FLORES, Pollyanna Rodrigues da*
TOMASI, Áurea Regina Guimarães**
PESCE, Sébastien***
Centro Universitário UNA, Brasil
E-mail: rodrigues.p03@gmail.com
RESUMO
Os jovens buscam realizar cursos de formação profissional para se preparem melhor para o mercado de trabalho. Há algumas opções que tentam atender às principais demandas dos jovens e das empresas. Neste artigo apresenta-se o resultado de uma investigação sobre o que o jovem pensa a respeito do curso que ele frequenta, em uma instituição do terceiro setor, tentando, assim, a partir de suas percepções, refletir sobre possibilidades de inovação social que tornem essas formações algo com que o jovem se identifique e ao mesmo tempo lhe ofereça diferentes oportunidades para o futuro. Durante uma roda de conversa realizada na pesquisa aqui relatada, ficou evidente que o jovem gosta de ser ouvido, de se sentir respeitado e pode-se perceber também que tem muito a dizer e sugerir. Essa experiência confirmou que ouvir os jovens e fazer com que eles sejam protagonistas em seus espaços já é o princípio básico de uma inovação social, valorizando-se a experiência vivida por eles, considerando suas subjetividades e possibilitando sua participação efetiva em sua formação.
Palavras-chave: Educação; Formação Profissional; Jovens; Inovação Social.
Les jeunes cherchent à suivre des cours de formation professionnelle pour mieux se préparer pour le marché du travail. Diverses offres tentent de prendre en compte les principales demandes des jeunes et des entreprises. Dans cet article, nous présentons les résultats d’une étude sur ce que les jeunes pensent de la formation qu’ils suivent au sein d’un établissement du secteur tertiaire. À partir de ces perceptions, nous avons tenté de penser les possibilités d’innovation sociale qui permettraient à ces jeunes de trouver leur place dans ces formations, afin qu’elles leur offrent des opportunités pour le futur. Dans les groupes de discussion, il a surtout été mis en évidence que les jeunes aimaient être entendus, se sentir respectés; on constate qu’ils ont beaucoup à dire, et sot capables de formuler des suggestions. Écouter les jeunes, faire en sorte qu’ils se sentent acteurs dans les espaces qui les accueillent, cela constitue un premier principe de base d’une innovation sociale. Cela permet de valoriser leur expérience en tenant compte de leurs subjectivités et en rendant leur participation effective.
Mots-clés: Éducation; Formation Professionnelle; Jeunes; Innovation Sociale.
Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:
FLORES, Pollyanna Rodrigues da, TOMASI, Áurea Regina Guimarães y PESCE, Sébastien (2019): “Juventudes e mercado de trabalho: o que dizem os jovens sobre a formação profissional”, Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales, (diciembre 2019). En línea:
https://www.eumed.net/rev/cccss/2019/12/juventudes-mercado-trabalho.html
http://hdl.handle.net/20.500.11763/cccss1912juventudes-mercado-trabalho
A pesquisa aqui apresentada estabeleceu como seu principal objetivo, ouvir os jovens que estão cursando formação profissional em uma instituição do terceiro setor1 , que oferece os cursos de forma gratuita para saber o que pensam e quais suas expectativas sobre essa formação. A intenção foi partir do ator principal desse cenário, considerando-o um sujeito de direitos, e não um desvio de padrão, como na perspectiva de parte da Sociologia da Juventude (PERALVA, 1997), visando traçar possibilidades de inovações sociais. E por que ouvir os jovens? Para Xavier e Travalha (2010, p. 61), “quando o sujeito vive a experiência de ser ouvido de forma cuidadosa e atenta, ele se humaniza e aprende a humanizar as relações, sente-se valorizado, possuidor de contribuições a dar à sociedade”.
Apesar de não ser garantia de emprego, pois existe uma geração insuficiente de postos de trabalho, de maneira geral, e faltam também arranjos entre os diversos setores relacionados à problemática (GONZALEZ, 2009), a formação profissional deve assegurar ao jovem não somente os conhecimentos técnicos, mas também proporcionar o alcance da autonomia, da cidadania, de uma visão crítica. Tudo isso pode, enfim, contribuir de forma significativa para o desenvolvimento local 2, seja na sua comunidade como um todo ou nos locais em que transita e possibilitar mais igualdade de oportunidades, que são pressupostos para a inovação social.
A formação profissional oferecida de forma gratuita para jovens de baixa renda é uma importante estratégia de que eles podem se utilizar para começarem a trabalhar em empregos formais, uma vez que muitos acabam realizando trabalhos precários (LEÃO; NONATO, 2014; NONATO, 2013; SEGININI, 2000) ou atividades marginais e ilegais (LEÃO; CARMO, 2010). Uma boa formação profissional pode ainda assegurar que o jovem não trace o seu destino na primeira oportunidade de trabalho (LEÃO; NONATO, 2014), podendo dar continuidade aos seus anseios e desejos de crescimento na vida escolar e profissional. E mesmo com todos esses indicadores positivos, a formação profissional ainda é insuficiente para atender à demanda do mercado (ARAÚJO; LIMA, 2014), podendo ser repensada e ressignificada em futuro próximo.
A metodologia utilizada nesta pesquisa foi de cunho qualitativo e exploratório. A instituição cenário da pesquisa é denominada Instituto da Oportunidade Social (IOS). Trata-se de uma organização social, sem fins lucrativos, que existe há 20 anos e oferece formação profissional gratuita, para jovens, voltada para a gestão administrativa e tecnologia da informação (TI).
Para participar da formação profissional que foi objeto da pesquisa relatada, os jovens têm que ter entre 16 e 29 anos, terem o ensino médio completo (ou em curso) e estarem de alguma forma em situação de vulnerabilidade social 3. Essa vulnerabilidade, considerada como um dos requisitos para ingresso no curso, é, sobretudo, destacada pela renda per capita familiar, que costuma girar em torno de no máximo metade do salário mínimo4 . As unidades recebem cerca de 220 inscrições por semestre e como há 160 vagas, quanto menor a renda familiar do jovem, maior prioridade ele terá de ingressar no curso. A renda, assim como outros fatores, como, por exemplo, participação em programas sociais ou outras condições de vulnerabilidade social, são levadas em conta, por se tratar de um projeto social gratuito, ou seja, que prevê mais oportunidade para quem não teria condições de arcar com os custos de um curso de formação profissional.
Todos os jovens matriculados nessa formação profissional foram convidados a responderem um questionário constituído de 51 perguntas, sendo que a grande maioria era composta de perguntas fechadas com opções para os jovens marcarem, de forma rápida. No dia da aplicação do questionário, que foi realizada pela plataforma “Google Forms 5, 116 jovens das duas unidades de Belo Horizonte, aceitaram participar de forma voluntária da pesquisa.
Após a recepção dos questionários e prévia análise dos resultados, decidiu-se convidar uma amostra desses jovens respondentes ao questionário para realizarem uma roda de conversa, com a finalidade de aprofundar um pouco mais qualitativamente as respostas, que no questionário eram fechadas. De acordo com Afonso e Abade (2008), a roda de conversa proporciona que os participantes se expressem sem receio de punições sociais ou institucionais, incentiva a participação e é um meio envolvente no qual os participantes se sentem sujeitos dispostos a falar o que pensam.
Entrou-se em contato com 18 jovens, 9 de cada unidade (Gameleira e União) de forma aleatória, mas respeitando os seguintes critérios: unidade, sexo, idade, escolaridade – dessa forma, procurou-se diversificar e obter, assim, resultados mais próximos da realidade dos sujeitos de pesquisa.
No dia marcado, 13 jovens participaram. O grupo foi formado por sete meninas (F) e seis meninos (M) e serão identificadas aqui por F e M para garantir o anonimato e preservar suas identidades. A idade variou entre 16 e 21 anos e a escolaridade desde o primeiro ano em curso do ensino médio até o ensino médio completo, moradores de bairros variados da cidade de Belo Horizonte e região metropolitana.
Foram lançadas, então, na roda de conversa, 12 situações relacionadas ao cotidiano de jovens que estão estudando e/ou em busca do primeiro emprego. Procurou-se, assim, fazer com que os jovens comentassem sobre as situações expostas de forma tranquila, relacionando os episódios ao próprio dia a dia ou de outros jovens que eles conhecessem. Esse formato foi escolhido com base na teoria da explicitação de Vermersch (2017, p. 17), utilizada em entrevistas que preveem mais autonomia nas respostas dos participantes:
La spécificité de l’entretien d’explicitation est de viser la verbalisation de l’action. D’une part, parce que connaître en détail le déroulement d’une action apporte une information précieuse et, d’autre part, parce que la verbalisation de l’action pose des problèmes qui ont été sous-estimés et qui nécessitent, pour être surmontés, l’utilisation d’une technique de questionnement très précise qui doit être apprise 6.
Com a entrevista por explicitação, os jovens não respondem sim ou não, mas trazem referências do seu conhecimento a respeito das situações que foram ali descritas. Não há alternativas propostas pelo entrevistador, diminuindo assim frases ditas prontas (VERMERSH, 2017). Trata-se de um convite à explicitação das suas experiências, sem que isso tenha algum tom de julgamento. A chamada “fala encarnada”, termo trazido também por Vermersh (2017), pressupõe uma realidade vivida, em que os participantes irão buscar pela memória, sendo previstos até momentos de silêncio como forma de resgatar algumas percepções.
Perfil do jovem na formação profissional
O perfil dos jovens matriculados no curso, que participaram da pesquisa seja por meio do questionário e da roda de conversa possuem entre 16 e 29 anos. A maioria dos jovens respondentes do questionário possui entre 16 e 17 anos (44%), seguidos de 18 a 24 anos (39%). Em relação à cor, os jovens que responderam o questionário se autodeclararam em sua maioria pretos ou pardos (79%). A maioria dos jovens é solteira e sem filhos e mora nos bairros localizados nas regionais oeste e nordeste de Belo Horizonte (próximos das unidades), em casas próprias com os pais e irmãos.
Mais da metade dos jovens se declarou seguidora da religião evangélica. Em relação ao sexo, a maioria é composta de mulheres (59%), confirmando o que Neri (2014) cita, ou seja, que normalmente quem mais procura por cursos profissionalizante são as meninas.
A grande maioria dos jovens respondentes está cursando ou já se formou no ensino médio (que é um pré-requisito do curso). A escolaridade, no caso desta pesquisa, traça um perfil de jovens de baixa renda diferenciado, uma vez que para realizar a formação profissional eles devem estar cursando no mínimo o ensino médio. Um dos motivos de alguns jovens não realizarem cursos de formação profissional é a falta de recursos financeiros, seguido justamente pela falta de escolaridade (NERI, 2014). Esse fato traz um corte nessa cultura juvenil que os destaca de alguma forma dos demais jovens do mesmo perfil socioeconômico. Se não fosse necessário ter o ensino médio para fazer a formação profissional, talvez se pudessem ter resultados diferentes, uma vez que nem todos os jovens (especialmente os de baixa renda) têm acesso aos ensinos médio e superior (LEÃO; CARMO, 2010).
Entre os jovens pesquisados, a maior parte (88%) quer cursar uma faculdade, o que demonstra interesse em dar continuidade aos estudos e avançar na escolaridade em relação aos seus pais, já que a maioria dos pais e das mães desses jovens possui apenas o ensino fundamental incompleto. Esses dados se assemelham à pesquisa de Corrochano (2013), na qual os jovens pensam que cursar uma faculdade é possível após conseguir um bom emprego, e a formação profissional aparece antes do curso superior.
Ao serem questionados dos motivos de estarem realizando uma formação profissional, os jovens podiam escolher até 03 opções. Duas opções ficaram praticamente empatadas: “Porque considero importante ter uma formação profissional (mesmo que eu não trabalhe agora) ” (30%) e “Porque quero trabalhar” (29%). Fato interessante é que a opção: “Porque preciso trabalhar e ajudar na renda da família” ficou em 3º lugar. Como o perfil dos jovens que participaram da pesquisa é de baixa renda, esperava-se que esse fosse o principal motivo para se buscar uma formação profissional.
Os jovens responderam sobre a relevância da formação escolar e a formação profissional em suas vidas e a maioria (76%) disse que considera ambas importantes. Em relação à importância da formação profissional para jovens, seja ela qual for, a maior parte dos jovens (88%) a considera extremamente importante. Sobre a formação profissional que estão realizando na instituição, mais da metade (58%) a considera excelente (afirma que ela realmente prepara para o mercado de trabalho). No entanto, a maioria nunca realizou outra formação profissional, o que não fornece a esses jovens parâmetros de comparação para avaliarem esse curso em relação a outros.
Na opinião dos jovens, os cursos de formação profissional devem prepará-los principalmente para “tornarem-se mais seguros e preparados para relacioidntos do trabalho”, o que parece indicar que estão buscando mais apoio em aspectos de cunho socioemocionais. Um ponto interessante nesse resultado é que os jovens não consideram importante a preparação para serem mais criativos no trabalho, embora esta, aliada a um perfil inovador, seja uma demanda do mercado atual.
[...] eu tinha uma amiga que era muito tímida e ela fez o IOS antes e depois que eu comecei a fazer que ela falou que ela fez, que ela falou assim que foi assim, a forma que ela deu pra vida dela porque ela conseguiu interagir, ela conseguiu começar a se mostrar mais depois que ela fez o IOS (F7).
Quando perguntados se gostariam de realizar outra formação profissional, apenas um único aluno disse que não. O curso mais votado para uma nova formação seria de Informática, com 26%, o que reforça o interesse dos jovens por essa área de conhecimento. Um fato interessante é que alguns deles (15%) responderam outros cursos que normalmente são realizados em faculdades, demonstrando certa dificuldade em diferenciar cursos de formação profissional e cursos de graduação (foram citadas Psicologia, Medicina e Veterinária, por exemplo).
Convém mencionar, ainda, que quando perguntados no questionário sobre os motivos de estarem buscando conseguir um emprego formal (que é o objetivo da formação profissional pesquisada), metade dos jovens (50%) disse ter o interesse em adquirir independência financeira e praticamente a outra metade (43%) está buscando realização profissional. Essa independência pode estar relacionada à aquisição de produtos que eles curtem, nas palavras deles durante a roda de conversa. Para alguns dos jovens, quando o assunto é comprar, eles se dividem entre aqueles que não medem o valor e aqueles que acham que a sociedade impõe uma cultura consumista à qual é preciso resistir.
A sociedade... Eu tava lendo um livro de financeiro, de faculdade e hoje em dia é muito... qual que é a palavra? É tipo assim, você ter e mostrar que tem, entendeu? Hoje em dia as pessoas compram, às vezes sem precisar, igual o camarada falou assim: “ah, mas a televisão manda em você?” e outra coisa que ele falou: “ah, meus pais não querem deixar”. Por exemplo, ele tem outros tênis, e ele quer aquele só pra falar, mostrar pros amigos dele que ele tem, entendeu? (M3).
Sim. Se eu gosto, se vai me fazer bem entendeu? Então, se eu tenho o dinheiro pra isso, em vez de gastar com outra coisa, eu posso pegar meu dinheiro todo e gastar com essa uma coisa. É a minha prioridade, entendeu? Eu acho que não dá pra gente impor a nossa prioridade na opinião das outras pessoas (M1).
Corrochano (2002) já salientava que trabalho, para os jovens, tem sentidos que vão além da renda, mas, antes, a independência, a realização e a dignidade. E, ainda, na condição juvenil, “além de ser fonte de sobrevivência e geração de renda, o trabalho também é um espaço importante de sociabilidade, de produção de valores e construção de identidades” (LEÃO; NONATO, 2014, p. 35).
Formação profissional e novas possibilidades
Segundo Carbonell (2002, p. 19), a inovação social pode “introduzir em uma linha renovadora novos projetos e programas, materiais curriculares, estratégias de ensino e aprendizagem, modelos didáticos e outra forma de organizar e gerir o currículo”. No caso desta pesquisa, pensou-se em tentar apreender em que medida as perspectivas dos jovens se voltam para possibilidades de inovação social na formação profissional. Vale ressaltar que essa renovação proposta pela inovação social perpassa a intenção de uma proposta superficial, mas disposta a atender às demandas dos principais atores envolvidos e “uma aposta contra todos os analfabetismos: cultural, ético, sentimental e social” (CARBONELL, 2002, p. 60).
Dos temas que os jovens consideram importantes e sugerem que devam ser ministrados em cursos de formação profissional, as respostas reforçam a necessidade de se coadunar os conhecimentos existentes a uma formação humana, pois a maioria dos jovens respondeu que gostaria de ter aulas sobre ciências humanas e sociais, indicando “cidadania, ética e direitos humanos” (33%), seguido de “Política, Sociologia, Filosofia e História” (20%). Salienta-se que a alternativa “cidadania, ética e direitos humanos” também foi a que apareceu como primeira e segunda opções para a maioria dos alunos, uma vez que os jovens podiam escolher mais de uma alternativa. Ao mesmo tempo, “games e tecnologias” e “filmes e séries”, que são assuntos normalmente de interesse entre os jovens, foram pouco mencionados. No entanto, durante a roda de conversa, eles manifestaram bastante interesse por filmes, o que será comentado adiante.
Na roda de conversa foi mencionada a importância de se conhecer melhor o conceito de trabalho, sua história e suas relações. Alguns jovens comentaram sobre a relevância do assunto na formação profissional:
O trabalho enobrece o homem e vale a questão de interpretação pro indivíduo ele pegar isso aprender de fato com isso ou não. O que quer dizer? No geral, que nem ele resolveu de forma bem humorada, que o trabalho é pra ganhar dinheiro. É, mas por trás do trabalho tem, sempre tem alguma pressão social, tanto nos seus exemplos anteriores como dos pais [...] Eu acho que o trabalho, quando ele falou que é desse jeito, tem um significado por trás, porque ele sempre foi visto de maneira grandiosa, “enobrece o homem” então ele é... a pessoa é vista, mas ela é...socialmente ela é mais bem-sucedida... (M4).
Se o objetivo principal da formação profissional é fazer com que os jovens comecem a trabalhar, parece razoável que explorem melhor conhecimento sobre trabalho. Pode-se perceber, pela fala a seguir, que eles entendem a necessidade desse aprendizado.
Tem algumas definições que são óbvias, mas claro que por trás de algo óbvio, sempre tem algo que você deve pesquisar. Então, no caso do trabalho, tudo bem que é direcionado pra um padrão que tá por trás, mas não é o suficiente pra ele falar “eu já sei”, se colocar isso daí. [...] Até mesmo para dar valor, eu acho que assim saber a história do trabalho. Você dá mais valor hoje, o que você entende, você entende que talvez uma é possibilidade que você tem, mesmo porque não tem tantas vagas... (F5)
Sobre o conhecimento dos jovens em assuntos da atualidade, questionou-se o interesse deles e ficou claro que assuntos relacionados a política (eleições 2018, Operação Lava Jato), Economia (preço da gasolina, greve dos caminhoneiros) e cidadania (reforma do ensino médio, reforma da previdência e reforma das leis trabalhistas), por exemplo, fazem mais sentido que assuntos considerados mais amenos, como futebol e os chamados influenciadores7 da atualidade (mais a seguir percebe-se na roda de conversa que os jovens têm interesse sim nos influenciadores). Nota-se também que todos os assuntos são de conhecimento da grande maioria deles, mesmo aqueles que não os interessavam.
Ainda na roda de conversa, os jovens ressaltam a importância de se trabalhar com os youtubers8 , que são influenciadores bastante seguidos pelos jovens.
O mais importante é ter conhecimentos gerais, mas como você falou, até porque as pessoas não leem. Mas como dinâmica de ensino... Assim, porque como ela mesmo falou, o mais importante seria falar sobre atualidades. Só que como dinâmica de ensino para ensinar as pessoas, acho que colocar coisas como youtubers (M2).
Reis e Jesus (2014, p. 21) se dedicaram à relação entre os jovens e os diversos recursos tecnológicos e digitais disponíveis: “a internet parece se aproximar de uma nova configuração da rua como espaço mais aberto e acessível para as manifestações juvenis”, demonstrando que essa proposta já era esperada.
Eu acho que Informática sim, prende muito o jovem, porque a gente fica... tecnologia no geral, prende muito a gente. Porque a gente vive muito, vive no meio que, às vezes o wifi para e a gente tá querendo ver aquele vídeo, a gente surta, assim... [risos] (F7).
Em sequência, no questionário foram citados alguns documentos e perguntou-se aos jovens sobre o conhecimento deles a respeito dos mesmos. O que se abstrai é que a maioria dos jovens leu em partes ou apenas ouviu falar dos documentos citados. Pode-se constatar, por exemplo, que 66% não leram, nem em partes, o Estatuto da Juventude, criado em 2013 para defender os direitos dos jovens. Estatuto da Criança e do Adolescente, Constituição de 1988, Lei da Aprendizagem, Lei de cotas (para Pessoas com Deficiência) e Código de Defesa do Consumidor, foram em sua maioria citados como “Apenas ouvi falar. ” Apesar da leitura desses documentos não ser a mesma coisa que a leitura de um livro, por exemplo, a isso se juntam os diálogos da roda de conversa, em que a maioria dos jovens evidencia não ler em quantidade, embora gostem de ler. Para eles, o que falta é incentivo.
Eu tinha o hábito de ler toda semana, porque toda semana na minha escola antiga, a gente ia pra biblioteca um dia da semana e a gente tinha que fazer uma redação sobre o livro que a gente lia. Era obrigatório. Então, assim, eu peguei o hábito de ler, mas assim, quando eu cheguei na nona, não teve mais, aí foi assim... deixa pra ler depois, ah depois eu leio, outro dia, outro dia e não... Não leio mais (F7).
Entre os principais tipos de leitura mais citados, constatou-se que a maioria gosta de romance, seguido de ficção e aventura. Se o jovem quer ler algo que lhe interessa, esses seriam temas a serem aproveitados. Ao serem questionados se estão satisfeitos com a quantidade de leitura que fazem, a grande maioria disse não estar satisfeita, que entende a importância da leitura e que gostariam de ler mais, mas não especifica de forma contundente o que precisa fazer para que isso aconteça.
Ainda sobre o acesso dos jovens à leitura, as maiores fontes são por meio de empréstimos de amigos, familiares e escolas e por aquisição pessoal. No questionário perguntou-se sobre suas práticas e detectou-se que boa parte (35%) tem o livro como a principal fonte de leitura, seguida de jornais e revistas em quadrinhos. O percentual de jovens que disseram não ler ficou em apenas 4%.
Livro, livro eu não gosto de ler não, mas eu pego o jornal e leio. Eu gosto de ler (F4).
É. Não só livro assim em geral, mas eu gosto muito de ler notícias. Às vezes eu tô assim, na internet, aparece alguma notícia, vou ler, porque eu gosto... principalmente porque eu vejo as historinhas e foca nas notícias, interage com a gente... (F3).
Ao lerem revistas e/ou jornais, os temas como notícias em geral e mercado de trabalho foram os temas mais citados. Resta interrogar por que política não teve muitos adeptos à leitura, apesar de estar entre os temas mais votados para constar no currículo da formação profissional, como foi reportado anteriormente.
Embora no questionário a opção filmes não tenha ficado entre as mais votadas para serem ministradas no curso, na roda de conversa, o tema foi muito lembrado pelos jovens.
Exatamente. E por se tratar de um filme, você se apega, apega aos personagens, até mesmo com o universo que o filme foi criado, e você quer saber mais. Às vezes todo um bastidor, por trás da cortina, de como foi feita determinada cena, e meio que vai ser, pode ser que você vai aprender... Nem que seja por aprendizado, que seja por entretenimento. Você tá fazendo aquilo porque você gostou do filme (M4).
Morin (2003) vê na literatura e no cinema duas fontes importantes de conhecimento e de compreensão do mundo, o que contribuiria para inovação social, algo de que o jovem gosta aliado a uma prática educativa que remete às possibilidades de uma educação emancipadora.
No âmago da leitura ou do espetáculo cinematográfico, a magia do livro ou do filme faz-nos compreender o que não compreendemos na vida comum. Nessa vida comum, percebemos os outros apenas de forma exterior, ao passo que na tela e nas páginas do livro eles nos surgem em todas as suas dimensões, subjetivas e objetivas (MORIN, 2003, p. 50).
Em relação a filmes, os gêneros preferidos dos jovens são: ação, comédia e aventura. Romance apareceu em quarto lugar. Convém precisar que apenas um único jovem mencionou não gostar de filmes. No tocante à frequência de assistirem filmes, a maioria assiste pelo menos uma vez na semana.
Que a interdisciplinaridade9 é rica e que os jovens tendem a ganhar mais conhecimento e proveito desse tipo de inovação é previsível. O que se deve ter em mente é que as disciplinas podem dialogar com a formação profissional, de forma que o tempo do curso e seu cronograma não precisem ser alterados com essas sugestões. Podem-se trazer filmes para se falar sobre “cidadania, ética e direitos humanos”, por exemplo, e/ou fazer analogias a comportamentos.
Um tratamento multidimensional do conhecimento que permite uma compreensão mais complexa e totalizadora da realidade, no qual se põem em circulação os diferentes valores, ideologias, interesses, enfoques, pontos de vista e as diversas informações e conhecimentos presentes ou latentes em todas as questões humanas, científicas e sociais (CARBONELL, 2002, p. 10).
Uma das autoras teve oportunidade de, em uma viagem à França, conhecer o Lyceé Professionel 10, que fica na cidade de Val de Cher. A instituição oferece formação profissional para jovens em áreas diversas como comercial, eletricidade, mecânica, serviço hospitalar e outros. É muito comum entre as aulas oferecidas os jovens assistirem a filmes e interdisciplinarmente tratar de vários assuntos como cidadania, história e, ainda, cinema, história da arte, entre outros. Novamente, pode-se evocar Morin (2003, p. 48), que argumenta que literatura, cinema e poesia são mais que objetos de análise de estudos diversos, mas são escolas de vida, onde o jovem consegue, por exemplo, “reconhecer sua vida subjetiva na dos personagens”.
Ter aulas de teatro também foi citado entre os jovens da roda de conversa, porque, segundo eles, o teatro é um forte apoiador para os jovens poderem falar e se articularem melhor, principalmente em público. Com o teatro, os jovens levantaram comportamentos que devem ser passados para eles na preparação para o mercado de trabalho.
O teatro também acho que ajudaria ele, não só por ser o que ele gosta, mas também na formação dele, porque o teatro querendo ou não contribui com a formação do indivíduo, o caráter, fora de uma cena ou de um papel, ele desenvolve. Faz um link com o desenvolver dele. Eu acho que seria bacana para ele sim. Até mesmo para ele trabalhar. Seria algo que está além dele (F5).
Algumas situações expostas na roda de conversa levaram os jovens a dialogar sobre a importância da música em suas vidas. Constatou-se que a música tem papel fundamental na construção das suas identidades e na sua cultura, semelhante ao constatado por Reis e Jesus (2014) em uma pesquisa, e explicitado por uma jovem:
Eu acho que é uma coisa que tem que acontecer, que eu acho que se eles passassem uma música de cinco minutos e um vídeo de três minutos, a gente ia preferir, muito mais a música do que o vídeo, porque o vídeo assim, acaba que a gente fica lá assim “ah, tá...” e se aparece uma notificação no whatsapp a gente abre ou então aparece um vídeo lá da blogueira que cê gosta... cê vai abrir e assim não vai dar nem importância... a música não, a música... (F7).
Interessante pensar na música como ferramenta educacional, assim como sugeriram Xavier e Travalha (2010, p. 61) que se utilizaram da música como ferramenta pedagógica:
Ora, estamos diante de um processo ao qual a música comparece enquanto elemento simbólico, carregado de significado cultural, formador do pensamento e, assim, conferindo um sentido ao aprendizado e conferindo lógica específica de organização do pensamento.
Os jovens também tiveram a oportunidade de falar na roda de conversa sobre uma experiência transformadora que aconteceu no bairro (ou em outro ambiente que frequentam) e em que eles poderiam contribuir direta ou indiretamente. Eles tinham várias opções para escolher e podiam escolher mais de uma. Praticamente metade dos jovens declarou já ter realizado “apoio em projetos sociais”, mas durante o curso de formação profissional, no qual estão matriculados, precisam participar de atividades voluntárias em organizações sociais sem fins lucrativos. Na roda de conversa, por exemplo, dos 13 jovens participantes, oito nunca tinham feito algum trabalho voluntário antes da entrada no curso.
A segunda opção mais apontada foi a de ter realizado “apresentação artística ou cultural” como dança, música, grafite, etc. Durante a roda de conversa, os jovens deixaram claro o quanto consideram a participação nesse tipo de atividade como algo transformador e necessário.
Igual eu tenho 17 anos e tenho um pai que é igual ao pai dessa menina. Quando eu falo assim “ah pai, eu vou fazer tal coisa”... “ah, para quê você vai fazer isso? Você não vai ganhar nada com isso não”. Então, assim, eu já cheguei a brigar com ele algumas vezes por causa disso, então, mas ir sempre fazer, porque eu gosto de trabalhar como voluntária. É... sou catequista há anos, dou catequese de graça, gosto muito de ensinar e tal. E eu acho que, igual na escola, ela pode estar ajudando igual, um ambiente escolar e é uma coisa que traz educação pra ela, então ela pode tá ajudando aí, se essa escola for assim, realmente por muitos anos, ela pode ter um filho que pode chegar estudar ali na escola que ela ajudou a ter um espaço ali. Então, quando a gente é voluntário, a gente tem que pensar realmente por várias questões e também pensar que a gente pode precisar futuramente (F6).
Pode-se perceber, nos diálogos dos jovens nas rodas de conversa, que eles também consideram importante o desenvolvimento local, embora não tragam essa conceituação: “E ela assim, ela ajudando a reformar a escola ela vai tá investindo nas escolas que vai investir nela... Ajudar a melhorar o bairro dela e vai ajudar a... como posso falar? Complementar assim, melhorar o país nesse caso” (F4).
O conceito de inovação social11 pressupõe o envolvimento com o entorno e a transformação da realidade. É preciso buscar “um conhecimento que procura incorporar e transformar a realidade ao mesmo tempo que se vão modificando as relações do sujeito com o entorno” (CARBONELL, 2002, p. 64). Ávila (2012) acrescenta que para que o desenvolvimento local ocorra de maneira plena e satisfatória, o interessante é que seja endógeno e emancipatório, sendo relevante que os jovens possam ser os agentes internos desse desenvolvimento em suas comunidades por meio de incentivo da sua formação profissional, possam desabrochar12 , afinal, a educação é o sistema respiratório-circulatório do desenvolvimento local.
[...] o DL [desenvolvimento local] também vem se tornando cada vez mais contrapé e contraponto da desmesurada globalização. Não lhe é contrário, mas a humaniza e até a complementa, infraestruturalmente, pelo respaldo de, nos respectivos níveis de base vivencial, as pessoas se organizarem, comunitarizarem, dela participarem e até tirarem proveito. Assim, estarão atuando na condição de sujeitos de suas trajetórias de vida e não na de meros objetos robotizados pelo sufoco de impostas ingerências e dependências externas (ÁVILA, 2012, p. 47).
Além de conhecer o que pensam os jovens sobre a formação e o mercado profissional, considera-se fundamental conhecer também como se relacionam com os espaços e territórios que frequentam, para que se possa assim, conhecê-los melhor (ALVES; OLIVEIRA, 2014). Para tal, foram apresentadas perguntas em relação a alguns espaços e oferecidas algumas opções sobre o acesso a esses espaços, como, por exemplo, se visitou por conta própria ou com a escola, se conhece apenas por fora ou se visitou por dentro e se tem interesse em conhecer.
Cinemas, praças, parques e zoológico são os espaços mais conhecidos pelos jovens. Teatro, feiras e exposições ao ar livre também obtiveram considerável percentual de jovens que frequentam, principalmente por iniciativa própria.
Locais públicos e administrativos como prefeitura, assembleia legislativa e a Biblioteca Pública também não são tão conhecidos por eles, mesmo que por influência da escola. E percebe-se que o espaço menos conhecido é o CRJ (Centro de Referência da Juventude13 ), espaço construído para os jovens, inaugurado em 2014. Com a definição de Alves e Oliveira (2014, p. 27) sobre a relação entre os jovens e os espaços, fica a impressão de que a maioria não tem se identificado muito com os aparelhos públicos da cidade.
Dando continuidade a perguntas sobre conhecimento de espaços, os jovens responderam sobre o acesso aos museus, na qual se pode perceber que, com exceção do Museu de Artes e Ofícios, que tem apoio das escolas para ser visitado pelos jovens, a maioria deles não conhece os museus de Belo Horizonte e região metropolitana, embora tenham vontade de conhecer. Como grande parte dos museus citados tem entrada gratuita e é de acesso relativamente fácil, cabe questionar se os jovens não percebem esses espaços como seus de direito.
Atualmente, é inegável a função social que exercem os museus, sobretudo, se os entendermos como espaços de sociabilidade, fórum de debates, de trocas de saberes, experiências, práticas, afirmação de identidades; espaços praticados por produtores de cultura, conhecimentos; lugares educativos, que se constituem e que fortalecem as memórias individuais e coletivas – a memória social; os museus, nos diversos territórios, forjam os vínculos das pessoas umas com as outras, são lugares de interlocução comunitária, formados por pessoas que pensam a cultura como elemento econômico e sustentável. Os museus, enquanto equipamentos culturais, devem estar a serviço do conhecimento, da melhoria da qualidade de vida das pessoas. Em particular, daquelas que vivem, que habitam os territórios onde estão situados (PINHEIRO, 2015, p. 58).
Perguntou-se, ainda, aos jovens se gostariam de citar algum museu, centro cultural ou ponto turístico que não haviam aparecido na relação do questionário; 29 jovens responderam e a opção mais citada foram diversos outros museus (que não constavam na lista). Importante registrar que, como Alves e Oliveira (2014) elucidam, os territórios que os jovens frequentam influenciam diretamente em suas escolhas e seus modos de vida.
Sobre os principais pontos turísticos de Belo Horizonte e o conhecimento dos jovens, tem-se que os pontos localizados na área central da capital mineira são os mais conhecidos: Praça Sete, Praça da Liberdade, Praça do Papa, Mirante das Mangabeiras, Savassi, Mercado Central, Praça da Estação e Viaduto Santa Tereza. Na região da Pampulha, o percentual de conhecimento também foi alto (Lagoa da Pampulha, Mineirão e Mineirinho).
As Serras da Moeda, do Rola Moça, da Piedade e do Cipó, que circulam a cidade, são menos conhecidas pelos jovens. Talvez por estarem mais distantes fisicamente, os jovens não têm acesso, no entanto, o percentual que deseja conhecer as serras é bem significativo, o que leva à reflexão de que os jovens de baixa renda não podem, por vezes, acessar locais que querem conhecer, ainda que sejam relativamente próximos.
Pode-se considerar que ouvir o jovem, o principal sujeito da formação profissional e da pesquisa, já contempla um pressuposto da inovação social, que é a valorização da experiência vivida do sujeito e seu protagonismo. A escola não tem conseguido acompanhar as mudanças culturais e as novas identidades das juventudes e, portanto, as propostas de inovação social precisam considerar isso (CARBONELL, 2002): “deveria ter ainda mais oportunidades de cursos, escolas, capacitação, qualificação e emprego para o jovem. Até mesmo em questões pessoais o jovem ser ouvido e ter voz” (Frase escrita por um dos jovens da formação profissional pesquisada, na questão aberta do questionário.)
Ter a escuta ativa para o jovem é o abandono da pedagogia “bancária” que Freire (1987, p. 34) critica, na qual “o educador é quem diz e o educando é quem ouve docilmente”. E como Neri (2014, p. 26) sugere, “mesmo que se vençam todas as batalhas para adotar as melhores práticas educacionais, irá se perder a guerra caso essas práticas não contem com a concordância destes atores”. Promover espaços para sua escuta e a promoção do ser sujeito jovem é primordial para que se exerça na formação profissional a educação emancipadora que se busca. Parafraseando Santos (2001), que o jovem seja a voz ante os silenciamentos impostos pelo nosso sistema social/político/econômico.
Mas temos de levar em consideração que existem várias maneiras de se construir como sujeito, e uma delas se refere aos contextos das desigualdades sociais, de desumanização e de homogeneização, nos quais o ser humano é “proibido de ser”, privado de desenvolver as suas potencialidades, de viver pleidnte a sua condição humana, como podemos constatar em grandes parcelas dxs jovens brasileirxs. Não é que elxs não se construam como sujeitos, ou que o façam pela metade, mas, sim, que elxs se constroem como tais na especificidade dos recursos de que dispõem. (DAYRELL, 2016, p. 255).
A geração dos jovens de hoje está cada vez mais fluida, suas transformações são constantes e rápidas. Dessa forma, ouvir os jovens torna-se uma atividade educativa que também deve ser constante, fazer parte do processo educativo da formação profissional, para que as ações acompanhem de perto a construção de identidades e significados. Ao se sentirem parte e se sentirem sujeitos, é possível que haja uma tendência dos jovens a ressignificarem o espaço da formação profissional, e como desdobramento melhorar essa relação possibilitando a inovação social e contribuindo para o desenvolvimento local.
REFERÊNCIAS
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*Mestre do Programa de Pós-Graduação em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local no Centro Universitário UNA e Socióloga e Líder de Projetos Sociais no Instituto da Oportunidade Social, Belo Horizonte - MG. E-mail: rodrigues.p03@gmail.com.