Revista: CCCSS Contribuciones a las Ciencias Sociales
ISSN: 1988-7833


GEOGRAFIA E A ÁREA PESQUEIRA: A ABORDAGEM DA PESCA ARTESANAL

Autores e infomación del artículo

Sávio de Sá Leitão Cruz*

Universidade Federal de Rondônia/UNIR, Brasil

Email: saviopvh@hotmail.com


RESUMO

A pesca artesanal apresenta um sólido vínculo com a Geografia. O desenvolvimento de pesquisas e trabalhos da Área Pesqueira sempre estiveram presentes nos debates geográficos. A pesca é uma importante atividade extrativa que compõe a dieta alimentar dos seres humanos e o seu estudo possibilita uma melhor compreensão da história da humanidade. A atividade pesqueira artesanal caracteriza-se como relevante fonte de renda, emprego, alimentação, cultura e lazer, possibilitando a permanência do homem em seu local de origem. Atualmente, os recursos pesqueiros garantem a subsistência e o sustento de aproximadamente 12% (por cento) da população mundial, sendo que o pescado corresponde à 20% (por cento) do consumo total de proteína em todo o mundo – chegando aos expressivos 70% (por cento) em alguns países costeiros e insulares. O pescador artesanal possui seu universo como um todo conectado, logo, as suas relações com o meio natural são profundas e inseparáveis. O rio, o mar, o lago, o igarapé, a lagoa e a cachoeira não são apenas meros elementos de cenário, mas fator indispensável na representação e construção do modo de ser e viver das populações pesqueiras. A realização da pesca artesanal está intimamente contígua ao acesso e ao uso da natureza, de forma que, esta atividade converte-se num elemento de organização e produção do espaço geográfico. Por tratar-se de um tema de estudo tão expressivo e fazer parte do cotidiano vivido das populações humanas, os trabalhos sobre a pesca artesanal vem ganhando força e destaque à nível mundial. Este artigo revela a forte ligação da atividade pesqueira com a Ciência Geográfica, tendo como objetivo principal o estudo da dinâmica pesqueira artesanal embutida no espaço geográfico. A Geografia possibilita a analisar de forma profícua a realidade dos pescadores artesanais, e como estes atores sociais apropriam, organizam e produzem no espaço por meio de seu trabalho, conhecimento, saberes, técnicas e instrumentos utilizados nas pescarias, até o estágio final, caracterizado pela construção dos Territórios Pesqueiros Artesanais.

PALAVRAS-CHAVE: Geografia. Pesca artesanal. Território Pesqueiro. Pescadores.

RESUMEN
La pesca artesanal presenta un sólido vínculo con la Geografía. El desarrollo de investigaciones y trabajos del Área Pesquera siempre estuvieron presentes en los debates geográficos. La pesca es una importante actividad extractiva que compone la dieta alimentaria de los seres humanos y su estudio posibilita una mejor comprensión de la historia de la humanidad. La actividad pesquera artesanal se caracteriza como relevante fuente de renta, empleo, alimentación, cultura y ocio, posibilitando la permanencia del hombre en su lugar de origen. Actualmente, los recursos pesqueros garantizan la subsistencia y el sustento de aproximadamente el 12% (por ciento) de la población mundial, siendo que el pescado corresponde al 20% (por ciento) del consumo total de proteína en todo el mundo - llegando a los expresivos 70% (por ciento) en algunos países costeros e insulares. El pescador artesanal posee su universo como un todo conectado, luego, sus relaciones con el medio natural son profundas e inseparables. El río, el mar, el lago, el igarapé, la laguna y la cascada no son sólo meros elementos de escenario, sino factor indispensable en la representación y construcción del modo de ser y vivir de las poblaciones pesqueras. La realización de la pesca artesanal está íntimamente contigua al acceso y al uso de la naturaleza, de forma que esta actividad se convierte en un elemento de organización y producción del espacio geográfico. Por tratarse de un tema de estudio tan expresivo y formar parte del cotidiano vivido de las poblaciones humanas, los trabajos sobre la pesca artesanal vienen ganando fuerza y destaque a nivel mundial. Este artículo revela la fuerte conexión de la actividad pesquera con la Ciencia Geográfica, teniendo como objetivo principal el estudio de la dinámica pesquera artesanal embutida en el espacio geográfico. La Geografía permite analizar de forma profícua la realidad de los pescadores artesanales, y cómo estos actores sociales apropian, organizan y producen en el espacio por medio de su trabajo, conocimiento, saberes, técnicas e instrumentos utilizados en las pesquerías, hasta el estadio final, caracterizado por la construcción de los Territorios Pesqueros Artesanales.
PALABRAS CLAVE: Geografía. Pesca artesanal. Territorio Pesquero. Pescadores.

 

Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Sávio de Sá Leitão Cruz (2019): “Geografia e a área pesqueira: a abordagem da pesca artesanal”, Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales, (mayo 2019). En línea:
https://www.eumed.net/rev/cccss/2019/05/geografia-area-pesqueira.html

//hdl.handle.net/20.500.11763/cccss1905geografia-area-pesqueira

1. GEOGRAFIA E A PESCA ARTESANAL: UMA PRÓSPERA RELAÇÃO

A pesca artesanal apresenta um sólido vínculo com a Geografia. O desenvolvimento de pesquisas e trabalhos da Área Pesqueira sempre estiveram presentes nos estudos, discussões e debates geográficos brasileiros e internacionais. Destarte, verificamos que essa conexão intrínseca entre a Geografia e o Campo de Estudos Pesqueiros vêm fortalecendo-se ao longo do tempo.
A questão pesqueira tem permeado os estudos geográficos no Brasil. Ora como objeto central, ora como pano de fundo no estudo de comunidades e áreas litorâneas ou ribeirinhas, o estudo geográfico da pesca forneceu importantes análises deste setor produtivo. CARDOSO (2001).
A pesca é uma importante atividade extrativa que compõe a dieta alimentar dos seres humanos desde a Idade da Pedra e o seu estudo possibilita compreender a história da humanidade. Pesquisas científicas confirmam que a pesca artesanal se firmou como umas das mais antigas e tradicionais atividades praticadas pelo ser humano desde a Pré-História, em período antecedente ao Neolítico. Para os povos primitivos, a pesca constituía-se como uma fonte importante de alimentação, tornando-se fator imprescindível para sua sobrevivência.  Contudo, a relevância histórica da pesca não concerne unicamente como fonte vital de alimento (soberania alimentar e nutricional) à nível mundial, abrangendo também, dimensões econômicas, sociais, culturais e ambientais.
A magnitude da atividade pesqueira no planeta é ressaltada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que desenvolve respeitável estudos, sendo uma reconhecida fonte de assistência técnica nas áreas alimentar, agrícola, florestal e pesqueira. Esta Organização, apresenta como missão a erradicação da fome, da pobreza e da insegurança alimentar no mundo.
A pesca e aquicultura garantem meios de subsistência e o sustento para uma considerável parcela que varia de 10 a 12% (por cento) da população mundial, sendo que o peixe já representa aproximadamente 20% (por cento) do consumo de proteína no mundo – chegando aos 70% (por cento) em alguns países costeiros e insulares. A produção pesqueira mundial vem crescendo de maneira ascendente, e nos últimos cinquenta anos (cinco décadas) tem produzido alimento em uma taxa média anual de 3,2 % (por cento), superando a taxa de crescimento da população mundial, que foi de 1,6 % (por cento). FAO (2014).
A atividade pesqueira é uma forte característica das populações humanas. Estas relações de conhecimento, interações com o ambiente, mudanças no modo de vida e na forma de exploração dos recursos naturais, têm sido frequentemente analisadas através de variados enfoques que abordam aspectos socioeconômicos, culturais, ecológicos, dentre outros. Sob esta perspectiva, o seu estudo fundamenta-se numa abordagem interdisciplinar, permitindo estabelecer diálogos e conexões entre as ciências, buscando compreender a lógica e a realidade que permeiam a análise das interações entre os pescadores e os recursos pesqueiros. SOUZA (2004).
Por tratar-se de um tema de estudo tão expressivo, além de fazer parte do cotidiano vivido das populações humanas, a pesca artesanal possibilita diversificadas formas de abordagens, podendo ser analisada e debatida sobre diferentes perspectivas e olhares científicos. Nesse aspecto, a Ciência Geográfica possibilita o fornecimento de subsídios necessários para a realização de uma análise holística da real situação em que se encontra a atividade pesqueira artesanal, além de fornecer subsídios para retratar de forma dinâmica a realidade e todas as dificuldades enfrentadas pelos pescadores artesanais.
 2. A PESCA ARTESANAL E O OLHAR GEOGRÁFICO
A Geografia busca desvendar cientificamente, com máxima exatidão, os principais elementos que compõem a realidade vivida pelo ser humano, analisando e debatendo os atuais cenários mundiais em toda a sua complexidade. Um notório atributo, que a diferencia dos demais ramos científicos, tornando-a mui prestigiada, diz respeito ao grande dinamismo com que esta Ciência Social acompanha todas as transformações que estão em curso, mantendo-se sempre atualizada e moderna, rompendo com os paradigmas surgidos ao longo do percurso.
O olhar geográfico ensina a desvendar o jogo das forças naturais, a acumulação do trabalho humano e os distintos sucessivos dos lugares. A geografia faz parte dos saberes indispensáveis a toda sociedade e tenta interpretar a realidade observável ao mesmo tempo que compreende como ela é vivida pelos habitantes. CLAVAL (2011). 
A geografia foi desde a Antiguidade responsável pela descrição e pela criação de uma imagem de mundo. Assim, enquanto descrição e imagem de mundo, o discurso geográfico procura ser um discurso científico. Ele reproduz, assim as características fundamentais da época e acompanha todas as suas modificações. GOMES (1996).
A pesca artesanal proporciona processos e dinâmicas riquíssimas para os estudos e desenvolvimento de pesquisas no campo da Ciência Geográfica, soma-se a este fato, a busca pela apropriação e emancipação dos Territórios Pesqueiros que resultam em contradições, tensões e conflitos que caracterizam o atual cenário pesqueiro artesanal mundial.
Como uma atividade social e econômica, a pesca continental e marítima possui atributos espaciais, ainda que realizada na fluidez do meio aquático. Guarda uma especificidade, pois o objeto de trabalho é mediado pela ação humana. Embute conflitos pela apropriação dos espaços, territórios e recursos pesqueiros. A atividade pesqueira aparece assim como uma interface de processos naturais e sociais extremamente ricas para a análise geográfica, na busca de desvendar a dinâmica de apropriação e conflito presentes no mar e nas águas continentais”. CARDOSO (2003).
Portanto, este artigo ao fundamentar-se na Ciência Geográfica, realizou uma ampla pesquisa bibliográfica a respeito da dinâmica pesqueira artesanal embutida no espaço geográfico – objeto central de estudo da Geografia.  A forte ligação entre a atividade pesqueira e a Ciência Geográfica, expressa enfaticamente como os pescadores artesanais se apropriam, organizam e produzem o espaço por meio de seu trabalho, instrumentos e das técnicas utilizadas, até o estágio final representado na construção dos Territórios Pesqueiros Artesanais.
3. GEOGRAFIA: O ESPAÇO COMO OBJETO
            Uma característica de grande destaque, que distingue e enaltece a Geografia dentre as Ciências, realçando sua proeminência e singularidade concerne ao seu objeto de estudo: o espaço geográfico. O estudo deste conceito-chave (espaço) oportuniza múltiplas possibilidades de análises, estudos e debates científicos.
A geografia como uma ciência espacial, que estudaria fenômenos sociais e da natureza sob um ângulo comum, o espacial, que forneceria assim a unidade à geografia. CORREA (2003).
O espaço não é um mero receptáculo das coisas produzidas pelas atividades humanas. Como meio e objeto de trabalho universal que é, constitui-se como necessidade e condição prévia de toda a atividade prática. MARTINS (1999).
O grande geógrafo Milton Santos enfatizava a magnitude do espaço para esta Ciência Social, tecendo uma crítica acerca da discussão do objeto de estudo da geografia, haja vista a necessidade e urgência em buscar uma sólida base epistemológica que discuta sobre o “espaço” e não sobre a geografia. O homem – ser social – necessita do espaço para a sua sobrevivência, desenvolvimento e reprodução (social, econômica, política, cultural, ambiental, etc). Desse modo, torna-se imperioso estudar minuciosamente a relevância do espaço e de todas as suas dinâmicas para a sociedade humana.
LEFÉBVRE (2008) também acentua a formação espacial ao afirmar que o espaço é o lócus da reprodução das relações sociais, destacando como o seu fundamental papel ou objetivo primordial.
Usar os espaços para viver, ou apenas sobreviver, é uma necessidade incontestável, por mais variações que, ao longo da história, possa–se intervir, pois as necessidades são históricas. Apesar das formas, variadas de utilização, o uso dos espaços é um pressuposto da vida. E exatamente, porque nem sempre as formas de uso foram as mesmas, é possível avaliar que muitas delas se consolidaram no decorrer da história humana, constituindo costumes e hábitos próprios dos diferentes povos e das condições naturais e históricas que viviam e vivem. O uso do espaço remete as profundas marcas que o homem imprime a natureza; remete, portanto, à produção da natureza humana. É evidente que esse raciocínio possa ser generalizado para outros objetos e instrumentos, que o homem produziu ao longo de sua história, mas o significado ímpar e abrangente do espaço pode também ser ressaltado. DAMIANI (2001).
Para Milton Santos, o conceito de espaço é indivisível do homem que o habita e o modifica todos os dias. O espaço é palco de contradições, tensões, resistência e de lutas, é local onde as práticas e as relações socioculturais são construídas, vivenciadas e fortalecidas. O espaço é, antes do mais, especificação de todo social, um aspecto particular da sociedade global. SANTOS (2002).
Destarte, o espaço e a sociedade estão intimamente conectados, sendo que o espaço converte-se em elemento imprescindível para a existência e reprodução do ser humano. CORRÊA (2003) corrobora esta concepção e enfatiza a importância da relação entre o homem e o espaço para o progresso da sociedade: “Uma sociedade só se torna concreta através de seu espaço, do espaço que ela produz e, por outro lado, o espaço só é inteligível através da sociedade. Não há, assim, por que falar em sociedade e espaço como se fossem coisas separadas que nos reuniríamos a posteriorimas sim de formação socioespacial. Em realidade o espaço organizado pelo homem desempenha um papel na sociedade, condicionando-a, compartilhando do complexo processo de existência e reprodução social”.
O espaço geográfico, produto, processos e manifestação da sociedade, expressa todas as contradições geradas e contidas nas relações sociais de produção. SILVA (2001).
Assim, o estudo da Geografia fornece um amplo arcabouço teórico e nos evidencia que o espaço geográfico jamais se dissocia da sociedade, nem tampouco dos processos e das manifestações de contradições, tensões e conflitos advindos dela. Portanto, o vínculo existente entre a sociedade e o espaço geográfico é vital para a perpetuação do ser humano, manifestando-se nas variadas dinâmicas resultantes dessa intrínseca relação homem-espaço, recebendo influências endógenas das relações sociais de produção.
Baseado em leituras e nos estudos de diversos autores e pensadores no âmbito da Ciência Geográfica pode-se asseverar que as ações e/ou instrumentos promovidos pela sociedade humana sobre o espaço geográfico representam as formas de expressão e de reprodução de suas vidas, portanto, viver para o ser humano é produzir espaço. O movimento da sociedade é compreensivo, global, totalizante e dinâmico, ocorrendo em diferentes níveis e diferentes tempos.  A economia, a política, as culturas estão em constantes mudanças.  O espaço é um conjunto de formas contendo, cada qual, um pedaço ou uma fração da sociedade em movimento.
A geografia dedicou uma atenção mais cuidadosa para as configurações espaciais, os fatos de permanência, os ritmos de evolução, as flutuações cíclicas ou as rupturas revolucionárias. O estudo das viscosidades, das asperezas e das porosidades revelados pelo espaço tornou-se um dos campos privilegiados da geografia – um daqueles onde reina sozinha, sem ter que se confrontar com outras disciplinas.  CLAVAL (2011).

4. O ESPAÇO PESQUEIRO ARTESANAL
A atividade pesqueira é uma atividade humana que representa uma modalidade de uso do espaço. Sua especificidade reside na articulação entre os meios aquático e terrestre, sendo que o primeiro comporta os processos de apropriação da natureza e o segundo significa os espaços de morada do pescador e o da realização do pescado enquanto mercadoria. CARDOSO (2003).
Percebe-se um conhecimento e manejo da natureza a partir do trabalho realizado pelo pescador. A atividade pesqueira é, por sua essência, feita e praticada através dos usos da natureza. Desta forma, entende-se aqui que esse caráter é fundamental para compreender a atividade como um elemento de organização do espaço geográfico. Busca-se articular a pesca artesanal e a geografia, num esforço de demonstrar como esses sujeitos vivem o cotidiano do espaço em sua dimensão, uma vez que a leitura espacial permite ver além da aparência, além dos jogos de relações estabelecidas para apresentar a dimensão do cotidiano dos sujeitos inseridos no espaço. 
O pescador artesanal possui seu universo como um todo conectado, logo, as suas relações com a natureza e o território são profundas e inseparáveis, havendo vínculos de aprendizado, gratidão e respeito, além de um forte sentimento de pertencimento ao lugar em que moram, perpetuam-se e trabalham. O rio, o mar, o lago, o igarapé, a lagoa e a cachoeira não são apenas meros elementos de cenário, mas fator indispensável na representação e construção do modo de ser e viver das populações tradicionais pesqueiras. Logo, a realização da pesca artesanal está intimamente contígua ao acesso e ao uso do meio natural, de forma que, esta atividade converte-se num elemento de organização e produção do espaço geográfico. Ao realizarem a prática da atividade pesqueira, os pescadores artesanais começam a ocupar e se apropriar da natureza através do trabalho, conhecimentos e técnicas, transformando, organizando e produzindo o espaço pesqueiro.
CARLOS (1994) evidenciava essa função de protagonista (atores principais) desenvolvida pelo homem dentro do contexto geográfico ao afirmar que: “A geografia enquanto ciência começa a explicar o processo da produção espacial a partir da produção-reprodução da vida humana. Nesse sentido, o homem de habitante, passa a ser entendido como sujeito dessa produção”. Destarte, ao analisar o espaço pesqueiro, destacamos o papel dos pescadores artesanais como agentes sociais que se apropriam da natureza através do trabalho humano.
Nessa perspectiva, pensar o espaço produzido pela atividade pesqueira na presente pesquisa é pensá-lo como espaço geográfico, objeto de estudo da Geografia, compreendida como ciência social e que objetiva o estudo da sociedade em seus processos de produção do espaço. RIOS (2012).
Desta forma, o espaço geográfico possibilita um estudo coeso e completo sobre todos os fenômenos e eventos que constituem as dinâmicas socioespaciais, em toda a sua totalidade. Em vista deste fato, emerge a importância da Geografia, pois se torna uma Ciência indispensável ao retratar o atual cenário em que se encontra o Setor Pesqueiro Artesanal e para a compreensão do cotidiano vivido pelas populações pesqueiras.
O espaço geográfico e a sociedade estão intimamente interligados, sendo que o espaço se converte em elemento imprescindível para a existência, desenvolvimento e reprodução do ser humano. Portanto o homem através de seu trabalho social modifica e produz o meio natural em que vive, tornando-se um ser social.
Mas, para que o animal homem se torne o homem social, é indispensável que ele também se torne o centro da natureza. Isto ele consegue pelo uso consciente dos instrumentos de trabalho. Nesse momento a natureza deixa de comandar as ações dos homens e a atividade social começa a ser uma simbiose entre o trabalho do homem e uma natureza cada vez mais modificada por esse mesmo trabalho. SANTOS (1986).
Neste caso, o espaço não pode ser apenas formado pelas coisas, os objetos geográficos, naturais e artificiais, cujo conjunto nos dá a Natureza. O espaço é tudo isso, mais a sociedade: cada fração da natureza abriga uma fração da sociedade atual. SANTOS (2008).
Para o homem, viver é produzir o espaço geográfico. Nesse contexto, o objeto a ser analisado geograficamente será a ação dos pescadores artesanais se apropriando, modelando e produzindo o espaço pesqueiro artesanal, até seu último estágio, que consiste na criação do Território Pesqueiro Artesanal (local de vida, morada, trabalho, reprodução e relações de poder).
O espaço geográfico debatido neste artigo refere-se ao espaço pesqueiro artesanal, espaço onde os pescadores artesanais e as comunidades pesqueiras vivem, trabalham, defendem e se reproduzem. Logo, o espaço pesqueiro torna-se elemento vital na construção do planejamento e na definição das diretrizes estratégicas que visem, efetivamente, atingir o tão almejado progresso e desenvolvimento sustentável da pesca artesanal.
Um fator importante a declarar, concernente ao espaço pesqueiro artesanal, é que esses espaços passam por transformações tanto no plano micro escalar quanto macro escalar. É possível se desenvolver múltiplas relações, desde a escala local, regional, nacional e mundial.  Assim, a escala geográfica contribui para expressar e representar os modos de percepção e de concepções do real localizado. Deste modo, a Ciência Geográfica ao afirmar a existência de diferentes escalas temporais (uso do tempo) e espaciais (uso do espaço), que são abordadas e estudadas compreensão do mundo e seus fenômenos em toda a sua totalidade, comtempla um amplo e sólido arcabouço teórico-conceitual para o desenvolvimento científico.
A apropriação da natureza, a construção dos territórios pesqueiros e o progresso das tradicionais comunidades ribeirinhas estão historicamente atrelados ao desenvolvimento das atividades pesqueiras. Para as populações ribeirinhas, a pesca alcança várias dimensões, sendo duas das principais são: no âmbito econômico - uma das principais atividades geradora de emprego e de renda; e a segunda, no âmbito sociocultural - onde a pesca constitui um elemento importante na construção das relações socioculturais, no modo de ser e viver das tradicionais comunidades pesqueiras.
Constata-se então, a pesca artesanal como importante atividade que modifica e transforma no tempo e no espaço as histórias dos grupos sociais que as praticam, possibilitando a sua sobrevivência e o seu sustento, além da sua reprodução sociocultural.
Portanto, a sociedade opera o espaço geográfico por conta da presença do fenômeno técnico imbricadas no espaço e por meio de variadas ações que são assumidas pelos atores sociais envolvidos. Somente o fenômeno técnico permite alcançar a noção de espaço geográfico.  
Neste aspecto, destacamos o papel dos pescadores artesanais como agentes sociais que se apropriam da natureza através de seu trabalho, dos seus conhecimentos, instrumentos e das técnicas. Os pescadores ocupam, organizam, transformam e produzem o espaço pesqueiro, culminando em seu estágio final, na construção dos Territórios Pesqueiros Artesanais.  
Além das transformações materiais (concretas e objetivas) desenvolvidas pelos pescadores artesanais e pelas comunidades pesqueiras, devemos destacar as modificações originadas pelas representações, simbolismos e significações (subjetivas).  Logo, a atividade pesqueira apresenta como alicerce primordial a relação homem e natureza, pois somente a existência deste vínculo permite a prática de seu tradicional trabalho, proporcionando aos pescadores um conjunto de saberes, conhecimentos e técnicas indispensáveis para a sobrevivência, reprodução e desenvolvimento das comunidades pesqueiras, além de abranger as demais esferas de suas vidas.
Para estas populações, a pesca artesanal alcança várias dimensões (econômica, social, cultural, política, ambiental, sentimental, religiosa, ecológica, etc.). Os pescadores artesanais ao desempenharem seu trabalho (atividade pesqueira) constroem profundas relações e interações com familiares, amigos, colegas de profissão e demais moradores, estabelecendo vastas e ricas trocas de experiências que possibilitam adquirirem conhecimentos e o aperfeiçoamento dos métodos pesqueiros. Todas essas convivências pesqueiras resultam na construção de uma identidade coletiva, influenciando os costumes e modos de vida, criando novas histórias e revelando os anseios e desejos locais, culminando no fortalecimento sociocultural das comunidades pesqueiras artesanais.
Deste modo, o espaço pesqueiro também é um ambiente de produções e conexões sentimentais e simbólicas, onde a cultura, a identidade, os sentimentos e laços afetivos (admiração, orgulho, respeito, gratidão, proteção e pertencimento), os costumes e as histórias constituem o modo de ser e viver do homem, convertendo-se em elementos fundamentais na reprodução das relações sociais dessas tradicionais comunidades.
5. O TERRITÓRIO PESQUEIRO ARTESANAL
A Geografia alcança neste fim de século a sua era de ouro, porque a geograficidade se impõe como condição histórica, na medida em que nada considerado essencial hoje se faz no mundo que não seja a partir do conhecimento do que é o Território. O Território é o lugar em que desembocam todas as ações, todas as paixões, todos os poderes, todas as forças, todas as fraquezas, isto é, onde a história do homem plenamente se realiza a partir das manifestações da sua existência. A Geografia passa a ser aquela disciplina tornada mais capaz de mostrar os dramas do mundo, da nação, do lugar. SANTOS (1999).
O estudo do território retrata com uma maior fidedignidade o modo de ser, viver e produzir da sociedade, além de estudar todas as relações de poder que as envolvem, para assim, tentar compreender e analisar de forma consistente as diversas tramas e malhas sociais existentes nessa complexa relação.
O território é um dos conceitos fundamentais da ciência geográfica e, no período atual, se encontra cada vez mais presente em trabalhos acadêmicos explicando, de diferentes formas, a maneira como a sociedade se apropria e produz o espaço, através de determinantes políticos, econômicos e culturais. FUINI (2014).
            Portanto, o território torna-se a categoria de análise mais eficiente e eficaz a ser adotada quando nos referimos ao processo de existência e desenvolvimento da atividade pesqueira artesanal, como também, firma-se como instrumento indispensável para a manutenção da identidade, tradição e cultura dos pescadores.
Nesse processo de construção, as relações entre ser humano e o meio natural são indissociáveis, haja visto que o território se constitui como a base física para a interconexão com o mundo, produzindo visões e concepções benéficas e conflitantes ao ser humano, que devem ser consideradas e minuciosamente analisadas. Encontramos no território uma base consistente para alavancar os estudos e as discussões sobre a pesca artesanal e as populações pesqueiras.
Desta forma, pode-se afirmar que o território consiste  no palco (local) formador do modo de ser, viver e reproduzir das tradicionais comunidades pesqueiras, produzindo as várias dimensões (socioculturais, econômicas, políticas, ambientais, etc.) da sociedade, revelando as escalas e os atores (local, regional, nacional, global) que influenciam direta e/ou indiretamente a atividade pesqueira artesanal mundial, e assim, exprimindo momentos, cenários e contextos históricos marcantes (conquistas, tensões e conflitos) para estas populações.
A realização da pesca artesanal está intimamente contígua ao acesso e ao uso do meio natural, de forma que, esta atividade converte-se num elemento de organização e produção do espaço geográfico. Ao realizarem a prática da atividade pesqueira, os pescadores artesanais começam a ocupar e se apropriar da natureza, transformando e produzindo o espaço, construindo por fim, o território pesqueiro. Logo, somente a prática da atividade pesqueira artesanal permite a criação destes territórios, que são indispensáveis para a reprodução social, cultural e econômica destas populações.
Os métodos, instrumentos e as técnicas pesqueiras empregadas pelos pescadores artesanais durante as pescarias são as mais diversificadas possíveis, isto deve-se ao fato de que atividade pesqueira é sazonal, exigindo conhecimentos (arte e o saber-fazer pesqueiro artesanal) e metodologias específicas conforme as espécies de pescado a ser capturada e o local onde a atividade pesqueira será realizada.
Forças econômicas, políticas e culturais, reciprocamente relacionadas e em unidade, efetivam o território, o processo social, no e com o espaço geográfico, centrado e emanado na e da territorialidade cotidiana dos indivíduos, em diferentes centralidades, temporalidades e territorialidades. Os processos sociais e naturais, e mesmo nosso pensamento, efetivam-se na e com a territorialidade cotidiana. É aí, neste nível, que se dá o acontecer de nossa vida e é nesta que se concretiza a territorialidade. SAQUET (2007).
Não é unicamente pelo trabalho que a os pescadores artesanais e as populações pesqueiras modificam, transformam, reorganizam e produzem o espaço pesqueiro. A subjetividade, traduzida pelas representações também são formas de apropriação e transformação do espaço, provendo-o de enormes valores, simbolismos, sentimentos e significações. 
Portanto, território se traduz na natureza e sociedade, economia, política, cultura, dominação, controle, representações e identidade, de forma funcional (objetivamente) e simbolicamente (subjetivamente).
“Assim, não apenas o trabalho, que produz materialmente o espaço social, "socializa" espaço natural; as representações deste são, em si, já uma forma de desnaturalização, ao significarem a sua captura pelo imaginário de uma sociedade e uma forma ou um projeto de apropriação”. SOUZA (1997).
Território é o espaço das experiências vividas, onde as relações entre os atores, e destes com a natureza, são relações permeadas pelos sentimentos e pelos simbolismos atribuídos aos lugares. São espaços apropriados por meio de práticas que lhes garantem uma certa identidade social/cultural. BOLIGIAN & ALMEIDA (2003).
O território é concebido e determinado a partir do poder e das suas relações, não existe poder sem uma base territorial, o poder, a dominação e o controle estão presentes na construção, apropriação e autonomia territorial, sendo representado em sua forma objetiva e concreta (material), mas também de maneira subjetiva e simbólica (representativa).
Os territórios são mais do que espaços delimitados. São lugares conhecidos, nomeados, usados e defendidos. A familiaridade de cada grupo de pescadores com cada uma dessas áreas cria territórios que são incorporados a sua tradição. Na mesma medida em que é um recurso ou um espaço de subsistência, o território encompassa também a noção de lugar” MALDONADO (1994).
Destarte, os pescadores artesanais são definidos como os atores sintagmáticos que concreta (objetivamente) ou abstratamente (subjetivamente) territorializam o espaço geográfico através do seu trabalho humano, das relações socioculturais originárias das pescarias, dos seus conhecimentos e saberes tradicionais, dos métodos pesqueiros, das técnicas desenvolvidas e empregadas no cenário pesqueiro artesanal.
Para as comunidades pesqueiras, a pesca alcança várias dimensões (econômica, social, cultural, política, ambiental, sentimental, religiosa, ecológica, etc.). Os pescadores artesanais ao desempenharem sua atividade, estabelecem intensas interações e profundos vínculos com familiares, amigos e colegas de profissão, concebendo riquíssimas vivências e trocas de experiências que resultam na formação de um conjunto de conhecimentos e no aperfeiçoamento dos métodos, técnicas e instrumentos pesqueiros.
O Território Pesqueiro, em seu último estágio, resulta na construção de uma identidade coletiva, fortalecendo os costumes e a tradição pesqueira, enriquecendo ainda mais os modos de vida destas populações, criando novas histórias e projetos, revelando os anseios e desejos locais, culminando por fim, no fortalecimento sociocultural, na manutenção, na reprodução e no progresso das comunidades pesqueiras artesanais.
6. CONCLUSÃO
A pesca artesanal apresenta um sólido vínculo com a Geografia. O desenvolvimento de pesquisas e trabalhos da Área Pesqueira sempre estiveram presentes nos estudos e debates geográficos. A pesca é uma importante atividade extrativa que compõe a dieta alimentar dos seres humanos e o seu estudo possibilita compreender a história da humanidade. Contudo, a relevância histórica da pesca não concerne unicamente como fonte vital de alimento (soberania alimentar e nutricional) à nível mundial, abrangendo também, dimensões econômicas, sociais, culturais e ambientais.
.              Atualmente, os recursos pesqueiros garantem a subsistência e o sustento de aproximadamente 12% (por cento) da população mundial, sendo que o pescado corresponde à 20% (por cento) do consumo total de proteína em todo o mundo – chegando aos expressivos 70% (por cento) em alguns países costeiros e insulares.
Uma característica que distingue e enaltece a Geografia, realçando sua proeminência e singularidade concerne ao seu objeto de estudo: o espaço geográfico. O estudo deste conceito-chave (espaço) oportuniza múltiplas possibilidades de análises.
A realização da pesca artesanal está intimamente contígua ao acesso e ao uso do meio natural, de forma que, esta atividade converte-se num elemento de organização e produção do espaço geográfico. É através do trabalho dos pescadores artesanais, de seus conhecimentos, das suas habilidades, de seus saberes, dos métodos, das técnicas pesqueiras, dos instrumentos e apetrechos desenvolvidos para a prática pesqueira que o espaço pesqueiro artesanal é produzido, antecedendo, servindo de base e substrato para a construção dos territórios pesqueiros
Os métodos, instrumentos e as técnicas pesqueiras empregadas pelos pescadores artesanais durante as pescarias são as mais diversificadas possíveis, isto deve-se ao fato de que atividade pesqueira é sazonal, exigindo conhecimentos (arte e o saber-fazer pesqueiro artesanal) e metodologias específicas conforme as espécies de pescado a ser capturada e o local onde a atividade pesqueira será realizada.
O território pesqueiro é concebido e determinado a partir do poder e das suas relações, não existe poder sem uma base territorial, o poder, a dominação e o controle estão presentes na construção, apropriação e autonomia territorial, sendo representado em sua forma objetiva e concreta (material), mas também de maneira subjetiva e simbólica (representativa).
A apropriação da natureza, a construção dos territórios pesqueiros e o progresso das tradicionais comunidades ribeirinhas estão historicamente atrelados ao desenvolvimento das atividades pesqueiras. Para as populações pesqueiras, a pesca alcança várias dimensões, sendo duas das principais são: no âmbito econômico - uma das principais atividades geradora de emprego e de renda; e a segunda, no âmbito sociocultural - onde a pesca constitui um elemento importante na construção das relações socioculturais, no modo de ser e viver dessas tradicionais populações.
Portanto, é dentro deste cenário, de ações e poder (funcional e simbólico) que os pescadores artesanais constroem seus territórios: local de vida, lugar de moradia, trabalho, reprodução social, relações culturais, tradição e identidade, lutas, conflitos e sonhos.

 

REFERÊNCIAS
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*Economista. Pesquisador e Mestre em Geografia (Universidade Federal de Rondônia/UNIR).

Recibido: 08/10/2019 Aceptado: 17/05/2019 Publicado: Mayo de 2019



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