César Augusto Soares da Costa (*)
csc193@hotmail.com
No tocante a aprendizagem e ao conhecimento, chegamos a uma transformação das
ecologias cognitivas. Assim, o uso das Novas Tecnologias na educação não possui
a pretensão de substituição do docente, muito menos reduzir seu esforço na
organização do processo pedagógico. Elas possuem a intenção de intensificar o
pensamento complexo, interativo e transversal, criando novas oportunidades para
a construção do conhecimento.
Logo, as novas Tecnologias da Informação e da Comunicação não são meros
instrumentos tecnológicos, mas feixes de propriedades ativas (possibilidades
cognitivas). Podemos daí, estabelecer dois tipos de tecnologias: Tecnologias
tradicionais: serviam na instrumentação para aumentar o alcance dos sentidos e
ações externas (mão, braço, movimento); Novas Tecnologias: ampliam o potencial
cognitivo do ser humano (cérebro/mente) possibilitando papéis pedagógicos mais
complexos e cooperativos.
Toda reflexão sobre as tecnologias, não deve ser tratada como simples redução da
razão (lógos) à razão técnica (techne). Pensamos mais que isso, trata-se de
torná-las (razão e técnica) inseparáveis e em muitas instâncias, significantes
do processo de aprender e do conhecer. Conseqüentemente temos que mudar a forma
de enxergarmos nossos paradigmas pedagógicos. Estamos desafiados a assumirmos um
novo enfoque do fenômeno técnico na educação!
Isto significa que as novas Tecnologias da Informação se transformaram em
elemento constituinte das nossas formas de olharmos o mundo! Seu papel já não
limita a configurações abstratas e formatações simplistas, mas ao enquadramento
de conjuntos complexos de informação disponíveis à Educação. Em resumo, as novas
tecnologias possuem um papel ativo das formas do aprender e do conhecer;
A partir daí, surgem implicações antropológicas e epistêmicas nessa parceria
entre o ser humano, a educação e as tecnologias. O Tutor e as novas Tecnologias
devem estar à serviço da “paixão de aprender continuamente”. Portanto, temos o
desafio de enfrentarmos os vários analfabetismos, o que significa falta de
curiosidade de aprender, e de auxiliar os interessados conjuntamente.
Um sério imperativo é compreender o ambiente da disciplina como espaço de troca
de saberes. Afinal, Professor, Tutor e educando (aluno) contribuem efetivamente
à experiência de aprendizagem como processo de personalização do conhecimento! A
tarefa primordial de Educar e tutoriar possuem o mesmo sentido: emancipar o ser
humano da exclusão (apartheid neuronal), constituindo uma tarefa social
responsável e solidária. Assim, a ação pedagógica do Ser Tutor abarca uma
dimensão desafiadora e provavelmente exigente do ponto de vista ético e humano.
Pois ser Tutor significa salvar vidas, pois educar e participar da aprendizagem
exige engajamento! Temos que aprender a sonhar com horizontes educativos novos e
amplos.
Dentro deste enfoque aludimos ao fato de perceber a relevância da subjetividade
na esfera da Ead (ensino à distância): respeito ao aluno, resgate de sua
auto-estima, incentivo e apoio nas suas carências educacionais, motivação, e por
fim, entender o ser humano como ser complexo, contraditório e inacabado. Para
que se desenvolvam experiências de aprendizagem, os aprendentes (tutores) devem
mobilizados por um envolvimento não apenas mecânico (mera participação nos
cursos de formação) ou de estarem presencialmente, mas à distância enquanto
educador-sujeito; Afirmamos que tal perspectiva, que requer uma interação
social, responsável, dialogal, ética e de alteridade no processo de formação
pedagógica.
Somente assim a formação continuada se faz importante por se preocupar em
recriar condições para que Tutores-educadores e também aprendentes se sintam
permanentemente desafiados e em estado de apaixonamento pela função que exercem;
Em suma, significa compreender a importância da formação na construção do
conhecimento; que os processos vitais (cérebro/mente) e processos de
aprendizagem (construção pedagógica, tecnologias cognitivas), são no fundo, a
mesma coisa!
Referências
ASSMANN, H; SUNG, Jung Mo. Competência e sensibilidade solidária. 2 ed.
Petrópolis: Vozes, 2001.
______. O impacto sociocognitivo das novas Tecnologias. In: ASSMANN, H; SUNG,
Jung Mo. Competência e sensibilidade solidária. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
______. Epistemologia solidária. In: ASSMANN, H; SUNG, Jung Mo. Competência e
sensibilidade solidária. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
______. Reencantar a Educação. Petrópolis: Vozes, 1998.
______. Sociedade aprendente e sensibilidade solidária. In: ASSMANN, H.
Reencantar a Educação. Petrópolis: Vozes, 1998.
* Sociólogo, Educador e Pesquisador. Mestre em Ciências Humanas/PUCRS.
Professor-tutor no Curso de Especialização em Tecnologias da Informação e
Comunicação na Educação da Universidade Federal do Rio Grande/FURG. Professor
nos cursos de Pós-Graduação em Educação do Complexo de Ensino Superior de Santa
Catarina na cidade de Pelotas/RS.
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