos empreendedores da Rota das Terras difere dos empreendedores da Rota Della Cuccagna, sendo que estes �ltimos quantificam melhor as a��es do poder p�blico municial de Tapera, enquanto os primeiros classificam os poderes p�blicos de seus munic�pios como bons em sua maioria.
Os administradores de alguns munic�pios t�m procurado refor�ar a imagem da localidade criando �marcas� ou identidades pelas quais podem ser conhecidas ou reconhecidas. � o caso de Cruz Alta (Terra de �rico Ver�ssimo), Quinze de Novembro (Capital Regional do Turismo), Tapera (Cidade Cultura), N�o-Me-Toque (Jardim do Alto Jacu�), Fortaleza dos Valos (Celeiro Mecanizado do Rio Grande do Sul), Espumoso (Sentinela do Progresso), Selbach (Cidade das Flores). Afora isto, a regi�o n�o apresenta um elemento tur�stico/cultural que a identifique, a exemplo do que ocorre com alguns destinos tur�sticos, seja por sua gastronomia, posi��o geogr�fica, elemento natural, etnia etc. Na atualidade, uma �nica imagem identifica a Rota das Terras: o logotipo constante do Anexo I (p.280). Uma outra imagem identifica o turismo na regi�o: a Rota Della Cuccagna e o munic�pio de Tapera, mas trata-se de um elemento local.
A Rota Della Cuccagna revela a preocupa��o e a a��o do governo municipal de Tapera em fazer da coloniza��o europ�ia uma marca do turismo. Desta forma, elementos caracter�sticos da cultura local s�o evidenciados como atrativos tur�sticos, o que proporciona a manuten��o da cultura local. Al�m disso, nas escolas municipais s�o destacados aspectos da coloniza��o europ�ia e a diretora de turismo tem visitado frequentemente os estabelecimentos de ensino para realizar palestras sobre o turismo no munic�pio.
Verifica-se a inexist�ncia de um banco de dados acerca das movimenta��es de turistas e dos volumes monet�rios movimentados pela atividade na regi�o, al�m de outras informa��es que melhor subsidiassem estudos, raz�o pela qual o planejamento tur�stico deixa de ter base cient�fica, visto que as iniciativas s�o tomadas empiricamente. De forma an�loga, os sites dos �rg�os oficiais ligados ao turismo em n�vel nacional e estadual (www.turismo.gov.br www.institucional.turismo.gov.br � www.embratur.gov.br � www.setur.rs.gov.br ) n�o trazem dados suficientes para uma an�lise da atividade. Esses �rg�os divulgam apenas dados sobre os atrativos tur�sticos, informa��es gen�ricas das �reas a serem visitadas e estudos do turismo em �mbito nacional ou estadual.
Podem ser encontrados vinte e tr�s guias tur�sticos com curso no SEBRAE (Servi�o Brasileiro de Apoio �s Micro e Pequenas Empresas) e que residem nos munic�pios da Rota. Entretanto, esses profissionais n�o t�m seus servi�os requisitados, seja por absoluto desconhecimento de sua exist�ncia por parte de investidores e poder p�blico, seja pelo imobilismo e falta de proje��o que essas pessoas d�o � sua qualifica��o. Tapera tem sido o �nico munic�pio que tem solicitado os servi�os desses guias quando da visita��o de turistas em excurs�es.
Verifica-se uma defici�ncia quanto � exist�ncia e ao funcionamento de locais de informa��es tur�sticas. O centro de informa��o existente em Cruz Alta, dentro da �rea urbana e afastado cerca de tr�s quil�metros da BR 158, encontra-se desativado. As informa��es s�o dadas pela Secretaria de Turismo somente em hor�rio de expediente (08:00 �s 11:30 horas e das 13:30 �s 17:00 horas). Em Selbach, as informa��es s�o dadas por um empreendedor (Casa do Mel), que se esfor�a em prestar um bom servi�o, no entanto n�o apresenta qualifica��o para faz�-lo. Em Tapera, � tamb�m um empreendedor que realiza o servi�o (Casa de Vinho Rizzi) a qualquer hora e, em Quinze de Novembro, as informa��es s�o prestadas em um local de venda de artesanato (tamb�m de iniciativa privada). No geral, as informa��es tur�sticas s�o prestadas pelos �rg�os p�blicos municipais, que cumprem hor�rios somente em dias �teis.
Na tabela 11, verifica-se um levantamento realizado pelo Minist�rio do Turismo, para o Programa de Regionaliza��o do Turismo (PRT) . Pode ser observada a aus�ncia de dados fundamentais de alguns munic�pios da Rota das Terras o que, de certo modo, pode inibir algumas a��es em favor do turismo. Por este programa, os atrativos da Rota das Terras s�o os seguintes:
Natural: Os alagados: Passo Real e da Barragem de Ernestina;
Cultural: Constru��es do in�cio do s�culo / Casa de �rico Ver�ssimo/ Imigra��o Italiana / Rota Della Cuccagna (rural);
Atividades Econ�micas: Agricultura / Gera��o de energia el�trica;
Eventos: Expodireto / Romaria Nossa Senhora de F�tima / Congressos t�cnico-cient�ficos / Feiras de agroind�strias.
Conv�m destacar que, por ocasi�o da formula��o do Roteiro de Informa��es Tur�sticas (RINTUR), do Minist�rio do Turismo, no ano de 2000, alguns munic�pios da Rota constavam como tur�sticos ou com potencial tur�stico. Como tur�sticos estavam listados Cruz Alta e Salto do Jacu�. Com potencial tur�stico citavam-se Ernestina, Espumoso, Fortaleza dos Valos, Lagoa dos Tr�s Cantos, N�o-Me-Toque, Quinze de Novembro, Selbach e Tapera. Por outro lado, muito pouco se avan�ou em termos tur�sticos nestes munic�pios, visto que, apenas um, Tapera, formatou um roteiro e investiu em a��es de pol�ticas p�blicas favor�veis � causa tur�stica.
Na entrevista realizada com os empreendedores da Rota das Terras verificou-se que, dos vinte e tr�s, dezessete apontam Tapera como o mais organizado turisticamente, outros 4 indicam Cruz Alta, sendo que Quinze de Novembro e Selbach recebem uma indica��o. Os demais munic�pios n�o s�o citados. Quando perguntados sobre o motivo do desenvolvimento tur�stico do munic�pio citado, assim se pronunciam :
Verifica-se que h� um relativo equil�brio nas respostas evidenciando a import�ncia de todos os quesitos no desenvolvimento tur�stico. Por�m, observa-se que o poder p�blico � mais lembrado, por sua postura ativa.
Para avaliar as a��es oficiais em rela��o ao desenvolvimento do turismo na Rota das Terras foram realizadas pelo autor, no per�odo de julho a novembro de 2006, entrevistas com os agentes de turismo dos munic�pios (Prefeitos, secret�rios/coordenadores/diretores de turismo), cuja s�ntese � a seguinte (O instrumento de pesquisa aplicado acha-se no ap�ndice 8 � p. 243):
Quest�o 1: Existe na legisla��o municipal, tais como a Lei Org�nica, C�digo de Posturas, Plano Diretor ou outro, algum t�pico que regule o turismo ou fa�a men��o � atividade?
Resultado: Quatorze munic�pios t�m em suas leis org�nicas uma refer�ncia ao turismo. Essas refer�ncias s�o gen�ricas, tais como as dos munic�pios de Alto Alegre e de Campos Borges, carecendo de lei complementar que regule a mat�ria:
Art. 136 � O munic�pio instituir� pol�tica municipal de turismo e definir� as diretrizes a observar nas a��es p�blicas e privadas, com vista a promover e incentivar o turismo como fator de desenvolvimento social e econ�mico (ALTO ALEGRE, 1990, p. 43).
Art. 197-A. O munic�pio promover� a pr�tica de turismo, apoiando e realizando os investimentos na produ��o, cria��o e qualifica��o dos empreendimentos, equipamentos e instala��es ou servi�os tur�sticos atrav�s de incentivos (CAMPOS BORGES, 1990, p. 82).
Quest�o 2 � Como o turismo est� sendo tratado nas a��es governamentais do munic�pio, existe uma estrutura��o espec�fica?
Resultado: Com exce��o da cidade de Cruz Alta, que possui uma secretaria espec�fica, a Secretaria Municipal de Turismo e Eventos, os demais munic�pios agregam o turismo a outros setores tais como: educa��o, cultura, meio ambiente, ind�stria, com�rcio, agricultura, pecu�ria. As a��es governamentais est�o voltadas para a conscientiza��o da popula��o a respeito da import�ncia econ�mica do turismo e a cria��o de infra-estrutura tur�stica. A conscientiza��o se d� atrav�s da promo��o de eventos, da divulga��o das atividades tur�sticas dos munic�pios e da manifesta��o dos agentes de turismo em eventos e na m�dia. O munic�pio de Tapera demonstra, al�m de uma estrutura��o espec�fica para o turismo (Departamento de Turismo), preocupa��o e a��es em favor do desenvolvimento tur�stico.
Quest�o 3 � Existem recursos espec�ficos para a divulga��o dos produtos tur�sticos, para o financiamento dos investidores ou para a cria��o de infra-estrutura tur�stica?
Resultado: Os recursos, em geral, prov�m do Plano Plurianual (PPA) e da Lei de Diretrizes Or�ament�rias (LDO) dos munic�pios. Os valores s�o modestos e contemplam, em maior grandeza, outras �reas, consideradas priorit�rias para os governos municipais, tais como sa�de e educa��o. Os recursos destinados para o turismo s�o investidos em material de divulga��o tur�stica (folderes, calend�rio de eventos e pain�is) e s�o insuficientes para a aplica��o em obras e servi�os de maior vulto. Exemplo: Cruz Alta investe em turismo R$ 640.000,00 ou 1,26 do or�amento, em Alto Alegre o turismo � contemplado com R$ 2.000,00 (0,04 % do or�amento), em Boa Vista do Cadeado R$ 7.610,00 (0,19%), Ernestina R$ 19.600,00 (0,24%) e Quinze de Novembro R$ 32.700,00 (0,46%). Embora Tapera reserve uma verba consider�vel para o turismo, se tomada em termos proporcionais, o turismo representa 1,47 % do or�amento.
Quest�o 4 � Os profissionais respons�veis pela atividade tur�stica, no setor p�blico, s�o habilitados?
Resultado: A maior parte dos munic�pios n�o conta com profissionais habilitados em turismo. Existe uma preocupa��o em justificar a n�o-qualifica��o com o fato de se tratar de um cargo pol�tico de confian�a ou de o respons�vel possuir experi�ncia na �rea tur�stica. Apenas Espumoso e Selbach possuem acad�micos de turismo atuando no setor e Tapera possui um profissional com curso t�cnico de guia tur�stico e v�rios cursos na �rea, al�m deste profissional ocupar seu cargo h� oito anos, o que o diferencia dos demais.
Quest�o 5 � H� a preocupa��o de inventariar os atrativos tur�sticos e divulg�-los?
Resultado: Alguns munic�pios, sobretudo aqueles em que n�o existem funcion�rios exclusivos para o turismo, dependem do escrit�rio da Rota das Terras ou da Embratur para realizar o invent�rio tur�stico. O invent�rio tur�stico existente nos munic�pios n�o segue a metodologia proposta pela Embratur, pois este levantamento demanda tempo e conhecimento t�cnico. Em geral, os munic�pios se preocupam em levantar os seus recursos tur�sticos e a divulga��o se d� com base nesse trabalho. A divulga��o tamb�m se d� por interm�dio do escrit�rio da Rota das Terras. Os invent�rios mais detalhados est�o nos munic�pios de Cruz Alta, Quinze de Novembro, Tapera e Selbach.
Quest�o 6 - Existe algum atrativo tur�stico no munic�pio que pode ser caracterizado como turismo no espa�o rural?
Resultado: Todos os munic�pios citaram os atrativos que constam do Ap�ndice 1 (p.208) e que t�m rela��o com o espa�o rural. Houve caso em que foram mencionados atrativos que ainda n�o foram explorados, como Boa Vista do Incra e seus casar�es do in�cio do s�culo XX, Espumoso e o Parque Flor da Mata, Alto Alegre e as propriedades produtoras de uva e vinho. H� percep��o do significado de turismo no espa�o rural, ou seja, independente do segmento ou modalidade tur�stica realizada, toda a atividade que ocorre no ambiente rural foi mencionada. A Rota Della Cuccagna, em Tapera, � o �nico roteiro organizado de turismo no espa�o rural, embora o munic�pio possua outros atrativos.
Quest�o 7 � Existem planos/projetos espec�ficos para o turismo no espa�o rural no �mbito do munic�pio? Como eles est�o sendo desenvolvidos?
Resultado: Quinze de Novembro vale-se do acompanhamento de profissionais do SENAR (Servi�o Nacional de Aprendizado Rural) para a identifica��o e a implanta��o de neg�cios tur�sticos no espa�o rural. Em Alto Alegre, a prefeitura, em parceria com a Empresa Brasileira de Extens�o Rural (EMATER), realiza um projeto de ajardinamento de propriedades rurais. Tapera pretende estender o projeto paisag�stico urbano para o espa�o rural e implementar um projeto de turismo no espa�o rural (Anexo D � p. 265). Entretanto, a grande parte dos munic�pios n�o prev� ou executa projetos para o turismo no espa�o rural.
Quest�o 8 � Quais s�o as medidas adotadas para desenvolver turisticamente o munic�pio?
Resultado: As medidas enunciadas pelos munic�pios v�o desde o incentivo � promo��o de eventos, cria��o de novos produtos tur�sticos, qualifica��o dos produtos existentes, reestrutura��o do COMTUR (Conselho Municipal de Turismo) em Cruz Alta, cria��o do Conselho Municipal de Cultura e Turismo (Espumoso), institui��o de uma pol�tica municipal de turismo (Boa Vista do Incra), promo��o e incentivo � atividade como fator de desenvolvimento social e econ�mico, participa��o em eventos tur�sticos e participa��o mais efetiva no cons�rcio Rota das Terras. Em Tapera v�rias medidas, tais como a participa��o efetiva em eventos, reuni�es, congressos, feiras, al�m de incentivo � organiza��o dos empreendedores, divulga��o tur�stica, palestras em escolas e conscientiza��o da popula��o, investimento em obras de infra-estrutura e sinaliza��o tur�stica, visam desenvolver a atividade no munic�pio.
Quest�o 9 � O poder p�blico tem conhecimento de linhas de cr�dito que podem servir para financiar o turismo no munic�pio? Quais?
Resultado: Foi citado apenas o PRONAF (Quinze de Novembro e Tapera) e, genericamente, linhas de cr�dito que os governos federal e estadual disponibilizam. Tapera tem encaminhado os empreendedores �s institui��es de cr�dito. Existe o desconhecimento geral de �rg�os/institui��es e respectivos instrumentos de fomento � atividade tur�stica.
Quest�o 10. Como o munic�pio est� participando do Cons�rcio Rota das Terras?
Resultado: Todos os munic�pios dizem estar participando ativamente do cons�rcio, seja comparecendo �s reuni�es, envolvendo-se nos eventos promovidos pelo escrit�rio, prestando informa��es para a divulga��o tur�stica, colaborando nas comiss�es de trabalho, contribuindo mensalmente com o valor estipulado pelo cons�rcio. De fato, apenas alguns s�o mais participativos, destacando-se, no conjunto, Tapera.
Quest�o 11 � Outros aspectos julgados importantes:
Resultado: Destacou-se a preocupa��o do poder p�blico com a conscientiza��o da popula��o municipal e dos investidores em rela��o ao desenvolvimento do turismo; a receptividade do turista; a necessidade de pol�ticas espec�ficas para o turismo; a necessidade do estabelecimento de parcerias com entidades p�blicas, privadas e com a Universidade de Cruz Alta; a cria��o de projetos para o desenvolvimento de infra-estrutura tur�stica e de apoio para a atividade; a import�ncia de se buscar recursos financeiros; a necessidade de qualificar a m�o-de-obra envolvida com o turismo seja em �mbito p�blico ou privado, e a ado��o de a��es tur�sticas conjuntas entre os munic�pios da Rota das Terras.
Na p�gina seguinte avalia-se a exist�ncia de pol�ticas p�blicas na Rota das Terras tendo por base a entrevista realizada com os agentes de turismo dos munic�pios e as observa��es do pesquisador (Tabela 13). Na avalia��o leva-se em considera��o que estas a��es evidenciam a exist�ncia de metas. Estas metas conduzem os organismos ligados ao turismo a atingirem os seus objetivos por meio de estrat�gias claras e definidas, resultando em atua��es intencionais do poder p�blico. A avalia��o registra a ocorr�ncia, ou n�o, da a��o mencionada, quantificando-a, no final. Os munic�pios s�o idenficados da seguinte forma:
Enfrentaram-se muitas dificuldades para obter os resultados dessas entrevistas, uma vez que os profissionais ligados ao turismo alegavam falta de tempo e outros compromissos que, em seus julgamentos, eram mais importantes. Al�m disso, muitos delegaram a tarefa de responder aos questionamentos para outros funcion�rios. A exemplo da dificuldade enfrentada pelo escrit�rio da Rota das Terras, que � de obter dados e informa��es tur�sticas dos munic�pios, muitas entrevistas marcadas tiveram de ser enfaticamente lembradas, pois n�o aconteciam nas datas agendadas. Observou-se que o descaso com a pesquisa decorreu, em parte, da atribula��o que os respons�veis municipais pelo turismo t�m com outros setores e com o prov�vel descr�dito nos estudos acad�micos, uma vez que a Universidade de Cruz Alta e o curso de Turismo n�o t�m dado respostas satisfat�rias para os munic�pios no sentido de criar, apoiar e executar a��es tur�sticas na Rota das Terras.
Pelos dados e informa��es expostas e pela empiria do pesquisador em contato com a �rea, pode-se constatar que h� muita inten��o no cons�rcio Rota das Terras e pouco de a��o efetiva para sua consolida��o e funcionamento. No entanto, os dados apresentados evidenciaram um desenvolvimento tur�stico diferenciado em Tapera em raz�o de medidas e a��es que, pela analogia conceitual, pode-se chamar de pol�ticas p�blicas n�o-formais. No t�tulo a seguir s�o elencados os fatos que servem como evid�ncias para a exist�ncia de pol�ticas p�blicas de turismo no munic�pio de Tapera, que resulta em seu desenvolvimento tur�stico.