ESTRATÉGIAS DE POLÍTICA CAMBIAL: AMÉRICA LATINA E ÁSIA
Tesis doctorales de Economía

POLÍTICA CAMBIAL E MACROECONOMIA DO DESENVOLVIMENTO

Paulo Gala

 

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5. ESTRATÉGIAS DE POLÍTICA CAMBIAL: AMÉRICA LATINA E ÁSIA

Um tema recorrente na literatura empírica que trata da relação entre nível do câmbio real e crescimento per capita é a relativa depreciação das moedas asiáticas quando comparadas às moedas latino-americanas e africanas no período 1970-1999. Em diversos estudos da área o câmbio real de países asiáticos aparece em posições mais desvalorizadas, no que parece constituir um padrão de comportamento regional. Para os casos africano e latino americano, o padrão parece ser o oposto e ciclos de sobrevalorização são constantes. De acordo com estes trabalhos, um dos temas centrais para o entendimento do sucesso dos asiáticos em comparação aos latino-americanos e africanos no período recente estaria, além dos já conhecidos fatores presentes na literatura de crescimento e desenvolvimento, na condução de suas políticas cambiais e na evolução das posições de seus câmbios reais: relativa depreciação na Ásia e relativa apreciação na América Latina e África.

Seguindo a discussão, este capítulo analisa a evolução dos câmbios reais em países da Ásia e América Latina no período 1970-1999. Discute aspectos do manejo cambial de alguns dos principais países destas duas regiões. Compara, ademais, a evolução das taxas de câmbio real em relação ao dólar americano de uma amostra de 20 países asiáticos e latino americanos a partir dos dados de Easterly (2001) e de um índice de correção cambial com ajuste de produtividade. O capítulo se divide em 4 partes. Inicialmente se concentra nos países asiáticos com destaque para a estratégia de “export-led growth” seguida por Taiwan, Coréia do Sul, Hong Kong e Cingapura desde o final dos 60, Malásia, Indonésia e Tailândia a partir dos 80 e, recentemente, China. Na seqüência, discute ciclos de apreciação na América Latina nos últimos 30 anos, destacando os conhecidos casos de populismo econômico e a política cambial dos três principais planos de estabilização da região nos anos 90: México, Argentina e Brasil. A quarta seção apresenta tendências de comportamento do câmbio real para essas regiões e a última traz algumas considerações sobre padrões de política cambial.


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