César Augusto Soares da Costa
Francisco Galho Arduim (CV)
csc193@hotmail.com
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo principal verificar historicamente
as diversas mudanças que o processo educacional sofreu e também verificar as
tendências epistemológicas entre cada período. É uma explanação clara e concisa
de como a educação é abrangente e se modifica dentro de aspectos culturais de
cada região do mundo. É traçado uma linha cronológica desde os tempos antigos
até hoje da evolução educacional.
Palavra-chave: Educação, Escola, Perspectiva, Sociedade.
1 HISTÓRIA DAS IDÉIAS
Filosoficamente Gadotti (2002, p. 12) acredita que “a educação enquanto prática fundamental da existência histórico-cultural dos homens precisa ser pensada, ou melhor, precisa continuar sendo pensada, pois ela ou já é ou foi antes.”
Historicamente as idéias pedagógicas para Gadotti estão voltadas para compreensão do significado da educação na contemporaneidade, tendo a tarefa de buscar meios, para resgatar a unicidade entre história e o sujeito, perdido pela desconstrução da cultura e da educação provocado pelo racionalismo moderno.
Seu pensamento em relação à educação pós-moderna, é que ela tem que dar conta do seu caráter multicultural, assim buscará a igualdade sem eliminar as diferenças, para isso “... a escola, embora tenha que ser local, enquanto frente de partida deve ser universal, enquanto ponto de chegada” (GADOTTI, 2002, p. 13).
É defendido um projeto centrado no pensamento filosófico-educacional da humanidade, onde não mais se reduzem ás suas expressões euros-ocidentais. Também as contribuições dos pensamentos que são elaborados no Terceiro Mundo saem explicitadas por Gadotti, que destaca autores orientais, africanos hispano-americanos e brasileiros, enfatizando a universidade do pensar sobre a educação.
1.2 AS TAREFAS DA TEORIA DA EDUCAÇÃO
O filosofar quando relacionando a educação auxilia na sua descoberta da antropologia, desvela as ideologias subjacentes aos sistemas educacionais, as reformas, as inovações, as concepções, as doutrinas pedagógicas e a prática da educação.
Ao fazer uma análise crítica, a filosofia da educação tem um importante papel no processo de humanização do homem e de transformação social, visando á formação do homem integral, ao desenvolvimento de suas potencialidades, para torná-lo sujeito de sua própria história e não objeto dela.
1.3 CONCILIAR TEORIA E PRÁTICA NA TEORIA DA EDUCAÇÃO
Significa pensar na ligação inseparável entre filosofia, história e sociologia da educação, o que torna vivo o pensamento e esse por sua vez em confronto com a prática educacional é reapropriado e transformado de forma coletiva.
A filosofia da educação nesse sentido significa ser um instrumento eficaz de formação do educador, capaz de superar o senso comum, o ativismo inconseqüente e o verbalismo estéril.
1.4 O PENSAMENTO PEDAGÓGICO GREGO
A base da cultura Grega serviu de berço da cultura, da civilização e da educação ocidental.
A educação reservado aos homens livres, cujo caráter, de classe exigia que esse ensino estimulasse a competição, as virtudes guerreiras, para assegurar a superioridade militar sobre as classes submetidas e as regiões conquistadas. O homem bem educado tinha que ser capaz de mandar e de fazer-se obedecer.
A falta de democratização tinha na educação sua manifestação, pois só a uns poucos tinham acesso ao ensino, e só entre os quais existia diálogo e liberdade de ensino e tudo aconteciam apenas entre os gregos livres.
A educação integral na Grécia consistiu na integração entre cultura e sociedade, essa pedagogia da eficiência individual e, concomitantemente, da liberdade e de convivência social e política.
Por outro lado, a síntese entre educação e a cultura, permitiu-se valorizar a arte, a literatura, a ciência e filosofia, que consistia na formação do corpo pela ginástica, nada mente pela filosofia e pela ciência e na da moral e dos sentimentos pela música e pelas artes. No poema de Homero, a “bíblia do mundo Heleno” tudo se estudava: literatura história, geografia e ciência etc.
2 O PENSAMENTO PEDAGÓGICO RENASCENTISTA
Esse pensamento caracteriza-se por uma revalorização da cultura greco-romana, ligaram-se alguns fatores mais gerais da própria evolução histórica. As grandes navegações do século XIV, que deram origem ao capitalismo comercial, a invenção da imprensa realizada pelo alemão Gutembergue.
A invenção da bússola possibilitou as grandes navegações, favorecendo a crença nas possibilidades do homem se superar, favoreceu o individualismo, o pioneirismo e a aventura. Desenvolveu-se também a arte da guerra possibilitada pelo uso da pólvora.
A educação Renascentista foi responsável pela formação do homem burguês, que ao distanciar-se das classes populares, caracteriza-se pelo elitismo, pelo aristocratismo e pelo individualismo liberal. Atingia principalmente o clero, a nobreza e a burguesia nascente.
3 NASCIMENTO DO PENSAMENTO MODERNO
A superação do modelo feudal ocorrida entre os séculos XVI e XVII, a orientação deixa de ser forma isolada, para se constituir num esforço coletivo.
O homem ao desenvolver novas técnicas, artes, estudos, matemática, astronomia, ciências e físicas.
Francis Bacon (1561 – 1626) ao propor a distinção entre a fé e a razão, deu um novo ordenamento às ciências: seu método indutivo de investigação, opondo-se ao método aristotélico de dedução sendo considerado o fundador do método científico.
René Descartes (1596 – 1650) e seu livro Discurso do método mostraram os passos para o estudo e pesquisa: criticou o ensino humanista e propôs a matemática como modelo de ciência perfeita.
Descartes frente à questão ontológica da filosofia: a relação entre pensamento e o ser, criou um método novo, científico, do conhecimento do mundo e a substituir a fé pela razão e pela ciência, tornou se o pai do racionalismo.
3.1 PENSAMENTO PEDAGÓGICO ILUMINISTA
Marcado pela Revolução Francesa, que termina com o regime absolutista (1453 a 1789), com o poder concentrado no clero e na nobreza.
Os intelectuais da época foram chamados “iluministas” ou “Ilustrados” pelo apego a racionalidade e a luta em favor das liberdades individuais, contra o obscurantismo da Igreja e a prepotência dos governantes.
Rousseau (1712-1778), em suas obras Sobre a desigualdade entre os homens, Controle Social e Emilia inauguram uma nova era na história da educação, constituído um marco que divide a velha e a nova escola. Suas obras e estão atualizadas.
O século XVIII é político- pedagógico, pois pela primeira vez um Estado institui a obrigatoriedade escolar (Prússia 1717), na Alemanha criam-se Escolas Normais, princípios e planos que ajudam na formulação da grande revolução pedagógica nacional francesa do final do século. A escola pública é fruto da Revolução Francesa. Os grandes teóricos iluministas pregavam uma educação cívica e patriótica inspirada nos princípios da democracia, uma educação laica, gratuitamente oferecida pelo Estado para todos e embora tivesse a idéia de unificação do ensino público em todos os graus. Mas ainda era elitista: só os mais capazes podiam prosseguir até a universidade.
Surge com Rousseau, o conceito de escola nova no século XIX, sua importância fez com que influenciasse educadores da época como Pestalozzi, Herbart e Froebel.
A transição do controle da educação da Igreja para o Estado (séc.XVIII). É para estabelecer o controle civil (não religioso) da educação através da instituição de ensino público nacional. Assim, controle da igreja sobre a educação e os governos civis foi decaindo com o crescente poder da sociedade econômica.
Assembléia Constituinte (1789), é uma exigência popular de um sistema educacional, com vários projetos de reforma escolar e da educação nacional.
O mais importante é o projeto Condorcet (1743-1794) que propôs o ensino universal como o meio para eliminar a desigualdade.
Condorcet, ao admitir a desigualdade natural entre os homens, admite que a educação proposta não era exatamente a mesma para todos. Por outro lado defende que as mudanças políticas precisam ser acompanhadas de reformas educacionais. Foi grande defensor da educação feminina, considerava as mulheres mestre naturais.
O iluminismo educacional representou as bases da pedagogia burguesa, influenciado de forma atualizada na transmissão de conteúdo e na formação social e individualista. É oferecida pela burguesia uma instrução mínima para a massa trabalhadora, o que faz surgir também os sistemas nacionais de educação, no século XX, que tem como pressuposto uma educação para formação do cidadão disciplinado.
3.2 PENSAMENTO PEDAGÓGICO POSITIVISTA
No final do séc. VXIII é consolidado o pensamento pedagógico positivista sob uma concepção burguesa da educação. Esse período também é marcado por dois movimentos: de um lado o movimento popular e socialista (marxismo), de outro o movimento elitista burguês (positivismo) essas correntes é representada pelo Karl Marques (1818-1883) e Augusto Conte (1798-1857).
A principal obra de Conte é o curso de filosofia positiva, composto de seis volumes, publicados entre 1830 e 1842, e a obra política positiva, ou Tratado de sociologia, instituindo a religião da humanidade (1851-1854), cujo objetivo era o de transformar a filosofia em religião, assim como na primeira parte tentou transformar a ciência em filosofia.
Segundo ele, humanidade passa por três etapas sucessivas: o estado teológico, durante o qual o homem explicava a natureza por agentes sobrenaturais; o estado metafísico, na qual tudo se justificava através de noções abstratas como essência, sustância, causalidade, etc.; e o estudo positivo, o atual, onde se buscam as leis cientificas.
Da “lei dos três estados” Conte deduziu o sistema educacional. Ele afirmava que em cada homem as fases históricas se reproduziram, ou seja, que cada indivíduo repetiria as fases da humanidade.
Na primeira fase, a da infância, a aprendizagem não teria um caráter formal. Transformaria gradativamente o fetichismo natural inicial numa concepção abstrata do mundo.
Na segunda fase, a da adolescência e da juventude, o homem adentraria no estudo sistemático das ciências.
Aos poucos, o homem na idade madura chegaria ao estado positivo, passando do estado metafísico. Não mais abraçaria a religião de um Deus abstrato. Enlaçaria a religião de o grande Ser, que é Humanidade. A educação formaria, portanto, a solidariedade humana.
A doutrina do cientificismo influência a educação, no currículo escolar aos poucos, superando a dominação da filosofia, da teologia e das línguas clássicas. Essa tendência cientificista ganha forças, com a introdução da sociologia geral e da sociologia da educação.
Ao substituir forma manipuladora em relação ao real baseado na mítica e mágica, pela visão cientifica, estabelece uma nova fé, a fé na ciência. Seu lema sempre foi “ordem e progresso”. Portanto, o positivismo tornou-se uma ideologia da ordem, da resignação e, contraditoriamente, da estagnação social.
O positivismo no Brasil inspirou a Velha República e o golpe militar de 1964, cuja tecnocracia esteve a serviço das elites brasileiras e de seus privilégios ameaçados pela organização crescente da classe trabalhadora. Daí terem recorrido aos dirigentes militares, que são elites “ordeiras” vislumbradas por Conte.
Embora não tenha provocado entusiasmo aos educadores progressistas brasileiros, o pensamento pedagógico positivista trouxe muitas contribuições para o avanço da educação, como primeiro projeto de formação do educador, no final do século passado, assim como também a sua contribuição ao estudo científico da educação, tornando a laica.
3.3 PENSAMENTO PEDAGÓGICO SOCIALISTA
O pensamento pedagógico do socialismo buscou a democratização do ensino, com a iniciativa dos movimentos populares, junta alguns intelectuais que se opuseram á concepção burguesa.
Os princípios de uma educação pública socialista foram enunciados por Marx (1818-1883) e Engels (1820-1845) e desenvolvidos entre outros, por Vladimir Ilich Lênin (1870-1924). Esses teóricos nunca realizaram uma sistematização da escola e de educação, mas suas idéias foram disseminadas em torno de seu seus trabalhos, de forma fragmentada, mas dentro de um contexto com criticidade nas relações sociais.
Marx e Engels, em seu manifesto do partido comunista (1847- 19848), se basearam na defesa de uma educação pública e gratuita, para todas as crianças.
Outro histórico é Antonio Gramsci (1891- 1957), defensor da escola socialista, que buscou a idéia centralizadora democrática. O trabalho é visto por ele, como um princípio antropológico e educativo básico de formação. Faz críticas contundentes contra a escola tradicional que dividia o ensino em clássico e profissional, o último destinando-se ás “classes instrumentais” e o primeiro às dominantes e aos intelectuais. Essa divisão serviu para justificar o dualismo entre trabalhadores intelectuais e manuais.
Defende uma “escola critica e criativa, cuja dialética é a de tornar ao mesmo tempo clássica, intelectual e profissional. Com isso busca na escola unitária o início de novas relações entre trabalho intelectual e trabalho industrial, não apenas na escola, mas em toda vida social.
Gramsci defendeu uma nova camada de intelectual, substituindo o modo ser intelectual baseado na eloqüência ditada pelas paixões, mas sim num imiscuir-se ativamente na vida prática, como construtor, organizador, permanente. No mundo moderno a educação técnica, estreitamente ligada ao trabalho industrial, mesmo ao mais primitivo e desqualificado, deve constituir a base do novo intelectual, da técnica-trabalho, eleva-se á técnica-ciência e a concepção humanista histórica, sem a qual se permanece especialista e não se chega à dirigente.
3.4 PENSAMENTO PEDAGÓGICO DA ESCOLA NOVA
É um movimento de renovação da educação, tendo como idéia o de fundamentar, o ato pedagógico na ação, na atividade da criança. Essa relação dialógica se disseminou em muitas partes do mundo, pois valorizava a auto-formação e a atividade espontânea da criança. A teoria da Escola Nova buscava uma educação que fosse instigadora da mudança social e, ao mesmo tempo, se transformasse porque a sociedade estava em mudança.
Vários movimentos se criaram em torno dessa teoria, no sentido que a Educação Nova seria integral (intelectual moral e física); ativa, prática (com trabalhos manuais obrigatórios, individualizada), autônomo (campestre em regime de internato e co-educação). Um dos percussores desse sistema educacional, é o Adolf Che Ferriere (1879-1960), lecionou no instituto Jean-Jaques Rousseau, de Genebra. Disseminou as idéias da escola e da educação nova na Europa.
Conseguiu sintetizar correntes pedagógicas distintas em suas manifestações, centrado na preocupação de colocar a criança no centro das perspectivas educativas, cujas práticas tinham com intenção, trazer para as crianças a alegria de viver o regozijo, o movimento espontâneo e as risadas, já que a escola tradicional significava a inquietude, a imobilidade e o silêncio ou forma impositiva a esses alunos.
Outro educador é John Dewey (1859-1952), sua importância foi o de ser o percussor desse novo ideal pedagógico, ao afirmar que o ensino deveria se pautar pela ação e não pela instrução, a educação de forma contínua refaz a experiência concreta, ativa, produtiva de cada um.
Dewey pensava numa educação essencialmente pragmática, instrumentalista. As relações de convivência são democráticas e sem trazer em pauta a sociedade de classes. Acreditava Dewey que sendo a educação um processo e não um produto permitia assim, de forma dinâmica, um processo de melhoria permanente de eficiência individual e assim essa educação se confundiria com o próprio processo de viver.
Esse sistema buscava aumentar o sentimento da criança, seguindo seus próprios interesses vitais e também esse mesmo rendimento buscava determinantemente, os interesses da classe burguesa, cuja escola deveria preparar os jovens para o trabalho, para a atividade prática, para o exercício da competição. A escola nova significa em muitos aspectos, acompanhar e corresponder às exigências do desenvolvimento capitalista, assim justificando uma concepção do pensamento burguês na exploração do trabalho e a dominação política, própria das sociedades de classes.
A influência da Escola Nova através de suas teorias baseado na filosofia educacional, baseado nas “classes nouvelles” francesa, deu origem na década de 60, no Brasil aos “ginásios vocacionais”, as escolas ativas, as escolas experimentais, aos colégios de aplicação das universidades, as escolas pilotos, as escolas livres, as escolas comunitárias, aos lares-escolas, as escolas individualistas, as escolas do trabalho, as escolas não – diretivas e outras.
A metodologia da Escola Nova e a sua evolução trouxeram para a sala de aula o rádio, o cinema, a televisão, o vídeo, o computador e as máquinas de ensinar- inovações que atingem de múltiplas maneiras nossos educadores, muito deles perdendo-se diante de tantos meios e técnicas propostas. Isso permitiu buscar um novo olhar dos professores, que hoje insistem na necessidade de buscar análise de sua prática, a discussão do cotidiano da escola, sem o que de nada adiantam tantas inovações, planos, técnicas, por mais modernos e atraentes que sejam.
A partir da segunda metade deste século, ocorre uma critica e a desmistificação a respeito da educação escola novista. Os educadores mais recentes afirmam que toda a educação é política e que ela, na maioria das vezes, constitui-se, em função dos sistemas de educação implantados pelos Estados Modernos, num processo através do qual as classes dominantes preparam a mentalidade, a ideologia, a conduta das crianças para reproduzirem a mesma sociedade e não para transformá-la.
Jean Piaget (1896-1980) com sua teoria epistemológica influenciou outros pesquisadores, como a psicóloga argentina Emilia Ferreira, cujo pensamento é muito difundido hoje nas escolas de 1º grau no Brasil. O que mostra sua importância na história da educação, ao dar outro nome a escola ativa: o que ele chamou de educação funcional, com isso rompe com a mera atividade educacional, afirmando que atividade educativa está relacionada intrinsecamente como a função vital do homem, de forma individual, sem ser individualista e ao mesmo tempo, social e socializadora.
Seu método da observação investigou, sobretudo, a natureza do desenvolvimento da inteligência na criança. Nesse processo a criança tem que pensar, contrapondo-se a escola tradicional que ensinava só a copiar.
Para obter bons resultados o professor devia respeitar as leis e as etapas do desenvolvimento da criança, afirmou Piaget, pois o objetivo da educação não deveria se repetir ou conservar verdades absolutas, mas aprender por si próprio a conquista da verdadeira.
Piaget com sua formação na psicologia conquistou reconhecimento mundial com suas teorias sobre os processos de construção do pensamento nas crianças. Seus estudos baseado na psicologia da criança no Instituto Jean-Jaques Rousseau em Genebra produziu mais de trinta volumes a respeito.
De acordo com sua teoria, a criança passa por três períodos de desenvolvimento mental. Durante o estágio preparatório, dos dois aos sete anos de idade, a criança desenvolve certas habilidades, como a linguagem e o desenho. No segundo estágio, dos 7 aos 11 anos, a criança começa a pensar logicamente. E o período de operações formais estende-se dos 11 aos 15 anos, quando a criança começa a lidar com abstrações e raciocinar com realismo a cerca do futuro.
Sua psicodagogia e a educação para a ação é fundamental, ao buscar há essencialidade do pensamento lógico, ser operativo. Sua teoria é fundamental para refutar à escola tradicional, pois o sistema educacional objetiva mais acomodar que formar inteligências inventivas e criativas.
Os métodos ativos são beneficiados com a história das Ciências e assim pode ser expresso: compreender é inventar, ou reconstruir através da reinvenção, e será preciso curvar-se ante tais necessidades se o que se prende para o futuro é moldar indivíduos capazes de produzir ou criar, e não apenas repetir.
O educador brasileiro Paulo Freire (1921) ao reconhecer o avanço já histórico das idéias e práticas pedagógicas, defendeu algumas idéias da Escola Nova, mas também denunciou o caráter conservador dessa visão pedagógica.
Constatou que a educação tem a possibilidade de poder servir tanto para a educação como prática de dominação quanto para a educação como prática de liberdade.
De acordo com Paulo Freire, é questionável o respeito pela criança defendido pela Escola Nova, porque muitas das vezes essa mesma ao renunciar a direção educativa, deixa de apontar as influências com os quais a burguesia impregna todo o social. Soubemos também que atualmente essa mesma burguesia domina, nos países capitalistas, os mais poderosos meios de comunicação, de informação e de formação da mentalidade popular. Educar não é ser omisso, ser indiferente, ser neutro diante da sociedade atual. Deixar a criança à educação espontânea da sociedade é também deixá-la ao autoritarismo de uma sociedade nada espontânea. O papel do educador é intervir, posicionar-se, mostrar um caminho, e não se omitir. A omissão é também uma forma de intervenção.
A construção do movimento da Escola Nova estava mesclada com a própria escola moderna, científica e pública, absorvendo nesse mesmo sistema, a contribuição do positivismo e marxismo, o que mostra por dentro ser esse um movimento complexo por dentro ser esse um movimento complexo e contraditório. A princípio essa teoria não se esgota por si só, com um movimento liberal, pois influenciaram educadores socialistas, que criaram a Escola Socialista, popular e autônoma, como teoria e prática da educação, que numa relação dialética supera sem anular, as conquistas anteriores, querem da Escola Tradicional, quer da Escola Nova.
3.5 PENSAMENTO PEDAGÓGICO FENOMENOLÓGICO
Bogdan Suchodolski (1907-1992) em sua obra A pedagogia e as correntes filosóficas dividiu as teorias pedagógicas surgidas desde a Antiguidade até os nossos dias em duas grandes correntes: as pedagogias da essência e as pedagogias da existência. Constitui-se numa clássica discussão filosófica entre essas duas posições contrárias, o que significou dentro de uma perspectiva antropológica, posições pedagógicas também distintas. Platão inaugura a pedagogia da essência, teoria essa que oportunizou o desenvolvimento do cristianismo. Com o mito da caverna Platão distinguiu no homem o que pertence ao mundo das sombras, o corpo, o desejo, os sentidos, etc. e o que pertence ao mundo das idéias: o espírito na sua forma pensante. Influenciada pelas idéias platônicas, a pedagogia da essência investiga tudo o que é empírico no homem e concebe a educação com ação que desenvolve no indivíduo o que define sua essência “verdadeira”. O cristianismo, manteve, transformou e desenvolveu a concepção platônica. Realçou a oposição entre duas esferas da realidade: verdadeira e eterna por um lado, aparente e temporal por outro.
Contrariando a visão cristã, o movimento reformista protestante, vê a possibilidade do poder ser tudo, e que a individualidade se realiza na essencialidade humana. Polêmica essa que provocou uma renovação do pensamento pedagógico, se inspirado nos direitos e nas necessidades das crianças, contrariando a pedagogia tradicional, com isso ressurge o conflito entre a pedagogia da essência e da pedagogia da existência. Continuando essa controvérsia e inspirando as idéias de Rousseau, Pestalozzi e Proebel. Em resposta a pedagogia da essência: KierKegaard (1813-1855), Stirner (1806-1856) e Nietzsche (1844-1900), no século XIX, desenvolveram teorias ligadas á pedagogia da existência.
Na visão de KierKegaard, o homem baseado na sua unicidade, não se repete. Stirner, por sua vez, atacava a pedagogia da essência, cujo erro está em impor aos indivíduos um ideal ultrapassado que lhes é estranho, uma religião a serviço da sociedade e do Estado.
Nietzsche contrapôs as tendências democráticas do ensino e as tentativas de ligar a escola ás necessidades econômicas e sociais do país. Ao analisar a geneanologia da moral, tentava ele provar que o ideal e as normas morais são obras de homens fracos.
A filosofia existencialista provocou uma mudança na educação, a sua tarefa foi de afirmar a existência, concreta da criança, aqui e agora. O homem precisa decidir-se, comprometer-se, escolher, precisa encontrar-se com o outro, incorporando á pedagogia contemporânea um novo olhar, o desafio, decisão, compromisso, diálogo, dúvida própria do chamado humanismo moderno.
Alguns filósofos existencialistas tiveram influências na educação, com destaque Martin Buber (1878-1966), Maurice Merleau Ponty (1908-1961), Emanuel Mounier (1905-1950) Jean Paul Sartre (1905-1980), George Crisdorf (1912), Paul Kicoeur, (1913) e Claude Pontillon (1938-1980).
REFERÊNCIAS
GADOTTI, Moacir. Educação e Compromisso. Campinas: Papirus, 1985.
______. História das Idéias Pedagógicas. São Paulo: Ática,2002.
______. Concepção Dialética da Educação. São Paulo: Cortez, 2003.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
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