Revista: TURYDES
Turismo y Desarrollo local sostenible / ISSN: 1988-5261

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POTENCIAL GEOTURISTICO DO MUNICÍPIO DE QUIXADA, NORDESTE BRASILEIRO: ANÁLISE E SUGESTÕES PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

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Introdução

As relações estabelecidas entre a sociedade e a natureza podem ocasionar impactos negativos para o meio ambiente, como desmatamento, poluição, degradação dos recursos naturais, entre outros.  Diante desses transtornos, o planejamento da interação entre essas duas esferas exige cada vez mais um olhar sustentável e estratégias que possam tornar essa relação mais harmônica, buscando o uso consciente do potencial natural e o atendimento das necessidades das comunidades.
De acordo com Coriolano (2006), o turismo é considerado como a atividade cultural, ligada ao setor terciário da economia. É uma das atividades que mais se desenvolveu nos últimos anos a nível mundial, em virtude de seu dinamismo e potencial. Esse crescimento faz com que o turismo seja visto como uma oportunidade de desenvolvimento econômico, através da geração de emprego e renda.
Contudo, por se tratar de uma atividade que pode exercer grande influência no meio em que se desenvolve, quando não se estabelece de forma planejada, o turismo pode acarretar uma série de consequências negativas para o meio na qual se desenvolve, como exclusão das comunidades locais no processo de planejamento, degradação dos recursos naturais e poluição. Como qualquer outra atividade, o turismo deve passar por um processo de planejamento, visando contornar os problemas e enaltecer as potencialidades de forma sustentável.
O turismo deve realizar-se em harmonia com a natureza, tendo como objetivo a conservação e qualidade dos recursos naturais para as futuras gerações. O turismo, quando planejado de acordo com os princípios da sustentabilidade pode proporcionar inúmeras vantagens para o meio ambiente e para a qualidade de vida (SILVA, 2004)
Nesse contexto, se faz necessário privilegiar formas de turismo que proporcionem um desenvolvimento mais sustentável, além de promover a sensibilização ambiental, contribuindo para estreitar a relação entre os turistas e o meio ambiente que está visitando, de maneira mais integralizada e não apenas como um produto turístico.
O objetivo principal da pesquisa foi realizar uma análise da dinâmica turística do município de Quixadá, identificando as  limitações e as potencialidades existentes no local. Diante do que foi encontrado, serão apresentados alguns problemas que precisam ser contornados e as principais potencialidades, podendo contribuir para um planejamento de desenvolvimento geoturístico, visando atividades mais sustentáveis e contextualizadas com o meio.
A área escolhida para a realização da pesquisa é o município de Quixadá (Mapa 1), localizado na macrorregião do Sertão Central do Ceará, Nordeste do Brasil, Quixadá é conhecido pela sua riqueza ambiental, sobretudo pelos inselbergs que modelam as paisagens conferindo à elas um vista cénica e única. A distância em linha reta do município de Quixadá até a capital cearense é de 147 km, tendo a rodovia estadual CE-060 como via principal de acesso entre Fortaleza e Quixadá.

Seu clima é Tropical Quente Semi-árido, com um nível pluviométrico médio de aproximadamente 838,1 mm anual, concentrando a maior parte dessa quantidade de chuva nos meses de fevereiro, março e abril, característica semelhante à algumas regiões do semiárido brasileiro. 
A temperatura média fica em torno de 26°C a 28°C. O relevo predominante no município são as depressões sertanejas e os maciços residuais, que representam o diferencial de Quixadá. Em virtude dos afloramentos rochosos, os inselbergs constituem um dos principais atrativos geomorfológicos da região.
Em Quixadá, existe uma significativa riqueza geomorfológica, com enfoque nos inselbergs, considerados o cartão postal da cidade, sendo um grande atrativo para o desenvolvimento do geoturismo. O município é conhecido nacionalmente e internacionalmente, sobretudo pelas práticas de turismo radical, conhecido com um ponto de destaque na prática do voo livre, em virtude de suas características geoambientais, recebendo turistas durante todo o ano.
Sendo o turismo uma atividade dinâmica e complexa, que envolve uma série de elementos, o método escolhido para a pesquisa foi a Geoecologia da Paisagem, que que fundamenta seus princípios teórico-metodológicos em uma perspectiva sistêmica para compreender o meio, considerando os múltiplos elementos e suas relações na paisagem.

• Geoturismo e sustentabilidade

Segundo Levi (2002), diante dos impactos negativos que se manifestam como reflexo do turismo mal projetado, em especial o turismo de massa, se fez necessário refletir sobre o desenvolvimento das atividades turísticas e a forma como essas se relacionam com o meio na qual se estabelecem. Na década de 1970, essa preocupação se intensifica, através da busca por novas estratégias de desenvolvimento que estejam mais integradas ao meio ambiente, o turismo de massa e suas consequências passam a ser questionados, dando margem ao surgimento de novos segmentos do turismo pautados em uma proposta mais sustentável.
Nesse contexto, surge a expressão “geoturismo”, palavra proveniente da união de outras duas palavras, “geo” que significa terra e “turismo” relacionada à viagens. Em uma tradução mais ampla, entende-se como “viajar para conhecer o planeta”. Para Larwood e Prosse (1998), o geoturismo pode ser compreendido de forma direta como o prazer em viajar para conhecer o património geológico.
A expressão “geoturismo” foi utilizada primeiramente na Inglaterra, no século XX, através de pesquisadores, que tinham como interesse estabelecer um turismo voltado para a valorização da geodiversidade (HOSE,2000; RUCHKYS, 2007; MOREIRA, 2010). O geoturismo pode ser uma perspectiva capaz de integrar o conhecimento científico e as riquezas naturais de um lugar, visando o desenvolvimento de um turismo sustentável, promovendo a conservação e divulgação dos do patrimônio geológico e geomorfológico (PIEKARZ, 2011).
Sobre o geoturismo é possível afirmar como sendo um segmento do turismo de natureza, tendo como interesse primordial do seu planejamento, conhecer e preservar o patrimônio geológico e geomorfológico. Considerado como um conjunto de serviços e facilidades interpretativas, possibilitando ao turista compreender os elementos e processos em torno da geologia e geomorfologias da área visitada (HOSE, 1995; HOSE, 2000).
Sendo assim, o geoturismo representa uma vertente de turismo diferenciada do turismo convencional, pois as suas atividades devem ser desenvolvidas a partir da ótica sustentável, contribuindo para a educação ambiental, que é uma importante ferramenta que pode ser utilizada no turismo.
De acordo com Dowling (2009) o geoturismo pode proporcionar inúmeros benefícios, como a valorização do patrimônio geológico e geomorfológico, efetivação de trabalhos de conscientização dos turistas e comunidade local, a diminuição de impactos negativos, como degradação ambiental e desequilíbrio dos ecossistemas, a crescente geração de emprego e renda para as comunidades locais.
Ao longo das últimas décadas o geoturismo vem sendo propagado em vários países, sobretudo dentro dos geoparques, que de acordo com a Unesco, são áreas geográficas que possuem paisagens de significativa relevância geológica internacional e que devem ser administradas diante de uma perspectiva holística de proteção, educação e sustentabilidade.
No Brasil há o Geopark do Araripe, representa a principal referência de geoturismo no estado no Ceará, além de outros locais que desenvolvem  atividades geoturísticas como o Projeto Caminhos Geológicos Gruta (Rio de Janeiro e Bahia), alguns sítios geológicos e paleontológicos no Paraná, a Chapada Diamantina (Bahia), entre outros (LOPES, 2011).
As atividades geoturísticas estão se desenvolvendo e promovendo a sustentabilidade e conservação da riqueza natural, essa forma de turismo pode contribuir para a conscientização dos visitantes quanto a importância da conservação ambiental, visto que trabalha de forma efetiva, aliado ao conhecimento científico e educação ambiental. Visto que o Brasil é um país amplamente conhecido pelas suas geodiversidade e biodiversidade de reconhecida beleza, o geoturismo aparece como um caminho que pode contribuir de forma positiva para a conservação da natureza e desenvolvimento para as comunidades.
Quixadá pode ser um cenário propício para o desenvolvimento do geoturismo, uma vez que há significante potencial paisagístico, como os campos de inselbegs, onde são encontradas condições que permitam o desenvolvimento do geoturismo, mas que necessita de um planejamento contextualizado à realidade local.
Assim sendo, o geoturismo pode contribuir para a valorização e implementação de estratégias que permitam melhor convivência com o meio ambiente e desenvolvimento econômico das comunidades locais (LOPES, 2011).

• Procedimentos técnicos e metodológicos da pesquisa

Para Rodriguez et. al. (2013) eleger uma abordagem teórico-metodológica é uma etapa significativa na pesquisa, pois esta irá direcionar e embasar os caminhos percorridos ao longo do trabalho, permitindo melhor compreensão dos objetos estudados. Percebe-se que o fenômeno turístico se configura a partir da interação de um conjunto de elementos que imprime marcas no meio na qual é desenvolvido e por consequência, recebe influencia desse meio.
Sendo assim, o método escolhido para desenvolver a pesquisa é a Geoecologia da Paisagem, pois essa se desenvolve diante da ótica interdisciplinar, considerando que para alcançar uma efetiva compreensão do meio ambiente é necessário considerar os  diversos elementos que integram o todo, se estruturando a partir de uma perspectiva sistêmica:
A Geoecologia da Paisagem reveste-se de fundamental importância  no âmbito de uma nova perspectiva, onde as ideias da multidisciplinaridade valorizam a questão ambiental, rompendo fronteiras padronizadas, dedicando-se às características, aos estudos e aos processos dos elementos da natureza e da sociedade. (RODRIGUEZ, SILVA e CAVALCANTI, 2007).
Ainda no final do século XIX, o pesquisador russo Dokuchaev levantou os fundamentos da Geoecologia, na qual se utilizava da perspectiva ecológica da paisagem para analisar a natureza, considerando a influencia antrópica no meio. Posteriormente, o pesquisador alemão Karl Troll propôs o surgimento de uma ciência que compreendesse a dinâmica das paisagens naturais, como um reflexo das relações entre os seres vivos e o ambiente em que esses estavam inseridos. À esta ciência, deu o nome de Ecologia da Paisagem que futuramente foi rebatizada por Geoecologia da Paisagem (RODRIGUEZ e SILVA, 2013).
Nesse contexto, ainda no ano de 1966, a expressão “geoecologia” surge através dos estudos de Karl Troll, que tinha como objetivo desenvolver uma visão mais integrada da analise ambiental, na qual considerasse as relações estabelecidas entre a sociedade e o meio para a construção das paisagens.
Segundo Rodriguez e Silva (2013), a Geoecologia se consolida como uma disciplina antropológica e ambientalmente focada. Sendo assim, por considerar a interação desenvolvida entre sociedade e natureza, compreendendo a paisagem como um resultado dessa relação, o método destacado tem como objetivo a análise das paisagens com a finalidade de criar um habitat e um local de trabalho adequado aos seres humanos.
A Geoecologia das Paisagens se desenvolve diante da ótica interdisciplinar, considerando que para alcançar uma efetiva compreensão do meio ambiente é necessário considerar os diversos elementos que integram o todo, se estruturando a partir de uma perspectiva sistêmica:

A Geoecologia das Paisagens reveste-se de fundamental importância  no âmbito de uma nova perspectiva, onde as ideias da multidisciplinaridade valorizam a questão ambiental, ropendo fronteiras padronizadas, dedicando-se às características, aos estudos e aos processos dos elementos da natureza e da sociedade. (RODRIGUEZ, SILVA e CAVALCANTI, 2007. p. 13).

Percebe-se que o fenômeno turístico se configura a partir da interação de um conjunto de elementos que imprime marcas no meio na qual é desenvolvido e por consequência, recebe influencia desse meio. É importante optar por um método que seja capaz de compreender a complexidade dessa dinâmica, através de uma abordagem integrada que considere os múltiplos elementos que compõem a estrutura do turismo partindo de uma visão não fragmentada.
Para a realização da presente trabalho, fundamentada nos preceitos da Geoecologia da Paisagem, foi utilizada uma sequencia de etapas metodológicas que nortearam os passos da pesquisa.  O processo é composto por quatro. Cada uma das fases traz consigo um conjunto de operações que devem ser seguidas de forma cronológica.
A fase inicial, conhecida como fase de organização e inventário, marca o processo inicial da pesquisa, na qual tem como principais objetivos o aprofundamento teórico pertinente aos assuntos abordados na pesquisa e a preparação das visitas que foram realizadas na área de estudo. Ainda foi realizada a coleta de dados secundários referentes ao turismo nacional, regional e local, como a quantidades de visitações, movimentação financeira, geração de empregos diretos e indiretos.
O quadro 1 apresenta a sistematização das quatro  fases adotadas, que permitiram alcançar os objetivos do trabalho, bem como as atividades que foram desenvolvidas em cada etapa da pesquisa.

Posterior à fase inicial, vem a fase de análise, na qual ocorreu a interpretação e sistematização do que foi obtido da fase anterior, juntamente com o reconhecimento da estrutura turística da área estudada, através de visitas de campo, realizando a observação da dinâmica turística e estabelecendo diálogos com o personagens inseridos direta e indiretamente nessa dinâmica.
Na fase de diagnóstico foi apontada a estrutura turística encontrada no município com enfoque em três pontos principais:

• Identificação da dinâmica turística que existe na área, principais pontos turísticos, atividades turísticas ofertadas aos visitantes, demais atrativos turísticos, reconhecimento da estrutura de apoio a realização do turismo de forma direta (restaurantes, hotéis, pousadas, meios de transporte entre outros) e indireta (hospitais, posto de saúde, bancos, entre outros.).

• Reconhecimento do potencial geoturístico no município

• Verificação das limitações existentes no desenvolvimento turístico e como estas podem ser contornadas.

A última fase na qual se estruturou a pesquisa corresponde à fase de prognóstico, na qual foram realizadas, com base no que foi verificado nas etapas anteriores, algumas sugestões que podem potencializar a realização do geoturismo, tendo em vista que há uma tendência para desenvolver essa modalidade de turismo na área.  

                                                                                                    

• Potencialidade turística de Quixadá

Há uma estrutura de apoio ao turismo, como hotéis, pousadas, bancos, restaurantes, entre outros, que dão suporte ao desenvolvimento turístico no local. No entanto, se faz necessário um melhor planejamento integrando esses equipamentos e permitindo ao turista maior segurança e organização durante sua permanência.
Quixadá represente um polo turístico composto por múltiplos atrativos, que vão desde o turismo ecológico, com trilhas e observação de aves, o turismo radical, como as práticas de voo livre, rapel e escaladas, o turismo cultural, sendo um município importante para a história do estado, com personalidades importantes na literatura, música e política.
Com a realização da presente pesquisa, constatou-se a potencialidade do município de Quixadá para o desenvolvimento do geoturismo, se configurando como uma promissora alternativa. Algumas atividades que já são desempenhadas se enquadram no perfil geoturístico, necessitando de um melhor planejamento. Parte dessas atividades está relacionada à riqueza da paisagem característica local.
Dentre as modalidades de turismo que são desenvolvidas no município, foram aqui destacadas as principais que têm uma relação mais direta com o perfil geoturístico, podendo essas serem adaptadas ao preceitos do geoturismo, incorporando um planejamento mais sustentável.

2.1 Turismo de aventura

Dentre os atrativos turísticos, o que recebe maior destaque é o voo livre, tornando o município uma das principais referencias, nacional e internacional, da prática esportiva. Embora receba durante o ano todo, turistas interessados na prática do voo livre, o período da alta estação concentra-se entre os meses de setembro e janeiro, pois é quando ocorrem ventos com maior velocidade, permitindo melhor aproveitamento do esporte. 
A estrutura para a prática do voo livre, conta com três rampas de voo. Anualmente são recebidos turistas que tem como principal motivação a realização do voo livre. Durante o período de alta estação para a prática do esporte, além de turistas nacionais, já é comum chegarem grupos de turistas internacionais, principalmente vindo da Europa. Nesse período são realizados em torna de 60 voos por dia.
A combinação entre as condições geomorfológicas e climáticas típicas do local permitem que o município disponha de um cenário com grande potencial para o desenvolvimento do voo livre, reconhecido como uma referencia no país. Com isso, são realizados anualmente encontros voltados para a prática dessa atividade, atraindo turistas de várias partes do Brasil e do mundo.
Identificou-se a existência de outras modalidades de turismo de aventura como bicicross e motocross (o esporte consiste em uma corrida de bicicleta e moto)

2.2 Turismo Ecológico

Além do voo livre, foram encontradas outras práticas turísticas realizadas no município, como as trilhas ecológica, que representam um atrativo rico e que pode ser desenvolvido como uma atividade geoturística. Dentre todas, foram destacadas nesta pesquisa as principais trilhas desenvolvidades em Quixadá, sendo elas:

• Pedra da Galinha Choca, iniciada no principal ponto turístico da cidade, o monumento da galinha choca
• Cabeça do Gigante, na Fazenda Santa Fé
• Barriguda, na Fazenda Magé
• Boqueirão, na Fazenda Reduto
• Andorinhas, na Fazenda Junco
• Olho D’água, no Sítio Serra do Caboclo
• Pedra do Cruzeiro, subida em um inselberg dentro da sede municipal.

Ainda são apontados outros atrativos identificados, como visitação à Serra do Urucum, onde está erguido o Santuário Nossa Senhora Imaculada Rainha do Sertão, ponto turístico tradicional e de maior altitude do município  ; a Pedra da Galinha Choca, considerada o cartão postal da cidade, que apresenta uma formação rochosa semelhante à uma galinha, onde são realizadas trilhas; e a Serra do Estevão, ponto de grande relevância no contexto turístico de Quixadá, embora inserida em condições semiáridas, possui temperatura mais amena e maior nível pluviométrico, comparado às áreas em seu entorno, por causa de sua altitude.
Ainda se verificou que uma vertente de turismo diferenciado vem se desenvolvendo no município, que é a observação de aves, em uma tradução livre do inglês, pode ser conhecido como “Bird Watching”. Os turistas tem como principal objetivo observar o comportamento de algumas espécies características do local.

 

2.3 Turismo Científico e Cultural

O turismo científico representa um dos potenciais do município, na qual se configura como um interessante ponto para a realização de trabalhos de campo, recebendo grupos acadêmicos das faculdades e universidades do estado do Ceará e de estados vizinhos, motivados em desenvolver análises de campo nas mais variadas áreas, como Geografia, Biologia, Fotografia, Geologia e demais.
O turismo cultural é encontrado de forma rica no município, sobretudo em virtude dos ilustres artistas que viveram em Quixadá, como a escritora Rachel de Queiroz, considerada uma das referencia da literatura brasileira. Em sua homenagem, foi construído o Centro Cultural Rachel de Queiroz, na qual retrata a história da escritora, através de um rico acervo de fotografias ao longo da se sua vida, roupas, móveis, livros, cartas e demais registros de suas obras e vida particular.
Há o Museu Histórico Jacinto de Souza, que preserva a história local, relatando o seu desenvolvimento ao longo dos anos e a cultura do povo, através de aproximadamente 1400 peças que estão disponíveis em seu acervo, como diversos utensílios de cozinha, fotografias, maquinas, imagens sacras, peças decoração usados em diversos períodos históricos, entre outros.

Diante da dinâmica turística encontrada na área, sobretudo aquelas atividades que estão relacionadas a geodiversidade local, identifica-se que o município se configura como um cenário com múltiplas potencialidades. Ainda se destaca, dentre o que foi apresentado, a prática de voo livre, que surge como uma das principais atividades turísticas que torna Quixadá um destino de destaque entre os praticantes dessa modalidade.
Ainda se faz importante destacar na pesquisa a estrutura e equipamentos que dão suporte ao desenvolvimento turismo. Para que o turismo se realize é necessário uma infraestrutura  que possa garantir aos turista, um suporte durante os dias que pretendem permanecer no destino visitado. São considerados como infraestrutura de apoio ao turismo os equipamentos e serviços referentes a hospedagens, alimentos, bebidas, transporte turístico, segurança, informações turística e entretenimento (RUSCHMANN, 2002). Deste modo, encontra-se no município:

• Infraestrutura de transporte
• Infraestrutura de hospedagem
• Infraestrutura bancária
• Infraestrutura de alimentação e bebidas
• Infraestrutura de saúde

Considerações finais

Diante do que foi apresentado, percebe-se que Quixadá possui um amplo potencial turístico, desenvolvido através de múltiplas vertentes, como turismo de aventura, turismo científico e cultural, afirmando sua importância para o cenário turístico regional e nacional. Esse potencial foge do turismo tradicionalmente característico do Nordeste, conhecido como o “turismo de sol e mar”, mundialmente conhecido pelas praias da região, enaltecendo outra forma de paisagem e cultura que é se faz presente no Nordeste.
No entanto, mesmo diante de todo o potencial que lhe é característico, identificou-se algumas limitações e problemas, que podem ser contornados mediante um planejamento pautado na sustentabilidade ambiental, considerando a especificidades do meio ambiente e as necessidades da população local.
Dentre alguns problemas identificados, está a necessidade de maior preservação de alguns pontos turísticos, que apresentam acumulo de lixo em alguns trechos. Ainda se faz necessário intensificar as iniciativas de educação ambiental com o objetivo de evitar esse tipo de poluição, assim como evitar as pichações que existem em alguns inselbergs e pontos de visitação.
Ainda detectou-se a necessidade de maior articulação entre os equipamentos turísticos, visando maior organização na estrutura turística, através de um planejamento integrado ou até mesmo a criação de uma rede de turismo local que fortaleça e desenvolva o turismo no município de forma mais estruturada e articulada. Sendo assim, mesmo diante de todo o potencial turístico que Quixadá possui, há necessidade de estabelecer um planejamento efetivo, contextualizado com o meio ambiente e sustentado pelos preceitos da sustentabilidade, além de desenvolver estratégias que possam contornar os problemas já existentes e evitar possíveis problemas futuros.
Segundo Rodrigues e Silva (2009) a preocupação em desenvolver estratégias com o propósito da conservação dos recursos naturais, através da sustentabilidade, vem se apresentando cada vez mais na sociedade, pois diante dos desequilíbrios ambientais, é necessário admitir esses problemas em todas as suas esferas.
Conclui-se que o perfil turístico encontrado em Quixadá tem compatibilidade com as atividades geoturísticas, podendo assim, incorporar um planejamento geoturistico contextualizado com a realidade local, se configurar em uma ferramenta que pode auxiliar em um desenvolvimento mais sustentável, pois se acredita que mesmo dispondo de todo o potencial turístico, quando esse não é aproveitado de forma integrada ao meio ambiente e as populações locais, as consequências podem ser negativas, gerando impactos que comprometem a qualidade de vida.
Planejar as atividades turísticas, possibilita repensar em práticas atuais e refletir sobre praticas futuras, na tentativa de prever suas possíveis consequências e impactos à curto, médio e longo prazo, podendo evitar determinados problemas ou permitindo a adoção de medidas que resolvam problemas que já existem no local.
De acordo com Santos (2004), o planejamento deve ser considerado a partir das atividades realizadas em uma área, acrescida da sua capacidade de suporte, proporcionando uma dinâmica sustentável e equilibrada e a manutenção da qualidade do meio ambiente, considerando suas condições físicas, biológicas e sociais.

REFERENCIAS

CORIOLANO. L. N.  M. T. A utopia da insustentabilidade no turismo. IN PINHEIRO, Daniel Rodriguez de Carvalho (Org.). Desenvolvimento sustentável: desafios e discussões. Fortaleza: ABC, 2006. 384 p.
DOWLING, R. K. The growth of global geotourism. In: CARVALHO, C. N. de;
RODRIGUES, J. New challenges with geotourism. Portugal. 2009. p. 24- 30. Disponível em:
www.dct.uminho.pt/docentes/pdfs/jb_naturtejo4.pdf. Acesso em: 26 de maio de 2017.
HOSE, T. A. “Geoturismo europeo. Interpretación geológica y promoción de la conservación
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LARWOOD, J. PROSSER, C.. Geotourism, conservation and society. Geologica Balcanica.
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LEVÍ,  M.  J.  A..  O  turismo  e  desenvolvimento  sustentável:  contributos  do  Turismo  de Natureza no desenvolvimento do Parque Nacional da Gorongosa. 2012 143f. Dissertação (Mestrado Acadêmico em Turismo). Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Lisboa . 2012.
LOPES, L. S. O.; ARAÚJO, J. L. L.; CASTRO, A. J. F. GEOTURISMO: Estratégia de
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RODRIGUEZ, J. M..; SILVA, E. V.; CAVALCANTI, A. P B. Geoecologia das
paisagens: uma visão geossistêmica da análise ambiental. 2. ed. Fortaleza, CE: Editora UFC,
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RUCHKYS, U. A.. Patrimônio Geológico e Geoconservação no Quadrilátero
Ferrífero – Minas Gerais: potencial para a criação de um Geopark da UNESCO. 2007 221f.
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SANTOS, R. F. Planejamento ambiental: teoria e prática . São Paulo, SP: Oficina de Textos,
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Recibido: Julio 2018 Aceptado: Diciembre 2018 Publicado: Diciembre 2018

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