Cuadernos de Educación y Desarrollo

Vol 2, Nº 14 (abril 2010)

A AVALIAÇÃO NO ENSINO A DISTÂNCIA: DIAGNÓSTICO E MEDIAÇÃO


 

César Augusto Soares da Costa (*)
csc193@hotmail.com

 

Em relação às discussões presentes no meio educacional sempre está presente o discutido e tratado o tema da avaliação. Temática à qual me sinto muito provocado e me sugere intuições interessantes a respeito da mesma sob enfoque da Ensino a Distância. Pois abordar a questão da avaliação na EAD implica envolver com antigos e recorrentes problemas educativos, condicionados muitas vezes, a aspectos institucionais, sociais e afetivos.

Na Pedagogia tradicional, dá-se ênfase ao conhecimento com valor em si mesmo, estruturado de forma linear e transmitido pelo professor ao aluno. Assim, a avaliação (prova) é uma sentença, um juízo conclusivo, realizado ao final, quando não há mais possibilidades a serem tomadas para reverter esse quadro (nota baixa, reprovação). No enfoque construtivista, o processo pedagógico abre tendências para o que chamamos de um processo educativo estabelecido a partir da relação entre professor, aluno e conhecimento. Para este viés, o professor assume uma interação onde os saberes são construídos, priorizando projeções futuras e ações orientadas visando o diálogo. Pensando assim, afirmo que de acordo a minha concepção de educação (embora não seja o mais perfeito e também não tenho essa pretensão) percebo que o nosso processo avaliativo de duas formas: como diagnóstico e como mediação.

Como diagnóstico, creio permitir uma relação mais estreita do processo pedagógico por objetiva apontar para patamares em que se encontra a aprendizagem do aluno, com vistas à uma tomada de decisões necessárias (na esfera da EAD é um imperativo visto nas tarefas propostas). A questão que fica é que nem sempre esse diagnóstico acontece!

Enquanto mediação, vem a ser uma etapa da construção do conhecimento do aluno e outra etapa possível de produção por ele mesmo de um saber mais fecundo e mais complexo. Ou seja, a avaliação nesta perspectiva além de diagnosticar o ensino e a aprendizagem, busca ampliar a autonomia, da crítica, e da responsabilidade do aluno, o que é também o maior objetivo do processo pedagógico e que necessita estar presente em todos os momentos da dinâmica ensino-aprendizagem e avaliação e na modalidade de EAD nem pode ser contrário.

Logo, os critérios avaliativos de linguagem, autonomia, criticidade, participação, síntese e outros, servem sempre de base para avaliarmos os alunos para que possamos almejar um processo cognitivo e pedagógico mais coerente. Mas insisto, que tais critérios devem servir de parâmetro quando partirmos da premissa de perceber no processo pedagógico a avaliação como diagnóstico e mediação, condições a meu ver, fundamentais para o EAD!

Insistimos que a permanência nos critérios por mim apontados (e claros em nossa atuação) devem ter também uma relação com dois outros eixos correspondentes para que possamos obter coerência avaliativa: cooperação e responsabilidade de todos os envolvidos. Assim, o aluno deve também perceber que ele também exerce um papel importante, pois a avaliação não servirá como um mero produto, mas um processo porque envolve todos.

Para finalizar minha contribuição, reafirmo que o processo pedagógico no EAD no que tange a avaliação deve ter clareza de seu papel, o que implica reconhecer que a avaliação deverá se pautar por estes dois princípios: transparência e justiça!

Referências

GRILLO, Marlene. Porque falar ainda em Avaliação. Porto Alegre: 2005. (mimeo).

______. Práticas docentes e referenciais norteadores. Porto Alegre: 2005. (mimeo).

* Sociólogo, Professor e Educador. Doutorando em Educação Ambiental/FURG. Mestre em Ciências Humanas/PUCRS. Tutor no curso e Pós-Graduação em Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação/FURG. Professor nos cursos de Pós-Graduação em Educação do Complexo de Ensino Superior de Santa Catarina na cidade de Pelotas/RS.


 

 
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