Laura de Oliveira Sêia (CV), Glauber Lima Moreira (CV) y André Riani Costa Perinotto (CV)
INTRODUÇÃO
Muitos autores citam o Turismo Pedagógico como um segmento novo e que vem sendo utilizado no currículo escolar por meio de aulas práticas, aulas passeios, aulas de estudo, visitas ou, ainda, atividades extracurriculares que contribuem com o conhecimento já adquirido ou que venha a ser adquirido nas aulas teóricas. Segundo Swarbrook e Horner (2002, p.64 apud MILAN, 2007, p.13) este segmento se caracteriza por viagens de estudos do meio ambiente e tem como objetivo transportar o conhecimento teórico assimilado em sala de aula para a realidade concreta, oferecendo, ainda, momentos de descontração e socialização.
Nesse sentido, os estudantes têm a oportunidade de saírem da sala de aula e ampliarem seus conhecimentos mediante a visitação aos locais conhecidos somente em livros ou outros meios de comunicação e divulgação. É com caráter interdisciplinar que o Turismo Pedagógico atua, e assim, apontando e comprovando que teoria e prática devem andar sempre juntas.
É importante atentar que já se vive uma nova realidade, não muito difícil de ser percebida quanto às propostas pedagógicas e um exemplo disso é, a internet (mundo digital) que se faz presente e colabora com o ensino. O uso do Turismo Pedagógico como alternativa de produção de conhecimento já vem sendo adotado em algumas escolas. Um exemplo disso é o Projeto Viaja Mais Jovem da UnB-CET com a parceria e apoio do Ministério do Turismo, Ministério da Educação, Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Associação Brasileira de Operadoras de Turismo (Brastoa), BrasiliaTur e Secretaria de Educação do Distrito Federal.
O Turismo Pedagógico constitui-se como um instrumento para os educadores, pois segundo Perinotto (2008, p.2), nesse contexto o professor atinge objetivos didáticos de forma lúdica, pois as atividades são desenvolvidas através de brincadeiras e entretenimento. Podemos ainda acrescentar que além disso, gera o fortalecimento do setor turístico, evitando a sazonalidade que de acordo com Raykil e Raykil2004, p.12) aflige grande parte das cidades turísticas.
Foi proposto junto aos educadores neste estudo, a obtenção do Turismo Pedagógico de forma mais precisa, com o intuito de desenvolver a qualidade no ensino, a utilização de métodos inovadores, visto que até o presente momento desta pesquisa as escolas não utilizavam o Turismo Pedagógico ou utilizava-o timidamente. Além disso, propôs contribuir para aprofundar as discussões em geral sobre a importância do Turismo Pedagógico nas atividades de ensino e aprendizagem nas escolas. Ressaltando-se ainda, dos benefícios que o turismo pode vir a trazer para a região.
O público alvo deste estudo foram alunos, professores e gestores que praticam ou não o Turismo Pedagógico no ensino médio de duas escolas públicas da cidade de Parnaíba. Para resguardar os nomes das escolas neste estudo são aqui citadas como: A. Escola Técnica do Estado (que realizava algumas atividades de Turismo Pedagógico) e B. Escola Estadual Pública (que apresentava um número significativo de alunos matriculados e não praticavam o Turismo Pedagógico).
Tratou-se de um estudo que apontou para a sociedade um alerta de que o fenômeno turístico pode vir a ser um instrumento positivo e capaz de contribuir no processo de construção do conhecimento do indivíduo e, consequentemente, no possível desenvolvimento de sua formação estudantil e humana.
2. TURISMO PEDAGÓGICO: DAS VIAGENS AO PROPÓSITO
No período do século XIV ao século XVII ligado ao período do Renascimento à ideia de viagem conecta-se as artes, as ciências, as letras, as viagens da nobreza, do prazer de conhecer lugares, etc. Milan (2007, p.20) aborda que o propósito do Grand Tour era educacional voltado para visitas a lugares culturais e históricos, observando ainda maneiras e costumes das nações estrangeiras.
Para que os jovens aristocratas britânicos ingressassem em uma carreira na política, no governo ou no serviço diplomático, eles aperfeiçoavam seus estudos realizando viagens com média duração de três anos pelo continente europeu, acompanhados de seus tutores. OGrand Tour europeu tinha o seguinte roteiro, a saber:
Iniciava pela Holanda, passando depois a Bélgica e Paris de onde os turistas passavam ao sudeste francês e daí a Sevilha, via Madri e Lisboa. A etapa seguinte se caracterizava pelos deslocamentos por pontos importantes da França não contemplados na etapa anterior, pela Suíça pela Itália e pela velha Grécia. Conhecidos os pontos remanescentes da riqueza da civilização helênica, os nobres cultos subiam o Danúbio, desde Viena, atingido Munique e, passando através da Alemanha, ao longo do Reno. Depois, exaustos de tanto vagar, estudar e divertir - se, discípulos e mestres retornavam à Inglaterra, via Bremen e Hamburgo. Quando o roteiro europeu passou a ser familiar à nobreza e à aristocracia, as atenções dos cidadãos da alta sociedade passaram - se a voltar-se aos que chegavam de viagem ás Américas, às Índias Orientais, ao Extremo Oriente, ao Egito e às áreas portuárias da África do Norte. Os mais esnobes, no entanto, eram os poucos que haviam estado no Rio de Janeiro ou Colônia do Cabo (ANDRADE, 2004, p.09).
Nesta época, as viagens eram principalmente representadas pela nobreza masculina e pelo clero, as quais significavam status social. Os passeios demonstravam ser de qualidade e os atrativos prazerosos. Antecedendo o turismo de lazer, o Turismo Pedagógico se oficializou de forma organizada a partir da metade do século XIX.
Bonfim (2010, p.122-123), apresenta algumas características do Turismo Pedagógico como algo que “compartilha com a ideia e uma educação diferenciada, voltada principalmente aos interesses de um mundo melhor, da busca pela qualidade de vida e da conservação de bens e recursos naturais, culturais e ambientais”. O que se percebe é que este segmento sofreu adaptações no decorrer dos anos. No Brasil, por exemplo, ele se utiliza de aulas passeios, visitas de campo, estudo do meio e, com isso, tornando as aulas mais interativas lúdicas.
Em se tratando do conceito de Turismo Pedagógico, percebe-se que ele se confunde com outros segmentos do turismo, como mostra Milan (2007, p.26):
(...) o Turismo Pedagógico apresenta como uma das recentes modalidades do mercado turístico relacionados às viagens de estudo. Entretanto exibe em seu aspecto conceitual uma série de confusões de ordem semântica e metodológica, sendo denominado como Turismo Educativo, Turismo Educacional, Turismo Estudantil, Turismo do Meio, entre outros.
E sobre a promoção de interdisciplinaridade do Turismo Pedagógico, Peccatiello (2005, p.06) ressalta que:
Sendo uma estratégia de ensino-aprendizagem que utiliza o ambiente como material didático, o Turismo Pedagógico tem a capacidade de promover a abordagem de conteúdos de diversificadas disciplinas simultaneamente, ou seja, promove a interdisciplinaridade. Esta característica compreende a inter-relação entre as disciplinas e também a interação entre ciência e ser humano, confluindo para a formação de pessoas mais críticas, com condições para, ao invés de reproduzir, produzir conhecimento e, por conseguinte, capazes de desenvolver a ciência e não, simplesmente, absorvê-la.
Essa interdisciplinaridade que o turismo provoca é benéfica e relevante para a educação, para fomento do ensino, para a ciência e para o indivíduo.
A prática do Turismo Pedagógico pode ser conhecida por alguns educadores como aula passeio, estas possuem três objetivos primordiais como apresenta Elias (1996, p.180):
Uma maior autonomia vivendo situações reais e assumindo novas responsabilidades, descobrindo suas próprias capacidades em situações desconhecidas; Ampliar o campo das investigações, chegando a descobertas múltiplas, inesperadas e interessantes; Privilegiar, sobretudo o encontro como o outro de maneira diferente daquela do dia- a -dia na escola. Encontro com o coleguinha que não brinca com ninguém, com a professora sempre apressada, com os acompanhantes carinhosos e os monitores atenciosos, promovendo uma troca afetiva e a tomada de consciência de valores sociais importantes para a vida de todos.
É com caráter interdisciplinar que se trata a execução do Turismo Pedagógico, utilizando-se de conhecimentos dinâmicos de cunho recreativo, sociointerativo: de forma que se possa trazer a sociedade a interagir direto e indiretamente com a sociedade, ecoeducativo: de forma que o envolvimento com o meio ambiente seja mais aprofundado e educativo com olhares atencioso e cuidadoso, ampliando/unindo os aspectos sociológicos, culturais, políticos, econômicos, territoriais e ecológicos e, também, de cunho psicológico, que inclusive são os pilares e/ou dimensões da sustentabilidade, os quais são trabalhados por muitos autores e estudiosos como, por exemplo, Sachs (2000, p.85-88 apud MAIA, 2011, p.04).
De acordo com (SOUZA, MELO e PERINOTTO, 2011) a realização do Turismo Pedagógico pretende reunir a atividade pedagógica, voltada para o desenvolvimento cognitivo, social e afetivo do aluno, e a ludicidade encontrada naturalmente nos passeios realizados pelos discentes.
Assim, o turismo que aparentemente nasceu com característica elitista, hoje, aos poucos vem se tornando cada vez mais acessível. É necessário frisar que o turismo precisa ser trabalhado sempre em conjunto com a comunidade, valorizando e preservando os valores da sociedade em equilíbrio com o desenvolvimento social e econômico.
3. BREVE CONTEXTO SOBRE A EDUCAÇÃO BRASILEIRA
A Constituição Federal de 1988 traz no Capítulo III, artigos dedicados à educação, mostrando-a como direito de todos e dever do Estado e da família. Carneiro (2007, p.21-22) aponta o significado desta constituição para a sociedade:
A Constituição de 1998 significou a reconquista de cidadania sem medo. Nela, a Educação ganhou lugar de altíssima relevância. O país inteiro despertou para esta causa comum. As emendas populares calçaram a ideia da educação como direito de todos (direito social) e, portanto deveria ser universal, gratuita, democrática, comunitária e de elevado padrão de qualidade. Em síntese, transformadora da realidade.
Aos poucos perceber-se que as pessoas foram em busca de conhecimento, que as propostas foram lançadas e as oportunidades sendo asseguradas pelos indivíduos. Mas isso porque as pessoas foram tendo noção do que sejam educação e direitos humanos, logo após a Constituição Federal, as leis e diretrizes da educação.
Já a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (1996 apud BRASIL, 2007), dentre outros fatores, trata do direito da sociedade à formação básica para a cidadania e condições de aprendizagem. E mostra no Art.4º incisos I, II, VII e IX, dentre outros, que o dever do Estado com a educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de:
Assim, a educação escolar brasileira está organizada na educação básica (Ensino Infantil, Fundamental e Médio) e Educação Superior, conforme consta no Art. 21 da LDB. É importante ressaltar que a Educação Profissionalizante articula com a Educação Básica de forma que os alunos podem estar inseridos na educação profissional de nível técnico.
Em meados dos anos 1995/1996, o Ministério da Educação e do Desporto consolidou os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), instrumentos/documentos que tem como propósito “apontar metas de qualidade que ajudem o aluno a enfrentar o mundo atual como cidadão participativo, reflexivo e autônomo, conhecedor de seus direitos e deveres.” (BRASIL, 2007, p.10). Os PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) têm como “função de orientar e garantir a coerência dos investimentos no sistema educacional, além de subsidiar a participação de técnicos e professores brasileiros;”
Foi em 1999, que o MEC e a Secretaria de Educação Média e Tecnológica/SEMTEC instituíram as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio cujo seus princípios norteadores são a estética da sensibilização, a política da igualdade e a ética da identidade. Carneiro (2007) menciona cada uma delas:
A Estética da Sensibilização vem alertar que a prática da repetição não é benéfica ao indivíduo e não contribui para o desenvolvimento eficiente da educação. Neste caso, ela vem então estimular a capacidade de inovar, de despertar a curiosidade, de incentivar, valorizando a leveza, a amabilidade, a alegria. Como Política da igualdade, automaticamente subentende-se que se fazem necessários direitos e deveres iguais a todos: a educação, a saúde e ao bem estar. E por fim, a Ética da Identidade na formação educacional do ser humano sensível na sua conduta e conhecedor de seus direitos, deveres e obrigações.
Porém, segundo Frigotto e Ciavatta (2004, p.93), no final da década de 1990, cerca de 37% (aproximadamente quatro milhões) de adolescentes, jovens na faixa etária de 15 a 17 anos, cursavam o ensino médio no Brasil. Um baixo percentual para a população nesta faixa etária. Um percentual nada aprazível para o país.
Em linhas gerais, o século XX e a educação no Brasil são analisados por Aranha (2006, p.346) da seguinte forma, a saber:
Persiste na educação (e em outros setores, como a saúde) uma grande defasagem entre o Brasil e os países desenvolvidos, porque a população não recebeu até agora um ensino fundamental de qualidade. (...) Nas três últimas décadas, em vários estados brasileiros educadores tentam implantar projetos inovadores. Acrescentem-se os núcleos de estudos e pesquisas, fecundando uma geração de educadores e de historiadores da educação capazes inclusive de elaborar teorias adequadas à compreensão da realidade brasileira.
A estrutura metodológica para o ensino/aprendizagem cada vez mais está sendo discutida pelos educadores por inúmeros fatores, inclusive, pelo momento atual que vivemos, é uma revolução que se faz necessária para obtenção de bons resultados na educação de qualidade que é tanto almejado por todos.
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Inicialmente realizou-se um estudo de caráter exploratório via internet, a fim de identificar a quantidade de escolas de ensino médio existentes em Parnaíba e quais praticam ou não Turismo Pedagógico. Investigou-se, ainda, em trabalhos e projetos publicados, o total de escolas públicas do ensino médio na cidade de Parnaíba, constatando um universo de 12 escolas Estaduais do ensino médio.
Analisou-se qual dessas escolas possuía um considerado número de alunos matriculados no ano de 2011, os quais ainda não tinham sido alvo de estudo ou pesquisas sobre Turismo Pedagógico, e que os mesmos não praticavam este segmento em suas atividades escolares. Até chegar à amostra de uma dessas escolas aqui citada como: (B) Escola Pública Estadual. Em seguida, utilizando-se da mesma técnica e dialogando com as escolas, identificou-se uma escola que realiza visita/passeios/aulas de campo. Assim, pode-se averiguar a Escola técnica aqui identificada como escola (A).
Os sujeitos da pesquisa foram alunos e professores das Escolas (A) e (B). Os da escola (A) que proporcionava a execução de algumas atividades fora da sala de aula. Já os da escola (B) foram escolhidos para esta pesquisa, por se tratar de estudantes do 1º ao 3º anos que não utilizavam o Turismo Pedagógico. E, por fim, o último sujeito desta pesquisa foi a Gerente Regional de Educação de Parnaíba, importante representante do ensino educacional na cidade pesquisada.
A abordagem seguida foi qualitativa e quantitativa cujos dados qualitativos referem-se ao discurso dos sujeitos da pesquisa. Os quantitativos utilizados para apresentar e caracterizar dados numéricos de uma amostra e foram tabulados por meio de software que constroem gráficos e tabelas. Quanto à pesquisa exploratória, por ter se submetido ao universo escolar e turístico.
Os instrumentos de pesquisa utilizados foram questionários e entrevista. Os procedimentos seguiram as seguintes etapas, a saber: 1-Aplicação dos questionários nas duas escolas de caráter comparativo; 2-Entrevista para averiguaçãode algumas informações levantadas pela internet com a Gerência Regional de Educação;
4.1. Análise dos dados
Os questionários continham perguntas abertas e fechadas. Estes foram aplicados aos alunos e aos professores nas duas escolas já supracitadas. Totalizaram-se 4 (quatro) questionários distintos, divididos da seguinte forma: alunos Escola A (6 questões), professores Escola A (6 questões), alunos Escola B (7 questões, por desejar saber se este aluno estaria interessado em realizar futuramente passeios turísticos), professores Escola B (6 questões).
Foi realizada uma entrevista estruturadaom a Gerência Regional de Parnaíba, no dia 06 de maio de 2011. Este tipo de entrevista seguiu um roteiro estabelecido pelos pesquisadores desta investigação.
Quanto aos procedimentos para consultar aos professores, investigou-se 03 (três) educadores da Escola A, este fato é devido ao número de professores de turismo ser reduzido (na época). Além disso, considerada parte não se encontrava no local no momento da aplicação da pesquisa, vale ressaltar que, trata-se de um curso técnico onde os alunos recebem ensino de diversas disciplinas inclusive Primeiro Socorros da área da saúde. Foram consultados também 10 (dez) professores da Escola B, todos estes ministravam diferentes disciplinas ou faziam parte da coordenação da escola.
O total de questionários respondidos tanto por professores quanto por alunos da Escola B foram 100 (cem), ressaltando foi uma escola com maior número de alunos e professores, enquanto os sujeitos da Escola A responderam 13 (treze,) ressaltando que apenas foram entrevistados aqueles relacionados ao curso técnico de turismo e ainda o fato que se tratava de alunos e professores que já tivessem experimentado a prática do Turismo Pedagógico. A escolha deste número foi para melhor catalogação dos dados.
Assim, pode-se observar que o total de questionários aplicados entre as duas escolas foi de 113 (cento e treze), entre alunos e professores. É preciso ressaltar, ainda, que foram questionários distintos tanto para os professores quanto para os alunos, bem como para as duas escolas já citadas.
Os dados coletados foram analisados visando apresentar a discussão a respeito da temática, avaliar as escolas e confrontar aspectos relevantes e pertinentes. O procedimento de análise de conteúdo seguiu as seguintes etapas:
1-Contato prévio com as escolas (alunos, professores, direção);
2-Organização das informações: Tabulação em relação às pesquisas;
3-Análise para resultados.
ALUNO |
DISCURSO DO SUJEITO |
Nº1 |
“Para absorver conhecimento no aprendizado e melhoria no meu currículo”. |
Nº2 |
“Nós podemos ver na prática o que nós só víamos na teoria, e isso ajuda bastante para conhecer melhor o curso”. |
Nº3 |
“Contribui muito, adquirimos muito mais conteúdo”. |
Nº4 |
“De forma prática aprendemos como funciona dentro e fora dos hotéis, agências de viagens”; |
Nº5 |
“As visitas servem para firmar conteúdos, faz com que lembremo-nos do que foi ensinado na sala de aula, só que lá podemos ver”. |
–––-–Nº6 |
“Na aprendizagem o desenvolvimento é melhor e mais rápido”. |
Nº7 |
“Quando conhecemos os locais que antes só conhecíamos na teoria”. |
Nº8 |
“Faz com que o conhecimento em relação à área do turismo faz nos aprofundar e conhecer melhor, e faz-nos termos vontade de continuar”. |
Nº9 |
NÃO RESPONDEU |
Nº10 |
Facilitação à aprendizagem dos assuntos da área técnica. |
Fonte: Dados coletados pelos autores, 2011.
5.1.2 Análises e resultados da pesquisa com professores da Escola A
Questionou-se, neste trabalho, como o Turismo Pedagógico tem contribuído como nova forma de abordagem e metodologia de ensino nesta escola. O quadro 2, logo em seguida, apresenta o discurso deste profissional, a saber:
Quadro 2: Discurso dos professores sobre a contribuição do Turismo Pedagógico
PROFESSOR |
DISCURSO DO SUJEITO |
Nº1 |
“As aulas práticas tornam-se mais atrativas para os alunos e professores. Os alunos podem vivenciar e analisar todos os conteúdos abordados bem como se aproximarem do ambiente profissional”. |
Nº2 |
“Auxilia no processo de ensino aprendizagem”. |
Nº3 |
“Tem servido como forma de o aluno conhecer a realidade fora da sala de aula, observar como pode ser aplicada a teoria vista em sala, como realmente funciona o turismo que está sendo desenvolvido”. |
Fonte: Dados coletados pelos autores, 2011.
Pode-se constatar, também, que 100% dos professores acreditam que as visitas/passeios, ou seja, a utilização do Turismo Pedagógico, na escola, tem auxiliado seus alunos no processo de construção de conhecimento e no entendimento a respeito do turismo em geral. Portanto, tal resultado significa um dado importante e real onde os entrevistados afirmam sobre a contribuição dessas atividades turísticas pedagógicas, ressalta-se, ainda, que este professor é conhecedor deste segmento nas práticas pedagógicas.
Os docentes foram ainda questionados quanto à satisfação do ensino da cidade de Parnaíba. A maioria (90%) dos entrevistados respondeu sim e os demais (10%) pronunciaram estarem insatisfeitos com a qualidade do ensino local. É importante ainda ressaltar a importância e necessidade da aplicação e realização de novos estudos relacionados à educação pública e demais assuntos pertinentes na temática que tratam da qualidade do ensino das escolas do ensino médio e seus alunos.
5.2. ESCOLA B
A instituição aqui em debate, a Escola B, é considerada como sendo o colégio que possui um número expressivo de estudantes matriculados, totalizando 1.835 (mil oitocentos e trinta e cinco) discentes, os quais são divididos em 36 (trinta e seis) turmas, em três turnos e a escola dispõe de 80 (oitenta) professores que também lecionam em outras escolas da cidade.
Apesar de responderem que estão satisfeitos, alguns alunos apontaram os gargalos da escola. Assim, justificaram que: 90 (noventa) alunos participaram da pesquisa e notou-se que as respostas entre estes alunos são semelhantes. A análise dos dados apontou que a 48 (quarenta e oito) destes informantes, responderam que os métodos de ensino/aprendizagem precisam melhorar porque faltam aulas práticas.
Além disso, para estes referidos alunos, os métodos de ensino/aprendizagem não são avançados e que há um excesso de conteúdo apresentado em sala de aula; ausência de material; ausência de metodologia nas aulas de Química e Física e, também, faltam professores e práticas esportivas. Já 36 (trinta e seis) alunos justificaram que estão satisfeitos porque os métodos são interessantes e os auxiliam, além disso, os professores são bons profissionais que contribuem no desenvolvimento do ensino/aprendizagem de seus alunos. E 6 (seis alunos) não justificaram a pergunta.
Investigando se a escola de fato não oferece passeios e visitas de campo relacionadas ao turismo, constatou-se que 83% dos entrevistados disseram que a escola praticamente não oferece visitas/passeios para contribuir no entendimento do aluno, comprovando o que foi dito no início deste trabalho que seriam avaliadas duas escolas distintas quanto à prática do Turismo Pedagógico, já 16% dos alunos entrevistados responderam que sim, ou seja, que pelo fato de estarem mais tempo estudando na mesma escola lhes proporcionou alguns passeios.
Os alunos apresentaram o desejo de realizar visitas/passeios com a sua escola. O que confirma Perinotto (2008), em seus estudos, se referindo ao Turismo Pedagógico como uma prática prazerosa que dificilmente é recusada pelos estudantes. Algumas escolas realizam pelo menos uma vez no ano, ou de dois em dois anos a prática do Turismo Pedagógico conhecida como visitas fora da escola.
Foi constatado, ainda, que a maioria dos alunos consultados (60%) não conhece e, consequentemente, não ouviu falar sobre o segmento Turismo Pedagógico. A maioria dos alunos (60%), responderam que não conhecem esta modalidade turística. O que comprova que a escola não pratica o referido segmento e que os alunos não o conhecem e, embora a cidade seja turística, este é também um segmento novo para a cidade. E, 40% disseram que Sim, ou seja, tal resultado é um número considerável, visto que esse público alvo é um público bem informado, apesar de nunca ter praticado tal modalidade turística.
5.2.1 Análises e resultados da pesquisa com professores da Escola B
Analisando o gráfico a seguir, (Gráfico 1), é possível constatar os métodos/ procedimentos de ensino/aprendizagem adotados pelos docentes da escola em estudo durante a sua prática pedagógica. É importante destacar que os professores citaram vários destes itens em análise, e que a maioria dos docentes citam aulas expositivas e participativas.
Percebe-se através desta pesquisa que a maioria dos professores (89%) afirma não utilizarem visitas e/ou passeios, aulas de campo, nesta escola. Os demais, totalizando um percentual de 11%, disseram fazer uso deste segmento. Assim, percebe-se, ainda, que os professores utilizam-se de outros métodos para contribuir no processo de construção de conhecimento de seus alunos.
5.2.2 ENTREVISTA COM A GERÊNCIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE PARNAÍBA PIAUÍ
No período desta pesquisa, a Gerente Regional de Educação de Parnaíba respondeu a entrevista ocorrida no dia 06 de maio de 2011, na sala do gabinete da mesma. Esta instituição está localizada no Bairro Nova Parnaíba.
Ao ser questionada sobre quais os métodos e procedimentos inovadores de ensino e aprendizagem adotados pelas escolas do ensino médio em Parnaíba, a Gerente (2011) afirma que:
Na base comum não implantamos métodos inovadores, ainda, mesmo que a SEDUC - PI (Secretaria de Educação) já tenha um projeto que leva esse nome: Ensino Médio Inovador, mas encontra-se em estágio de implantação. No entanto, algumas escolas com práticas próprias têm feito de seus ambientes escolares espaços que motivam o alunado com prática, digo, atitudes simples, mas que inovam, fazem à diferença no ensino aprendizagem.
Ao investigar se a Gerência Regional concordaria em incentivar visitas/passeios fora da sala de aula, para melhoria das aulas, conteúdos das disciplinas e a qualidade no ensino, a gerente respondeu que sim.
Foi perceptivo durante a entrevista que, normalmente as escolas do Ensino Médio não utilizam de novos procedimentos e métodos de ensino e aprendizagem, contudo, trata-se de algo que não se encontra distante de se efetuar, pois é sabido que existe um projeto denominado “Ensino Médio Inovador” no qual não se teve acesso (durante as pesquisas de campo e de gabinete), mas segundo a Gerência de Educação, o projeto supracitado encontrava-se em processo de implantação.
Ainda assim não nos foi repassado mais informações a respeito de tal projeto e se este tem relação diretamente com o turismo pedagógico. Por isso, percebeu-se que este ensino (aprendizado) está tentando se aprimorar, devido à criação de projetos que visem sua melhoria DURANTE A SUA APLICAÇAO EM SALA DE AULA.
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Recibido: 24/03/2014
Aceptado: 10/05/2014
Publicado: Junio de 2014
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