Revista: TURYDES
Turismo y Desarrollo local sostenible / ISSN: 1988-5261


QUESTÕES PARADIGMÁTICAS, COMPLEXIDADE E MULTIPLICIDADE: UM ESTUDO SOBRE A TEORIZAÇÃO DO TURISMO

Autores e infomación del artículo

Mayara Ferreira de Farias*
Kerlei Eniele Sonaglio**
Lissa Valéria Fernandes Ferreira***
Mauro Lemuel de Oliveira Alexandre ****

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UFRN, Brasil

mayaraferreiradefarias@gmail.com


Resumo

Realiza-se um estudo ensaístico e reflexivo a respeito dos apontamentos de Kuhn sobre a questão dos paradigmas e sua relação transdisciplinar turismo, sua concepção e teoria, por meio da pesquisa bibliográfica e eletrônica Apropria-se do debate a partir de aportes teóricos e textos de autores como Beni (1998 e 2006), Boullón (2002), Centeno (2003), Cohen (1979), Crema (1998), Cuervo (1967), Farias e Sonaglio (2013), Fuster (1978), Gaxiola (2009), Grinover (2007), Henriques e Pereira (2009), Molina (1991), Marioli (2002), Ingram (2002), Caton e Santos (2008), Andriotis (2009), Szarycz (2008, 2009), Santos e Yan (2010), Pernecky e Jamal (2010), Kuhn (2001), Jafari (2005), Japiassu (1979), Leiper (1979, 1995), Molina (1991), Moesh (2000), Nechar e Panosso-Netto (2010), Nicolescu (1999), Panosso-Netto (2005 e 2011), Panosso Netto e Nechar (2014), Panosso-Netto; Noguero e Jäger (2011), Randon (2001); Ruschmann (2002), Severino (1998), Tribe (1997), Weil (1991) e Morin (2000 e 2001). Autores que possuem publicações imbuídas desta tônica paradigmática. A abordagem kuhniana possibilita a orientação e intenção de contextualizar a ideia paradigmaticamente e cientificamente, evidentemente adstrita a uma área em particular, com suas predominâncias e complexidades, induzindo a ressignificações, reformulações, avanços permanentes nos modos de pensar e agir teórico e empiricamente. Pode-se destacar a aproximação das bases paradigmáticas do turismo e seus autores aos estudos sobre sistemismo, fenomenologia, teoria crítica e complexidade. Algumas considerações levam a perceber a questão da conjuntura de crise, de mudança de paradigma, que tem levado o SISTUR a ser repensado, com novas formas de observar a realidade do turismo, em um mundo interativo, dinâmico e global que interpõe gostos, hábitos, desejos e sonhos. Além de que implica desenvolver a competência de pensar de forma crítica, reflexiva e interpretativa, construindo conteúdos críticos e possibilitando um turismo mais profundamente e melhor estudado, compreendido e divulgado em sua complexidade e multiplicidade.  

Palavras-chave: Teoria. Turismo. Conhecimento. Paradigmas.

 

Abstract

An essayistic and reflexive study about Kuhn's notes on the question of paradigms and their transdisciplinary relation between tourism, its conception and theory, through bibliographical and electronic research is appropriated. It appropriates the debate based on theoretical contributions and texts of authors like Beni (1998 and 2006), Boullón (2002), Centeno (2003), Cohen (1979), Crema (1998), Cuervo (1967), Farias and Sonaglio (2008), Santos and Yan (2007), Henriques and Pereira (2009), Molina (1991), Marioli (2002), Ingram (2002), Caton and Santos (2008), Andriotis (2010), Pernecky and Jamal (2010), Kuhn (2001), Jafari (2005), Japiassu (1979), Leiper (1979, 1995), Molina (1991), Moesh (2000), Nechar and Panosso-Netto ), Nicolescu (1999), Panosso-Netto (2005 and 2011), Panosso Netto and Nechar (2014), Panosso-Netto; Noguero and Jäger (2011), Randon (2001); Ruschmann (2002), Severino (1998), Tribe (1997), Weil (1991) and Morin (2000 and 2001). Authors who have publications imbued with this paradigmatic tone. The Kuhnian approach allows the orientation and intention to contextualize the idea paradigmatically and scientifically, evidently attached to a particular area, with its predominance and complexity, inducing the re-significances, reformulations, permanent advances in the ways of thinking and acting theoretically and empirically. One can emphasize the approximation of the paradigmatic bases of tourism and its authors to the studies on systemism, phenomenology, critical theory and complexity. Some considerations lead to the perception of the crisis, paradigm shift, which has led SISTUR to be rethought, with new ways of observing the reality of tourism, in an interactive, dynamic and global world that interposes tastes, habits, desires and dreams. In addition, it implies developing the competence to think critically, reflectively and interpretively, constructing critical content and making tourism more profound and better studied, understood and disseminated in its complexity and multiplicity.

Keywords: Knowledge. Paradigms. Theory. Tourism.

 

Resumen

Se realiza un estudio ensayístico y reflexivo acerca de los apuntes de Kuhn sobre la cuestión de los paradigmas y su relación transdisciplinaria turismo, su concepción y teoría, por medio de la investigación bibliográfica y electrónica. Se apropia del debate a partir de aportes teóricos y textos de textos y en el caso de que se trate de una de las más importantes de la historia de la humanidad, (2009), Molina (1991), Marioli (2002), Ingram (2002), Caton y Santos (2008), Andriotis (2009), Szarycz (2008, 2009), Santos y Yan (2010), Pernecky y Jamal (2010), Kuhn (2001), Jafari (2005), Japiassu (1979), Leyper (1979, 1995), Molina (1991), Moesh (2000), Nechar y Panosso-Netto (2010) , Nicolescu (1999), Panosso-Netto (2005 y 2011), Panosso Netto y Nechar (2014), Panosso-Netto; Noguero y Jäger (2011), Randon (2001); (1998), Tribe (1997), Weil (1991) y Morin (2000 y 2001), Ruschmann (2002), Severino (1998). Autores que poseen publicaciones imbuidas de esta tónica paradigmática. El enfoque kuhniano posibilita la orientación e intención de contextualizar la idea paradigmáticamente y científicamente, evidentemente adscrita a un área en particular, con sus predominancias y complejidades, induciendo a resignificaciones, reformulaciones, avances permanentes en los modos de pensar y actuar teórico y empíricamente. Se puede destacar la aproximación de las bases paradigmáticas del turismo y sus autores a los estudios sobre sistemismo, fenomenología, teoría crítica y complejidad. En el caso del turismo, en un mundo interactivo, dinámico y global que interpone los gustos, los hábitos, los hábitos, la vida, deseos y sueños. Además de que implica desarrollar la competencia de pensar de forma crítica, reflexiva e interpretativa, construyendo contenidos críticos y posibilitando un turismo más profundamente y mejor estudiado, comprendido y divulgado en su complejidad y multiplicidad.

Palabras clave: Conocimiento. Paradigmas. Teoría. Turismo.

 

Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Mayara Ferreira de Farias, Kerlei Eniele Sonaglio, Lissa Valéria Fernandes Ferreira y Mauro Lemuel de Oliveira Alexandre (2019): “Questões paradigmáticas, complexidade e multiplicidade: um estudo sobre a teorização do turismo”, Revista Turydes: Turismo y Desarrollo, n. 26 (junio/junho 2019). En línea:
https://www.eumed.net/rev/turydes/26/teorias-turismo.html
http://hdl.handle.net/20.500.11763/turydes26teorias-turismo


INTRODUÇÃO

A evolução do pensamento está relacionada com estudos que possam proporcionar que o homem venha a ressurgir em sua essência e melhor conhecer a si mesmo e o mundo em que está inserido. Diante disso, estar de acordo com a realidade e conhecer o que estimula a produção do conhecimento são essenciais para o entendimento da importância do surgimento de novos paradigmas.
Dependendo do momento histórico, algumas situações são mais bem compreendidas e mais bem aceitas em relação a passagens mais recentes. Cada contexto designa um estudo diferenciado do pensamento da época em questão. Onde, cada pessoa possui um universo de ideias e intervenções sociais e familiares, portanto, cada um visualizará cada informação que recebe de maneira distinta.
Concomitante a esta diversidade, existe, pois, o papel da informatização e globalização na atualidade. Seus impactos são nítidos e refletem diretamente na atividade turística quanto às suas especificidades e diferenciais. Estes diferenciais estão relacionados diretamente à evolução do pensamento baseado em paradigmas, objeto de estudo do presente artigo.
Sobre o turismo, é válido ressaltar que, ele se constitui em uma atividade essencialmente humana, apresenta uma dinamicidade social peculiar, gerando inter-relações culturais e rentabilidade econômica aos envolvidos com o desenvolvimento turístico. Segundo Ruschmann (2002, p. 73), muitos autores consideram que o turismo não é um fenômeno recente e “a novidade reside na sua extensão, multiplicidade de viagens e lugar que ocupa na vida das pessoas”.
O turismo caracteriza-se, pois, como atividade dos tempos modernos, que envolve um conjunto muito vasto de relações, influências, motivações, desejos e representações, sendo uma das atividades que mais cresceu entre os finais do Século XX para início do Século XXI e mais modificadora dos espaços, sobretudos urbanos (Furtado, 2005).
Sob este prisma, se impõe como uma das principais atividades econômicas do mundo globalizado, constituindo-se em um dos setores que mais emprega pessoas e geram alterações econômicas, políticas, culturais, sociais e ambientais nos municípios que recebem turistas (Alves & Ramos, 2007).
Neste sentido, tem-se como objetivo principal do presente estudo explicar a relevância da questão dos paradigmas, sua relação e aplicabilidade no turismo, sendo utilizada para isso a metodologia de pesquisa bibliográfica e eletrônica, com destaque para as abordagens e apontamentos de Kuhn (2001) sobre a questão dos paradigmas e sobre o turismo com aporte teórico em textos de autores reconhecidos ao que concerne às temáticas escolhidas a compor o debate teórico desta pesquisa.

TURISMO E QUESTÃO DOS PARADIGMAS: REVISÃO LITERÁRIA

Paradigmas: uma breve contextualização histórica e conceitual

A ciência é um processo de construção intelectualmente coesa para elucidar certos fenômenos. Um novo paradigma necessita ser construído para a ciência1 , para a educação, para a tecnologia e para a sociedade. Neste sentido, o turismo pode ser considerado como uma atividade muito complexa, não só pelo número de agentes envolvidos e pelos efeitos que tem sobre o entorno social e natural e sobre outras atividades, que vem se desenvolvendo cada dia mais contribuindo para o desenvolvimento local.
O conhecimento no turismo necessita de um corpo teórico que as ciências sociais já possuem, porém não se pode usar a mesma metodologia em ambos, sendo necessário, em pesquisas relacionadas ao turismo, que se tenha uma metodologia cujo propósito seja criar um corpo teórico que proporcione a informação necessária e suficiente para organizar trabalhos de pesquisa orientados em direção à formulação de teoria científica (Centeno, 2003). Nos séculos XVI e XVII, nasceu uma nova Idade, denominada pelos historiadores da Revolução Científica, desvinculando o profano do sagrado e enfatizando a razão e a liberdade de pensamento como meta a bandeira do progresso (Crema, 1998).
Para Kuhn (2001), é necessário o estudo, compreensão e adequação de novas teorias, visto o comprometimento pelas mais antigas, estudando paradigmas, com auxílio da lógica, como realizações que fornecem problemas e soluções para uma comunidade praticantes de uma ciência, onde cada “revolução científica” altera a perspectiva histórica da comunidade que a experimenta, permitindo discutir as relações e diferenças de teorias tradicionais e da nova historicidade relacionadas com as repostas dadas pelos cientistas aos problemas estudados por cada paradigma.
Destacando a elaboração de novas metodologias para melhor observação e compreensão da Natureza, proporcionará mais interação Homem-Conhecimento-Natureza. Kuhn (2001) defende a ideia de que alguns homens foram levados a abandonar à ciência, devido não possuir habilidades de enfrentar crises.
Assim, para ser considerado um paradigma, uma teoria deve parecer melhor que suas competidoras, não precisando explicar todos os fatos com os quais podem confrontar, pois uma teoria para ser mais bem aceita não precise resolver todos os problemas que possam vir a aparecer, mas sim comprovar algo a mais que anteriormente não havia sido discutido ou visto como problema, atraindo novos seguidores, podendo até fazer com que antigos paradigmas possam desaparecer. Existe, pois, o período Pré-paradigmático, marcado por debates frequentes e profundos de métodos, problemas e padrões legítimos. Este período trata do que se é estabelecido antes que um paradigma seja elaborado e visa defender que tal procedimento deva ser mudado para a obtenção de melhores resultados nas pesquisas e na obtenção de resultados (Kuhn, 2001).
O estudo e surgimento de novas teorias necessitam de modelos concretos que sejam provados empiricamente, através de observações e experimentos, com a finalidade de incluir resultados em uma “revolução científica”.
Kuhn (2001) revela a importância de que sejam comprovados os métodos defendidos pelas comunidades científicas, objetivando ganhar mais aceitação para que as ideias defendidas possam ser seguidas como uma nova teoria. Para ele, controvérsias de pensamento ocasionarão, por conseguinte, a não aceitação de paradigmas, visto que não irá solucionar problemas e sim criando mais um a ser discutido.
O que deve ocorrer é, neste sentido, utilização de uma regra que venha a equilibrar pensamentos divergentes a uma mesma teoria defendida. A ideia de que mesmo os cientistas que trabalham num mesmo campo de estudos (ou relacionados), podem adquirir paradigmas diferentes no curso de sua especialização. Isso ocorre porque um paradigma poder estar relacionado a diversas visões sobre um mesmo problema (KUHN, 2001).
Pode-se inferir, então, que visões mudam de acordo com os conhecimentos adquiridos ao passar dos tempos e com a especialidade de cada cientista, onde um pode ver um problema que um outro não consiga enxergar caso não seja apontado. Segundo Severino (1998, p. 31): “[...] nos encontramos historicamente situados e sitiados no contexto de uma suposta crise de paradigmas e da inauguração de uma nova era, a da pós-modernidade”. A afirmativa remete às considerações de Kuhn sobre o que é paradigma e a importância do surgimento de novos para evolução da Humanidade.
Um novo fenômeno poderia emergir sem refletir-se destrutivamente sobre alguns aspectos da prática científica passada, na qual uma nova teoria pode ser simplesmente de um nível mais elevado do que as anteriormente conhecidas, capaz de integrar todo um grupo de teorias de nível inferior, sem modificar substancialmente nenhuma delas (Kuhn, 2001).
Uma nova teoria não precisa, neste sentido, entrar em conflito com as anteriores, visto que pode defender uma ideia de algo ainda desconhecido na época em que foi estudado o paradigma em questão. Kuhn (2001) menciona, igualmente, que para que um paradigma seja efetivado ele tem que ser aceito e seguido como padrão, sendo articulado e precisado em condições novas e mais rigorosas, atualizando antigos paradigmas.
No estudo da “ciência normal”, por exemplo, são analisados antigos paradigmas, os quais são relacionados com os novos, na busca por uma efetivação e melhor aceitação. Resultando, então, em uma visão de que os paradigmas possam vir a surgir através de uma acumulação de ideias defendidas, o que não é exatamente o que ocorre, visto que um paradigma é substituído por outro quando não atende as expectativas de quem o utilizava.
As análises das teorias se dão através de suas divergências, o que permite análises diferenciadas e contribuintes a uma melhor visão sistêmica dos possíveis problemas. Caso não ocorram novas interpretações e aceitação de novos paradigmas, não existirão mudanças no pensamento que levam uma ciência a evoluir.
Os cientistas veem coisas novas e diferentes quando olham para os mesmos processos já examinados anteriormente. Este processo ocorre devido o ser humano ser visual, ou seja, captar melhor após várias observações ao mesmo fato que anteriormente não lhe parecia possuir equívocos. Após análises consecutivas de um mesmo fato, será mais fácil a captação de “anomalias” (Kuhn, 2001). Em decorrência da modificação da percepção de anomalias, novas observações são feitas e devem ser escritas para que gerações futuras não obtenham informações que já não mais são utilizadas.
A evolução do pensamento baseado em paradigmas é, portanto, diante o pensamento defendido por Kuhn, responsável por explicar o que é um e como pode ocorrer o surgimento de um novo paradigma, mesmo que seja um processo demorado e de difícil aceitação entre os cientistas, no qual um paradigma pode significar muito para alguns que acreditam em determinado modo de pensamento, ou seja, que possui um paradigma enraizado em sua vida cientifica.
No caso do turismo, considera-se neste artigo como um paradigma em transição, onde devem ser estudadas novas formas de ver o turismo diante da lógica proposta pelo SISTUR associado a um pensamento mais inclusivo da comunidade e do turista no processo de desenvolvimento da atividade, com novas características e abordagens que se adéquem a nova realidade do turismo.
O SISTUR se baseia, fundamentalmente, em ser um conjunto de relações, organização e ações peculiares a atividade, permitindo conhecer a estrutura global do turismo, tornando-se um modelo para todos os envolvidos no turismo. Segundo Beni (2006), o SISTUR consiste em um sistema composto por partes que se interagem para conseguir um objetivo fim, de acordo com um princípio, onde o turismo pode ser representado por um sistema dinâmico, relacionando uma série de funções inerentes à natureza da atividade.

Paradigmas e sua relação com o turismo

Em tempos globalizados, onde as coisas acontecem de forma interdependente em que quando algo não ocorre adequadamente em suas especificidades, reflete diretamente em outra. Uma localidade, por exemplo, que não possui uma segurança adequada a seus habitantes, certamente terá seu comércio e movimentação de pessoas modificados, assim como não atrairá turistas caso sua saúde e índices de prostituição sejam conhecidos como aspectos negativos.
O desenvolvimento da atividade turística na atualidade, por sua vez, que é impulsionada pelos avanços tecnológicos decorrentes nos meios de transportes e de comunicação, pela globalização, pela sociedade de consumo e pela necessidade de tempo livre de pessoas a praticar atividades de lazer, tem proporcionado a construção de novos cenários, e dinâmicas nas cidades das mais variadas partes do mundo.

Visando entender esta complexa atividade que possui abordagens econômicas, sociais, culturais postas pelo paradigma sistêmico, defendido por Beni (1988), o SISTUR possui três grandes conjuntos (Figura 01): Ambiental: ecológico, social, econômico e cultural, o Organizacional, que se subdivide em superestrutura e infraestrutura, e as Ações Operacionais: mercado, oferta, demanda, produção, distribuição e consumo. Vale inferir que, além de Beni, existem outros autores que se baseiam nesta teoria para explicar o turismo.
O SISTUR2 deve, pois, ser posto em prática e desempenhar papel mais eficaz no turismo diante da necessidade de haver uma maior integração e harmonia entre a comunidade e o turista, de maneira que a população tenha seus direitos enquanto cidadãos, conseguindo obter qualidade de vida a partir de ações dos órgãos públicos e os empresários, onde utilizem adequadamente o espaço para comercialização de seus serviços, ajudando a localidade a conseguir  benefícios na qualidade de vida, refletindo a todos, os benefícios diretos que o turismo pode proporcionar.

[...] é preciso destacar que na perspectiva positivista, o paradigma sistêmico tem sido o mais utilizado tanto nos estudos e pesquisas sobre a temática, como também nas intervenções visando seu desenvolvimento. Vale ressaltar que, também no turismo, o paradigma sistêmico, [...] caracteriza-se, entre outras coisas, pela interdisciplinaridade munida de suas interações interdependentes e interpenetrantes (Farias & Sonaglio, 2013, p. 15).

Paradigmas existem e por meio deles, geralmente são levantadas questões a serem solucionadas para que possa haver uma revolução no pensamento científico e melhoria na percepção de problemas que venham a dificultar o progresso.  E para melhor ser aceito, o novo paradigma tem que possuir mais uniformidade e coerência nas ideias defendidas, procurando evitar possíveis equívocos e ambiguidades.
Sendo necessário que os novos paradigmas não provoquem diferenças no que era discutido e analisado, ele não se efetivará, visto que não provocará análises para uma nova questão. Nicolescu (1999) defende que a decadência do cientificismo ocorre devido substituição de compreensão e discussão da ciência não mais objetivamente, mas subjetivamente, dificultando senso comum e efetivação de um pensamento centrado nas ideias principais. Sobre o “fazer ciência 3”, tem-se que:

O fazer ciência implica domínio profundo dos códigos e linguagens a partir dos quais se torna possível explicar os fenômenos que nos envolvem subjetiva e objetivamente. [...] a documentação do conhecimento é a condição do desenvolvimento sociocultural e que tal registro depende, em última análise, do domínio de uma língua e da escrita correspondente. (Henriques & Pereira, 2009, p. 146).

Sendo a realidade não apenas uma construção social, o consenso de uma coletividade, um acordo intersubjetivo, mas também uma dimensão trans-subjetiva, na medida em que um simples fato experimental pode arruinar a mais bela teoria científica. Randon (2001, p. 39) afirma que “todas as coisas têm seu tempo de maturação. Não sei se diante do caráter milenar da tradição, a ciência já atingiu sua maturidade, mas o tempo hoje se acelerou prodigiosamente. Digamos que a ciência toma ciência de sua maturidade”.
Tudo o que é considerado “paradigma” hoje pode não ser considerado amanhã, visto à continuidade em estudos que venham a comprovar que necessita de modificações ou substituições completas no pensamento anteriormente discutido. Em uma abordagem epistemológica e filosófica do Turismo, Panosso-Netto (2011) coloca o homem no centro da análise do fenômeno turístico e nos faz refletir sobre os conceitos que fundamentam o conhecimento sobre a atividade e questiona sua cientificidade e por consequência se realmente existe um paradigma no turismo, ou como nos faz pensar Kuhn na sua obra "A estrutura das revoluções científicas”.
No turismo há controvérsias de pensamento ao que se refere a considerá-lo ciência ou não. Panosso-Netto (2011) assevera que existem três correntes a respeito do turismo, quais sejam: 1 - O turismo não é uma ciência, todavia está trilhando o caminho para tornar-se uma ciência, na medida em que está passando pelas fases semelhantes à de outras ciências. 2 - O turismo não é e nunca será uma ciência, por se constituir apenas de uma atividade humana auxiliado por outras ciências em seus estudos, não possuindo objeto de estudo definido. 3 - O turismo é uma ciência por ser formado por um corpo teórico maduro e relativamente grande.
Ainda de acordo com o autor supracitado, o conceito de disciplina possui significado de ciência, com método de investigação e objeto de pesquisa já constituído. Neste sentido, Tribe (1997) destaca que o turismo não é uma ciência, mas um campo de estudo das ciências. Além disso, o referido autor adentrou o conceito "extra disciplinar" para cognominar o conhecimento que é produzido para além do meio acadêmico.
Formar um novo paradigma implica, neste contexto, em um processo longo em que é necessária a participação de todos os setores da população, onde são requeridos conhecimentos diferenciados e com grande capacidade de síntese, no qual dificilmente poderá ser o produto de uma única mente genial, exigindo a permanente elaboração de ideias e uma contínua discussão (Grinover, 2007).
Neste prisma, vale salientar que a análise tradicional do turismo, predominantemente positivista, está focada nos impactos do turismo, nos turistas, nas relações entre turistas e pessoas do local, no funcionamento do “sistema turístico” e nas consequências do fenômeno. Poucas vezes o valor do turismo é discutido, ao ponto que a visão crítica da área ainda não é abordada com a seriedade necessária (Apostolopoulos, 2005; Nechar & Panosso-Netto, 2010).
Desde os últimos 30 anos, a investigação turística tem tendência – ao menos na literatura ocidental – a centrar-se de modo preferencial nos aspectos particulares de uma realidade determinada temporal e espacialmente, o que se plasma na abundância de estudos de caso, em forma de monografia ou em forma de publicações mistas. Os estudos de casos em si mesmos são ferramentas da construção do conhecimento e, portanto, não devem ser em princípio rejeitados, senão justamente o contrário. Mas existem investigadores que convertem seus estudos de caso não em um método de investigação que recorre à experiência como via para a transmissão do conhecimento, que é o que são realmente, senão em investigação mesma, transcendendo assim do que este é intrinsecamente. Ou seja, é atribuído ao estudo de caso uma característica e um papel que ele não tem (Panosso-Netto, Noguero & Jäger, 2011).
Segundo os autores supracitados, a teoria do turismo, se é que existe uma que se possa identificar como original encontra-se em um momento crucial e delicado, pois existe uma crise e crítica do conhecimento de forma geral. A visão não é de pessimismo, mas de realidade. Os 4 momentos principais da crise, que foram identificados neste estudo, são: 1. Crise da universidade; 2. Crise na filosofia; 3. Crise dos valores culturais, humanos, morais e éticos e 4. Crise dos valores históricos.
Pelas transformações econômicas e socioculturais vividas na atualidade e refletidas nas vivências de lazer, talvez ainda não estejamos em condições de dar uma interpretação moderna, para nossa mentalidade moderna, sobre este fenômeno social. Ao trata-se de um tempo com novas configurações e realidades novas, sua interpretação requer novas categorias e uma linguagem também nova, para as quais, ainda não possuímos um arcabouço teórico bem desenvolvido.
Entretanto, se está produzindo profundas mudanças no mundo do trabalho, do tempo livre e do lazer. Mudanças estas que limitam a reconhecer que algo começa a se revelar, rompendo barreiras e criando paradigmas desta relação. Assim mesmo, novas leituras e perspectivas de lazer não representa uma harmonia e um consenso em torno a este conceito, isto porque a superação de perspectivas, sempre nos conduz a novas perspectivas ambivalentes e multidirecionais.
É importante notar que a dialética ausente na grande maioria das ciências sociais em geral e do turismo em particular do conhecimento, devido a questões de caráter cognitivo e sócio histórica. Ela consiste no estudo das contradições na própria essência dos objetos, no estudo da diversidade de conflitos desde a sua génese, evolução e teleologicidade na natureza, da sociedade e do pensamento (Gaxiola, 2009).
O discurso competição dialética é necessária para que se consiga encontrar a especificidade da contradição em contexto histórico concreto. A maioria das análises sobre a questão da falta de dialética, tempo livre, portanto, geralmente caem em uma dimensão passiva e estática da realidade, sem entender o movimento, o desenvolvimento e a evolução das coisas (Gaxiola, 2009).
Nesse sentido, os discursos do pós-modernismo turisticológicos, o antidialeticidade teares em todos os cantos e, geralmente, assistir às sessões sem qualquer dinamismo congelado análise seção em lazer, em detrimento e danos de compreensão do assunto. A análise dialética de orientação turismo prioriza uma interpretação holística da coleta de dados, pois fornece um reconhecimento econômico, político, social e ideológico dos fatos estudados (Gaxiola, 2009).
Pode-se inferir, pois, que é possível a relevância do desenvolvimento do conhecimento relativo ao turismo e sua mudança de paradigma se dá na sua aplicabilidade, ao ponto que, se for bem planejada pode ser de grande impacto positivo na manutenção dos recursos naturais e culturais envolvidos na atividade turística, possibilitando, portanto, o progresso na utilização dos conceitos da sustentabilidade no turismo.

DESENHO METODOLÓGICO

A pesquisa em questão possui abordagem qualitativa, com caráter exploratório e descritivo, com uso de pesquisa bibliográfica e em sites. Tomando como procedimento metodológico basal, a pesquisa bibliográfica foi realizada com ênfase das temáticas “Turismo e conceituações”, “Ciência, Paradigma e Saber“, “Abordagem kuhniana”, “Sistemismo”, “Fenomenologia”, “Teoria crítica” e “Complexidade”, buscando relacionar o que os principais autores assinalavam sobre cada temática destacada no Quadro acima, convergindo, porquanto, em um ensaio teórico com ênfase nos paradigmas do Turismo. E, para melhor compreender sobre os temas e visualizar os autores escolhidos para a fundamentação teórica, foi elaborado o Quadro 01 a seguir:

ANÁLISE E DISCUSSÃO: TURISMO E A QUESTÃO DOS PARADIGMAS
Parafraseando Severino (2008) a nova ordem mundial se caracterizaria pela situação de plena revolução tecnológica, capaz de lidar com a produção e a transmissão de informações em extraordinária velocidade; pelo processo de globalização não só da cultura, mas também da economia e da política; pelo privilégio da iniciativa privada; pela minimização das leis do mercado; pela ruptura de todas as fronteiras. Onde nada é mais moderno do que a expansão e consolidação do capitalismo viabilizado pela revolução informacional. Capitalismo este que consiste na busca pelo lucro e é sustentado pelo consumismo exagerado da população que se reflete, principalmente, nas questões sociais, políticas, culturais e ambientais. O ser humano descobre, em si mesmo, um novo nível de percepção, graças a sua interação com o computador e de suas potencialidades pela interação do computador com o ser humano.
O tempo ganho com as facilidades que o computador proporciona nos dá mais tempo para que seja desenvolvida mais capacidade de conhecer melhor o mundo em que se vive e as limitações que se possa ter e que possa impedir o progresso. O mundo caminha junto ao progresso, onde a liberdade de expressão e o acesso à informação operam como facilitadores e estimuladores de novas fontes de crescimento. Parafraseando Nicolescu (1999), o desafio da autodestruição tem sua contrapartida na esperança do auto nascimento, no qual o desafio planetário da morte tem sua contrapartida numa consciência visionária, transpessoal e planetária, que se alimenta do crescimento fabuloso do saber.
O progresso estar intimamente relacionada com o processo de culturação, conhecimento e investigação do novo para que possam ocorrer mudanças significativas nas relações humanas com as revoluções. Onde se pode considerar, assim como na obra de Kuhn (2001) e nos pensamentos de Nicolescu (2005), que a Gestalt poderia ser utilizada como fator importante para perceber que níveis de realidades podem ser vistos de maneira global em um determinado momento, e após determinada descoberta, não mais é visto como anteriormente era.
Existem leis e regras que comandam as ações humanas para uma melhor gestão do funcionamento de práticas sociais que ajam de acordo com a ética e a relação humana e à relação homem-natureza. Havendo, com isso, necessidade de modificação de pensamentos sobre determinado assunto para que haja progresso no pensar cientificamente, para compreensão do que realmente se defende, de que paradigma é usado e o porquê de ele ser utilizado, é fundamental para um melhor entendimento sobre determinado assunto abordado.
O homem como ser pensante é constituído de sapiência e capacidade de distinção e escolha através do raciocínio lógico, porém nem todos desenvolvem as mesmas capacidades de compreensão de mundo e de entender a si e suas necessidades. As pessoas evoluem na cultura, nos pensamentos e na relação com a ciência, sendo necessárias inter-relações sociais para concretização de pensamentos.
No turismo, apesar das ciências que o compõe possam possuir pensamentos antagônicos, juntas terão significado e complementarão o sentido real do fenômeno do turismo: melhor compreender e satisfazer as vontades dos turistas, e apesar de às vezes proporcionar choque entre culturas, possibilita que o homem conheça mais do que ocorre no mundo e proporciona mais chances de eles conhecerem mais a si mesmos, ao diferenciar pensamentos, gostos, gestos e modos de ver o mundo.
Em se tratando de teorias e construção do conhecimento, Severino (2008, p.31) afirma que o que ocorre é na verdade “[...] uma crise das teorias e não do conhecimento como processo histórico”. O que possibilita ratificar que há evolução do pensamento refletido no estudo histórico e defesa sobre os mais variados assuntos.  Sem sobreposição de ideias ou desconsiderações, apenas mudanças na maneira de pensar para poder agir.
Não se pode passar de um ponto a outro do espaço e do tempo sem passar por todos os pontos intermediários. Existindo, portanto, a importância dos estudos empíricos sequenciais, ou seja, procura de aperfeiçoamentos de comprovação através da experimentação em busca do progresso.
Tem-se a necessidade de considerar o estabelecimento de relações entre os conhecimentos que são objetos de ensino, recorrendo a modelos interdisciplinares de maneira a conceber situações didáticas que reúnam os alunos e garantam o respeito das especificações disciplinares. Sem sobrepor importância de disciplinas, mas compreender que uma complementa a outra.
Nicolescu (1999, p. 15) menciona que “A cada causa em um ponto dado corresponde um efeito em um ponto infinitamente próximo e a cada efeito em um ponto infinitamente próximo”. Afirmação relacionada ao encadeamento de acontecimentos e comprovações empíricas de fenômenos nunca cadeia de pensamento direcionada a um fim específico, ou seja, conformidade de pensamento relacionado à conceitualização de um fenômeno.

Na educação, a fragmentação do ensino aumenta à medida que se atinge as séries superiores, chegando a fazer das universidades atuais, verdadeiras torres de Babel. Uma separatividade fundamental impregna a educação: o intelecto é confiado às escolas e o caráter, incluindo sentimentos e valores, supostamente ainda estão nas mãos da família. [...] O conhecimento se torna uma espécie de mercadoria a ser adquirida e esquecida na memória (Weil, 1991, p. 18).

Kuhn (2001) defende, neste sentido, que um paradigma pode existir simplesmente pelo fato dele questionar algo que considera estar equivocado em uma teoria, sendo mais bem aceito caso possua menor discordância possíveis de posicionamentos, não deixando de existir caso isso não ocorra. Onde, para que tenhamos sucesso em pesquisas, deve ser estabelecido o campo de estudos, como resolver problemas e elaboração de métodos eficientes. Pois somente após a definição do que vai ser estudado e analisado é que os possíveis problemas da resolução de equívocos para uma revolução científica serão estabelecidos.
Nesta perspectiva, o turismo não é considerado ciência por não possui método próprio. Panosso-Netto (2005) destaca: O turismo não é ciência; Uma ciência do turismo deve ser uma ciência que compreenda os fatores subjetivos dos envolvidos no processo; A análise sistêmica do turismo constitui-se em um paradigma do turismo; O turismo não deve ser visto apenas como um conjunto de subsistemas; O reducionismo nas análises teóricas deve ser evitado; O turismo é um fenômeno e não uma indústria; A prática do turismo é muito maior que os estudos teóricos existentes; A filosofia possui papel fundamental nos estudos do turismo; O turismo não é uma panaceia.
Nicolescu (1999) defende, como complemento a discussão supracitada, que o modelo transdisciplinar da natureza deve integrar características de que as leis de níveis inferiores não são completamente determinadas pelos níveis superiores, devendo ser consideradas como dependentes das circunstâncias de seu surgimento, onde a hierarquia das leis evolui enquanto o próprio universo.
Para que ocorra implementação da transdisciplinaridade no turismo, necessita-se que exista uma visão de quem estuda determinado universo de leis, para alguns o nível varia na concepção, dependendo do local e do propósito defendido de cada uma das leis, contribuindo para a evolução no conhecimento.
A emergência de novas teorias seria, então, precedida por momentos de insegurança profissional e grandes alterações nos problemas e técnicas da ciência normal. Pois, quando uma teoria não mais atende as expectativas das novas percepções da realidade, novos paradigmas surgirão e ocuparão o lugar da lacuna que o anterior deixou.
Paradigmas entram em crise, portanto, quando se assemelham com o que ocorria nos períodos pré-paradigmáticos - confusões e diversidades de ideias. O que ocorre neste caso é uma oposição ao senso comum na ideia a ser seguida e absorvida como paradigma (Nicolescu, 1999). Sem as crises, não seriam detectadas as anomalias que devem ser reavaliadas para que a revolução aconteça. É com o surgimento das crises que os problemas a serem detectados surgirão, e consigo os novos paradigmas que venham tentar solucioná-los na busca do aprimoramento dos conceitos da ciência.
Cientistas que não são capazes a superar as crises são substituídos por novos pensadores e articuladores de resoluções de problemas-equívocos, no qual o fracasso em alcançar uma solução desacredita somente o cientista e não a teoria, pois muitas vezes equivocado dos cientistas em terem medo de procurar respostas que parecem possuir maior dificuldade.
Nechar (2011) citado por Leal (2011), defende a ideia de que vivemos um momento onde a produção crítica de conhecimento em turismo faz-se necessária, onde o caminho sugerido deveria ser o da epistemologia, pois, construir conhecimento em turismo é algo crítico, filosófico, sendo a repetição dos conceitos já estabelecidos, por si só, não favorecedora do avanço do conhecimento em turismo, havendo uma necessidade de novas abordagens. Sobre a epistemologia, pode-se afirmar que: "Disciplina fundamental para o estabelecimento dos alicerces científicos de qualquer campo de estudos, a epistemologia, em turismo, ainda é vista como tema complexo, exótico, teórico, filosófico e com pouca aplicabilidade" (Panosso-Netto e Nechar, 2014, p. 02).
De acordo com Tribe (1997, p. 639) a epistemologia em turismo é importante porque “promove uma revisão sistemática do que é o legítimo conhecimento turístico” e por “ainda não há acordo sobre o mapa ou as fronteiras dos estudos turísticos”. Outrossim, considera-se que ela não admite que estudiosos se permitam influenciar pelas ideias hegemônicas que procuram conservar a ordem e o progresso atual do desenvolvimento turístico, com ênfase em uma reflexão crítica sobre desigualdade, problemas humanos e sobre o meio ambiente, ao ponto que sua discussão perpassa pela complexidade (Panosso-Netto e Nechar, 2014).

Japiassu (1979, p.16) definiu epistemologia como o estudo metódico e reflexivo do saber, de sua organização, de sua formação, de seu desenvolvimento, de seu funcionamento e de seus produtos intelectuais. Para isso, a epistemologia necessita reflexão, mas nem toda reflexão sobre o conhecimento produzido traz consigo a epistemologia. Para Bunge (1980, p.12-3), a epistemologia é útil se satisfizer às seguintes condições: refere-se à ciência propriamente dita; ocupa-se de problemas filosóficos que se apresentam de fato no curso da investigação científica ou na reflexão sobre os problemas, métodos e teorias da ciência; propõe soluções claras para tais problemas, em particular soluções consistentes com teorias rigorosas e inteligíveis, bem como adequadas à realidade da investigação científica; é capaz de distinguir a ciência autêntica da pseudociência, a investigação profunda da superficial, a procura da verdade da procura de temas simples; é capaz de criticar programas e mesmo resultados errôneos, assim como sugerir novos enfoques promissores (Panosso-Netto e Nechar, 2014, p. 04).

O conhecimento em turismo é como amar: “assim como não há regras para como se deve amar, não há regras para como se produzir o conhecimento em turismo. O desenvolvimento e o avanço só virão com a inovação conceitual e metodológica” (Nechar, 2011 citado por Leal, 2011).
Para Panosso-Netto (2011) citado por Leal (2011), a abordagem do turismo deve ser baseada na epistemologia como forma de alavancar o conhecimento na área, pois, caso contrário, o estudo em turismo continuará com a atual banalização da teoria. Sendo importante, nesta perspectiva, se buscar os textos originais que embasam o conhecimento acadêmico do turismo no mundo. E, entre os possíveis caminhos propostos para o enfrentamento da crise poder-se-iam destacar: a união entre pesquisadores; uma maior atenção aos países onde o inglês não é o idioma oficial; o fortalecimento da epistemologia do turismo; a busca pela construção da teoria crítica; a ampliação dos fundamentos e dos conhecimentos teóricos da/e na filosofia; entre outros.
Parafraseando Centeno (2003) os pesquisadores que estudam turismo devem observar atentamente a realidade com a finalidade de obter dados significativos, devendo possuir abstração ao que se refere eliminar o que não tem importância fundamental para o conhecimento e generalização. O autor afirma, ainda, passar do particular para o geral com a finalidade de conhecer os fenômenos por sua expressão mais significativa, obtendo o que é comum e inerente a todos esses, fazendo com que melhor seja visualizado o fundamento do conjunto.
O fato de o Turismo não ser considerado ciência não impossibilita que o fenômeno seja estudado nem seja considerado como uma das atividades que contribuem para desenvolvimento de localidades e possibilite aumento na geração de emprego e renda, bem como estimule criação de ambientes de conservação ambiental e cultural de uma localidade, nem diminua sua importância ao que diz respeito à evolução da sociedade concomitantemente sua evolução.
É essencial, porquanto, para projetar os componentes de uma abordagem epistemológica para o turismo, porque queremos abordar um turismo justo e responsável, acreditamos que este é inestimável neste momento de nossa disciplina. A possibilidade de construir uma situação ideal para o diálogo entre professores, pesquisadores, empresários, funcionários, diretores e comunidade que recebe, implicar benefícios para a sociedade como um todo (Gaxiola, 2009).
Se tivermos um conhecimento científico do turismo, poderemos definir propostas pertinentes e consequentes para o benefício da população mais afetados pelas políticas de turismo injustas, aplicada a local, municipal, estadual e nacional. É imperativo para sustentar o complexo equilíbrio de proporção, não ancorada na singularidade absoluta do positivismo turismo e cair no equívoco chamado anfibologia tempo livre relativista (Gaxiola, 2009).
Desta forma, nossa proposta pode fornecer elementos para quebrar o impasse em que os artigos são de conhecimento, proporcionando algumas ferramentas para o estudo mais abrangente e holístico nosso objeto de estudo. A hermenêutica, dialética e veia transformacional em critérios objetivos e subjetivos para sugerir ainda que as condições de rota. Não se esqueça de que um modelo epistêmico às vezes é ensinado mais pelo paradigma da construção humana que apresentou tecido discursivo, embora, sem dúvida, seja decisiva. Paralisia e a crise da epistemologia do turismo é um exemplo disso. Desta forma, esperamos oferecer nosso cognitivo fornecer pistas e sinais (Gaxiola, 2009). Existe, também, a perspectiva de estudo do turismo a partir da fenomenologia, fundamentalmente ao considerar que a experiência é um dos elementos basais do turismo (Panosso-Netto e Nechar, 2014).

Pernecky e Jamal (2010) afirmam que a pesquisa fenomenológica aplicada aos estudos turísticos apresenta alguns desafios, entre eles o desconhecimento da teoria e a própria complexidade da fenomenologia. Para Jovicic (1988), a criação de uma teoria do turismo irá passar, necessariamente, por um estudo de sua epistemologia com base na fenomenologia. Na literatura há diversos estudos de fenomenologia do turismo, entre eles Cohen (1979), Molina (1991), Masberg e Silverman (1996), Marioli (2002), Ingram (2002), Panosso Netto (2005), Caton e Santos (2008), Andriotis (2009), Szarycz (2008, 2009), Santos e Yan (2010) e Pernecky e Jamal (2010) (Panosso-Netto & Nechar, 2014, p. 13).

A descrição fenomenológica baseia-se, pois, na observação e na percepção do turismo como um fenômeno dinâmico, desenvolvido no tempo e no espaço por um indivíduo ou um grupo (Panosso-Netto, 2011; Panosso-Netto e Nechar, 2014). Despertando para o fato de que a pesquisa fenomenológica “é, em grande parte, desconhecida na pesquisa turística e altamente complexa; consome muito tempo, requer ativo envolvimento do pesquisador, atenção e conhecimento da abordagem filosófica da abordagem particular” (Pernecky, Jamal, 2010, p. 1057). Assim, a crítica realizada pelos autores mencionados incentiva à realização de estudos fenomenológicos no turismo (Panosso-Netto e Nechar, 2014, p. 13).

A fenomenologia [...] pode ajudar a criar uma teoria do turismo. Ela permite a interpretação do fato em si, ou da coisa. Com a interpretação do fato em si a fenomenologia propõe a reflexão a respeito do conhecimento acumulado sobre a temática. Lyotard (1967, p.8) afirma que a fenomenologia “foi de início e continua a ser uma meditação sobre o conhecimento, um conhecimento do conhecimento” (Panosso-Netto & Nechar, 2014, p. 13).

No turismo, a construção do conhecimento deve ocorrer, portanto, de forma organizada, estruturada e que possibilite comunicação entre todas as partes componentes do fenômeno, interligando todos os conhecimentos diferenciados das ciências que o compõe e o faz ser complexo como é.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A escolha de um paradigma a ser seguido depende do que se está procurando como solução a determinado problema. Caso os objetivos sejam desvendados por tal paradigma ele será escolhido como o que realmente deve ser interpretado como o correto.
Caso as teorias não possuíssem dificuldades não seriam analisadas nem aprimoradas, simplesmente deixaria de existir, sendo substituídas por alguma que viesse a preencher a função que anteriormente lhe era de direito. Se não ocorressem modificações de paradigmas com o passar dos tempos, a sociedade nunca passaria por um progresso necessário à ciência para que melhor possamos entender nossa realidade.
No turismo, o consumismo faz com que estratégias sejam traçadas a atrair turistas dos mais variados locais com os mais variados gostos e culturas diferenciadas, criando a partir de necessidades de diferenciação o que chamamos de pseudo-lugares, com espetacularização da atividade.
Esta visão que constitui o turismo não pode ser algo que diminua sua relevância ou só aumente seus impactos negativos, mas que também proporcione melhoria no planejamento, organização e desenvolvimento local, social, cultural e econômico a partir de interesses políticos visíveis.
De acordo com Panosso-Netto e Nechar (2014), o aporte de uma teoria crítica para uma epistemologia crítica do turismo consiste em adotar uma atitude transformadora da realidade do turismo, no sentido de despertar para um pensamento reflexivo, crítico e interpretativo, possibilitando um mundo turístico melhor para todos. Parafraseando Morin (2000 e 2001), o paradigma da complexidade estimula a distinção na comunicação, propiciando o reconhecimento de os traços singulares de determinado, concebendo uma unidade-multiplicidade em vez de heterogeneizar separadamente numa totalidade indistinta.
E, nesta complexidade visível do turismo, necessita então que seja discutido o conceito de paradigma atual do turismo. Mas, há realmente um paradigma atual? O turismo deve ser visto de forma sistêmica, holística, fragmentada e separadamente? Pode ser visto sob uma perspectiva nova, qual seria? O turismo é ou não ciência e por quê? Contribuímos realmente para desenvolvimento local ou criamos simplesmente cenários “espetacularizados” que descaracterizam lugares? O que sustenta a importância turística na realidade se direciona apenas à questão econômica ou a união dos subsistemas com a realidade da comunidade pode ser realizada? O que temos, caro leitor, é uma situação de crise, de transição de paradigma, onde o SISTUR é repensado e novas formas de ver a realidade do turismo está despertando para a globalização que comanda nossos gostos, hábitos e sonhos.

REFERÊNCIAS
Alves, M. L. B., & Ramos, S. P. (2007). “Turismo religioso no Rio Grande do Norte: as múltiplas faces dos "encontros" no Sertão do Seridó”. In: Revista Hospitalidade, v. IV n.2, pp. 35-50. Recuperado em 11 ago, 2017, de https://www.revhosp.org/hospitalidade/article/view/231
Andery, M. A.; Micheletto, N.; Sério, T. M. P.; Rubano, D. R.; Moroz, M.; Pereira, M. E.; Gioia, S. C.; Gianfaldoni, M.; Saviolli, M. R., & Zanotto, M. L. (2007). “Para compreender a ciência: Uma perspectiva histórica”. Rio de Janeiro, Garamond,
Andriotis, K. (2009). “Sacred site experience. A phenomenological study”. Annals of Tourism Research, 36(1), pp. 64–84.
Apostolopoulos, Y. (2005). “Introduction”. Reinventing the sociology of tourism. In: Apostolopoulos, Yiorgos; Leivadi, Stella & Yiannakis, Andrew. (Eds.) The sociology of tourism: theoretical and empirical investigations. New York, Routledge.
Beni, M. C. (2006). “Análise estrutural do Turismo”. 11 ed ver. e atualiz. São Paulo, Senac São Paulo.
Beni, M. C. (1998). “Análise Estrutural do turismo”. São Paulo, Senac São Paulo.
Boullón, R. C. (2002). “Planejamento do espaço turístico”. Bauru, EDUSC.
Bunge, M. (1980). “Epistemologia: curso de atualização”. São Paulo, Queiroz Editor/EDUSP.
Caton, K., & Santos, C. A. (2008). “Closing the hermeneutic circle? Photographic Encounters with the Other”. Annals of Tourism Research, 35(1), pp. 7–26.
Centeno, R. R. (2003). “Metodologia da pesquisa aplicada ao turismo: casos práticos”. Tradução de Waldelina Rezende, São Paulo, Roca.
Cohen, E. (1979). “Rethinking the sociology of Tourism”. Annals of Tourism Research, 6(1), Jan./Mar.
Crema, R. (Orgs.). (1998).Novo paradigma holístico: ciência, filosofia, arte e mística”. São Paulo, Summus.
Cuervo, R. S. (1967). “El turismo como medio de comunicación humana”. México-DF: Departamento de Turismo do Governo do México.
Farias, M. F. de., & Sonaglio, K. E. (2013). “Perspectivas multi, pluri, inter e transdisciplinar no turismo”. Revista Iberoamericana de Turismo – RITUR, Penedo, v. 3, n.1, pp. 71-85.
Furtado, E. M. (2005). “A ‘Onda’ do Turismo na Cidade do Sol: a reconstrução urbana de Natal”. 301 p. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal.
Gaxiola, N. C. (2009). “Algunas Consideraciones Dialécticas y Hermeneutizantes sobre la Epistemología y la Importancia de la Tradición em el Pensamiento Turístico”. In: Turismo em Análise, v.20, n.3, dezembro.
Grinover, L. (2007). “A hospitalidade, a cidade e o turismo”. São Paulo, Aleph.
Henriques, C. C., & Pereira, M. T. G. (Orgs.). (2009). “Língua e transdisciplinaridade: rumos, conexões, sentidos”. São Paulo, Contexto.
Ingram, G. (2002). Motivations of farm tourism hosts and guests in the South West tapestry Region, Western Australia: A phenomenological study. The Indo-Pacific Journal of Phenomenology, 2(1), pp. 1-12, April.
Jafari, J. (2005). “El turismo como disciplina científica”. In: Política y Sociedad. v. 42, n. 1, pp. 39-56.
Japiassu, H. (1979). “Introdução ao pensamento epistemológico”. (3a ed). Rio de Janeiro, Francisco Alves.
Jovicic, Z. (1988). “A plea for tourismological theory and methodology”. Tourism Review, 43(3), pp. 2-5, jul./set.
Kuhn, T. S. (2001). “A estrutura das revoluções científicas”. São Paulo, Editora Perspectiva.
Leiper, N. (1995). “Tourism management”. Collingwood-Victoria, RMIT Press.
Leiper, N. (1979). “The framework of tourism: towards a definition of tourism, tourist, and the tourist industry”. Annals of Tourism Research, 6(4), pp. 390-407, out./dez.
Lyotard, J. F. (1967). “A fenomenologia”. Lisboa, Edições 70.
Marioli, A. P. (2002). “Ecoturismo em unidades de conservação: o método fenomenológico aplicado ao Parque Estadual da Cantareira”. Dissertação de mestrado, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil.
Masberg, B. A., & Silverman, L. H. (1996). “Visitor experiences at heritage sites: A phenomenological approach”. Journal of Travel Research, 34(4), pp.20–25.
Molina, S. (1991). “Conceptualización del turismo”. México, Limusa.
Morin, E. (2000). “Ciência com consciência”. Rio de Janeiro, Bertrand.
Morin, E. (2001). “Os sete saberes necessários à educação do futuro”. São Paulo, Cortez, Unesco.
Nechar, M. C. citado por Leal, S. R. (2011). “Relato do I Seminário Internacional de Estudos Críticos em Turismo, Natal/RN (Brasil)”. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo. v.5, n.1, pp.126-130, abr.
Nechar, M. C., & Panosso-Netto, A. (2010). “Epistemología del turismo”. Estudios críticos, México, Trillas.
Nicolescu, B. (1999). “O Manifesto da Transdisciplinaridade”. Tradução Lúcia Pereira de Souza, São Paulo, Triom.
Panosso-Netto, A. (2011). “Filosofia do turismo: teoria e epistemologia”. (2a ed). São Paulo, Aleph.
Panosso-Netto, A. (2005). “Filosofia do turismo: teoria e epistemologia”. São Paulo, Aleph.
Panosso-Netto, A., & Nechar, M. C. (2014). “Epistemologia do turismo: escolas teóricas e proposta crítica”. In: Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo. São Paulo, 8(1), pp.120-144, jan./mar.
Panosso Netto, A.; Noguero, F. T., & Jäger, M. (2011). “Por uma Visão Crítica nos Estudos Turísticos”. In: Revista Turismo e análise. v. 22, n. 3, dezembro.
Pernecky, T. & Jamal, T. (2010). (Hermeneutic) “Phenomenology in tourism studies”. Annals of Tourism Research, 37(4), pp. 1.055-1.075, out.
Randon, M. (2001). “A ciência a face dos confins do conhecimento”. In: Brandão, D. M. S. & Crema, R. (Orgs.). Novo paradigma holístico: ciência, filosofia, arte e mística. São Paulo, Summus.
Ruschmann, D. (2002). “Turismo e planejamento sustentável: a proteção do meio ambiente”. (9a ed.), Campinas/SP, Papirus.
Santos, C. A. & Yan, C. (2010). “Genealogical tourism: a phenomenological examination”. Journal of Travel Research, 49(1), pp. 56-67.
Sessa, A. (1985). “La scienza dei sistemi per lo sviluppo del turismo”. Roma, Agnesotti.
Severino, A. J. (1998). “O conhecimento pedagógico e a interdisciplinaridade: o saber como intencionalização da prática”. In: Fazenda, I. C. A. (org.). Didática e interdisciplinaridade. Campinas, São Paulo, Papirus. (Coleção Práxis).
Szarycz, G. S. (2009). “Some issues in tourism research phenomenology: A commentary”. Current Issues in Tourism, 12 (1), pp. 47–58.
Szarycz, G. S. (2008). “Cruising, freighter-style: a phenomenological exploration of tourist recollections of a passenger freighter travel experience”. International Journal of Tourism Research, 10 (3), pp.259–269.
Tribe, J. (1997). “The indiscipline of tourism”. Annals of Tourism Research, v. 24, n. 4.
Weil, P. (1991). “O novo paradigma holístico: ondas à procura do mar”. In: Brandão, D. M. S. & Crema, R. (Orgs.). Novo paradigma holístico: ciência, filosofia, arte e mística. São Paulo, Summus.

 

* Doutoranda em Turismo - PPGTUR/UFRN. Graduada em Letras Espanhol - IFRN. Mestre em Turismo - PPGTUR/UFRN. Bacharel em Turismo - UFRN. Licenciada em Filosofia - ISEP. Especialista em História e Cultura Afro-brasileira e Africana -UFRN. Especialista em Gestão Pública Municipal - UFPB. Especialista em Política de Promoção da Igualdade Racial (UNIAFRO) - UFERSA. Técnico em Guia de Turismo Regional - IFRN. Técnico em Segurança do Trabalho - IFPB. Técnico em Informática - IFRN. Atualmente, é avaliadora voluntária em três periódicos com Qualis Capes. É Membro do Corpo Editorial da Revista Querubim - Universidade Federal Fluminense (UFF). É Pesquisadora Voluntária no Grupo de Estudos e Pesquisas em Ciência Política (UFCG) - Linha de pesquisa: Políticas e desenvolvimento do Turismo (UFCG). Pesquisadora Voluntária no Grupo de Pesquisa "Educação, Hospitalidade e Tecnologias" (IFRN). Pesquisadora Voluntária no Grupo de pesquisa em Marcas e Marketing (UFRN). Atua e pesquisa, principalmente, nas seguintes áreas: Planejamento do Turismo; Desenvolvimento e Gestão do Turismo; Teoria do Turismo. E-mail: mayaraferreiradefarias@gmail.com.
**Bacharel em Turismo (ESTH), Mestre e Doutora em Engenharia Ambiental (UFSC). Possui experiência no ensino de graduação em Turismo. Atuou na Coordenação de Orientação de mestrado do Laboratório de Ensino a Distância - LED/UFSC. Atualmente é Professora Associado I da Universidade de Brasília (UnB) e atua como professora permanente no Programa de Pós-Graduação em Turismo (PPGTUR) da UFRN. É vice-líder do Grupo de Pesquisa em Planejamento e Organização do Turismo - GEPPOT e do Estudos Críticos em Turismo - ESCRITUR. Em seu currículo Lattes os termos mais frequentes na contextualização da produção científica e tecnológica são: Turismo, Planejamento e Organização do Turismo, Transdisciplinaridade, Sustentabilidade. E-mail: kerlei@hotmail.com.
***Doutorado em Administração de Empresas pela Universidade de Barcelona (2005), revalidado pela Universidade de Brasília (2006). Mestrado em Comunicação e Estratégia Política pela Universidade Autônoma de Barcelona (2005). Especialização em Direito de Empresa pelo IESE (1999), Suficiência Investigadora (DEA) em Pesquisa de Mercado pela Universidade de Barcelona (2002). Especialização em Finanças Empresariais pela Fundação Getúlio Vargas (1998). Bacharel em Administração pela Universidade Potiguar (1990). Atualmente é professor Adjunto da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Membro permanente do programa de Pós-Graduação em Turismo Stricto Sensu (PPGTUR/UFRN), membro pesquisadora do Grupo de Estudos em Gestão do Turismo (GESTUR)/CNPq e do Programa de Propaganda e Marketing na Gestão de Marcas pelo Departamento de Publicidade da UFRN. Tem experiência nas áreas de Turismo Sustentável e Marketing Estratégico, atuando nos seguintes temas: Gestão da Qualidade, Comportamento do Consumidor e Gestão de Marcas (BRANDING). Membro do Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN. E-mail: lissaferreira.iadb@yahoo.es.
****Doutor em Engenharia de Produção (COPPE/UFRJ, Universidade Federal do Rio de Janeiro/ 2001). Mestre em Administração do Planejamento (PPGA/UFRN, 1993). Especialista em Didática do Ensino Superior: (UnP/1994). Professor Associado da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Professor no curso de Administração à distância: Filosofia da Administração - Universidade Aberta do Brasil (UAB) parceria com a UFRN (SEDIS). Experiência na área de Administração, Turismo e Metodologia, atuando especificamente nas seguintes áreas-tema: 1) Filosofia da Administração: Ética, Responsabilidade Social; 2) Marketing: Planejamento, Estratégia, Relacionamento, Comportamento; 3) Estratégia Empresarial/Corporativa: Competição, Cooperação, Planejamento; 4) Turismo: Planejamento, Estratégia, Marketing; 5) Metodologia da Pesquisa: Projeto, Técnicas, Pesquisa. E-mail: mauro_alx@yahoo.com.br.
1 Sobre a compreensão da Ciência, aponta-se os estudos de Andery, Micheletto, Sério, Rubano, Moroz, Pereira, Gioia, Gianfaldoni, Saviolli & Zanotto (2007) para aprofundamento teórico.
2 O primeiro autor a transportar e aplicar o pensamento sistêmico ao turismo foi Cuervo (1967). Para ele, o turismo seria um grande sistema, composto de outros conjuntos menores, onde todos os sistemas devem ter um modelo que facilite sua compreensão. O sistema de turismo mais conhecido do mundo anglosaxão é o de Leiper (1979, 1995), ainda que existam vários outros sistemas de turismo, tais como o de Sessa (1985), Molina (1991), Beni (1998), e o de Boullón (2002), por exemplo (Panosso Netto e Nechar, 2014, p. 11).
3 Para melhor compreender aspectos relacionados com a Ciência, sugere-se aprofundamento na leitura do texto de Andery, Micheletto, Sério, Rubano, Moroz, Pereira, Gioia, Gianfaldoni, Saviolli & Zanotto (2007).

 


Recibido: Enero 2019 Aceptado: Junio 2019 Publicado: 17 de junio 2019

Nota Importante a Leer:
Los comentarios al artículo son responsabilidad exclusiva del remitente.
Si necesita algún tipo de información referente al articulo póngase en contacto con el email suministrado por el autor del articulo al principio del mismo.
Un comentario no es mas que un simple medio para comunicar su opinion a futuros lectores.
El autor del articulo no esta obligado a responder o leer comentarios referentes al articulo.
Al escribir un comentario, debe tener en cuenta que recibirá notificaciones cada vez que alguien escriba un nuevo comentario en este articulo.
Eumed.net se reserva el derecho de eliminar aquellos comentarios que tengan lenguaje inadecuado o agresivo.
Si usted considera que algún comentario de esta página es inadecuado o agresivo, por favor, escriba a lisette@eumed.net.

URL: https://www.eumed.net/rev/turydes/index.html
Sitio editado y mantenido por Servicios Académicos Intercontinentales S.L. B-93417426.
Dirección de contacto lisette@eumed.net