Luís Ramon Carvalho da Silva *
Rendreo Carlos dos Santos Martins **
Rosenildo Nascimento Pinheiro ***
Jeremias Monteiro Vaillant Junior ****
Heriberto Wagner Amanajás Pena *****
Faculdade Estácio de Castanhal, Pará. Brasil
E-mail: ramon-c-s@hotmail.com
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RESUMO
Esse artigo tem por objetivo medir a sustentabilidade financeira de uma empresa do setor varejista de materiais elétricos, para isso analisou-se os indicadores extraídos das demonstrações contábeis da empresa 3R Materiais Elétricos Ltda., utilizando índices e identificando os valores dos Demonstrativos Contábeis. O estudo em questão busca evidenciar a importância do controle da Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) em relação à sustentabilidade financeira da empresa, haja vista que, pode-se analisar dados para a elaboração de relatórios gerenciais, que visam auxiliar a tomada de decisão e garantir um melhor gerenciamento financeiro. Dessa maneira, a pesquisa classifica-se como descritiva em relação aos objetivos, quanto aos procedimentos é de caráter bibliográfica e documental. A abordagem do problema é quantitativo e qualitativo. A justificativa para este artigo, é por existirem trabalhos que utilizam a Demonstração dos Fluxos de Caixa para obterem resultados de sustentabilidade financeira das empresas. As análises dos resultados dos indicadores, apresentam que a empresa estudada possui no contexto geral, seu caixa operacional positivo, desse modo, consegue manter as atividades normais e com base nos resultados dos indicadores auferidos, conclui-se que a mesma se apresenta financeiramente sustentável para todos os indicadores em questão e ainda possui recursos capazes de suprir outras necessidades.
Palavras – Chave: Fluxo de Caixa. Sustentabilidade Financeira. Tomada de Decisão.
ABSTRACT
This article aims to measure the financial sustainability of a company in the retail sector of electrical materials. For this purpose, the indicators extracted from the financial statements of 3R Materiais Elétricos Ltda. Were analyzed using indexes and identifying the values of the Accounting Statements. The study in question seeks to highlight the importance of controlling the Cash Flow Statement (DFC) in relation to the financial sustainability of the company, given that, data can be analyzed for the preparation of management reports, which aim to aid decision making and ensure better financial management. In this way, the research is classified as descriptive in relation to the objectives, as the procedures are of bibliographical and documentary character. The problem approach is quantitative and qualitative. The justification for this article is that there are works that use the Statement of Cash Flows to obtain results of financial sustainability of the companies. The analyzes of the results of the indicators, show that the company studied has, in the general context, its positive operating cashbox, in this way, is able to maintain normal activities and based on the results of the indicators obtained, it is concluded that it is financially sustainable for all the indicators in question and still have resources capable of meeting other needs.
Keywords: Cash flow. Financial Sustainability. Decision Making.
RESUMEN
Este artículo tiene por objetivo medir la sostenibilidad financiera de una empresa del sector minorista de materiales eléctricos, para ello se analizaron los indicadores extraídos de los estados contables de la empresa 3R Materiales Eléctricos Ltda., Utilizando índices e identificando los valores de los estados contables. El estudio en cuestión busca evidenciar la importancia del control de la Demostración del Flujo de Caja (DFC) en relación a la sostenibilidad financiera de la empresa, ya que, se puede analizar datos para la elaboración de informes gerenciales, que apuntan a la toma de decisión y garantizar una mejor gestión financiera. De esta manera, la investigación se clasifica como descriptiva en relación a los objetivos, en cuanto a los procedimientos es de carácter bibliográfica y documental. El enfoque del problema es cuantitativo y cualitativo. La justificación para este artículo, es por haber trabajos que utilizan la Demostración de los flujos de caja para obtener resultados de sostenibilidad financiera de las empresas. Los análisis de los resultados de los indicadores, presentan que la empresa estudiada posee en el contexto general, su caja operacional positiva, de ese modo, logra mantener las actividades normales y con base en los resultados de los indicadores obtenidos, se concluye que la misma se presenta financieramente sostenible para todos los indicadores en cuestión y aún tienen recursos capaces de suplir otras necesidades.
Palabras clave: Flujo de caja. Sostenibilidad Financiera. Toma de decisiones.
Para citar este artículo puede uitlizar el siguiente formato:
Luís Ramon Carvalho da Silva, Rendreo Carlos dos Santos Martins, Rosenildo Nascimento Pinheiro, Jeremias Monteiro Vaillant Junior y Heriberto Wagner Amanajás Pena (2019): "Sustentabilidade financeira: uma visão na demonstração do fluxo de Caixa", Revista Observatorio de la Economía Latinoamericana, (febrero 2019). En línea:
https://www.eumed.net/rev/oel/2019/02/sustentabilidade-financeira.html
//hdl.handle.net/20.500.11763/oel1902sustentabilidade-financeira
1 INTRODUÇÃO
Atualmente, o termo sustentabilidade financeira está em evidência, devido a sua ligação com a saúde financeira das empresas. Recentemente, o ciclo empresarial está passando por diversas transições, ou seja, as empresas que obtêm o poder de gerenciar seus recursos de forma sustentável estão se destacando no mercado, por conta da sua adaptação aos novos modelos de gestão. Por outro lado, algumas instituições veem a necessidade de incorporar a sua realidade a sustentabilidade financeira em virtude de se adaptar as novas formas de crescimento empresarial, que lhe ofereçam equilíbrio e longevidade, em virtude de sistemas cada vez mais complexos, buscando assim, desenvolver de forma eficaz seus controles de gestão financeira (PAZ E KIPPER, 2016).
Nesse sentido a manter-se o desempenho financeiramente sustentável traduz no que se refere ao equilíbrio entre receitas e despesas de modo a suprir as necessidades presentes e ao mesmo tempo garantir necessidades futuras. Sabendo que, seu desenvolvimento é parte de um sistema que está interligado a uma boa gestão e controle financeiro, para que assim a empresa possa fazer parte de um modelo que visa a eficiência de seus recursos financeiros em virtude de serem escassos (MARTINELLO, 2011).
Assim, o presente trabalho irá abordar a seguinte temática, Sustentabilidade Financeira: uma visão na demonstração do fluxo de caixa, para tanto será realizado uma análise na Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) em uma empresa varejista de matérias elétricos, situada no município de Castanhal no estado do Pará com ênfase na sustentabilidade financeira, buscando evidenciar a importância que o gerenciamento financeiro tem para o crescimento de uma instituição, através de um estudo voltado para a demonstração do fluxo de caixa, sendo considerada uma ferramenta de grande relevância para avaliação da atividade empresarial, pois, com um bom gerenciamento do fluxo de caixa é possível evita-se diversos problemas financeiros e econômicos na entidade.
Nesse entendimento, Santos (2015) pesquisou os efeitos que determinam a sustentabilidade financeira da empresa e para tanto analisou a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), que possui a capacidade de medir recursos financeiros, no qual a organização enfrenta durante suas atividades. Observou-se que a solução para um controle financeiro é uma estrutura organizacional simples, em adição, que fosse capaz de filtrar as atividades operacionais sob o mesmo ponto de vista, as soluções gerariam informações estratégicas para a tomada de decisão.
De acordo com Silva (2010), a análise do fluxo de caixa auxiliará no entendimento da proveniência e do uso do dinheiro na empresa e poderá levar as medidas administrativas de correção de rota no gerenciamento dos negócios da empresa. Assim, os recursos financeiros disponíveis não são meramente uma promessa, mas sim uma realidade que contribui para a continuidade da operação empresarial em um mercado altamente competitivo e mantê-lo sempre positivo pode significar a sua própria sobrevivência. Por isso, chegou-se a seguinte problemática da pesquisa, considerando as informações extraídas da Demonstração do Fluxo de Caixa a empresa 3R Materiais Elétricos Ltda., apresenta sustentabilidade financeira?
Esta pesquisa justifica-se pela importância que a gestão de caixa é um fator determinante para a sustentabilidade financeira de uma empresa, 3R Materiais Elétricos Ltda., especificamente no município de Castanhal no estado do Pará. Segundo Moreira (2017), analisou que a utilização dos instrumentos de gerenciamento financeiro pelos empresários é um processo de difícil mensuração, podendo assim, ocasionar resultados inesperáveis. O referido artigo tem como objetivo principal medir a sustentabilidade financeira de uma empresa do setor varejista de materiais elétricos, analisando informações presentes na sua demonstração do fluxo de caixa.
Outrossim a falta de conhecimento financeiro é um dos problemas para muitos empresários que encontram dificuldades para analisar seus processos, não aprimorando os instrumentos citados acima, em virtude disso, compromete a gestão de uma organização, tornando-a ineficiente pouca produtiva e com baixa viabilidade. Para isso, as empresas devem adaptar-se aos novos modelos de gestão e controlar de forma sustentável seus recursos, pois é relevante que as empresas tenham controle dos seus fluxos financeiros, avaliando-os e identificando sua capacidade de manter-se competitiva no mercado.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Contabilidade Gerencial
A partir da década de 1960, o tema Contabilidade Gerencial, foi se destacando de maneira tangível como uma ciência social aplicada. De maneira extrema, essa maturidade e concretização deu-se em virtude do positivismo, impactaram consequentemente em seu estabelecimento como disciplina acadêmica nas universidades (LUNKES, et al., 2011), outra justificativa em relação a contabilidade gerencial em 1960, destaca-se através da decorrência de motivações empresariais, que buscavam novas técnicas e teorias que favorecessem maior clareza na direção das entidades equilibrando esse novo cenário (CRUZ et al., 2010). Nessa perspectiva sobressai que a contabilidade gerencial se relaciona com os mais variados procedimentos gerenciais nas empresas. Diante disso, a contabilidade caracteriza-se como uma instituição universal, em que a atribuição da contabilidade gerencial evolui e se difunde conforme as necessidades das organizações no mercado empresarial (BEUREN & ERFURTH, 2010).
Para Beuren e Erfurth (2010), a contabilidade gerencial é a responsável pelo crescimento das microempresas, utilizando o planejamento financeiro como ferramenta decisiva e vital para as empresas, na visão de Coelho e Lins (2010), é um instrumento de apoio ao processo decisório da entidade, indo desde o controle ao planejamento e até mesmo ao custeio do produto, dessa forma percebe-se que a aplicação da contabilidade gerencial dentro da organização é sem dúvida um ponto decisivo para o seu bom desempenho, para alavancagem dos negócios e para sua continuidade no decorrer do tempo.
Segundo Coelho e Lins (2010), os demonstrativos contábeis auxiliam os administradores e empresários a utilizar a informação de forma coerente e eficaz, para que isso aconteça é necessário que os níveis de gestão saibam extrair das demonstrações a informação precisa para determinada ação, isso sem dúvidas facilitará o processo de tomada de decisão, proporcionando o desenvolvimento e a permanência das empresas no mercado, sempre atuando de forma competitiva. Dessa maneira, demonstra que é necessário que o pequeno empresário tenha conhecimento e tome consciência da importância da realização de uma contabilidade completa e eficiente, que reflita a realidade da empresa (PIZZOLATO 2004).
Pode-se dizer, que a contabilidade é uma ciência social aplicada que busca registrar, interpretar e demonstrar todos os fatos financeiros e econômicos que ocorrem dentro das organizações (AMORIM, 2015). Segundo Sant’anna (2012), a Contabilidade é uma ciência que procura analisar seus princípios e conceitos, através dos registros das transações financeiras e econômicas, dessa maneira, permitindo o controle do patrimônio da entidade. Contudo, fornecendo informações úteis para o processo decisório, enfatizando as características qualitativas fundamentais, que são: Relevância e Representação Fidedigna.
Com isso, a informação contábil-financeira é relevante quando fizer diferença nas tomadas de decisões dos usuários das informações contábeis, pois, precisa conter valor preditivo, valor confirmatório ou ambos (AMORIM, 2015). Assim, o valor preditivo deve ser utilizado como dado de entrada em processos empregados pelos usuários para predizer resultados futuros da entidade que reporta a informação. Diante disto, a informação contábil referente ao valor confirmatório está relacionada ao feedback e as avaliações prévias, confirmando ou alterando essas avaliações.
De acordo com CPC 00 (R1), uma informação é fidedigna quando esta alcançar os três atributos: A informação deve ser completa, neutra e livre de erro. Onde, a informação será completa quando apresentar a descrição da natureza do item patrimonial, o seu valor e suas explicações adicionais dos fatos relevantes. Porém, a informação é considerada neutra quando as demais informações não influenciarem no resultado da tomada de decisão. Então, para a informação ser concreta ela necessita estar livre de erros, ou seja, é a escolha do método adequado, onde não possui totalmente exatidão.
Além disso, os demonstrativos contábeis são essenciais para o desenvolvimento e o sucesso da micro e pequena empresa. Porém, o microempresário na maioria das vezes não dispõe de um sistema de informação para embasar suas decisões no dia a dia da empresa, dessa forma observa-se no mercado que a permanência dessas empresas acaba por ser afetadas pelo mal gerenciamento e falta de informações das mesmas, faz-se necessário nesse sentido, manter uma gestão atualizada, estratégica e competitiva para que a organização se desenvolva, obtenha lucros e prospere e perpetue.
2.2 Sustentabilidade Financeira
A sustentabilidade financeira é um critério pelo qual as empresas buscam suprir suas necessidades de acordo com a situação atual, apresentada em seus relatórios financeiros, com objetivo de garantir a continuidade das suas operações ao longo do tempo. Além disso, é um tema que está em evidência nos dias de hoje, por se tratar de grande relevância dentro de um empreendimento. Segundo Barbieri e Cajazeira (2009), a empresa sustentável é aquela que procura incorporar os conceitos e objetivos relacionados com o desenvolvimento sustentável em suas políticas e práticas de forma consistente. De acordo, com Moreira (2014) relata que o interesse pela gestão conduz o empreendedor a focar, analisar e compreender o setor escolhido, com apoio em um conjunto de ações assertivas que garanta a sustentabilidade financeira e a longevidade do empreendimento.
Entretanto, nem sempre funciona dessa maneira, embora as empresas busquem a sustentabilidade, são poucas que são reconhecidas nesse campo de atuação. Mediante o exposto, a falta de um modelo que alie, de forma eficaz o conceito de planejamento estratégico e sustentabilidade financeira impactam diretamente na falta de controle dos seus recursos e consequentemente na continuidade dos negócios.
O conceito do termo sustentabilidade está diretamente ligado ao desenvolvimento sustentável, sendo este considerado ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito, com isso, o termo sustentabilidade surgiu após a década de 1960, e começou a ganhar destaque no âmbito empresarial. Com o seu desenvolvimento surgiram as grandes preocupações em relação ao crescimento econômico (CLARO; AMÂNCIO, 2008). Para isso, é necessário o desenvolvimento de um modelo para avaliação da sustentabilidade financeira, com intuito de adaptar a empresa para alcançar a longevidade de seu empreendimento (ZAMCOPE; ENSSLIN; ENSSLIN, 2012). Portanto, é de suma importância as análises do gerenciamento financeiro, pois, é amplo e abrange bases relevantes na empresa, auxiliando na tomada de decisão.
No decorrer dos últimos anos, há uma necessidade de desenvolvimento sustentável da sociedade e das organizações, e com isso, buscou uma prática chamada de gestão sustentável (ANNINOS; CHYTIRIS, 2012). Nesse entendimento a sustentabilidade prepara a gestão sustentável para atuar de maneira compreensível. Nesse entendimento, Cavalcanti (2009) reforça que a sustentabilidade representa a expectativa de se alcançarem frequentemente posições equivalentes no decorrer das operações das entidades e se mantendo no mercado tão concorrente como nos dias de hoje. A partir disso, uma empresa sustentável é aquela que colabora para a expansão sustentável e, ao mesmo tempo, para repartição de benefícios econômicos. Segundo Gomes e Tortato (2011), demonstram de maneira mais particular que a gestão sustentável também pode ser classificada como uma função estratégica, pois remete entendimentos como a busca de longevidade, sucesso de longo prazo e responsabilidade com os públicos estratégicos da organização. As entidades sustentáveis são aquelas que desenvolvem hábitos estratégicos gerenciais a fim de serem economicamente capazes de se manter competitivas no mercado, gerando de maneira consistente a sua independência financeira e colaborando para o desenvolvimento onde estão inseridas.
2.3 Administração Financeira
O conceito de administração financeira está relacionado as práticas administrativas que incluem a análise e o planejamento das atividades financeiras de uma empresa, tendo como foco principal, melhorar os resultados e o lucro das organizações. Através desta gestão é possível visualizar a situação atual da empresa bem como planejar seu futuro a curto, médio e longo prazo. Nesse sentido, a gestão financeira é um conjunto de ações e procedimentos administrativos que envolvem o planejamento, a análise e o controle das atividades financeiras da empresa. Segundo Hoji (2007), reforça que os conjuntos e procedimentos administrativos equivalem a coordenar, acompanhar e avaliar as atividades da empresa, e conjuntamente envolver-se com as decisões estratégicas.
Além disso, a administração Financeira é bastante extensa, usando entre outras técnicas, as mesmas da contabilidade gerencial, auxiliando os dados da empresa, transformando em informações úteis para melhor tomada de decisão. De acordo, com Wernke (2008) apresenta os conceitos relacionados a um conjunto de métodos e técnicas utilizadas para gerir os recursos financeiros da organização, tendo como objetivo a maximização do retorno do capital investido, ou seja, onde a utilização de mecanismos econômicos e financeiros para direcionar o administrador na averiguação de viabilidade e retornos de determinados investimentos.
Nesse sentido, o armazenamento de informações úteis é essencial para o processo decisório de uma organização, para isso deve ocorrer um excelente gerenciamento de recursos financeiros possibilitando uma rentabilidade mais atraente para o negócio. Pode -se dizer que a gestão financeira tem como objetivo principal, planejar, controlar e analisar as aplicações dos recursos financeiros da empresa (ROSA, 2014).
Assim sendo, a gestão financeira está preocupada com a administração das entradas e saídas de recursos monetários provenientes da atividade operacional da empresa, ou seja, com a administração do fluxo de disponibilidade da empresa, buscando proporcionar qualidade dos recursos para o estado atual da entidade, sendo que, todo e qualquer recurso aplicado precisa atender as necessidades reais da empresa.
2.4 Fluxo de Caixa
De acordo com a Lei 6404/76, no referido artigo 176, contém um conjunto de demonstrações contábeis que aumentam o grau de confiança por partes dos usuários e auxiliam na tomada de decisão, são eles: Balanço Patrimonial, Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração do Valor Adicionado e a Demonstração dos Fluxos de Caixa.
Primeiramente, e seguindo a ordem da legislação estudada, será verificado o Art. 176 da Lei 6404/76, sendo este, o primeiro artigo alterado pela Lei 11.638/07. O mesmo, após alteração exclui a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) como uma demonstração financeira obrigatória ao fim de cada exercício e a substitui pela Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC). Além desta substituição, torna-se obrigatória, somente para as companhias abertas, a elaboração da Demonstração do Valor Adicionado (DVA). Com isso, os accruals: demonstram a diferença preponderante entre o lucro contábil e o econômico que reside na consideração do Princípio da Competência, em decorrência do aspecto temporal utilizado na mensuração do resultado do período. A discussão sobre o lucro contábil e econômico estaria resolvida ao considerar um período de tempo suficientemente longo, pois as mudanças no valor do patrimônio das empresas também estariam refletidas no lucro contábil (COLAUTO E BEUREN, 2006).
Portanto, no que diz respeito a Demonstração do Fluxo de Caixa, o CPC 03 (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) trata exclusivamente dessa demonstração, e tem como objetivo levar informações para os usuários da entidade tanto internos como externos. Ele demonstra toda variação de caixa e equivalente de caixa, essa demonstração pode ser utilizada por todas as entidades para levar informações de como estar a variação do caixa e seus equivalentes, para que assim como as demais demonstrações, possam gerar uma decisão importante para a entidade. A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), organiza as movimentações ocorridas no caixa, tem como maior objetivo apresentar informações relevantes de entradas e saídas, é um instrumento de análise gerencial, sendo possível identificar o processo de circulação do dinheiro, através da variação de caixa e equivalente (SILVA, 2008). Com base nisso, é possível estudar resultados obtidos em determinado período. De acordo com Zdanowicz (2004), estas variações tratam-se de uma projeção das entradas e saídas de recursos proveniente do gerenciamento de caixa, buscando suprir a necessidade de captar recursos ou aplicar os que excedem, tornando a operação da empresa mais rentável.
Para Moreira (2014), o fluxo de caixa é um instrumento que possibilita o planejamento e o controle dos recursos financeiros de uma entidade e, pode ser considerado na esfera gerencial, como indispensável para o processo decisório. Atualmente no ciclo empresarial é relevante a relação do processo decisório com o fluxo de caixa, favorecendo uma gestão mais sustentável e viável para entidade. Dessa forma, Padoveze (2009) demonstra que o fluxo de caixa é o conjunto de movimentações financeiras decorrente do pagamento e recebimento dos eventos econômicos das operações da empresa e das atividades de captação de recursos e investimentos de capital.
A Demonstração do Fluxo de Caixa, conforme orienta o CPC 03, relacionada com os demais demonstrativos se diferencia pela relevância das informações financeiras fornecida para os usuários, pois a mesma evidencia a saúde financeira da organização e possui classificações por segregação de atividades, são elas: Atividades Operacionais, Investimentos e Financiamentos. As Atividades Operacionais, demonstram-se que a empresa apresenta operações normais de fluxo de caixa, com capacidade de manter o corpo operacional da entidade, sem necessitar de fontes externas de financiamento. De acordo com Iudicibus (2010) pode ser classificado como entradas de caixa, recebimento de vendas de produtos ou serviços, recebimento de alugueis e outros. E como saída, pagamento a fornecedores, pagamento de impostos e pagamento de despesas financeiras.
Enquanto que, as Atividades de Investimento, estão diretamente ligadas a variação dos ativos não-circulantes, utilizados em seus bens. Venda de imobilizado e recebimento de vendas sobre participação em outras empresas, já as saídas podem ser na compra de imóveis e desembolso dos empréstimos concedidos pela mesma (IUDICIBUS, 2010).
Contudo as Atividades de Financiamento são importantes para antecipar as obrigações em relação aos futuros fluxos de caixa pelos fornecedores de capital da organização. Comparável entre empréstimos de credores e investidores, podem ser, pagamento de dividendo ou resgate de ações da própria empresa (IUDICIBUS, 2010). Os fluxos de caixa nas suas Atividades Operacionais, podem ser realizados de duas maneiras que facilitam ou levam maior clareza e possibilitam melhor entendimento, são eles:
(a) o método direto, segundo o qual as principais classes de recebimentos brutos e pagamentos brutos são divulgadas;
(b) o método indireto, segundo o qual o lucro líquido ou o prejuízo é ajustado pelos efeitos de transações que não envolvem caixa, pelos efeitos de quaisquer diferimentos ou apropriações por competência sobre recebimento de caixa ou pagamento em caixa operacionais passados ou futuros, e pelos efeitos de itens de receita ou despesa associados com fluxo de caixa das atividades de investimentos ou de financiamentos (CPC 03, 2010).
2.5 Tomada de decisão
A tomada de decisão é uma função essencial do administrador, e estar interligado com as atividades de planejamento, organização, direção e controle. Esse processo, pode induzir para diversos caminhos, desde o impulso repentino até análise incansável de um método mais sustentável.
De acordo com Andrade e Amboni (2010), o procedimento decisório pode ser definido como o procedimento e atitude por meio de uma escolha, no qual significa em selecionar cursos alternativos de ação ou mesmo aceitar ou rejeitar uma ação particularizada. Para os autores, o procedimento decisório é um processo técnico voltado para as escolhas de alternativas para esclarecer problemas e para impulsionar oportunidades ou para tirar proveitos dos momentos de crise.
Dessa forma, para Gomes e Gomes (2012) o processo de tomada de decisão deve ocorrer quando a organização está diante de um problema que possua mais de uma alternativa para sua solução, nesse modo, é importante concentrar-se no problema certo para que com isso possibilite direcionar corretamente todo o processo.
Segundo Gomes e Gomes (2012), as decisões podem ser classificadas como: simples e complexas:
a) Simples: decisões diárias de rotina a serem tomadas tanto na vida pessoal como profissional e, no máximo, entre duas pessoas. Envolvem menos parâmetros, riscos e incertezas;
b) Complexas: decisões mais difíceis enfrentadas por grupos ou, até mesmo, individualmente. Geralmente, atendem a múltiplos objetivos, e repetidamente, seus impactos não podem ser corretamente identificados.
Portanto, é relevante que as organizações obtenham um bom gerenciamento e controle das suas tomadas de decisões, pois com isso, possibilitará a redução dos seus problemas futuros e aumentará a credibilidade dos seus resultados.
Para melhor fidedignidade do processo decisório e utilizando como base outros autores, tais como Slewinski e Paton (2011), que obtiveram como resultado um desempenho satisfatório em relação ao setor explorado. No presente estudo, para subsidio no processo de tomada de decisão, será analisado os indicadores sugeridos por Braga e Marques (2001) que são divididos em quatro categorias: Quocientes de Cobertura de Caixa, que tem como índices a cobertura de juros com caixa, cobertura de dívidas com caixa e cobertura de dividendos com caixa; Quocientes de Qualidade de Resultado obtêm tais índices a qualidade das vendas e qualidade do resultado; Quocientes de Dispêndio de Capital abrange os índices direcionados as aquisições de capital e dos investimentos por financiamento; e por fim os quociente que medem os Retornos dos Fluxos de Caixa que possui os índices de fluxo de caixa por ação, retorno do caixa sobre os ativos, retorno sobre o passivo e patrimônio líquido e o retorno sobre o patrimônio líquido. Entretanto, neste estudo será utilizado apenas os seguintes índices:
A Distribuição de Lucro com Caixa, evidencia a capacidade de pagamentos de distribuição de lucros com base em seu fluxo de caixa operacional normal, essa medida permite avaliar a habilidade da empresa em pagar toda a sua distribuição de lucro. O índice empregado, sofreu adaptação devido as limitações nas demonstrações contábeis fornecidas pelos proprietários da empresa. Quanto a esse índice que estar na categoria de Quociente de Cobertura de Caixa, ele é usado para medir a capacidade que a empresa tem em relação ao pagamento dos quotistas. Nesse sentido, divide-se Distribuição de Lucro pelo Fluxo de Caixa Operacional, ou seja, quanto mais próximo de zero estiver significa que a entidade distribui menor porcentagem do seu Fluxo de Caixa Operacional (FCO).
A Qualidade do Resultado, proporciona uma conexão entre os fluxos de caixa operacional ao resultado operacional, estando presente na categoria do Quociente de Qualidade do Resultado, onde pretende oferecer uma designação da dispersão entre os fluxos de caixas e os lucros divulgados. Esse índice faz comparação com o fluxo de caixa e o resultado operacional, evidenciando as diferenças existentes entre suas receitas, custos e despesas que não afetam diretamente o caixa atual. É necessário utilizar o Fluxo de Caixa Operacional gerado pelas atividades da empresa, divido pelo Resultado Operacional disponível na Demonstração do Resultado do Exercício. Portanto, nesse índice caso o resultado for 0,17 significa que para cada R$ 1,00 de lucro operacional liquido o empreendimento gerou R$ 0,17 em caixa operacional.
O Retorno sobre o Patrimônio Líquido, demonstra o retorno de acordo com o patrimônio da empresa, que utiliza como denominador o patrimônio líquido da entidade, e mede a taxa de recuperação em caixa dos valores investidos pelos proprietários da empresa, assim o numerador não deve excluir o efeito do custo do capital de terceiros. Esse índice faz parte da categoria dos Retornos do Fluxo de Caixa e relaciona o Fluxo de Caixa Operacional dividido pelo Patrimônio Líquido da empresa, nesse modo, resultando o quanto retornou de investimento em disponibilidades referente ao Fluxo de Caixa Operacional.
3 METODOLOGIA
A empresa estudada possui sete funcionários em uma área de aproximadamente 450m², situada no município de Castanhal no estado do Pará, que tem por nome fictício 3R Materiais Elétricos Ltda. Na qual, foram analisadas as informações verídicas da entidade, tais como, Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício e Demonstração do Fluxo de Caixa dos anos de 2015, 2016 e 2017 da referida empresa.
A presente pesquisa baseou-se no estudo bibliográfico, documental e descritiva, para tanto sua abordagem é de caráter quantitativo e qualitativo. Sendo assim, o estudo bibliográfico tem fundamentos teóricos de diversos autores que discorreram sobre sustentabilidade financeira no fluxo de caixa, já a pesquisa documental é aquela realizada a partir de documentos, contemporâneos ou retrospectivos, considerados cientificamente autênticos e também utiliza documentos que não receberam nenhum tratamento científico Sá Silva et al (2009).
Quanto ao tipo de pesquisa, busca responder ao problema, a respeito da sustentabilidade financeira, em uma empresa de materiais elétricos, localizada na cidade de Castanhal acerca de 68 km da capital do Estado do Pará Belém, foi realizado um estudo caraterizado como uma pesquisa bibliográfica, já que, os dados selecionados foram coletados de forma antecipada através de artigos, revistas eletrônicas e documentos da empresa, o que tornou acessível o entendimento do problema abordado.
Na concepção de Gil (2010), a maioria das pesquisas são de fontes bibliográficas, de igual modo pode ser definida também como procedimento racional e sistemático que busca solucionar os problemas pertinentes na empresa. Sendo assim, a pesquisa é do tipo descritiva, buscando informações por meio de entrevista, análise das demonstrações financeiras, e evidências gerenciais do fluxo de caixa. Destacou-se por identificar as características financeiras e os resultados encontrados.
Quanto aos objetivos, a pesquisa é do tipo descritiva, segundo Gil (2010) busca descrever as características de certa população. Segundo ainda o mesmo autor, deve-se considerar esse tipo descritiva quando existirem possíveis associações entre variáveis, ressaltando a preferência entre um ou outro caso “A ou B”. Mesmo classificando dessa maneira quanto ao seu objetivo acabam por apresentar uma visão diferenciada em relação ao problema, aproximando-a bastante das pesquisas exploratórias.
O estudo na empresa 3R Materiais Elétricos Ltda ocorreu por meio de um levantamento de estudo, onde se analisou os dados fornecidos pela empresa, sendo eles, Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício dos anos de 2015 a 2017, essas informações foram utilizadas como base na elaboração do Fluxo de Caixa, que posteriormente deram origens aos indicadores possibilitando descrever o comportamento dos fluxos de caixa e sustentabilidade financeira da empresa.
Em relação à abordagem da pesquisa, foram trabalhados os métodos quantitativo e qualitativo, buscando identificar e tratar os dados sem perder a essência do problema. Para Teixeira (2010) no primeiro momento foi realizado uma pesquisa de caráter qualitativo na qual buscou-se a interpretação dos dados selecionados. Em segundo momento a pesquisa quantitativa utilizou a descrição de cálculos, na qual se espera estabelecer uma relação entre os dados observados e o que verdadeiramente representa.
Na coleta de dados, foi realizado uma visita informal diretamente com os proprietários da empresa que comunicaram ao contador responsável para fornecer as demonstrações contábeis (Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício) dos anos de 2015 a 2017, afim de apresentar informações úteis para o desenvolvimento da Demonstração do Fluxo de Caixa, que serviram de base para análise, no qual, foram utilizadas na elaboração dos indicadores sugeridos por Braga e Marques (2001) auxiliando a perspectiva da sustentabilidade financeira da empresa 3R Materiais Elétricos Ltda.
Quanto a forma de tratamento dos dados, foram extraídos das demonstrações e foram trabalhados em cálculos e tabelas para que pudessem ser analisados e se tornarem acessíveis sua colocação nesse artigo. Dessa maneira, foram utilizadas as demonstrações financeiras disponibilizada pela empresa decorrente aos anos de 2015 a 2017.
O uso do Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício foram primordiais para que na elaboração do Fluxo de Caixa Operacional, as informações encontradas fossem de caráter relevantes, com isso, utilizou-se o método indireto que através do lucro líquido, somado as despesas que não afetaram o caixa e deduzindo as receitas que também não afetaram o caixa, encontra-se o lucro ajustado, diante disso, calculou-se as variações do Ativo Circulante, caso a variação seja positiva diminui e negativa soma, já no Passivo Circulante, se a variação for positiva soma se negativa subtrai entre as contas de 2015 e 2016 para encontrar o fluxo de caixa operacional de 2016, e as variações de 2016 e 2017 para o fluxo de caixa operacional de 2017.
Com isso, tornou-se possível a análise de dados para a elaboração da Demonstração do Fluxo de Caixa dos anos 2016 e 2017, que se apresenta em atividades: Atividades Operacionais, Atividades de Investimentos e Atividades de Financiamentos. Posteriormente passou-se a auferir os indicadores de análise, trabalhados no referencial teórico, que segundo Braga e Marques (2001), os índices buscam evidenciar as medidas de desempenho da Demonstração do Fluxo de Caixa Operacional, representando a geração de caixa das atividades existentes da empresa, utilizando o Quociente de Cobertura de Caixa, Quociente de Qualidade do Resultado e Retornos do Fluxo de Caixa.
4 RESULTADO E DISCUSSÃO
Para a concretização do objetivo estabelecido, foi possível relacionar com os indicadores apresentados por Braga e Marques (2001), que são eles: Quocientes de Cobertura de Caixa, Quocientes de Qualidade de Resultado e Retornos dos Fluxos de Caixa.
Assim, para os cálculos dos indicadores citados acima tornam-se necessários o conhecimento da distribuição de lucro, fluxo de caixa operacional, resultado operacional e patrimônio líquido.
Os dados abaixo se referem às demonstrações econômicas e financeiras fornecidas pela empresa, e que foram utilizadas como base para análises de sua sustentabilidade.
Com base nos dados extraídos das demonstrações contábeis acima, passou-se a construir a Demonstração do Fluxo de Caixa, que neste trabalho foi elaborado pelo método indireto, no qual encontra-se disposto, conforme encorajamentos do CPC 03 segregados atividades, são elas: Operacional, Investimento e Financiamento, entretanto, o presente estudo tem como intuito analisar as atividades operacionais da referida empresa.
Com base nesse índice, em 2016 a empresa apresentou que para cada R$ 1,00 obtido no resultado operacional liquido R$ 2,69 foram transformados em geração de caixa operacional líquido, já em 2017 essa relação passou para R$ 1,19. Dessa maneira, é possível a comparação do fluxo de caixa operacional e o resultado operacional, evidenciando que para cada R$ 1,00 de lucro operacional líquido o quanto o empreendimento gerou em caixa operacional. Nesse sentido, em 2016 a empresa obteve R$ 2,69, já em 2017 alcançou R$ 1,19 de caixa operacional, isto é, para cada R$ 1,00 de lucro operacional líquido. Dessa forma, com base nos dados da Demonstração do Fluxo de Caixa Operacional, observou-se sua diminuição em relação ao Resultado Operacional, tendo como pressuposto o aumento significativo nas vendas a prazo e uma suposta redução nos prazos de pagamentos de suas obrigações.
Na avaliação do índice de Retorno sobre o Patrimônio Líquido a empresa apresentou uma taxa de recuperação levemente menor no ano de 2017. Já no período anterior analisado a empresa ficou próxima dos 29% cerca de 1,55% em relação ao ano seguinte do retorno de Patrimônio investido, embora essa relação seja menor, pode ser observado que a geração interna de caixa foi maior, bem como o Patrimônio Líquido da empresa também era maior, significando que a mesma se mostrava eficiente, dado que os investimentos dela estavam retornando em proporções maiores.
Pode ser observado diante da análise dos índices que a empresa utiliza de maneira eficiente seus recursos financeiros. Haja vista que, ocorreram decréscimos nas variações comparando os anos analisados, como por exemplo na qualidade do resultado e no retorno sobre o patrimônio líquido, mas, já na distribuição de lucros ocorre uma variação positiva, tornando clara que a empresa é viavelmente sustentável quanto essa distribuição, porém, necessitando de melhora em relação à forma de gerir seus recursos financeiros.
Com base nos cálculos realizados, observamos que os índices utilizados serviram como aporte para entender melhor a relação da empresa com a sustentabilidade financeira, que mesmo com a diminuição na qualidade do resultado e retorno sobre o patrimônio líquido, não deixou de ser sustentável, e continuou a distribuir lucro com um aumento significativo de 0,09 para 0,17 mostrando uma solidez de um período ao outro, dessa maneira, observou-se a capacidade da empresa em pagar suas dívidas.
O índice financeiro de qualidade do resultado evidencia a relação entre o lucro operacional e a geração de caixa operacional, nesse modo, demonstrou em 2017, que a empresa teve um menor índice em relação ao ano anterior, que para cada R$ 1,00 de lucro a empresa gerou R$ 1,19 de caixa em atividades operacionais. Com isso, podemos entender que mesmo ocorrendo decréscimo no índice em questão a entidade não deixou de ter lucro.
Quanto ao retorno sobre o patrimônio líquido, observamos que a empresa aumentou sua geração de caixa e consequentemente seu patrimônio líquido, entretanto, houve regressão no percentual da sua taxa de recuperação, no qual, esta taxa representa a rentabilidade dos seus investimentos em disponibilidades para sustentabilidade do negócio.
Sendo assim, o conjunto de indicadores juntamente com as demonstrações contábeis analisadas no presente estudo, auxiliam os usuários na previsão de fluxos de caixas futuros e medida de desempenho das suas disponibilidades correntes. Dessa maneira, os dados do empreendimento analisados em um período de curto prazo são suficientes, pois, obtêm o controle de suas disponibilidades, honra com suas obrigações presentes e distribui seu lucro de forma sustentável. Nesse sentido, com base nos resultados dos indicadores auferidos, conclui-se que a empresa se apresenta financeiramente sustentável para todos os indicadores em questão. Contudo, para um melhor resultado a longo prazo, deve-se aprimorar mais seu fluxo de caixa operacional em relação ao lucro operacional e o patrimônio líquido da referida empresa, para que dessa forma gere resultados satisfatórios.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo em questão examinou índices extraídos das demonstrações fornecida por uma empresa privada do segmento varejista de materiais elétricos. O estudo objetivou medir a sustentabilidade financeira da referida empresa, analisando a Demonstração do Fluxo de Caixa em agregação com Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício, nesse sentido, utilizando indicadores sugeridos por Braga e Marques (2001).
Portanto, constatou-se que a Demonstração do Fluxo de Caixa em conjunto com as demais demonstrações contábeis, permite que a empresa obtenha informações relevantes dos seus recursos financeiros, e diante disso, auxilia os usuários na avaliação de sua liquidez, solvência e na sustentabilidade financeira. Nesse modo, agregando valores consideráveis para entidade, ou seja, desenvolvendo um controle gerencial mais eficiente e concreto perante o ciclo empresarial.
O estudo tornou-se limitado, por conta de serem analisados dois exercícios, com isso caracterizando uma pesquisa de curto prazo. Desse modo, não foi o proposito deste trabalho executar uma análise incrementada da situação econômica e financeira da empresa, mas sim oferecer uma realidade da análise da gestão dos Fluxos de Caixa e demonstrar como é possível conseguir conhecimentos importantes sobre a sustentabilidade da organização e contribuindo para tomada de decisão dos gestores.
Compreende-se que no estudo, foram calculados os seguintes índices: distribuição de lucro com caixa, qualidade do resultado e retorno sobre o patrimônio líquido. Com base nos cálculos realizados, permitiu-se demonstrar que a empresa do setor varejista de matérias elétricos em questão, possui um bom desenvolvimento de caixa operacional e que consegue conservar suas disponibilidades sem ter que recorrer a fontes externas de capital.
Conclui-se que a Demonstração do Fluxo de Caixa é uma ótima ferramenta financeira de controle e também multifuncional para a gestão da instituição, com intuito de disponibilizar dados úteis para uma análise de qualidade, e assim, desenvolver sua sustentabilidade financeira e auxiliar nas tomadas de decisões, dessa maneira, é possível responder o problema da pesquisa. Porém, levando em consideração a relevância do tema abordado, sugerem-se estudos futuros, onde, possam ser analisados demais segmentos, demonstrativos contábeis e outros indicadores. Nesse sentido, enriquecendo os conhecimentos sobre a análise da sustentabilidade financeira.
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*Graduado em Ciências Contábeis na Faculdade Estácio Castanhal – Pará, aprovado no Conselho Federal de Contabilidade, responsável pelo Fluxo de Caixa, com controle de entradas e saídas da Associação Beneficente São José. E-mail: ramon-c-s@hotmail.com