Revista: CCCSS Contribuciones a las Ciencias Sociales
ISSN: 1988-7833


PERCEPÇÃO DE MÉDICOS VETERINÁRIOS SOBRE SUA ATUAÇÃO COMO AGENTE DE SAÚDE PÚBLICA

Autores e infomación del artículo

Andressa Erminia Uliana do Amaral *

Marina Patrício de Arruda**

Bruna Fernanda da Silva***

Universidade do Planalto Catarinense – UNIPLAC, Brasil

andressavett@gmail.com


Resumo
O médico veterinário, em conjunto com outros profissionais, torna-se um dos principais colaboradores em Saúde Pública, por dispor de uma ampla formação e conhecimento em diferentes áreas de atuação. Na saúde pública, o profissional está envolvido no controle da transmissão de zoonoses, na inspeção e segurança dos alimentos de origem animal e em todo ciclo da cadeia produtiva. Contudo, há dúvidas se o médico veterinário compreende a relevância do seu papel na atuação em saúde pública e de que maneira a sociedade é informada sobre as zoonoses. Portanto, este estudo qualitativo teve por objetivo investigar a percepção do médico veterinário sobre suas áreas de atuação em saúde pública, relatar as ações de saúde pública praticadas por este profissional em seu contexto de trabalho e sua responsabilidade de transmitir informações sobre zoonoses para a população. Para isso, foram entrevistados 20 médicos veterinários que atuam na área de clínica animal em Lages-SC. A partir da análise de conteúdo das entrevistas, foi possível observar que o profissional compreende sua participação na saúde pública e reconhece suas responsabilidades em transmitir informações sobre zoonoses a comunidade. Verificou-se importantes lacunas relacionadas a disciplina de saúde pública durante a graduação, que permanecem após a formação do médico veterinário, e podem influenciar os profissionais na opção do campo de trabalho. A apresentação tardia da disciplina e a baixa carga horaria, aliadas a falta de estímulo, conduzem a restrita quantidade de profissionais que se direcionam a área. É evidente que todos os campos de atuação do curso de Medicina Veterinária dispõem de igual importância, porém, é essencial um equilíbrio entre eles, uma vez que a dominância de uma área sobre as demais, pode se tornar desfavorável para o profissional, que tem como um dos objetivos da profissão, manter o bem estar dos seres humanos por intermédio dos cuidados com a saúde dos animais.

Palavras-chave: Médico Veterinário. Saúde Pública. Zoonoses. Educação. Formação Profissional.

Abstract
The veterinarian, together with other professionals, becomes one of the main collaborators in Public Health, having a wide training and knowledge in different areas of practice. In public health, the professional is involved in controlling the transmission of zoonoses, in the inspection and safety of food of animal origin and in every cycle of the production chain. However, there is doubt whether the veterinarian understands the relevance of his role in public health work and how society is informed about zoonoses. The objective of this qualitative study was to investigate the veterinarian's perception about his/her public health activities, to report on the public health actions practiced by this professional in his work context and his responsibility to transmit information about zoonoses to the population. For this, 20 veterinarians working in the area of animal clinics in Lages-SC were interviewed. From the content analysis of the interviews, it was possible to observe that the professional understands his participation in public health and recognizes his responsibilities in transmitting information about zoonoses to the community. There have been important gaps related to public health discipline during graduation, which remain after the veterinarian's training, and can influence the professionals in the choice of the field of work. The late presentation of the discipline and the low workload, together with the lack of stimulation, lead the restricted number of professionals that go to the area. It is evident that all the fields of action of the Veterinary Medicine course have the same importance, however, a balance between them is essential, since the dominance of one area over the others, can become unfavorable for the professional, who has as one of the aims of the profession, to maintain the well-being of human beings through animal health care.

Keywords: Veterinarian. Public health. Zoonoses. Education. Professional qualification.

Resumen

El médico veterinario, en conjunto con otros profesionales, se convierte en uno de los principales colaboradores en Salud Pública, por disponer de una amplia formación y conocimiento en diferentes áreas de actuación. En la salud pública, el profesional está involucrado en el control de la transmisión de zoonosis, en la inspección y seguridad de los alimentos de origen animal y en todo ciclo de la cadena productiva. Sin embargo, hay dudas si el médico veterinario comprende la relevancia de su papel en la actuación en salud pública y de qué manera la sociedad es informada sobre las zoonosis. Por lo tanto, este estudio cualitativo tuvo por objetivo investigar la percepción del médico veterinario sobre sus áreas de actuación en salud pública, relatar las acciones de salud pública practicadas por este profesional en su contexto de trabajo y su responsabilidad de transmitir informaciones sobre zoonosis para la población. Para ello, fueron entrevistados 20 médicos veterinarios que actúan en el área de clínica animal en Lages-SC. A partir del análisis de contenido de las entrevistas, fue posible observar que el profesional comprende su participación en la salud pública y reconoce sus responsabilidades en transmitir informaciones sobre zoonosis a la comunidad. Se verificaron importantes lagunas relacionadas con la disciplina de salud pública durante la graduación, que permanecen después de la formación del médico veterinario, y pueden influenciar a los profesionales en la opción del campo de trabajo. La presentación tardía de la disciplina y la baja carga horaria, aliadas a la falta de estímulo, conduce a la limitada cantidad de profesionales que se dirigen al área. Es evidente que todos los campos de actuación del curso de Medicina Veterinaria disponen de igual importancia, pero es esencial un equilibrio entre ellos, una vez que la dominación de un área sobre las demás, puede tornarse desfavorable para el profesional, que tiene como uno de los objetivos de la profesión, mantener el bienestar de los seres humanos a través del cuidado de la salud de los animales.

Palabras clave: Veterinario. Salud pública. Zoonosis. Educación. Cualificación professional

Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Andressa Erminia Uliana do Amaral, Marina Patrício de Arruda y Bruna Fernanda da Silva (2019): “Percepção de médicos veterinários sobre sua atuação como agente de saúde pública”, Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales, (octubre 2019). En línea:
https://www.eumed.net/rev/cccss/2019/10/percepcao-medicos-veterinarios.html
http://hdl.handle.net/20.500.11763/cccss1910percepcao-medicos-veterinarios


Introdução

          Nos últimos anos, muitos fatores, principalmente a preocupação com as doenças infecciosas emergentes, contribuíram para uma observação crescente da interdependência da saúde humana, animal e dos ecossistemas em todo o mundo (CONRAD et al., 2009). Estima-se que 75% das doenças humanas emergentes ou reemergentes do último século são zoonoses, ou seja, doenças de origem animal naturalmente transmissíveis entre os animais e o homem, que representa importante ameaça à saúde e ao bem-estar das populações e afetam a economia de países (ZANELLA, 2016).
Neste sentido, a medicina veterinária desempenha papel fundamental na saúde pública, pois o profissional contribui nas demais áreas da saúde em diversas perspectivas, entre elas a responsabilidade em garantir a segurança dos alimentos de origem animal que chega à mesa do consumidor e no controle e erradicação de zoonoses, garantindo assim a promoção saúde humana, bem-estar animal e preservação do meio ambiente (ORTEGA et al., 2005; CARTIN-ROJAS, 2014; CFMV, 2017).
Fatores importantes como este, levaram países a estabelecer políticas com o objetivo de aumentar o número de médicos veterinários para atuar nas áreas de higiene alimentar e saúde pública, entretanto, não há um número expressivo de profissionais atuantes nessa área (CARTIN-ROJAS, 2014). Tal fato pode ser atribuído à própria composição da grade curricular dos cursos de medicina veterinária, que prioriza a formação na área de Clínica Veterinária e não considera de forma adequada a área de atuação em Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Pública, sendo que esses conteúdos deveriam ser abordados de forma equilibrada ao longo do curso, possibilitando a formação de profissionais com habilidade para trabalhar de forma interdisciplinar a fim proteger e promover a saúde das populações (CARTIN-ROJAS, 2014; PFUETZENREITER; ZYLBERSZTAJN, 2004; PFUETZENREITER; WANZUITA, 2007; CRUZ et al., 2016).  
Embora a imagem do médico veterinário esteja ligada a atuação em clínicas e consultórios voltados ao atendimento de animais de companhia e produção, o profissional deve estar ciente do seu papel para a saúde pública e sua importância para a saúde humana, pois tem continuamente o dever e a responsabilidade de proteger a saúde bem-estar das pessoas, em cada decisão e ação executada (PAPPAIOANOU, 2016). Portanto, tendo em vista a relevância do profissional médico veterinário para a saúde pública, verificou-se a necessidade de avaliar a percepção destes profissionais sobre sua atuação como agente de saúde pública e responsabilidade em transmitir informações sobre zoonoses para a população em um município da região Sul do Brasil.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo qualitativo que avaliou por meio de entrevistas, a percepção de médicos veterinários em relação a sua atuação em saúde pública e responsabilidades em transmitir informações sobre zoonoses. A pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, valores e atitudes que equivalem a um universo mais aprofundado das relações e fenômenos, e sua abordagem aprofunda-se no mundo das interpretações de ações e relações humanas, um lado não perceptível pela quantificação (MINAYO, 2014).
A seleção dos profissionais efetuou-se pelo método snow ball (bola-de-neve), método de amostragem do tipo não-probabilístico, indicado geralmente para uma população especializada e de pequeno número de integrantes (BERNARD, 2005). Desta forma, o primeiro participante indicou um novo participante, que por sua vez indicou novos participantes para a continuidade das entrevistas e assim sucessivamente. Assim que alcançado o objetivo proposto, chegou-se ao “ponto de saturação”, atingido quando os novos entrevistados passam a repetir os conteúdos já obtidos em entrevistas anteriores, sem acrescentar novas informações relevantes à pesquisa (FONTANELLA; RICAS; TURATO, 2008).
Foram incluídos no estudo, médicos veterinários, de ambos os sexos, que atuavam há no mínimo um ano com clínica de animais, devidamente registrados no CRMV/NN e que aceitaram participar do estudo após assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
A técnica utilizada foi entrevista semiestruturada, com intervenções quando necessário, a fim de enriquecer e fixar a ideia central do estudo. Inicialmente foram coletados dados como ano de formação, universidade de graduação e grau de especialização. Posteriormente foram feitas perguntas que seguiram um roteiro composto pelas seguintes perguntas: “Você acredita que a saúde pública veterinária faz parte do seu dia-dia? Como você entende isso no seu contexto de trabalho?”; “Você saberia dizer quais são as áreas de atuação do médico veterinário na saúde pública?”; “Como foi sua formação em relação a saúde pública?”; “Desde o início da sua carreira, você atua na área clínica? O que lhe motivou a trabalhar nessa área?”; “No seu ponto de vista, quem são os responsáveis ou a quem cabe o papel de dar informações à comunidade sobre zoonoses?”; “Em 2008, o Ministério da Saúde criou o NASF, que é o Núcleo de Apoio a Saúde da Família. Você já ouviu falar desse programa? Se sim, acredita que o Médico Veterinário faça parte dele?”.
As entrevistas foram realizadas entre os meses de maio a novembro de 2017, nos locais de trabalho dos participantes, tais como, clínica veterinária, consultório veterinário, hospital veterinário e no caso dos profissionais autônomos, no local de atendimento pelo profissional, e em diferentes horários, conforme a disponibilidade de cada um. O tempo de duração das interlocuções variou com um mínimo de cinco e máximo de 30 minutos. As entrevistas foram gravadas em arquivo de áudio digital e transcritas em editor de texto Microsoft Word®.
Foi realizada análise de conteúdo dos dados (BARDIN, 2011) utilizando Software AtlasTi® versão 8.0. Os depoimentos foram transcritos na íntegra, incluindo situações como pausas e hesitações nas notas de campo, para valorizar desta forma cada particularidade do discurso. Os conteúdos de cada entrevista foram analisados parágrafo a parágrafo e reunidos de maneira que representassem a mesma ideia, para criar então os códigos. Com os códigos dos depoimentos organizados, surgiram as categorias, que foram classificadas de maneira que pudessem ser analisadas. Após a categorização, realizou-se uma nova leitura, para confirmar a precisão das informações e então, iniciar a descrição dos resultados obtidos com as devidas referencias teóricas.
A identificação dos participantes se deu por códigos com a abreviação de entrevistado “E”, pela ordem das entrevistas e codificação dos conteúdos.
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Planalto Catarinsense (CAAE 65940117.0.0000.536).

Resultados e discussão
Da análise dos dados emergiram quatro categorias relacionadas à percepção do profissional médico veterinário sobre sua atuação em saúde pública: Atuação do médico veterinário em saúde pública; Médico veterinário no Núcleo de Apoio a Saúde da Família – NASF; Zoonoses e a saúde das populações; Formação profissional em saúde pública.

Atuação do médico veterinário em saúde pública
Com uma formação humanista, generalista e crítica, o Médico Veterinário deve estar apto a compreender as necessidades da comunidade, com relação às atividades peculiares ao exercício profissional, no âmbito de seus campos específicos de atuação (BRASIL, 2003).
De acordo com WHO (2002), as principais atribuições do Médico Veterinário na Saúde  Pública são: a) Inspeção de alimentos e vigilância sanitária  b) Diagnóstico, controle e vigilância em zoonoses; c) Troca de informações entre a pesquisa médica veterinária e a humana; d) Estudo sobre substâncias tóxicas e venenos provenientes dos animais peçonhentos; e) Atuação em indústrias de produção de alimentos de origem animal, incluindo o destino adequado de dejetos; f) Supervisão na produção animal; g) Consulta técnica sobre assuntos de Saúde Humana relativos aos animais, entre outras.
Durante as interlocuções, foi possível observar o conhecimento dos médicos veterinários sobre possibilidades de atuação em saúde pública:

A principal área de atuação seria no serviço de inspeção. É porque o médico veterinário ele tem esse papel fundamental dentro dos abatedouros, dentro dos frigoríficos, dentro do Ministério da Agricultura na parte tanto de fiscalização, quanto do manejo propriamente dito dos animais que vão ser abatidos. [...] outra coisa também é em relação a parte de alimentação. Muitas vezes as pessoas têm em suas residências alimentos de origem animal, que foram fiscalizadas lá no comecinho por médicos veterinários. (E1)

[...] zoonoses, alimentação, na parte de reprodução [...] pescado, a vigilância [...]. (E18)

Na parte de segurança de alimentos [...] na parte de microbiologia tem bastante. Fora a saúde pública normal, a epidemiologia também. [...] parasito, fabricação de vacina. (E21)

          A inspeção de alimentos se concretiza na saúde pública e junto às zoonoses, foram as áreas mais lembradas pelos profissionais, mencionadas de maneira praticamente unanime. Com o propósito de garantir que os produtos de origem animal cheguem inócuos ao consumidor final, é indispensável à inspeção e o controle de qualidade dos alimentos, responsabilidade que compete aos médicos veterinários de indústrias, bem como, dos serviços de inspeção municipal, estadual e federal (SANTOS  et al., 2016).
O crescimento da população humana é proporcional às preocupações com a segurança alimentar, com as mudanças climáticas, com o combate à resistência microbiana aos antibióticos e com a conservação da vida selvagem. O modelo Saúde Única pode contribuir às mudanças ao romper as barreiras entre especialidades, setores e indivíduos, e estimular a inovação e conhecimentos necessários para enfrentar os sérios desafios da saúde animal e humana e para a integridade dos ecossistemas (GIBBS, 2014).
Quatro profissionais afirmam que a saúde pública está incorporada, mesmo que indiretamente, dentro da clínica veterinária e em outros locais de atuação veterinária. Em uma era de “One World, One Health” (Um mundo, Uma Saúde), é preciso desenvolver soluções adaptativas e multidisciplinares para os novos desafios, e adotar uma abordagem integrada e abrangente, que demonstre que sistema é completamente conectado (GIBBS, 2014. AVMA, 2008). Esta conexão entre o profissional que atua na clínica veterinária, o animal e o proprietário fica ainda mais clara nas falas a seguir:

[...] cabe a gente também ajudar a instruir, porque zoonoses a gente vê tanto no homem, quanto no animal. Eu acho nada mais justo que cada um na sua área, contribuindo para um bem comum. (E8)

[...] a gente acaba atuando no controle populacional, através das cirurgias de castração, você reduz a população de animais de rua, e com isso você acaba tendo impacto diretamente na transmissão das zoonoses. (E2)

          No que compreende a atuação, além de prevenir, tratar e curar doenças nos animais, o médico veterinário possui um papel socioeconômico de grande impacto e a presença destes profissionais no agronegócio garante a produtividade e a qualidade dos alimentos (JOAQUIM et al., 2016). Conforme relato de alguns entrevistados, o médico veterinário realiza um trabalho importante para os produtores, que dependem daqueles animais sadios para sua sobrevivência.

[...] médicos veterinários de campo. Que são aqueles que vão lá no campo, que fazem os seus trabalhos lá com os animais de produção, porque se aquele animal de produção não estiver saudável, aquela propriedade, pensar numa propriedade pequena, né? Aquela propriedade que vive daquele leite, vai mandar pra um laticínio, como é que ele vai, como é que ele vai sobreviver da renda da coleta do leite se a vaca não está saudável. (E1)

Embora a maioria dos médicos veterinários saibam sobre as áreas de atuação, alguns participantes apresentaram dificuldade no momento de apontar ambientes de trabalho na saúde pública, com hesitações e grandes pausas para recordar os possíveis locais de atuação. Entretanto, pontuaram ao menos uma possibilidade de exercício profissional que envolve diretamente a saúde pública.

Ah, pra te falar a verdade, eu tô bem por fora sabe?! Centro de zoonoses mais ou menos, que eu conheço. Assim óh, bem por fora mesmo. (E11)

Isso é tenso né?! É bem complicado. Eu tenho uma noção, mas eu acredito que é bem básica assim sobre isso. Na saúde pública, hoje, eu acho que o CCZ? (E13)

          As questões de saúde pública veterinária receberam maior atenção nos últimos anos, como resultado da crescente globalização, mudanças nos sistemas de produção, no meio ambiente, bem como, pelas ameaças de zoonoses emergentes. É imperativo que os profissionais reconheçam as competências relativas a esse campo de atuação, que está amplamente interligado a todas as demais áreas do curso (ROSA; BALOGH, 2005).

Médico veterinário no Núcleo de Apoio a Saúde da Família - NASF
Durante a entrevista, questionava-se sobre o conhecimento do NASF e a participação do médico veterinário neste programa. Doze entrevistados responderam conhecer como é regulamentado o programa, e um participante declarou ter trabalhado no NASF, pontuando algumas atribuições do médico veterinário:

[...] fui convocada para trabalhar na equipe do NASF [...] eu tinha uns projetos de dar palestras para as gestantes do município, e acompanhamentos sobre principalmente toxoplasmose. Também outro projeto que eu tinha, era junto com as crianças do CRAS do município, é levando a responsabilidade da posse responsável. [...] também tinha outro projeto que a gente fazia nas escolas do interior.  Era coleta de resíduos de frascos de medicamentos veterinários, agulhas, seringas, luvas de toque né, que observei muito assim que a maioria jogava e deixava no mato a céu aberto.  No meio ambiente né. (E10)

          É pertinente salientar que, embora o programa tenha completado nove anos de existência em 2017, oito profissionais afirmaram que desconheciam o NASF. Esta condição estabelece uma indagação, que pode ser atribuída à escassez de divulgação, carência de leitura e busca de conhecimento individual do profissional ou foco somente na área de seu próprio interesse. O NASF passou a incluir o médico veterinário desde 2011, o que não justifica o desconhecimento dos profissionais e preocupa em relação ao auto reconhecimento como agente de saúde pública, diante da sociedade.

Esse não conheço. (E11)

Eu vou ser bem sincera, eu nem ouvi falar muito nisso não. (E5)

          Com certa frequência, o Conselho Federal e Estadual de Medicina Veterinária, aborda temas relacionados ao NASF em suas revistas impressas, assim como no site e e-mails enviados aos profissionais cadastrados. Divulgação em mídias nacionais e redes sociais, mencionando a abrangência multidisciplinar do programa, seu alcance e contribuições à comunidade, pode ser outra maneira de apresentar a todos, os inúmeros benefícios do NASF.
A inclusão do Médico Veterinário no NASF consolida o Sistema Único de Saúde, contribui em estudos epidemiológicos realizados no país e facilita para a compreensão preventiva e social da profissão (CRMV-SC, 2011). Ao compor equipes multidisciplinares de saúde, é possível realizar ações compartilhadas, enriquecer competências, ampliar a capacidade de cuidados a população. A medicina veterinária, como ciência multidisciplinar, torna-se indispensável na busca da manutenção da saúde e prevenção de doenças que atingem animais e seres humanos (INDÁ; MORITZ; BERNARDI, 2013). Além disso, a abordagem Saúde Única enfatiza a importância da colaboração interdisciplinar para abordar problemas complexos de saúde (CONRAD; MEEK; DUMIT, 2013).

Zoonoses e a saúde da população

A preocupação com a prevenção da saúde e bem-estar dos animais e sua interface com as pessoas, insere os veterinários como membros da saúde pública, e essenciais prestadores de cuidados em saúde para toda sociedade (ROSES; PAPPAIOANOU, 2007).  Nem sempre a comunidade tem consciência, sobre os riscos decorrentes da convivência com os animais. Em geral, os entrevistados relataram a falta de conhecimento de seus clientes em relação aos reais perigos em contrair uma zoonose, assim como a subnotificação referente a enfermidades transmitidas por animais ao homem. Os mesmos afirmam que em comunidades carentes é comum encontrar animais com doenças que podem ser transmitidas aos seres humanos, porém mencionam que cabe aos gestores públicos atender diretamente essa parcela da população.

Eu afirmo que é subnotificado. Porque às vezes você chega numa residência, você encontra as condições das crianças com os animais e você consegue ver que tem uma dermatite, uma sarna sarcóptica ou coisa assim, enfim, as mais diversas causas... Inclusive é, nas palestras que eram realizadas, muitas vezes tinham outros profissionais, e o assunto que os agentes de saúde mais focavam, mais prestavam atenção e mais tinham é [...] perguntas a fazer, era quando era falado de zoonoses, posse responsável, que é um dos maiores problemas hoje do município. (E2)

[...] de onde eu vim, a gente […] era muito problema com leishmaniose. Então era um problema muito evidente, esse problema saúde pública. A gente atendia muito animal, que tinha leishmaniose. (E8)

          Quando o assunto é grandes animais, os relatos de entrevistados expõem que clientes convivem de maneira frequente com zoonoses, mostrando dificuldade em reconhecer as doenças ou mesmo desafiando orientações disponibilizadas.

Brucelose em animais grandes que eu trabalho mais assim é também uma zoonose e tá no dia a dia das pessoas. Infelizmente muitos lugares que eu vou, no interior, as pessoas têm o costume de tomar o leite da vaca cru: ah porque a minha vaca eu sei nasceu aqui! Mas não, nunca fez um exame naquela vaca para saber. (E14)

          O baixo interesse dos indivíduos em buscar instrução e prevenção, de acordo com alguns profissionais, deve-se também à conceitos antigos, sobre modo de vida de familiares, que não dispunham dos cuidados exigidos atualmente para sobreviver. Há uma tendencia a certo grau de incompreensão do público sobre as ameaças de infecções zoonóticas, e por motivos como esse, as zoonoses devem ser consideradas ameaças graves para a saúde, e não apenas como exemplos da história natural de alguns agentes infecciosos (CRIPPS, 2000).
Alguns profissionais afirmam orientar seus clientes, a respeito dos problemas que as doenças zoonóticas trazem por perceberem que há pouco entendimento sobre essas doenças.

Citando um exemplo, a questão da toxoplasmose. A gente vê muita orientação errada. Discriminação do proprietário com o animal, com o gatinho, por informação errada. (E19)

[...] pegamos animais aqui de diversas origens [...] condições de sujeira mesmo, dos proprietários e dos animais, então é importantíssimo e a gente procura falar em relação aos cuidados com animal e já inserindo pouquinho com os cuidados do ser humano. (E9)

          Dentro das ações de saúde praticadas pelos profissionais, compreende-se que a orientação durante as consultas é a atitude mais utilizada pelos mesmos com intuito de repassar medidas para a prevenção de enfermidades. Todavia, praticamente todos os participantes salientam dar orientações somente quando solicitados, corroborando com os resultados apresentados em um estudo concluído por Meditsch (2006) sobre o médico veterinário na construção da saúde pública. A autora informa que 80% dos profissionais entrevistados orientavam somente quando o cliente solicitava e que grande parte dos participantes compartilhou a responsabilidade com o governo.
É possível perceber a visão dos médicos veterinários, sobre as ações de saúde praticadas no contexto de trabalho, enfatizando a interação entre diferentes esferas de atuação. De um modo geral, os entrevistados vincularam a relação de convívio entre animais e seres humanos e a responsabilidade de informar sobre doenças transmitidas ao homem no âmbito do papel social que o médico veterinário desempenha.
A pluralidade de opiniões verificadas nesse estudo a respeito do envolvimento entre a classe veterinária, órgãos governamentais e as demais profissionais da saúde, para a orientação e informação à população sobre zoonoses, expressa a significância da interdisciplinaridade nas adversidades diárias.

Olha, em primeiro lugar as autoridades da área da saúde. [...] uma pessoa não tem obrigação de saber que o cachorro vai transmitir tal doença. Alguém tem que avisar ela não é a profissional da área! [...] então eu acho que o primeiro cuidado, a primeira informação, tem que vim das autoridades da área de saúde. (E1)

Eu acredito que o setor público. Tem que ter algo atuante nisso. Ser mais divulgado nas escolas, trabalhado com as crianças. Questão de lavar a mão, toma vermífugo, que isso muitas vezes não tem orientação. (E22)

          Um trabalho feito em equipe, de maneira multidisciplinar, seria o modelo ideal, de acordo com alguns médicos veterinários, para transmitir às informações a sociedade.

[...] eu acredito muito na multiplicação das informações. Hoje seria inviável você ter a quantidade necessária de médicos veterinários pra falar a respeito de zoonoses pra toda a população. Eu acredito que o médico veterinário, ele deva fazer parte de uma equipe multidisciplinar, e cabe a ele ser a origem da informação. (E2)

Então talvez é, fazer uma união entre os conselhos, e que os médicos atualizem o povo com relação as zoonoses especificamente, principalmente as mais comuns, leptospirose...toxoplasmose [...] É extremamente importante, mas tem que ser multidisciplinar. Não só o médico veterinário, não só o profissional da Saúde. Eu acho que tem que trabalhar junto! (E9)

          A falta de colaboração entre as estruturas organizacionais e veterinários envolvidos nas práticas de controle de infecções interferem no processo de investigação epidemiológica sobre os riscos associados à saúde pública (DOWD et al., 2013). A aproximação das entidades governamentais com a comunidade, assim como a realização de ações conjuntas entre órgãos públicos e profissionais da saúde, facilita uma comunicação objetiva e contribuem para práticas mais eficazes na prevenção e tratamento de doenças. O papel do médico veterinário como multiplicador de informações é fundamental, principalmente por estar em contato diário com os proprietários e por ser, em determinados casos, a única fonte de informação (CARTIN-ROJAS, 2014).

Formação profissional em saúde pública

          A dúvida evidente em alguns entrevistados sobre as áreas de atuação e a inclusão do médico veterinário na saúde pública pode ser atribuída às lacunas existentes na disciplina durante a graduação, conforme relato dos mesmos quando estimulados a falar sobre a formação em saúde pública. Os entrevistados relataram que a disciplina foi incompleta, e sugerem mais atividades práticas no decorrer do semestre, para facilitar o entendimento e envolvimento dos alunos à área:

De uma maneira indelicada, mas foi deficitária. [...] não era exposto como o médico veterinário poderia atuar, especificamente nesse sentido. As informações de saúde pública, eram passadas na parte de conteúdo. Mas na prática, como e onde o veterinário estaria inserido eu vejo que isso foi a parte mais deficitária. Eu acabei tendo um pouco mais de conhecimento, quando trabalhei por um ano no zoonoses. (E2)

[...] foi completa em relação a teoria, em relação à prática não tanto. Agente acaba esquecendo grande parte disso, ou a gente às vezes nem se dá conta de que a saúde pública faz parte do nosso cotidiano [...] acho que ainda é um pouco distante da prática. (E15)

          Devido ao amplo campo de atuação do profissional médico veterinário, é indiscutível que os currículos acadêmicos das escolas de medicina veterinária enfatizem os conceitos de prevenção de zoonoses, epidemiologia, segurança alimentar e políticas de saúde pública, a fim de proporcionar competências adicionais de qualidade, pois assim poderá transformar os futuros graduados, em especialistas mais qualificados e eficientes em sua prática de trabalho, permitindo que eles tenham um plano acadêmico mais alinhado com os desafios exigidos pelo mercado profissional (CARTIN-ROJAS, 2014).
Grande parte dos entrevistados consideraram que a disciplina de saúde pública e medicina veterinária preventiva, pode ser prejudicada por estar concentrada somente no último semestre do curso, oitava e nona fase, de maneira generalizada e pouco específica. Os mesmos entendem que, pela relevância do assunto, a disciplina poderia ser oferecida em fases anteriores, permitindo maiores informações e possibilidades de estágios na área.

Áhhh, ela foi bem deficitária.  No último semestre da nona fase, a gente teve saúde pública.  Mas foi bem generalizado.  Não foi bem específica. (E10)

A faculdade infelizmente disponibiliza isso seis meses, uma única cadeira [...] a pessoa não tem nem tempo de querer fazer um estágio. Ou querer buscar uma informação a mais, porque a faculdade tá acabando. (E1)

[...] bem na verdade, a gente teve a parte de saúde pública, no final da graduação, e foi apenas se não me engano, uma matéria. Apenas um semestre em relação à saúde pública. [...] realmente na minha faculdade não teve muita área com relação à saúde pública. (E8)

          Em estudo realizado por Pfuetzenreiter e Wanzuita (2007), foi possível observar que o campo da Clínica Veterinária é presente desde o início do curso e se mantém influente até o final, além de apresentar elevada carga horária em todas as universidades do sul analisadas. No presente estudo, os médicos veterinários confirmaram o predomínio de carga horária para a clínica médica, com consequente direcionamento da grade curricular. Um campo de atuação muito desenvolvido, transforma o conhecimento em uma estrutura rígida, e torna insuficiente o espaço para o avanço de outras formas de pensamento, como por exemplo, a Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Pública (PFUETZENREITER; ZYLBERSZTAJN, 2007).
É possível observar entre relatos dos entrevistados, que o campo de saúde pública na medicina veterinária nem sempre é favorável, quanto ao reconhecimento profissional e financeiro, com maior número de entraves na realização das ações previstas. O número de profissionais que demonstraram interesse em trabalhar nesse campo, foi consideravelmente baixo.
Primeiro que a parte de saúde pública ela dentro da veterinária, é uma das menos reconhecidas ainda, que a gente encontra o maior número de entraves. [...] e também o reconhecimento tanto profissional, quanto da parte financeira mesmo. Que a parte pública, isso não te proporciona. [...] então isso que me desmotivou a continuar nessa área. E daí a parte clínica vai totalmente ao oposto disso daí. (E2)

          Apesar das declarações de profissionais a respeito do baixo prestígio à área, outros motivos foram mencionados como fatores que influenciaram na opção pela clínica médica veterinária. A paixão por animais desde a infância, a influência de familiares que criavam grandes animais em suas fazendas e a satisfação em recuperar e salvar vidas foram as principais razões nomeadas.

                          Acho que é paixão. Não tem uma explicação lógica. (E15)

[...] fui pra área Clínica, por motivos pessoais e acabei gostando porque me dava uma satisfação em recuperar os animais... (E17)

          Um questionário aplicado com estudantes de veterinária do Texas, mostrou que, apesar da baixa proporção de alunos, com pretensão de prosseguir carreira diretamente relacionada à saúde pública e epidemiologia, a maioria acreditava ser necessário mais cursos relacionados neste campo de atuação, e concordaram que os conceitos relacionados a esse ramo de atuação são tão relevantes quanto a clínica (FOSGATE, 2008).

Considerações finais

          Os Médicos Veterinários reconhecem o significado e a importância da ação profissional na área de Saúde Pública, entretanto, não demonstram grande interesse pela área. O desinteresse pelas oportunidades que este campo de atuação oferece, deve-se tanto a falta de reconhecimento na própria classe veterinária, assim como a paixão e satisfação de proteger e salvar vidas, que o campo da clínica médica propicia.
A baixa carga horária da disciplina e sua apresentação somente nos últimos semestres do curso, também dificulta um aprendizado mais detalhado e completo, com tempo insuficiente para buscar maiores de informações e capacitação na área. Estes fatores podem ser os responsáveis pela falta de estímulo, para atuar em saúde pública veterinária.
Dentro das principais responsabilidades do profissional, que envolve a clínica médica, está o compromisso de transmitir informações à comunidade e conscientizar os proprietários de animais dos riscos que as zoonoses representam. Deve-se ressaltar que a maioria dos profissionais só orientam seus clientes sobre as doenças zoonóticas quando questionados, fato que pode dificultar o controle mais eficaz de determinadas enfermidades transmitidas através dos animais ao homem. Esta atribuição é dever médico veterinário, em parceria com autoridades políticas e Conselhos Regionais de Medicina Veterinária, que precisam desenvolver ações com profissionais de diferentes áreas do conhecimento para a promoção da saúde, prevenção e controle de doenças e agravos.
Neste sentido, a formação generalista do médico veterinário proporciona uma atuação interdisciplinar e a possibilidade de colaborar de diferentes maneiras com as demais profissões da saúde. A Saúde Pública Veterinária apresenta uma compreensão dos fenômenos de saúde voltada para a prevenção e para a coletividade, que pode fazer com que a profissão exerça influências positivas sobre outras carreiras da saúde, fortalecendo e ampliando a visão das mesmas para a resolução de problemas coletivos.

Referências
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*Médica Veterinária, Mestre em Ambiente e Saúde pela Universidade do Planalto Catarinense – UNIPLAC, Lages-SC.
**Cientista Social, Pós-Doutora em Educação pela Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUC/RS, Porto Alegre-RS.
*** Bióloga, Doutora em Biologia Geral e Aplicada pela Universidade Estadual Paulista – UNESP, Botucatu-SP. Docente do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ambiente e Saúde da Universidade do Planalto Catarinense. Lages-SC.


Recibido: 27/03/2019 Aceptado: 08/10/2019 Publicado: Octubre 2019

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