Jéssica Caroline Fidelix Braga*
Luciana Silva de Matos**
Rosiane Severina de Souza***
Marilânia Gomes de Freitas****
Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG- IBIRITE, Brasil
RESUMO   
  O  transtorno desafiador opositor (TDO) é um transtorno no qual ainda existem  diversos preceitos que podem estereotipá-lo no âmbito escolar classificando-o  como aluno sem limites, mau-educado, entre outros. A presente pesquisa tem como  objetivo analisar o TDO considerando as relações família/escola. Deste modo foi  realizado para levantamento de dados um estudo de caso com um aluno de uma  escola estadual de Ibirité, e sistematizado por uma pesquisa semiestruturada,  onde se aplicou três tipos de questionários de cunho qualitativo, sendo  respondido pela mãe, pelo corpo docente/equipe pedagógica e pelo próprio  discente. Fundamentando-se na concepção defendida por SERRA-PINHEIRO, CERVO;  BERVIAN; SILVA e OLIVEIRA et.al, e embasado nas leis de inclusão brasileira, trazendo  mais informações sobre o assunto, expondo a suma importância de conhecer e  compreender os sintomas deste transtorno para que a família/escola, possa  conviver de maneira harmônica, sabendo lidar com o caso para não prejudicar o  desenvolvimento da criança.   
  Palavras  Chave: Cotidiano. Escola. Família. Inclusão. TDO.     
  ABSTRACT  
  Oppositional  defiant disorder (ODD) is a disorder in which there are still several precepts  that can stereotype it in the school environment, classifying it as an unrestrained,  impolite student, among others. The aims of the present research is analyze the  ODD considering family/school relations. By the way, a study was carried out  with a student from a state school in Ibirité, and systematized by a  semistructured research, where three types of qualitative questionnaires were  applied. These questionnaires were answered by the mother, by the pedagogical  team and by the student himself. Based on the conception defended by  SERRA-PINHEIRO, CERVO, BERVIAN, SILVA and OLIVEIRA et.al, and based on  Brazilian inclusion laws, this laws brought more information about the subject  of ODD, exposing the importance of knowing and understanding the symptoms of  this disorder to show the family/school must work together in a harmonious way.  Family and school must understand these kind of disorder to avoid harming the  student's development.  
  Key  word: Daily life. School.Family. Inclusion. ODD   
Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato: 
Jéssica Caroline Fidelix Braga, Luciana Silva de Matos, Rosiane Severina de Souza y Marilânia Gomes de Freitas  (2019): “Trastorno desafiador opositor (TDO) considerando as relações família/escola”, Revista  Contribuciones a las Ciencias Sociales, (octubre 2019). En línea: 
  https://www.eumed.net/rev/cccss/2019/10/trastorno-desafiador-opositor.html
  http://hdl.handle.net/20.500.11763/cccss1910trastorno-desafiador-opositor
   INTRODUÇÃO  
O eixo  norteador desta pesquisa diz respeito ao Transtorno Desafiador Opositor (TDO) e  as relações família/escola. A presente pesquisa vem abordar especificamente  sobre esse transtorno,  a partir da  dificuldade presenciada pelas proponentes de tal pesquisa em obter informações  sobre esta doença ainda pouco conhecida, porém, muito recorrente nas salas de  aula. Por se tratar de uma doença psíquica contemporânea é insuficiente a  presença de teóricos no que tange tal transtorno. 
O  comportamento agressivo das pessoas acometidas por este distúrbio apesar de  dificultar seu relacionamento com seus pares não impede sua presença na vida  escolar e principalmente familiar.  A  educação no Brasil vai de encontro a um extenso desafio, fazer cumprir a  legislação brasileira que garante a inclusão do aluno deficiente em escola  regular, contudo, para melhor entender é necessário se ter o discernimento  entre inclusão e integração, pois não são sinônimos um do outro, e sim uma  forma de integração social. Existem esforços para promover mudanças que  possibilitem aos alunos com necessidades educacionais especiais (NEE) a mesma  oportunidade e dignidade que outras crianças. 
A  Constituição da República Federativa do Brasil no art.208 inciso III garante  atendimento educacional especializado a alunos com deficiência,  preferencialmente na rede regular de ensino; trazendo deste modo as crianças  com deficiência para dentro das escolas possibilitando desta forma que as  crianças com NEE saíssem de dentro de suas casas e outros ambientes e tivessem  a oportunidade de interação, socialização no ambiente escolar. A escola é um ambiente  de descobertas, desafios e superações, sendo assim, a partir deste  entendimento, se faz relevante o envolvimento, interesse e participação da  família, alunos, educadores entre outros. Este ambiente é construído pelas  diversidades de cada indivíduo e respeitando as especificidades dos sujeitos  que estão se formando dentro do cotidiano escolar. 
Compreendendo  esse espaço/tempo é que a intenção de se encontrar estratégias que possam nos  orientar, nos diversos desafios encontrados dentro da sala de aula, no espaço  escolar e com as famílias desses alunos. Conhecer este espaço/ tempo e  principalmente os educandos se torna o objetivo primordial para melhor  efetivação da prática docência. 
 Vários obstáculos são encontrados pelos  docentes dentro da sala de aula, dentre eles a percepção ou a sensibilidade de  diferenciar um discente com distúrbio das demais. Pois, o mau comportamento e a  desobediência é algo comum para as crianças em idade escolar. Quando um aluno  apresenta uma deficiência física é clara à percepção, podendo assim o professor  trabalhar pedagogicamente, possibilitando a inclusão dos mesmos. Os transtornos  são mais árduos de se identificar, pois alguns podem ser confundidos com a má  educação, indisciplina dentre outros comportamentos.  
Para  entendermos sobre o Transtorno Opositor Desafiador, temos que disponibilizar de  tempo e muita observação, pois não se trata de um comportamento isolado de  falta de educação vindo de casa, mas uma situação de irritação que acontece  esporadicamente, se trata de um padrão de comportamento, que é percebido com  frequência à medida que a criança lida com figura de autoridade.   Não se pode deixar de falar sobre o processo  de inclusão desse aluno com o meio educacional e social diversas vezes esta  criança é excluída do meio social devido seu comportamento excessivo com os  demais, causando prejuízos significativos em seu processo intelectual por se  considerar incapaz de aprender ou de seguir o ritmo dos demais alunos. Dessa  maneira, cabe à escola a responsabilidade, de todos pedagogicamente, a  possibilidade de identificar precocemente os sintomas e encaminhar o estudante  para uma avaliação médica. E nesse caso, não só o professor, mas toda a equipe  pedagógica da escola exercem funções importantíssimas no diagnóstico e tratamento  desse transtorno. No entanto, precisam estar bem informados e querer participar  do tratamento apoiando as crianças, os pais e assumindo a responsabilidade que  cabe a cada um em prol do bem-estar e inclusão. Por conseguinte, observa-se uma  linha tênue entre esta disfunção e a insolência, essa dicotomia se faz  relevante para que se busque estratégias no ambiente escolar que possibilite  diferencia-las, deste modo se torna possível direcionar intervenções pontuais  para melhor atender o alunado em suas necessidades educacionais especiais.  
O  indubitável interesse no tema foi intensificado quando as proponentes da  pesquisa apresentaram um trabalho da disciplina de Educação Inclusiva no 4°  Período do curso de Pedagogia. Durante esta pesquisa houve uma comoção das  proponentes quando em contato com situações semelhantes durante o estágio.  Presenciaram, dificuldades  pela mesma  dentro de sala, dos relatos das professoras em conseguir informações fundadas  sobre o transtorno e também com depoimentos de pessoas que, quando crianças,  foram apelidadas de formas estereotipadas tais como: “bicho carpinteiro”, “D  Flash”, “No mundo da Lua”, “Bagunceiro”, “Mal educado” dentre outros  estereótipos. 
Deste  modo, percebemos a relevância da pesquisa para o ambiente escolar, e a  necessidade de ter um bom conhecimento do TDO e outros transtornos que se  apresentam ao longo da carreira profissional.   Percebe-se que a graduação proporciona a identificação de alguns  obstáculos que os discentes enfrentarão durante sua vida acadêmica, no entanto,  o conhecimento leva a possibilidades de um trabalho pedagógico mais adequado  para os alunos.  Discernir o transtorno e  reconhecê-lo como uma doença psicossocial é o desejável para que se obtenha a  inclusão deste aluno que por sinal sofre tanto quanto os demais no processo de  aprendizagem. O professor por estar cotidianamente com essas crianças consegue  cercear seus olhos para identificar situações que saíram do padrão escolar e ao  mesmo tempo propiciar a sala de aula como um ambiente em que estes colegiais se  sentirão seguros, acolhidos e inclusos. 
Reconhecendo  o problema e trabalhando de modo diferenciado para adequadamente incluí-las no  ambiente escolar e na sociedade, amenizando o prejuízo social.  O ambiente escolar propicia o estreitamento  das relações escola/família/aluno. Essa parceria é relevante para a inclusão da  criança, possibilitando a convivência em igualdade com seus pares. O  envolvimento de todas as partes é importante para que a observação do  comportamento seja contínuo, de modo que, os prejuízos sociais causados pelo  mau comportamento diminua, possibilitando uma efetiva inclusão escolar.  
 A escola deve encorajar e facilitar a  participação dos pais, da comunidade e organizações de pessoas com deficiência  nos processos de planejamento e tomada de decisões concernentes à provisão de  serviços para necessidades educacionais especiais (SALAMANCA, 1994).   
A  presente pesquisa busca possíveis respostas para o seguinte problema: Quais os  obstáculos e possibilidades da inclusão escolar de crianças com Transtorno  Desafiador Opositor considerando a relação família / escola? Portanto têm-se  como pressupostos o trabalho em conjunto da família e da escola, cada um assumindo  responsabilidades para que a inclusão, o desenvolvimento pessoal, escolar e  social sejam proporcionados aos alunos. Segundo Piaget (2007) a relação é uma  ligação estreita e frequente entre os professores e a família, pois levando  valores e informações bilaterais, esta permuta acaba resultando em uma ajuda  recíproca. 
1  TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL  
O  contexto histórico da Educação Especial no Brasil  deu-se no início do séc. XIX. Ao longo do  período colonial, as pessoas com deficiência eram segregadas em suas  residências, e ali recebiam a “educação” e em caso de desarranjo perceptível  eram recolhidas as  Santa Casa ou as  prisões.  Somente um século depois que se  pensa na possibilidade de inserir essas crianças em escolas regulares, em razão  de que estavam sendo desumanizadas, ridicularizadas sem expectativa alguma de  se integrar com a sociedade. 
A  chegada de Dom Pedro II ao Brasil e o início do período Imperial trouxeram  mudanças para esse fato. Em 1841, é fundado o primeiro hospital destinado a  pessoas com deficiência mental, vinculado a Santa Casa de Misericórdia o  Hospício Dom Pedro II, em 1854 é fundado no Rio de Janeiro, o Imperial  Instituto dos Meninos Cegos, atual Instituto Benjamin Constant – IBC, e em 1857  a primeira instituição de ensino para surdos, então chamado de Imperial  Instituto de Surdos Mudos, conhecido na atualidade como Instituto Nacional de  Educação de Surdos (INES), neste século apenas os cegos e os surdos eram  incluídos nas ações destinadas a educação. Assim, o Imperador tem um papel de  grande relevância para consolidar a educação de surdos, introduzindo os  primeiros passos da modalidade de Educação Especial. Apesar deste interesse do  monarca na educação especial, os deficientes eram segregados em suas  residências, e ali recebiam a “educação” fora da escola. 
Somente  um século depois que se pensa na possibilidade de inserir essas crianças em  escolas regulares, em razão de que estavam sendo desumanizadas, ridicularizadas  sem probabilidade alguma de se integrar com a sociedade.   A partir deste contexto foram surgindo  movimentos sociais contrários a todos os tipos e formas de discriminação que  pudessem impedir ou negar o direito à cidadania das pessoas com deficiência.  Essa mobilização trouxe à necessidade de defesa a inclusão em caráter mundial,  fortalecendo-se na medida em que aumentavam as críticas a respeito das práticas  de distanciamento sofrido por estudantes que eram encaminhados para escolas com  modelo homogeneizante, esta por sua vez acabava por excluir alunos com  deficiência dentro do ambiente escolar.  
No  inicio deste mesmo século, os serviços direcionados a inclusão foram inspirados  por experiências europeias e norte-americanas, praticadas por brasileiros que  tiveram contato e se empenharam na organização e introdução de ações isoladas e  específicas no intuito de atender o público com insuficiências cognitivas,  físicas e sensoriais. 
Entre  1854 a 1956 a educação especial passa por iniciativas de caráter privado, sem a  intervenção ou colaboração do Estado. O MEC/SEESP (2008) ressalta que nos anos  de 1926, 1945 e 1954 respectivamente foram fundados o Instituto Pestalozzi, o  Atendimento Educacional Especializado Para Pessoas com Super dotadas  e a Associação de Pais e Amigos dos  Excepcionais – APAE; o primeiro especializado no apoio ás pessoas com  deficiência intelectual, o segundo criado pela psicóloga e pedagoga russa  Helena Antipoff destinado a pessoas com super dotadas, a terceira destaca-se em  especial por ter sido fundada em todo o território Nacional por grupos de pais  de crianças com deficiência mental.  
A  Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) nasceu diante da  ineficiência do Estado em promover políticas públicas sociais que garantam a  inclusão dessas pessoas (...).Com objetivo principal de promover a atenção  integral à pessoa com deficiência, prioritariamente aquela com deficiência  intelectual e múltipla, a APAE nasceu no Rio de Janeiro, em 1954 (FENAPAES,  2016, p.6).  
A  partir dos anos 1960, segundo Mantoan (2011), foi oficialmente instituída a  modalidade Educação Inclusiva de modo integrado ao sistema educacional  brasileiro, na época denominada educação dos excepcionais. Entre os anos de  1957 e 1993, começam intervenções em regime nacional nas ações sociais, a  partir da década de 90 o movimento em favor da inclusão ganha força, se  reafirmando nas ações sociais. A constituição brasileira de 1988 estabelece  que, a educação é direito de todos, contudo não era o que acontecia, é sabido  que muitas escolas se negavam a matricular alunos com deficiência ferindo assim  o direito a educação. Apesar disso, essa realidade vem sofrendo mudanças, leis  vêm sendo implantadas com o intuito de executar planos e regras que fossem  capazes de alcançar uma educação inclusiva de qualidade. 
O  processo de inclusão começa de fato na década de 70, período em que as escolas  começam a introduzir alunos com deficiências, então chamados de alunos  especiais, isso só era possível se os mesmos conseguissem se adequar aos planos  de ensino destas instituições. A educação brasileira se remete a um grande  desafio, fazer cumprir a legislação brasileira que garante a inclusão do aluno  deficiente em escolas regulares, contudo para melhor entender é necessário se  ter o discernimento entre inclusão e integração, pois não é sinônimo um do  outro, e sim uma forma de integração social, conforme a fala de Lima,
Tanto  a integração quanto a inclusão são formas de inserção social, mas enquanto a  primeira trata a deficiência como problema pessoal dos sujeitos e visa à  manutenção das estruturas institucionais, a segunda considera as necessidades  educacionais dos sujeitos como problema social e institucional, procurando  transformar o espaço (LIMA, 2006, p. 24).  
Quando  se fala em inclusão de pessoas com deficiências na escola regular, logo se  depara com a resistência de alguns docentes, percebe-se isso por suas lamúrias  por não se sentirem preparados, por não ter formação capacitada na deficiência  em que este educando se enquadra, todavia, a escola não pode negar a matricula,  pois são consideráveis as leis que garantem a matrícula e permanência destes  discentes nas escolas públicas regulares. Segundo Nunes (2013), são muitas as  legislações na história que asseguram a inclusão das crianças deficientes nas  escolas regulares, e seus direitos em se incluir e compor uma sociedade. Entre  eles pode-se destacar: 
Em  decorrência destas leis a Educação Inclusiva vêm vivenciando mudanças teóricas,  legais, terminológicas e conceituais ao longo da história, mudanças que também  são percebidas nas práticas sociais e educacionais. Isso faz com que seja  relevante o amparo legal para a construção de um sistema educacional inclusivo  que seja fundamentado em princípios democráticos valorizando a igualdade, a  diversidade e a equidade. Para tanto, é importante compreender o que é Política  da Educação Especial dentro da perspectiva de uma Educação Inclusiva e quais  alunos de inclusão podem ser encaminhados para o Atendimento Educacional  Especializado (AEE). 
O  Ministério da Educação (2008) define a educação especial como uma modalidade de  ensino que perpassa todos os níveis etapas e modalidades, portanto, os sistemas  de ensino devem matricular alunos que tenham deficiência em escolas comuns do  ensino regular, com transtornos globais do desenvolvimento e também os com  altas habilidades/superdotação ofertando o atendimento educacional  especializado – AEE. De modo a promover o acesso e também condições para uma  educação de qualidade.  
O  Atendimento Educacional Especializado - AEE funciona de modo que seja possível  diferenciar, empreender e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade  que possam minimizar as barreiras para que assim seja possível uma participação  mais acentuada dos alunos, este atendimento deve considerar as necessidades  peculiares de cada um, auxiliando a preencher lacunas no processo de formação  dos alunos, na perspectiva de sistematizar ou estimular a autonomia e  independência dentro e fora do ambiente escolar.  
O  AEE é realizado, prioritariamente, na sala de recursos multifuncionais da  própria escola ou em outra escola de ensino regular, no turno inverso da  escolarização, não sendo substitutivo às classes comuns, podendo ser realizado,  também, em centro de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou  de instituições comunitárias, confessionais ou  filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas  com a Secretaria de Educação ou órgão equivalente dos Estados, Distrito Federal  ou dos Municípios  (RESOLUÇÃO Nº4/2009,  Art. 5).   
A Lei  Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (2015) no artigo primeiro vem  assegurar e promover às pessoas com deficiência condições de igualdade, o  exercício de direitos e das liberdades fundamentais, visando à inclusão social  e a cidadania. De modo que, a Educação Especial passa a ser um fator relevante  que venha suprir necessidades inerentes da educação, sendo introduzida de  maneira prévia. Assim a avaliação deixa de priorizar fatores clínicos e passa  valorizar os aspectos mais relevantes com base nas habilidades e capacidades de  cada criança. Nesta perspectiva entra o Professor de Apoio escolar, descrito  pela LBI (2015) como: Profissional de apoio escolar: pessoa que exerce  atividades de alimentação, higiene e locomoção do estudante com deficiência e  atua em todas as atividades escolares nas quais se fizer necessária, em todos  os níveis e modalidades de ensino, em instituições públicas e privadas,  excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados com profissões legalmente  estabelecidas.  
Este  se torna um instrumento importante na educação inclusiva, dando suporte para a  interação e inclusão de alunos com deficiências. O profissional de apoio é o  mediador no processo do desenvolvimento e também do aprendizado do aluno que  tenha deficiência intelectual. Para que esse processo venha obter êxito é  necessário que exista parceria entre o professor de apoio e o regente de turma,  realizando em conjunto um trabalho pedagógico que prioriza o aluno, e assim  consigam planejar estratégias de intervenções que sejam adaptadas cujo intuito  seja de estimular a autonomia e a capacidade inerente de cada aluno. A  Resolução n.4/2009, Art. 13 aponta as funções do professor do AEE:  
São  atribuições do professor do Atendimento Educacional Especializado: 
I –  identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos, de  acessibilidade e estratégias considerando as necessidades específicas dos  alunos público-alvo da Educação Especial; 
II –  elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado, avaliando a  funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade; 
III –  organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala de recursos  multifuncionais; 
IV –  acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de  acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular, bem como em outros  ambientes da escola; 
 V – estabelecer parcerias com as áreas  Intersetoriais na elaboração de estratégias e na disponibilização de recursos  de acessibilidade; 
VI –  orientar professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e de  acessibilidade utilizados pelo aluno; 
VII –  ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais  dos alunos, promovendo autonomia e participação; 
VIII –  estabelecer articulação com os professores da sala de aula comum, visando à  disponibilização dos serviços, dos recursos pedagógicos e de acessibilidade e  das estratégias que promovem a participação dos alunos nas atividades  escolares.   
Deste  modo, o mesmo fará intervenções de forma a proporcionar aos alunos o acesso e  adaptação às informações, utilizando-se de recursos disponíveis no AEE o que  possibilitará uma adequada mediação e o acesso dos alunos aos conteúdos  ministrados dentro da sala de aula. Contudo, o professor de apoio deve ser  habilitado, ou ter especialização na educação especial, pois o mesmo compõe a  equipe de especialistas do Atendimento Educacional Especializado (AEE).  Assim, o papel do professor se faz  significativo, e tem uma função ativa na inclusão de crianças com  deficiência.                                
2  REFLEXÕES E TEORIAS SOBRE APRENDIZAGEM 
Através  da aprendizagem que o sujeito se apropria ativamente do conteúdo da experiência  humana, daquilo que o seu grupo social conhece. Para que a criança aprenda, ela  necessita interagir com outras crianças ou adultos, haja vista que somente  assim seus conhecimentos serão ampliados. Tem-se, portanto, que a interação com  o meio será um fator relevante para aprendizagem do sujeito. Nesse sentido, a  escola e especialmente, o professor exercem um papel fundamental no processo de  aprendizagem, pois devem fornecer condições de interação entre o  professor/aluno e o objeto de estudo (conteúdo escolar) que levam a uma  apropriação do conhecimento de maneira satisfatória.  Sabe-se que a aprendizagem é um procedimento  constante, onde cada indivíduo tem seu próprio tempo de aquisição de  conhecimento. Por ser um processo característico, os educandos aprendem de maneira  sucinta em relação aos seus pares. Conforme Drouet:  
A  aprendizagem é um processo cumulativo, ou seja, cada nova aprendizagem vai se  juntar ao repertório de conhecimentos e de experiências que o indivíduo já  possui indo construir sua bagagem cultural (DROUET, 2001, p.7).  
Não se  pode falar que o aprendizado acontece de modo súbito, instantâneo, para  aprender algo é preciso de tempo, esforço e da busca constante, mas  principalmente do interesse. Contudo é necessário que aconteça de modo  processual e contínuo. Indagações surgem ao se falar em ensinar e aprender, o  processo de ensinar só tem relevância se estiver relacionado com processo de  aprender, embora seja coisas distintas ambas só tem sentido se estiverem  ligadas.  
O  que a pessoas aprende, isto é, o que ela diferencia em uma situação é terminado  pela relação que ela percebe entre a situação e as suas necessidades. Uma  criança fazendo os deveres de casa pode estar aprendendo aquelas noções e  informações ali apresentadas, mas pode também estar aprendendo a dar a  impressão de estar estudando, com o mínimo de esforço possível (GUENTHER, 1997,  p. 218).  
É de  extrema importância inclusive, neste processo de aprendizagem a relação do  educando com o meio e outras pessoas, visto que, a aquisição de conhecimento  acontece através das informações, habilidades e valores obtidos pelo indivíduo  a partir de sua interação com o meio e com outras pessoas. Para Vygotsky  (1993), a aprendizagem sempre inclui relações entre as pessoas. A relação do  indivíduo com o mundo está sempre mediada pelo outro, não há como compreender e  aprender o mundo se não tivermos o outro, aquele que nos fornece os  significados que permitem pensar o mundo a nossa volta.   
É  na relação com o mundo, mediada pelos instrumentos e símbolos, que o ser humano  cria as formas de ação que o distingue de outros animais por meio da linguagem,  a teoria de Vygotsky enfatiza o papel que o meio social exerce no  desenvolvimento cognitivo da criança. A criança é, por sua vez, vista como um  ser capaz, cujo desenvolvimento ocorre por meio das relações sociais e da  interação com seu meio (VYGOTSKY, 1993, p. 58).  
Nesse  sentido, a aprendizagem é um processo essencialmente social que se efetua no  convívio com adultos e com seus pares. O desenvolvimento, por sua vez, será o  resultado desse processo e a escola assume o papel mediador. Assim, a educação  é vista como um processo social sistematizado de construção da sociedade. Deste  modo, o ser humano é considerado um ser social, pois aprende e desenvolve-se a  partir da interação da cultura em que está inserido. Sendo assim:  
Aprender  é um ato transformador que pode sempre modificar as relações estabelecidas com  o mundo, a princípio todos nascem com as condições para aprender, mas é na  relação com o mundo que se desenvolvem mais ou menos estas condições, dependendo  da constituição do homem e do meio em que está inserido (BARBOSA. 2001, p.  82).  
Por  tanto, a educação deve exercer de maneira retrospectiva no progresso  intelectivo da criança derivando de seu desenvolvimento real, isto é, daquilo  que a mesma já elabora só com a finalidade de intermediar as atividades que  ainda não pode empreender sem subvenção de um adulto ou de outra criança. 
O  aprendizado enquanto obtenção e assimilação de informação estão presentes em  todos os estágios da vida. Não obstante, acaso venha suceder qualquer  perturbação ao longo desse processo, percebe-se o que se denomina de  dificuldade de aprendizagem. 
Em  correspondência à dificuldade de aprendizagem podemos considerar um  concomitante de possíveis problemas de aprendizagem que ocorre no ambiente  escolar. Isto é, todo conjunto de ocorrência de caráter momentâneo é perdurável  que possa prejudicar o aprendizado. Diante disso, Gomes (2002) diferencia o  distúrbio de aprendizagem da dificuldade escolar.  
Diferente  de um distúrbio de aprendizagem, a dificuldade escolar é expressa pela  inadaptação, por queixas do tipo: recusa em ir à escola, agressividade, passividade,  desinteresse, instabilidade emocional, comportamento inadequado, somatizações  (GOMES, 2002, p.108).  
 Encontra-se uma variedade de possibilidades  para explicar os motivos que permeiam as dificuldades em processo de  aprendizagem. Dentre elas, desordens neurológicas que interferem na recepção da  simulação e integração, tornando de forma desigual as potencialidades de cada  indivíduo nas realizações escolares. 
Há  também o desajuste emocional que acarreta a baixa autoestima e insegurança,  crianças com estes problemas tendem a desenvolver o mau comportamento em sala  de aula por não acompanharem seus pares não enxergam sentido nas aulas  ministradas. Deste modo, não raramente ficam agressivos, dificultando o  processo de aprendizado. No início da vida escolar, o cotidiano de uma criança  com TDO precisa ser adaptado, pois algumas atitudes que antes eram aceitas como  engraçadas já não são admitidas. Dado que a criança começa a conviver com  regras limites e socialização para obter uma educação disciplinada. 
Entretanto,  as crianças com TDO têm dificuldade para lidar com tais regras e limites,  assim, as mesmas acabam deixando indícios de futuros problemas. Seu  comportamento é imprevisível e não reativo às intervenções normais do  professor. Isto, muitas vezes, leva a interpretar o comportamento da criança  como desobediente. Quem convive com alguma criança ou adolescente com TDO sabe  que a agitação, negatividade, impulsividade, desatenção e a irritabilidade,  características do distúrbio transformam-no num especialista em desobedecer às  regras. 
O  aluno com TDO têm dificuldade de aprender devido ao impacto que os sintomas têm  sobre si causando possíveis prejuízos intelectuais, o que não o incapacita de  se sobressair no âmbito escolar e social. Mesmo que o intelecto possa ser  nivelado a de seus pares, seu comportamento poderá levá-lo a um menor  rendimento. Nesse caso, reforço de conteúdo não irá preencher as lacunas na  aprendizagem, é necessário um trabalho de reconstrução das habilidades e  conteúdo que ficaram para trás, que deve ser feito por um trabalho em conjunto  família/escola. Uma atenção especial com essa criança será de grande valia para  o sucesso de suas aprendizagens.        
3  DESAFIOS E POSSIBILIDADES NA RELAÇÃO FAMÍLIA, ESCOLA E ALUNO  
 Segundo Piaget (2007), a relação é uma ligação  estreita e continuada entre os professores e a família. Levando assim a  diversas possibilidades e informações mútuas, este intercâmbio acaba resultando  em uma ajuda reciproca sendo frequentemente aperfeiçoada a realidade dos métodos.  Ao aproximar a escola da vida ou das preocupações profissionais dos pais, acaba  por emergir condições de desenvolvimento e inclusão do aluno com TDO. Do mesmo  modo acontece de maneira reciproca o interesse dos pais pela vida escolar de  seus filhos.
 Considerando assim um compartilhamento de  responsabilidades em prol do desenvolvimento intelectual e social do aluno. O  estatuto reitera a posição de Piaget quando no documento vem explicito  que:  
A  educação é direito de todos e dever do estado e da família. Será promovida e  incentivada com a colaboração da sociedade visando ao pleno desenvolvimento da  pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o  trabalho (BRASIL, 1998, Art. 205. n.p.).  
Sendo  assim, a participação da família e da sociedade é fundamental para de fato a  inclusão escolar e social das crianças com TDO. Quando esse trabalho acontece  em conjunto todos os envolvidos se tornam corresponsáveis pelo desenvolvimento  intelectual desse aluno. Deste modo, essas crianças podem gozar de seus  direitos individuais e sociais. No que tange ao processo de aprendizagem, os  alunos expressam abundante atenção às explicações, que foquem ao máximo para  ouvir o que está sendo orientado, e que registrem o que está sendo proferido e  colaborem com indagações interagindo com o outro e com o educador, afim de que  possam memorizar as informações expressivamente.  
Para  o processo de aprendizagem ocorrer é necessário que se preste bastante atenção,  pois este mecanismo é quem permite passar as experiências para a memória,  operação esta que supõe um armazenamento de dados e que vai solidificar as  informações, permitindo que sejam armazenados a longo prazo para posterior  utilização (BONET; SOLANO; SORIANO, 2008, p.90).  
Essa  aptidão de armazenamento de dados precisará da recognição do estímulo, ou seja,  legitimar o seu significado e aclarar se é significativo o suficiente para  armazena-lo ou não. Deste modo, é possível perceber que o processo de  aprendizagem não se encontra cerceado ao método de memorização do ensinamento  de conteúdos, mas um encadeamento ininterrupto que opera sobre  os elementos que exercem certo grau de  significado e no qual se emprega inúmeras capacidades cognitivas. 
Porém,  para uma criança que sofre com o transtorno torna-se uma tarefa difícil à  assimilação do conteúdo ministrado, devido ao excesso de brincadeiras fora de  hora causando uma dispersão na classe, gerando incomodo no professor, que vê  neste aluno o desrespeito e falta de interesse no que está sendo explanado, induzindo-o  muitas vezes a uma atitude mais ríspida para com o aluno, como; retirando-o de  sala ou encaminhando-o a coordenação. Desta forma, o docente acredita conseguir  manter a disciplina e a ordem em sala de aula. 
No  entanto, para lidar com essas crianças, o ideal é que se seja firme, mas não  violento, que se faça entender por atitudes que não se admitirá algo além da  ordem que foi dada e que as regras devem ser cumpridas sempre. 
Contudo  o processo de inclusão de crianças com TDO se dá de maneira processual e  contínua, à medida que o professor se capacita abre possibilidades para a  inclusão escolar do aluno, pois, o professor consegue perceber comportamentos  que fogem do padrão sendo sensíveis para identifica-lo e se aproximar de  maneira pedagógica, reforçando a inclusão do mesmo. Diante disto, a aproximação  da família no interesse escolar adianta este processo, pois a criança deixa de  caminhar sozinho. O que irá aumentar sua autoestima, fazendo com que se sinta  seguro e se aproxime de seus pares.  
3.1  TDO: SINTOMAS, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO  
O  Transtorno desafiador Opositor, segundo a Classificação Internacional de  Doenças (CID) é:   
Transtorno  de conduta manifestando-se habitualmente em crianças jovens, caracterizado  essencialmente por um comportamento provocador, desobediente ou perturbador e  não acompanhado de comportamentos delituosos ou de condutas agressivas ou  dissociais graves. Para que um diagnóstico positivo possa ser feito, o  transtorno deve responder aos critérios gerais citados em F91.-; mesmo a  ocorrência de travessuras ou de desobediência sérias não justifica, por si  próprio, este diagnóstico. Esta categoria deve ser utilizada com prudência, em  particular nas crianças com mais idade, dado que os transtornos de conduta que  apresentam uma significação clínica se acompanham habitualmente de  comportamentos dissociais ou agressivos que ultrapassam o quadro de um  comportamento provocador, desobediente ou perturbador (BANCO DE SAÚDE, CID 10-  F.91.3, np.).  
  Para Brites (2016) este é um transtorno que  tem como base padrões de comportamentos negativista, hostis e desafiadores.  Crianças que denotam TDO mostram predisposição a se descontrolar, debater com  figuras que represente autoridade, contrapor-se a fazer o que lhe é proposto,  dentre outros comportamentos de oposição. Essas crianças costumam ser  discriminadas, perdem oportunidades e desfazem facilmente círculos de amizades.  Muitas vezes sofrem bullying e são retiradas de eventos sociais e de  programações da escola por causa de seu comportamento inadequado.  Segundo Mattos, Schimitz, Serra-Pinheiro et  al. (2004), o TDO tem um diagnóstico avulso, mas é constantemente analisado  simultaneamente com transtorno de déficit de atenção/hiperatividade  (TDAH).  
Os sintomas  aparecem em várias dimensões, entretanto, sua recorrência decorre em casa e no  âmbito escolástico. A criança pode vir a apresentar no comportamento; agressão,  automutilação, conduta antissocial, gritos, impulsividade ou irritabilidade.  Seu humor é oscilante podendo apresentar momentos de impaciência, nervosismo ou  ainda depressão e desatenção causando-lhe grande prejuízo social.  
Os  primeiros sintomas do transtorno se manifestam na infância antes dos oito anos  de idade, e pode agravar-se na adolescência. Geralmente inicia-se no ambiente  doméstico e estende-se para outros ambientes e situações, sendo mais comum em  meninos do que meninas. 
O  diagnóstico deve ser bastante fundamentado, para uma suspeita de TDO, os  sintomas apresentados precisam perdurar por ao menos seis meses, e causar  detrimento social e acadêmico expressivo, além de desentoar do comportamento  percebido em outras crianças da mesma idade e nível de desenvolvimento. O  tratamento geralmente alia medicação psiquiátrica com psicoterapia.  
De  maneira geral, quando falamos de transtornos, não falamos em cura, mas em  manejo de comportamentos ou sintomas. Com o tratamento, a incidência de  comportamentos inadequados diminui bastante (RIZO, 2017 n.p.).  
Uma  série de estratégias de manejo de comportamentos pode ser ensinada para aqueles  que convivem diretamente com a criança ou adolescente. Rizo (2017) destaca  ainda que o terapeuta trabalha a percepção de situações que levam à ativação  emocional e que conduzem ao comportamento de oposição e desafio. 
  A falta de limites e de disciplina pioram os  sintomas, por isso a importância de uma posição firme, mas não violenta por  parte da família e professores, os mesmos precisam ser diretos, objetivos e  claros ao direcionar-se a essas crianças. 
O  tratamento é feito por meio de terapia envolvendo, terapia individual e  familiar, essa ação em conjunto é a mais indicada para se obter melhores  resultados em prol da criança, no que tange terapia cognitivo-comportamental o  foco é a modificação de comportamentos, respostas emocionais e pensamentos  negativos associados a um distúrbio psicológico. 
Enquanto  a intervenção psicológica é um ramo da psicologia que trata problemas pessoais  relacionados com a vida escolar, profissional, familiar e social.  Mas para que os resultados sejam positivos é  imprescindível trabalhar em parceria com a terapia familiar agregando  aconselhamento psicológico que ajuda as famílias a resolverem conflitos e terem  uma comunicação mais eficaz. Deste modo análise do comportamento aplicada é um método  de ensino que ajuda crianças com TEA e TDO a aprenderem habilidades sociais  importantes, incentivando o comportamento positivo.  
A  terapia de grupo é um tipo de psicoterapia na qual o terapeuta trabalha com  clientes em grupo, em vez de sessões individuais, melhorando o convívio social  destes pacientes. Vale ressaltar que nem todo comportamento opositor e  desafiador é um transtorno, e algumas vezes os pais necessitam de ajuda para  estabelecer limites. Embora representem uma figura de autoridade para os  filhos, não significa que deverá desempenhar somente funções punitivas. Por  isso, é importante estabelecer regras firmes e claras, mas flexíveis para  permitir experimentação e escolha, respeito e acolhimento para ouvir as  demandas da criança, e liberdade que permita o processo de crescimento e  construção de individualidade.           
4  PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS  
Para a  elaboração desta pesquisa, usou-se  metodologia qualitativa, método este que  permite ao pesquisador observar, registrar, analisar e correlacionar fatos ou  fenômenos a partir do significado que os entrevistados dão às suas ações. Sendo  assim, essa metodologia permite interpretar as opiniões e informações que serão  alcançadas através dos entrevistados, obtendo uma melhor classificação e análise  dos dados coletados.   
Conhecer  as diversas situações e relações que ocorrem na vida social, política,  econômica e demais aspectos do comportamento humano, tanto individualmente como  em grupo e/ou de comunidades mais complexas (CERVO; BERVIAN; SILVA. 2007 p.  61).  
Cervo,  Bervian e Silva (2007) afirmam que esse tipo de metodologia pode assumir  diversas formas, entre as quais se destacam os estudos descritivos: pesquisa de  opinião, pesquisa de motivação, estudo de caso e pesquisa documental.  Nesse aspecto, a forma do presente trabalho  se caracteriza por um estudo de caso, segundo Gil (2002, p. 54) se trata de uma  modalidade de pesquisa amplamente utilizada nas ciências biomédicas e sociais,  sendo selecionada por se tratar de um delineamento mais adequado, pois o TDO é  um fenômeno contemporâneo e pouco conhecido. 
A  pesquisa utilizada é   entrevista semiestruturada, seguida por um  roteiro, contendo questões abertas norteadoras, que abordam as problemáticas em  relação ao comportamento da criança. O diagnóstico e as relações sociais, foram  perguntas feitas para a equipe pedagógica buscaram entender como a escola  procede diante das crises do aluno, como é o relacionamento da família com a  escola. Buscou se também, o que é feito para auxiliar professores e monitores  de apoio a conduzir os trabalhos com essa criança.  Para a família a entrevista focou em torno da  vida da criança, seu comportamento com os irmãos, tratamento, acompanhamento  médico e como a escola colabora para o desenvolvimento e bom relacionamento da  família.
 Esta técnica proporciona maior liberdade nas  respostas e sofre menos influência por parte do pesquisador. No entanto, como  em todas as técnicas de pesquisa, nos deparamos com desvantagens durante o  processo, seja pela dificuldade encontrada para conseguir contato com a família  do aluno, pela indisponibilidade de alguns profissionais em conceder a  entrevista e mesmo a dificuldade em acompanhar a criança no ambiente escolar. 
 Após a definição de todos teóricos e matérias  a serem usados para o desenvolvimento do referencial teórico, passamos para a  revisão dos mesmos, e assim foi desenvolvida a pesquisa, a mesma será  estruturada em etapas, sendo; levantamento bibliográfico sobre a temática,  inserção no campo de pesquisa para aplicação dos instrumentos de coleta de  dados, construção da monografia, considerando os dados coletados em articulação  com o referencial teórico e o olhar do pesquisador.                         
 5 ANÁLISE DE DADOS  
Para a  realização deste estudo de caso foi essencial à realização de entrevistas com o  corpo docente, grupo pedagógico a criança e sua família. Para conseguir falar  com a família foram encontrados diversos obstáculos, apesar do supervisor da  escola se prontificar em mediar este contato não foi possível contatar a  família através dos telefones deixados na escola, após algum tempo em conversa  com a criança a mesma nos passou seu endereço para que fossemos pessoalmente em  sua residência falar com sua mãe.  
A  criança reside em uma comunidade carente, sua casa é a última de um beco  apertado por onde não se passa duas pessoas lado a lado, a casa é bem pequena e  se estrutura em três cômodos pequenos, ali residem oito pessoas sendo os pais,  a criança e mais cinco irmãos, o aluno foco desta pesquisa é o mais novo com oito  anos no momento e os demais irmãos variam entre onze e vinte e quatro anos, é  possível perceber no ambiente a cumplicidade e afeto entre a mãe e os filhos, a  tentativa de se protegerem é mutua mesmo a criança com o TDO. A mãe, apesar de  doente, a todo instante demonstrando cansaço e esgotamento, com sua bombinha de  remédio para asma prontamente recebeu as pesquisadoras e conversou abertamente  sem esconder a esperança de que esta pesquisa possa auxiliar futuramente no  relacionamento entre seu filho e a escola. 
No  inicio da entrevista é possível perceber a desconfiança dos filhos mais velhos  que a todo o momento passavam e às vezes paravam para ouvir o que estava sendo  dito, esta situação apenas parou quando a mãe pediu a filha do meio que fosse  brincar na rua com a criança e depois explicou aos demais o que estava  acontecendo. Foi solicitada à mãe que discorresse um pouco sobre o  comportamento do filho nos primeiros anos de vida, a mesma começou relatando  que o filho desde bebê chorava muito, mas de inicio ela não pensou que pudesse  ser algo relevante, no entanto, por motivo de força maior foi preciso passar a  noite com a criança no hospital, pois o mesmo não parava de chorar, segundo a  genitora“ ele chorou por quase doze horas seguidas sem parar, foi feito diversos  exames e nada foi diagnosticado de anormal”.   Durante a conversa a mãe desabafa que não entendia por que seu filho  mais novo chorava mais que seus irmãos e quando contrariado em suas vontades o  mesmo ficava extremamente irritado precisando ser contido, pois batia a cabeça  na  parede ou no chão, e com isso acabava  por se machucar, a mãe relata ainda que de todos os seus filhos o que mais lhe  dá trabalho é o mais novo. Apesar deste comportamento ser desconfortante, a mãe  não havia desconfiado que pudesse se tratar de um transtorno, pensava e ouvia  de muitas pessoas que esse comportamento era birra, que era uma criança mimada  por ser o filho caçula.   
[...]  eu não sabia que meu filho tinha algum problema, ele até me pedia para  colocá-lo na escolinha perto de casa, mesmo com muita dificuldade eu coloquei  ele. E foi aí que os problemas aumentaram, não demorou muito tempo a escola me  chamou, porque meu filho estava jogando todas as mesas e cadeiras no chão e  para o alto, aí que elas, as professoras me falaram que eu tinha que levar ele  no psicólogo[...] (MÃE, 2018).  
É  possível perceber com a fala da mãe o quanto a mesma se sente culpada pelo mau  comportamento do filho, mas ao mesmo tempo argumenta não saber ao certo o que a  criança tem, visto que a médica responsável pelo diagnóstico apenas a informou  que a criança tem TDAH grau dois e Rejeição ao Não. Essa fala da profissional  da saúde, fez com que a família se sentisse desnorteada diante desta diagnose,  pois não sabem na verdade quais são os reais traços da doença. Diante disto, a  mãe por desconhecer a fundo os sinais apresentados por uma pessoa com TDO acaba  por se sentir responsável por esses comportamentos e ainda sofre com acusações  de pessoas da própria família, a progenitora diz;  
[...]  eu costumo achar que a culpa dele ser tão difícil é minha, até minha cunhada  que mora na casa aqui em frente a minha fala que eu tenho que ser mais brava  com ele, bater nele sempre que ele aprontar alguma coisa, mas eu não consigo, o  pai dele que é mais bravo, então eu chamo a atenção e coloco de castigo mas não  gosto de bater, talvez eu deveria mesmo bater nele mas fico com dó, ele é meu  filho e eu brigo ai ele resmunga mas acaba me obedecendo, a escola já até falou  com o pai dele que eu não sou presente na escola porque não tenho interesse em  ajudar ele, isso não é verdade, eu tenho dificuldade de ficar indo na escola  por causa da saúde, a escola é longe e é muito difícil pra mim andar até lá,  mas eu queria muito ajudar ele[...] (MÃE, 2018).  
Este  sentimento da mães se deve ao fato da pouca divulgação do TDO, o que contribui  para o não entendimento do comportamento das pessoas com o transtorno, a  família tende a se sentir responsável pelo comportamento atípico dessas  crianças. Mattos, Schimitz, Serra-pinheiro et al.(2004) Relatam o sentimento de  impotência por parte das mães de crianças com sintomas elevados de TDO. Afirmam  ainda que essa disfunção familiar desperta um sentimento de incompetência no  insucesso quanto ao manejo do mau comportamento praticado pela criança, o que  não acontecia na interação entre as mães de  adolescentes com TDH ou TDAH. Para Mattos, Schimitz, Serra-pinheiro et  al.(2004)   
Há  uma clara relação entre TDO e sofrimento e mau funcionamento familiar.  Infelizmente, devido à natureza transversal da maioria desses estudos, é  difícil dirimir a direção da associação entre desagregação familiar e TDO  (MATTOS; SCHIMITZ; SERRA-PINHEIRO et al., 2004).  
Sendo  perceptível a relação do TDO com sofrimento causado pelo mau funcionamento  familiar. As informações fornecidas pela genitora reforça o esforço de uma  educação continuada, a qual possibilite o professor ampliar seu conhecimento de  modo que seja possível trabalhar com seus alunos de forma heterogênea,  respeitando e valorizando as especificidades dos discentes. 
Do  mesmo modo, a família espera da escola possíveis respostas para as adversidades  que se deparam com seus filhos, porquanto é percebido que a maioria dos pais  não têm instrução e não consegue identificar algo de diferente com suas crianças,  seja por falta de instrução, seja por não querer encarar a sociedade e assumir  que seu filho tenha algum tipo de deficiência, seja esta cognitiva, física ou  intelectual.  
Outro  relato da mãe é sobre o tempo que foi preciso para receber o primeiro diagnostico,  a apenas dois anos a família obteve conhecimento do mesmo, e ainda hoje, se  pergunta o que é este transtorno que a criança tem. Segundo a mãe;  
[...]  deixei o pedido dele para o neurologista no posto em agosto do ano passado, tem  quase um ano, e mesmo o encaminhamento tendo sido feito pelo conselho tutelar  até hoje não consegui marcar, meu marido vai lá na secretaria de saúde ver se  ainda vai demorar, ai não marcam a consulta dele e a escola fala que eu que não  tenho interesse, mas no posto tudo demora, não depende de mim [...]. (MÃE,  2018).  
A  participação da família na vida escolar de seus filhos é muito importante para  o progresso do aluno, seja com ou sem deficiência. A trajetória escolar é longa  e cheia de obstáculos e a escola sozinha é incapaz de fazer progressos  relevantes na vida dos discentes, assim a participação da família é um fator  relevante para o processo de ensino-aprendizado. Por mais que a família não  compreenda as necessidades educacionais dos filhos, a participação na vida escolar  destes alunos se mostra eficaz para o desenvolvimento intelectual e social  destas crianças. 
Para  que fosse melhor compreendida essa relação comportamental da criança com o meio  a sua volta, as pesquisadoras se atem as informações prestadas  pela comunidade escolar, às entrevistas  prosseguem na escola, onde o primeiro a ser entrevistado é o monitor de apoio  da criança. Já no inicio ele relata sua dificuldade em trabalhar com um aluno  de inclusão, não apenas por ser o primeiro trabalho na área escolar, mas por se  tratar de um transtorno ao qual ele não conhecia e nem sequer tinha ouvido  falar, diante deste obstáculo, ele se sentiu impulsionado a buscar e pesquisar  para melhor entender e assim ter algum retorno positivo com seu aluno.  Questionado sobre o apoio recebido pela escola, o mesmo se mostra firme ao  dizer que não tem encontrado um apoio eficaz por parte do estabelecimento, mas  afirma também que isto não se deve pela falta de interesse em ajudar e sim  porque a escola não tem suporte e nem apoio governamental para desenvolver um  trabalho de inclusão de qualidade, “... a escola está tão perdida quanto eu”.  (MONITOR, 2018). 
Diferente  do monitor que desconhecia o TDO, a atual professora da criança já se encontra  familiarizada com o transtorno, a mesma relata que seu enteado é diagnosticado  com a mesma doença, porém, diferentemente do que acontece com a família da  criança em questão, a mesma juntamente com o restante de sua família receberam  informações mais completas a respeito do transtorno, esse fato de já estar  informada sobre os sintomas e comportamentos de pessoas com o TDO auxiliou no  momento de convívio com o aluno, minimizando possíveis problemas que surgem no  cotidiano.     
Não  que seja fácil, um aluno com esse problema não pode receber um não que logo  fica irritado, mas trabalho fazendo combinados e o aluno respeita os  combinados. Acho que é porque não é uma ordem direta e ele participa dos  combinados e não encara como ordem dada por mim (PROFESSORA, 2018).  
A  respeito do cumprimento das normas e regras por parte da criança o monitor  conta da dificuldade do aluno em atender seus comandos, por esse motivo ele teve  que mudar sua estratégia ao se dirigir a criança, algo que possibilitou uma  aproximação entre eles.   
Os  outros monitores davam ordens para ele, o que não dava muito certo, depois que  eu li uns livros que minha colega me emprestou vi que estava fazendo tudo  errado. Tive que mudar a minha postura e ao invés de dar ordens a ele eu  procuro conversar mais, e fazê-lo entender que eu quero ajudar e assim, eu consigo  um pouco da atenção dele (MONITOR, 2018).  
Sobre  o mesmo tema, o supervisor argumenta ainda não ter havido tempo suficiente para  saber qual será sua reação diante de uma das crises de resistência por parte do  aluno, visto que passou a ser responsável pela turma desta criança neste ano, e  em decorrência das diversas paralisações, greve dos caminhoneiros e faltas do  aluno não permitiram esta aproximação. “Eu mesmo nunca tive problema do aluno  bater de frente comigo, mesmo porque eu nunca dei uma ordem direta a ele ...”  (SUPERVISOR, 2018).
 A fala da mãe reforça a hipótese de que a  convivência com esta criança se torna mais fácil se for conversando com jeito e  propondo para ele combinados e não dando ordens,  Aqui em casa às vezes ele fica nervoso,  briga, grita, chora, mas quando percebo que ele já acordou agitado deixo ele no  canto, não fico muito em cima dele pra que ele se acalme, às vezes pergunto o  porquê ele esta nervoso e nem sempre ele sabe responder, mas quando vejo que  preciso mandar ele ficar em casa, procuro falar sem um tom de quem manda mas  deixando claro que ele precisa se acalmar, ele grita e chora nestes momentos  mas acaba obedecendo, porque ele já sabe que é preciso obedecer ou no poderá  sair para brincar (MÂE, 2018).  
Após  ouvir todos os relatos, é mesmo difícil que não se considere ouvir a parte mais  importante desta pesquisa, a criança com transtorno desafiador opositor. Já no  inicio da conversa a criança se mostra nervosa e agitada, relata estar “bravo”  porque seu monitor juntamente com outra monitora e um coleguinha fariam  papagaios e depois iria soltar nas quadras abertas, porém o planejamento não  deu certo o que desestabilizou a criança, devido à falta do colega e a pessoa  responsável pelo local onde iriam fabricar o brinquedo este combinado precisou  ser remarcado,  Ele tem que cumprir a palavra  dele, ele combinou comigo e não cumpriu, se fosse eu já estava todo mundo  brigando comigo, eu não gosto dele, ele é mentiroso, eu trouxe minha linha  atoa, eu vou sair desta escola, depois eu vou lá pra quadra e vou fazer meu  papagaio sozinho, a muie não veio abrir lá a negoça pra fazer meu papagaio mas  à culpa é do (monitor) foi ele que combinou comigo [SIC] (CRIANÇA, 2018).  
Diante  destes relatos é importante perceber que, quando a criança se sente incluída  nas tomadas de decisões ele busca meios para tentar cumprir estes combinados,  mas da mesma forma exige que aquilo que foi combinado com ele seja cumprido.  Diante dos relatos ao longo desse estudo considera-se que todas as  contribuições foram pertinentes e enriquecedoras no desenvolvimento da presente  pesquisa, os fatos fomentados pela equipe escolar e familiares da criança foram  bastante expressivos. Para tanto, o objetivo esperado era aprofundar ainda mais  buscando entender a perspectiva passada pelo próprio aluno com o transtorno desafiador  opositor. Sendo perceptível que a sociedade o vê como “problemático”,  “difícil”, que necessita de tratamento especifico e remédios para que sua  presença seja aceitável no cotidiano social e escolar. Sendo assim houve a  necessidade de preencher as lacunas abertas durante os relatos adquiridos.  
O foco  a partir desse instante foi enxergar o TDO pela visão da criança, buscando  compreender seus sentimentos, temores, avanços e fracassos. Levando em  consideração que o TDO causa prejuízos à vida social do ser e quanto mais  tardio diagnosticar, mais percas a criança terá. Durante a entrevista com o  discente, na abordagem afetiva, foi observado que o próprio não se considera  amado pela família, mas o lugar em que ele mais se sente feliz é em sua casa,  mas ao mesmo tempo no mesmo local a criança tem uma explosão de sentimentos e  não consegue defini-los:  O lugar que eu  me sinto bem é na minha casa, mais eu não gosto de ficar muito tempo lá. (...)  Eu não tenho amigo! Eu não gosto de ter amigos! Todos os meus amigos são tudo  grande! (...) Eu gosto de andar a cavalo, - Meu cavalo morreu, eu batia nele  pra ele ir reto e andar rápido, Eu gosto de bicicleta. (CRIANÇA, 2018).  
 São muitos sentimentos descritos ao mesmo  tempo, é notório que a fala do mesmo é confusa, mas distingue o que lhe faz bem  do que não faz. Entrar no universo deste é apenas um pequeno passo buscando  compreende-lo de forma sensata, para que assim seja possível minimizar os danos  que ele possa ter perante a sociedade. Durante relatos anteriores não constam  os esforços de melhora da criança, até que ele nos relata: “Tem hora que eu não  quero ficar bravo, mas eu não consigo”. Deve se levar em consideração que  pessoas com TDO têm sentimentos igual a qualquer um, mas é preciso que a mesma  seja vista como os demais, necessitando de carinho e cuidados, tendo a  necessidade de um atendimento especializado que possa de fato incluí-la no  ambiente escolar, familiar e social.   
  6 CONSIDERAÇÕES FINAIS  
É  importante tornar público esses desafios, relevantes na compreensão da  problemática que surgiu a partir deste assunto, de modo a elucidar as  características do Transtorno Desafiador Opositor de um aluno que carrega a  estigma de “mal educado”. O que se observa é uma dificuldade em encarar suas  especificidades. Diante de tal perspectiva surge o interesse em realizar a  presente pesquisa, partindo dos pressupostos encontrados na atual conjectura, e  por acreditar que as investigações nunca se findam, a busca é constante por  respostas que supram o presente, no entanto, no futuro ela se renova em novas  perguntas.  Partindo deste entendimento é  percebido que a informação abre caminhos para a inclusão, quando se reconhece a  adversidade experimentada pela pessoa com TDO torna-se possível compreender  suas atitudes e respeitar suas limitações, este pode vir a ser o primeiro passo  para que essa criança se sinta pertencente ao ambiente escolar. Assim, não é  possível que diante de uma criança gritando e se debatendo no chão, se tenha o  mesmo olhar superficial de tempos atrás. Na atualidade é possível interpretar  esta situação de forma diferente, sabe-se que este comportamento pode proceder  por diversas vertentes, podendo ser desde uma birra a uma doença/transtorno.  Sendo assim, não compete um julgamento, mas sim um olhar dinâmico e uma atitude  de respeito perante tal episódio.         
 REFERÊNCIAS  
BARBOSA.  A história da psicopedagogia contou também com Visca. In: Psicopedagogia e  Aprendizagem. Coletânea de reflexões. Curitiba, 2001.  
BONET,  Trinidad; SORIANO, Yolanda; SOLANO, Cristina. Aprendendo com crianças  hiperativas: um desafio educativo. São Paulo: Cengage Learning, 2008, p.  90.   
BRASIL.Constituição  da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. Disponível  em: www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/CON1988_05.10.1988/ind.asp.   
______.Lei  nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Diretrizes e bases da educação nacional  Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/.
________..Lei  nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Estatuto da Criança e do Adolescente.  Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l8069.htm.
_________.  Lei nº 13.146, de 6 DE julho de 2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com  Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência)- LBI. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil
_______.  Ministério da Educação. Governo Federal. Base Nacional Curricular Comum.  Disponível em: basenacionalcomum.mec.gov.br/documentos/BNCC-APRESENTACAO.pdf.   
________.  Plano Nacional de Educação - PNE/Ministério da Educação. Brasília, DF: INEP,  2001.  
________.  Resolução Nº 4: Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional  Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. Ministério da  Educação. Brasília, 2009.  
_______.  Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação  Nacional. (LDB). 5º ed. – Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação Edições  Câmara, 2010.    
  ________. Política Nacional de Educação  Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Disponível em:  portal.mec.gov.br/index.phpoption=com_docman&view=download&alias=16 690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva05122014&Itemid=30192 
BRITES,  Clay. TOD transtorno opositivo – Desafiador da teoria a prática. Livro  eletrônico 2016.  
CERVO,  Amado Luiz / Silva, Roberto da / Bervian, Pedro A. Metodologia Científica - 6ª  Ed. 2007.  
DECLARAÇÃO  DE SALAMANCA: Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades  Educativas Especiais, 1994, Salamanca-Espanha.  
DEPARTAMENTO  DE INFORMÁTICA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – DATASUS. 10ª Revisão da  Classificação internacional de Doenças. Disponível em: cid10.bancodesaude.com.br/cid-10-f/f913/disturbiodesafiador
DROUET,  Ruth Caribe da Rocha. Distúrbio de Aprendizagem. São Paulo, Editora Ática,  2001, p.7.  
GIL,  Antônio Carlos. COMO CLASSIFICAR AS PESQUISAS. In:______. Como elaborar Projetos  de Pesquisa. São Paulo: Atlas, 2009, 5. Ed. cap. 4, p. 25 -28.  
Gil,  Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas,  2002 p. 54.  
GOMES,  et al. Dificuldade de aprendizagem na alfabetização. 2 ed. Belo Horizonte:  Autêntica, 2002, p.108.  
GUENTHER,  Zenita Cunha. Educando o ser humano: uma abordagem da psicologia Humanista/  campinas, SP:  Mercado Letras, 1997, p.  218.  
LIMA,  Priscila Augusta; VIEIRA, Therezinha. Educação inclusiva e igualdade social.  São Paulo : Avercamp, 2006.     
MANTOAN,  Maria Tereza Eglér (org.). O desafio das diferenças nas escolas. 4. ed.  Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.   
NUNES,  Kátia. Educação inclusiva – Um pouco de História (2013). Disponível em: www.rioeduca.net/blog.
OLIVEIRA,  Maria Marly de. Pressupostos básicos da pesquisa qualitativa. In: ______. Como  fazer pesquisa qualitativa. Petrópolis, RJ: Vozes, 2016, 7. ed. cap. 1, p. 25 –  39.  
PIAGET,  Jean. Epistemologia Genética. Tradução: Álvaro Cabral. 3ª ed. Martins Fontes:  São Paulo, 2007, p.50.   
RIZO.  Luciana, Revista VivaSaúde/ Edição 150.Disponível em: www.flogao.com.br/estacaodasflores
SERRA-PINHEIRO,  Maria Antônia; SCHIMITZ, Marcelo; MATTOS, Paulo et al. Transtorno desafiador de  oposição: uma revisão de correlatos neurobiológicos e ambientais, comorbidades,  tratamento e prognóstico. Revista Brasileira de Psiquiatria, v.26, n.4, p.  273-276. Dez. 2004.  
VYGOTSKY,  L.S. Pensamento e linguagem. Tradução Jéferson Luiz Camargo; revisão técnica  José Cipolla Neto. São Paulo: Martins Fontes, 1993.  
VYGOTSKY.  A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: 3. Martins Fontes, 1993,  p.58.