Tesis doctorales de Economía


ESTUDO COMPARATIVO DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DA INDÚSTRIA DA CERÂMICA DE REVESTIMENTO VIA ÚMIDA NO BRASIL E NA ESPANHA

Yolanda Vieira de Abreu



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2.3. Os Indicadores de eficiência energética na indústria

Segundo Phylipsen et al (1997), o consumo energético no setor indústrial é determinado pelo nível de atividade, estrutura do setor e a eficiência energética. As mudanças no consumo de energia das indústrias não são exclusivamente relacionadas a melhoramentos em eficiência energética nos processos indústriais, mas também a vários outros fatores: políticos, econômicos e ambientais. Tais fatores podem determinar que a indústria de um país pareça ser mais intensiva em energia do que em outro, ainda que a diferença possa ser essencialmente baseada sobre diferenças estruturais. (Schipper, 1996; Eichhammer e Mannsbart, 1997).

O principal objetivo dos indicadores energéticos na indústria é proporcionar um
entendimento maior da influência técnico-econômica no total do consumo final de energia na indústria e individualmente dos subsetores ou filiais.(Eichhammer e Mannsbart, 1997) Os resultados da analise dos indicadores de eficiência energética podem ser utilizados também para os seguintes fins:
· direcionar as mudanças no consumo energético;
· estabelecer políticas de eficiência energética;
· estabelecer políticas ambientais;
• orientar estabelecimento do preço da energia;
• propiciar mudança no comércio dos bens energo-intensivos ou no produto final;
• indicar os impactos estruturais para melhorar a eficiência energética;
• servir de instrumento para mensurar o sucesso da política de negociação das reduções das emissões de CO2.

Para realçar a aplicação prática da analise dos indicadores é importante descrever a ligação/vínculo (ou não ligação) entre a eficiência energética e as possíveis forças dirigentes, como as políticas de eficiência energética e a ambiental, pesquisa energética, desenvolvimento e mudanças nos preços da energia. Para uso prático desses indicadores sempre é necessário simplificar a apresentação através da construção daqueles agregados apropriados para a maior parte dos usos dos efeitos estruturais (Eichhammer e Mannsbart, 1997)

As mudanças estruturais, os efeitos do comércio internacional e as permanentes mudanças no consumo de energia são principalmente determinados por melhoramento na eficiência. Tais melhoramentos podem ser explicados principalmente por várias mudanças tecnológicas, bem como influenciados por outros fatores, como:

• mudanças na eficiência técnica; • substituição de processos tecnológicos; • alteração no mix das matérias primas que são utilizadas na produção ou nos processos de produção, (por exemplo: processos de produção de cerâmica de via seca para via úmida, ou vice-versa) que reduzem a demanda de energia do processo.

No caso de substituição de matéria prima, por exemplo, se os produtos tiverem a mesma qualidade e a mesma aplicação para o velho e o novo processo, a substituição deve ser tratada como um melhoramento da eficiência energética ou mudança intra-indústrial. O mesmo depoimento pode caber quando os materiais são reciclados. Materiais reciclados, nem sempre tem a mesma qualidade e aplicação quanto aos produtos primários e, nem sempre pode ser usado completamente como substituto. (Eichhammer e Mannsbart, 1997:761)

Para Schipper e Grubb (2000), existem evidências da sensibilidade ao preço da energia, no uso da eficiência energética das indústrias. Foi detectado, por Schipper e Grubb (2000), nos anos noventa um aumento na intensidade energética presumidamente induzida por preços baixos da energia. Porém, um pequeno aumento na intensidade nos recentes anos poderia não ser surpreendente ou inesperado para os países estudados (países membros da Internacional Energy Agency). Notou-se o declínio na intensidade energética antes de 1973, quando o preço da energia estava caindo. Isso sugestiona a pensar que existe um componente externo ao preço da energia, que também é responsável por esse declínio relativo. Tal pesquisa aponta, no longo prazo, o progresso técnico como responsável pelo declínio da intensidade energética. Essa melhora continua na eficiência, em si mesmo, estimula o aumento da produção e por essa razão o uso de energia, cresceu. Isso aconteceu porque abaixando os custo da energia, libera o uso de mais energia para outros fatores da produção. O efeito que proporciona o crescimento do uso de energia, é imediato, porém o desenvolvimento de novas tecnologias requer tempo. Outro fator é que o melhoramento na eficiência energética pode estimular o crescimento econômico, o qual volta a estimular maior uso de energia.


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