Revista: CE Contribuciones a la Economía
ISSN: 1696-8360


O MÉTODO DA CRÍTICA DA ECONOMIA POLÍTICA EM MARX: NOTAS INTRODUTÓRIAS

Autores e infomación del artículo

Guilherme Nunes Pires *

Universidade Federal de Santa Maria, Brasil

gnpires@hotmail.com


Resumo
O objetivo do presente artigo é apontar a particularidade do método de Marx na crítica da economia política. Embora não haja um texto dedicado exclusivamente ao tratamento da metodologia na obra Marx, o fragmento O método da economia política, presente na Introdução de 1857 (Grundrisse), fornece insights importantes sobre o método de exposição contido na obra O Capital. Ao fazer a crítica do modo imediato com que a economia política clássica apreende e expõe as categorias da sociedade burguesa o leva apontar seu método de concreção que se eleva do abstrato ao concreto, rico em determinações.

Palavras-chave: Karl Marx, Introdução de 1857, crítica da economia política, método de exposição, método.

THE METHOD OF THE CRITIQUE OF POLITICAL ECONOMY IN MARX: INTRODUCTORY NOTES

Abstract
The aim of this article is to point out the particularity of Marx's method in the critique of political economy. Although there is no text dedicated exclusively to the treatment of methodology in Marx's work, the fragment The method of political economy, presented in the Introduction of 1857 (Grundrisse), provides important insights into the method of exposure contained in Capital. In criticizing the immediate way in which classical political economy grasps and exposes the categories of bourgeois society, it leads him to point out his method of concretion which rises from the abstract to the concrete, rich in determinations.

Key-words: Karl Marx, Introduction of 1857, critique of political economy, method of exposition, method.

EL MÉTODO DE LA CRÍTICA DE LA ECONOMÍA POLÍTICA EN MARX: NOTAS INTRODUCTORIAS

Resumen
El objetivo del presente artículo es apuntar la particularidad del método de Marx en la crítica de la economía política. Aunque no hay un texto dedicado exclusivamente al tratamiento de la metodología en la obra Marx, el fragmento El método de la economía política, presente en la Introducción de 1857 (Grundrisse), proporciona insights importantes sobre el método de exposición contenido en la obra El Capital. Al hacer la crítica del modo inmediato con que la economía política clásica aprehende y expone las categorías de la sociedad burguesa lo lleva a apuntar su método de concreción que se eleva de lo abstracto a lo concreto, rico en determinaciones.

Palabras-clave: Marx, Introducción de crítica de la economía política, método.


Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Guilherme Nunes Pires (2018): “O método da crítica da economía política em Marx: notas introdutórias”, Revista Contribuciones a la Economía (abril-junio 2018). En línea:
https://eumed.net/rev/ce/2018/2/economia-politica-marx.html
//hdl.handle.net/20.500.11763/ce182economia-politica-marx


1 INTRODUÇÃO

Do ponto de vista do método, é evidente que a perspectiva de Marx difere e muito daquela encontra da economia política clássica. O pensamento marxiano não tem como objetivo construir uma teoria positiva da sociabilidade burguesa. Tem como ponto de partida a crítica imanente da economia política em seus alicerces mais fundamentais (Lukács, 1979; Chasin, 2009).
Em oposição ao método de análise das relações sociais modernas encontradas em Smith e Ricardo, por exemplo, Marx, na Introdução de 1957 (Grundrisse), expõe sua particularidade metodológica ao desvendar as determinações mais essenciais das categorias da sociabilidade capitalista.
Enquanto os primeiros, em sua imediaticidade, buscam iniciar a análise dos fenômenos da sociedade capitalista pela empiria, isto é, na superfície dos fenômenos (Marx, 2011), Marx, por outro lado, acertadamente, desvenda as determinações mais essenciais dessa sociedade através do método de exposição que busca partir das categorias mais abstratas (mercadoria, valor, etc.) em direção àquelas mais ricas em determinações (trabalho assalariado, mais valor, acumulação, etc.).
Dessa forma, o objetivo do presente artigo é expor a particularidade do método de Marx no processo de exposição das categorias fundamentais para compreender a sociabilidade fundada pelas relações sociais capitalistas. O artigo é exposto em apenas uma seção, além da introdução e considerações finais.

2 SOBRE O MÉTODO DA CRÍTICA DA ECONOMIA POLÍTICA EM MARX

A fim de estabelecer melhor entendimento do modo como Marx realiza a crítica a sociedade moderna, é de grande importância retomar os passos percorridos por Marx na elaboração de sua crítica da economia política. Para tanto, é necessário entender como Marx ordena e expõe as categorias fundamentais da compreender a dinâmica da sociedade burguesa.
Em se tratando do ordenamento das categorias da Crítica da Economia Política, o texto com que Marx se debruça em questões metodológicas diz respeito à seção O método da economia política da Introdução de 1857 (Marx, 2011). Embora não seja trabalho dedicado exclusivamente a metodologia, fornece colocações importantes sobre o trajeto metodológico percorrido por Marx na exposição das categorias encontradas em O Capital.
Uma advertência ao leitor deve ser colocada: em Marx é impossível separar o método do objeto. Se separados, a análise recairia em um idealismo estranho a teoria social marxiana. O próprio objeto de análise é o ponto de partida para entendê-lo (Netto, 2011). O artigo tem apenas o intuito de esclarecer o caráter ontológico da análise de Marx.
O ponto de partida de Marx (2011, p. 77) é contrastar seu método analítico com o método “que tomou historicamente a Economia em sua gênese”. Apresenta-se inicialmente como correto, diz Marx, que a análise das relações sociais se inicie pelo realmente existente e pelo concreto. Se a análise diz respeito à Economia, é fundamental começá-la pelo ator social da produção, a população.
No entanto, em um exame mais atento, isso se apresenta como algo falso na medida em que a “população é uma abstração quando deixo de fora, por exemplo, as classes das quais é constituída” (Ibidem, p. 77). Começar metodologicamente pela população, segundo Marx (2011, p. 77) corresponderia a “uma representação caótica do todo”. Isso porque a população é constituída de classes socais, que por sua vez, “são uma palavra vazia se desconheço os elementos nos quais se baseiam. P. ex., trabalho assalariado, capital etc.”, que em seu interior pressupõe “troca, divisão do trabalho, preço (...)”. Mais do que isso, o “capital, p. ex., não é nada sem o trabalho assalariado, sem o valor, sem o dinheiro, sem o preço”.
Esse modo de exposição se encontra nos economistas do século XVII que em sua imediaticidade “começam sempre com o todo vivente, a população, a nação, o Estado, muitos Estados etc.; mas sempre terminam com algumas relações determinantes, abstratas e gerais, tais como divisão do trabalho, dinheiro, valor (...)” (Ibidem, p. 77).
Por outro lado, a forma caótica de representação do todo, em análise mais precisa, “chegaria analiticamente a conceitos cada vez mais simples; do concreto representado [chegaria] a conceitos abstratos [Abstrakta] cada vez mais finos, até que tivesse chegado às determinações mais simples” (Ibidem, 77, adendo da edição). Estabelecidas às determinações do todo mais simples, a partir de então se pode “dar início à viagem de retorno até que finalmente chegasse de novo à população, mas desta vez não como a representação caótica de um todo, mas como uma rica totalidade de muitas determinações e relações” (Ibidem, 77).
Para Marx (2011, pp. 77-78), esse último corresponde ao “método cientificamente correto”. Ou seja:

O concreto é concreto porque é a síntese de múltiplas determinações, portanto, unidade da diversidade. Por essa razão, o concreto aparece no pensamento como processo da síntese, como resultado, não como ponto de partida, não obstante seja o ponto de partida efetivo e, em consequência, também o ponto de partida da intuição e da representação. Na primeira via, a representação plena foi volatilizada em uma determinação abstrata; na segunda, as determinações abstratas levam à reprodução do concreto por meio do pensamento.

De acordo com Kosik (2002, pp. 36-37), “[a] ascenção do abstrato ao concreto é um movimento para o qual todo início é abstrato e cuja dialética consiste na superação desta abstratividade”. Mais do que isso, a progressividade do abstrato ao concreto é, dessa forma, “em geral movimento da parte para o todo e do todo para a parte; do fenômeno para a essência e da essência para o fenômeno; da totalidade para a contradição e da contradição para a totalidade”.
O erro de Hegel, segundo Marx, foi não compreender que o real não pode ser resultado do pensamento, mas sim apropriação do concreto pelo pensamento humano.
Nas palavras de Marx (2011, p. 78):

Por isso, Hegel caiu na ilusão de conceber o real como resultado do pensamento que sintetiza-se em si, aprofunda-se em si e movimenta-se a partir de si mesmo, enquanto o método de ascender do abstrato ao concreto é somente o modo do pensamento de apropriar-se do concreto, de reproduzi-lo como um concreto mental. Mas de forma alguma é o processo de gênese do próprio concreto.

Dessa forma, segundo Marx (2011, p. 79):

O todo como um todo de pensamentos, tal como aparece na cabeça, é um produto da cabeça pensante que se apropria do mundo do único modo que lhe é possível (...). O sujeito real, como antes, continua a existir em sua autonomia fora da cabeça; isso, claro, enquanto a cabeça se comportar apenas de forma especulativa, apenas teoricamente. Por isso, também no método teórico o sujeito, a sociedade, tem de estar continuamente presente como pressuposto da representação.

A questão que se coloca agora é se a exposição que segue do mais simples (abstrato) ao mais complexo (concreto) para compreender com efetividade a totalidade também são categorias que antecedem, existencialmente, umas às outras, isto é, “[m]as essas categorias simples não têm igualmente uma existência independente, histórica ou natural, antes das categorias mais concretas? Isto depende” (Marx, 2011, p. 79).
Conforme mostra Marx, existem categorias mais abstratas que já em sua análise tem como pressuposto um concreto mais desenvolvimento. Em suas palavras:

Não obstante, permanece sempre o fato de que as categorias simples são expressões de relações nas quais o concreto ainda não desenvolvido pode ter se realizado sem ainda ter posto a conexão ou a relação mais multilateral que é mentalmente expressa nas categorias mais concretas; enquanto o concreto mais desenvolvido conserva essa mesma categoria como uma relação subordinada (Ibidem, pp. 79-80).

A título de exemplo, segundo Marx, historicamente, a categoria dinheiro antecede a existência de bancos, ao trabalho assalariado e ao capital. Ou seja:

A partir desse ponto de vista, portanto, pode ser dito que a categoria mais simples pode expressar relações dominantes de um todo ainda não desenvolvido, ou relações subordinadas de um todo desenvolvido que já tinham existência histórica antes que o todo se desenvolvesse no sentido que é expresso em uma categoria mais concreta. Nesse caso, o curso do pensamento abstrato, que se eleva do mais simples ao combinado, corresponderia ao processo histórico efetivo (Ibidem, p. 80).

Com efeito, tal caminho que Marx busca percorrer, ou seja, do abstrato à totalidade concreta rica em determinações e relações, não pode ter como ponto de partida qualquer abstração. Como aponta Lukács, a concepção de Marx busca fazer uma rigorosa distinção entre essência e fenômeno. Dessa forma, ao se considerar isoladamente, qualquer fenômeno pode apresentar-se como ponto de partida da abstração. “O ponto de partida, ao contrário, deve ser uma categoria objetivamente central no plano ontológico” (Lukács, 1979, p. 46).
Como assinala Lukács:

Não é por acaso que Marx, em O Capital, examinou como categoria inicial, como "elemento" primário, o valor. E, em particular, examinou-o tal como ele se apresenta em sua gênese: por um lado, essa gênese nos revela a história de toda a realidade econômica num resumo generalíssimo, em abstrato, reduzida a um só momento decisivo; por outro, a escolha mostra imediatamente a sua fecundidade, já que essa categoria — juntamente com as relações e conexões que derivam necessariamente da sua existência — ilumina plenamente o que de mais importante existe na estrutura do ser social, ou seja, o caráter social da produção (Ibidem, p. 46).

É na mercadoria, forma da riqueza na sociedade burguesa, “forma econômica celular” (MARX, 2013, p. 113) desse modo de produção, que estão contidas as contradições imanentes dessa sociedade, portanto, o ponto de partida da análise em sentido de concreção. Ao analisar a mercadoria e a gênese social do valor, Marx expõe um duplo caráter em seu método analítico. Em primeiro lugar, seu método “não é nem uma dedução lógica do conceito de valor, nem uma descrição indutiva das fases históricas singulares do desenvolvimento que o levou a adquirir a forma social pura” (Lukács, 1979, p. 46).
A partir dessa constatação, é evidente que a análise crítica das relações sociais da sociedade capitalista não pode ter como ponto de partida a superficialidade dos fenômenos. Do contrário, as determinações mais essenciais desse modo de produção permaneceriam ocultas. Isto é, “o verdadeiro concreto da realidade capitalista não é dado pela experiência direta da circulação de mercadorias e pelo movimento dos preços, isto é, pelas categorias da circulação” (Muller, 1982, p. 19).
Pelo contrário, “é o resultado de um processo de pensamento que reconstrói a constituição sistemática do capital a partir das determinações mais simples, abstratas e aparentes da produção capitalista (mercadoria, valor, dinheiro, circulação)”, até que as determinações mais concretas e essenciais possam ser efetivamente compreendidas: “mais-valia, exploração, tempo de trabalho, trabalho necessário e excedente, mais-valia absoluta e relativa, cooperação, divisão do trabalho, maquinaria, trabalho assalariado, reprodução e acumulação” (Ibidem, p. 19).
A crítica constante de Marx ao método da economia política burguesa diz respeito à incapacidade de Smith e Ricardo, por exemplo, de desenvolver as complexas determinações das categorias, em consequência do modo imediato que as analisam. Em outras palavras, “[n]ão sabendo utilizar o método genético, a economia política burguesa toma as suas categorias diretamente da empiria e as emprega como conceitos descritivos das formas econômicas em sua aparência imediata, sem conseguir penetrar em suas relações essenciais” (Ibidem, p. 19).
O método de Marx é síntese de um tipo jamais visto anteriormente, “que associa de modo teórico-orgânico a ontologia histórica do ser social com a descoberta teórica das suas leis concretas e reais” (Ibidem, p. 46). Como argumenta Lukács, a centralidade da mercadoria, do valor, como princípio de análise da sociedade burguesa não deriva de uma escolha subjetiva, mas se apresenta como uma necessidade, “é um fato ontológico e não um "axioma", que sirva de ponto de partida segundo motivações puramente teóricas ou mesmo lógicas” (Ibidem, p. 46).
Em polêmica com o entendimento do método de Marx como lógico-gnosiológico para a análise das relações sociais, Chasin (2009 p. 89, grifos no original) argumenta que:

Conferida a natureza ontológica do pensamento marxiano, é fértil principiar esta parte derradeira por uma honesta provocação: a rigor, não há uma questão de método no pensamento marxiano.
(...) Se por método se entende uma arrumação operativa, a priori, da subjetividade, consubstanciada por um conjunto normativo de procedimentos, ditos científicos, com os quais o investigador deve levar a cabo seu trabalho, então, não há método em Marx.

O que Chasin chama atenção é para o fato de que, diferentemente das metodologias que aplicam esquemas teóricos à realidade, Marx tem como ponto de partida o realmente existente, “arrancando” da realidade suas categorias e “leis do movimento”. Ou seja, qualquer tentativa de apreensão da realidade por uma suposta aplicação de esquemas teóricos a priori não é compatível com o método de Marx. Nesse sentido, Marx não fornece uma lógica qualquer, fornece a lógica do movimento do seu objeto de estudo, o capital. Como bem observa Lenin (2011, p. 201, grifos no original), “(...) Marx não nos deixou a Lógica (com L maiúsculo), deixou-nos a lógica de O capital”.
De acordo com Marx (2011, pp. 85-85, grifos acrescidos):

Como em geral em toda ciência histórica e social, no curso das categorias econômicas é preciso ter presente que o sujeito, aqui a moderna sociedade burguesa, é dado tanto na realidade como na cabeça, e que, por conseguinte, as categorias expressam formas de ser, determinações de existência, com frequência somente aspectos singulares, dessa sociedade determinada, desse sujeito, e que, por isso, a sociedade, também do ponto de vista científico, de modo algum só começa ali onde o discurso é sobre ela enquanto tal. É preciso ter isso em mente, porque oferece elemento decisivo para a subdivisão. Nada parece mais natural, por exemplo, do que começar pela renda da terra, pela propriedade da terra, visto que está ligada à terra, fonte de toda riqueza e de toda existência [Dasein], e à primeira forma de produção de todas as sociedades mais ou menos estabilizadas – a agricultura. Mas nada seria mais falso. Em todas as formas de sociedade, é uma determinada produção e suas correspondentes relações que estabelecem a posição e a influência das demais produções e suas respectivas relações.

Pode-se enfatizar, dessa forma, que a peculiaridade do método de Marx afasta-se dos métodos dedutivos cuja compreensão de um fenômeno tem por seu fundamento o entendimento lógico qualquer, com a aplicação ao objeto analisado de pressupostos e hipóteses pré-estabelecidos. Por outro lado, “a presença da crítica ontológica como ferramenta da investigação, da escavação de abstrações, afasta o método marxiano das generalizações indutivistas” (Augusto, 1999, p. 138).
A análise de Marx sempre parte da realidade como ela é.  Dessa forma, como apontado por Lukács (2007, p. 227), a teoria social de Marx elimina “todo elemento lógico dedutivo e, no plano da evolução histórica, todo elemento teleológico”. No que diz respeito ao princípio analítico, para Marx, “o ponto de partida não é dado nem pelo átomo (como nos velhos materialistas), nem pelo simples ser abstrato (como em Hegel)”, mas sim pelo que existe de fato. “Todo existente deve ser sempre objetivo, ou seja, deve ser sempre parte (movente e movida) de um complexo concreto (...)” (Ibidem, p. 227).
Portanto, os elementos que constituem o método de exposição da crítica de Marx a economia política tem como base fundamental o contínuo caminho que as categorias mais abstratas já possuem em seu interior as contradições imanentes das categorias mais complexas. Por exemplo, as tendências essenciais da lei geral de acumulação capitalista têm como base a lei do valor, que por sua vez, decorre da forma celular de riqueza no capitalismo, a mercadoria.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Viu-se que ao elucidar a sua crítica da economia política, Marx supera e demonstra alguns pontos limitantes da perspectiva clássica em expor as categorias essenciais para compreender a sociabilidade capitalista e, acima de tudo, expõe a particularidade do seu método de exposição. Nele, é possível visualizar a superioridade de Marx ao se elevar das categorias mais abstrato rumo às ricas em determinações e relações. Esse é o ponto de partida para compreender a complexidade com que as relações sociais modernas se apresentam.
Nesse sentido, a perspectiva ontológica do método crítico de Marx fornece subsídios para indicar que não é possível fazer distinção entre método e objeto de análise. Compreendendo a inseparabilidade entre objeto a ser analisado e seu método, é possível demonstrar a impossibilidade de estabelecer métodos a priori que possam ser aplicados indefinidamente na análise das relações sociais.
Evidentemente, os limites desse artigo correspondem a um desenvolvimento pleno dessa questão. Sem esgotar essa problemática, o presente artigo apenas objetivou demonstra, brevemente, a particularidade do método de Marx em expor as categorias essenciais da crítica da economia política, isto é, as categorias mais simples da realidade social em direção àquelas mais complexas e ricas em determinações. Em trabalhos futuros será possível avançar sobre o tema.

REFERÊNCIAS

AUGUSTO, A. G. “Ontologia e crítica: o método em Marx”. Econômica, Niterói, v. 1, n.2, p. 131-142, 1999.

CHASIN, J. “Marx: estatuto ontológico e resolução metodológica”. São Paulo: Boitempo, 2009.

KOSIK, K. “Dialética do concreto”. Rio de Janeiro: Paz e terra, 7ª Ed. 2002.

LENIN, V. I. “Cadernos sobre a dialética de Hegel”. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2011.

LUKÁCS, G. “Os princípios ontológicos fundamentais de Marx”. São Paulo: Ciências Humanas, 1979.

_________. “As bases ontológicas do pensamento e da atividade do homem”. In: COUTINHO, C. N.; NETTO, J. P. (Org.). O jovem Marx e outros escritos de filosofia. Rio de Janeiro: UFRJ, 2007.

MARX, K. “O capital: Crítica da economia política – Livro I”. São Paulo: Boitempo, 2013.

_______. “Grundrisse – Manuscritos Econômicos de 1857- 1858: esboços para a crítica da Economia Política”. São Paulo: Boitempo, 2011.

 

MULLER, M. L. “Exposição e método dialético em 'O Capital'”. Boletim da Sociedade de Estudos e Atividades Filosóficas Seaf, Belo Horizonte, v. 2, p. 15-41, 1982.

NETTO, J. P. “Introdução ao Estudo do Método de Marx”. Expressão Popular: São Paulo, 2011.

*Mestre em Economia e Desenvolvimento (PPGE&D) pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). E-mail: gnpires@hotmail.com

Recibido: 15/05/2018 Aceptado: 24/05/2018 Publicado: Mayo de 2018

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