Vanessa Valgas dos Santos*
Universidade do Planalto Catarinense - UNIPLAC
Email: vanessavalgas@uniplaclages.edu.br
RESUMO:
A profissão da Enfermagem sofreu mudanças significativas ao longo dos anos. Atualmente o enfermeiro executa múltiplas funções, sendo submetido a variadas exigência tanto burocráticas quanto assistenciais. Dentro deste contexto, este profissional muitas vezes encontra-se sujeito a condições de estresse crônico, que poderá resultar no surgimento da Síndrome de Burnout. Esta patologia é caracterizada por sintomas que variam desde a falta de motivação e despersonalização até doenças como a depressão e os distúrbios cardíacos. Desta maneira, este artigo, através de uma revisão de literatura, revisa o papel do trabalho no desenvolvimento desta patologia, o contexto histórico da Enfermagem na arte do cuidado e os efeitos desta doença neste grupo de profissionais.
Palavras-chave: Burnout, Enfermagem, Estresse, Motivação, Saúde Ocupacional
RESUMEN
La profesión de Enfermería ha sufrido cambios significativos a lo largo de los años. Actualmente el enfermero ejecuta múltiples funciones, siendo sometido a exigencia burocrática y asistencial. En este contexto, este profesional a menudo se encuentra sujeto a condiciones de estrés crónico, que puede resultar en el surgimiento del Síndrome de Burnout. Esta patología se caracteriza por síntomas que varían desde la falta de motivación y despersonalización hasta enfermedades como la depresión y los disturbios cardíacos. De esta manera, este artículo, a través de una revisión de literatura, rescata el papel del trabajo en el desarrollo de esta patología, el contexto histórico de la Enfermería en el arte del cuidado y los efectos de esta enfermedad en este grupo de profesionales.
Palabras-clave: Burnout, Enfermería, Estrés, Motivación, Salud Ocupacional
ABSTRACT:
The nursing profession has undergone significant changes over the years. Nowadays, nurses perform multiple functions, being submitted to different demand as bureaucratic and care. In this context, this professional is often subject to conditions of chronic stress, which may result in the onset of Burnout Syndrome. This pathology is characterized by symptoms ranging from lack of motivation and depersonalization to diseases such as depression and cardiac disorders. In this way, this article, through a literature review, investigates the role of work in the development of this pathology, the historical context of Nursing in the art of care and the effects of this disease in this group of professionals.
Key-words: Burnout, Nursing, Stress, Motivation, Occupational Health.
Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:
Vanessa Valgas dos Santos (2019): “O papel do trabalho no desenvolvimento da síndrome de Burnout na enfermagem”, Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales, (abril 2019). En línea:
https://www.eumed.net/rev/cccss/2019/04/sindrome-burnout-enfermagem.html
//hdl.handle.net/20.500.11763/cccss1904sindrome-burnout-enfermagem
As condições de trabalho são conhecidas por impactarem tanto positiva quanto negativamente na saúde do trabalhador. Dentre os efeitos negativos resultantes das atividades laborais observa-se a diminuição na qualidade do trabalho ofertado, o aumento dos acidentes de trabalho e o adoecimento levando ao absenteísmo (HAYES; DOUGLAS; BONNER, 2015).
De acordo com Maslach e Jackson, os profissionais que dentro da sua atividade laboral apresentam contato com as pessoas, seus sofrimentos, medos e emoções são as mais propensas ao desenvolvimento da síndrome de Burnout, uma patologia que acomete os indivíduos expostos ao estresse crônico (MASLACH; JACKSON; LEITER, 1997). Mas o Burnout também pode ser consequência das condições inadequadas de trabalho como a falta de recursos humanos e financeiros, as horas extras excessivas, o afastamento do trabalhador do convívio social e a remuneração precária (HU; CHEN; CHENG, 2016).
Atualmente esta síndrome é considerada uma doença de características epidêmicas com consequências físicas e mentais nos trabalhadores (WEST et al., 2016). Dentre as ocupações que apresentam fortes interações com pessoas e que comumente são afetadas pela patologia estão os médicos, professores, advogados e enfermeiros, sendo estes últimos, um dos principais alvos desta síndrome (JODAS; HADDAD, 2009).
Os enfermeiros são considerados os grupos de profissionais que apresentam o maior contato com o cliente, e suas responsabilidades ultrapassam exclusivamente a atividade da assistência. Por isso, é relatado que estes trabalhadores são uma das classes mais propensas ao desenvolvimento do estresse e do Burnout na profissão, impactando negativamente não somente nos enfermeiros, mas nos clientes e em suas organizações (POGHOSYAN et al., 2010).
No Brasil, a primeira publicação científica sobre Burnout foi realizado por França em 1987, e para o autor, a incidência da síndrome ameaçava os enfermeiros. Desde então, o Burnout é considerado um dos muitos desafios enfrentados pela Enfermagem no Brasil e no mundo (BENEVIDES-PEREIRA, 2003; POGHOSYAN et al., 2010). Mas compreender o papel do trabalho no adoecimento e o impacto do Burnout na Enfermagem é fundamental para prevenir a enfermidade neste grupo profissional.
1.2. O papel do trabalho no surgimento do estresse e do Burnout
De acordo com o relatório da ONU de 2015, o trabalho é considerado não apenas base fundamental para a riqueza das economias, mas também é definido como sendo importante para a riqueza das pessoas (UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAMME, 2015).
Nos últimos 25 anos, o trabalho impactou no desenvolvimento humano com o acréscimo na qualidade de vida, acesso as condições básicas de saneamento e aumento da renda per capita, sendo fundamental salientar que o trabalho contribuiu para o progresso através da incorporação destes indivíduos com dignidade na sociedade (CATÃO; GRISI, 2014). Nesse cenário, o trabalho destaca-se pela capacidade de inserção social, bem como, pela realização profissional proporcionada pelo mesmo.
Porém, o trabalho nem sempre atua como uma fonte de crescimento, reconhecimento e satisfação (MCVICAR, 2003). Dependendo do contexto ao qual o trabalho está inserido, este poderá ser o causador de desgaste e descontentamento, demonstrando sua ambiguidade e criando uma insatisfação no trabalhador que busca o prazer e o prestígio (AHOLA et al., 2010).
A avaliação da possível consequência do trabalho sobre a saúde dos trabalhadores não é uma temática recente. Durante a Segunda Guerra Mundial, foi necessária a contratação de mão-de-obra que realizasse a substituição dos trabalhadores que estavam em combate, neste sentido, iniciou-se a admissão de idosos, mulheres, crianças e doentes mentais (PELOSO, [s.d.]). O emprego de pacientes psiquiátricos ou ergoterapia foi uma prática iniciada nos anos 20 por Herman Simon na Alemanha, propondo a inclusão dos pacientes como forma de terapia (DOERING; STEUERNAGEL; HAGER, 2003). Mas foi nos anos 40 que o médico psiquiatra Le Guillant afirmava que as alterações psicopatológicas eram manifestação decorrente dos conflitos que exprimiam as contradições sociais. O médico acreditava que a ergoterapia só seria possível através da reeducação e readaptação do paciente ao trabalho real e remunerado. Desta maneira, Le Guillant adentra suas investigações no campo da Psicopatologia do Trabalho, tendo como objeto específico à análise clínica e teórica da patologia mental oriunda do trabalho ou do enfrentamento da realidade (SOUZA; ATHAYDE, 2006).
No ano de 1956, Le Guillant publica o artigo “Algumas Notas Metodológicas a Propósito da Neurose das Telefonistas”, neste manuscrito o autor concluiu que o sofrimento mental é multideterminado, mas que o trabalho ocupa lugar central nessa determinação (INSTITUT NATIONAL D’ETUDE DU TRAVAIL ET D’ORIENTATION PROFESSIONNELLE (PARIS); RÉGIS, 2006).
Dentre as profissões constantemente estudadas devido ao alto grau de insatisfação falta de motivação e estresse por sua proximidade com os sentimentos de sofrimento, impotência e angustia estão os enfermeiros (BURTSON; STICHLER, 2010). Estes profissionais passam por condição de trabalho com privação de sono, baixa remuneração, múltiplas tarefas, exaustão emocional e incapacidade do desenvolvimento adequado das atividades, fazendo com que os mesmos sejam alvos constantes da síndrome de Burnout (JENNINGS, 2008).
1.3. Síndrome de Burnout e a Enfermagem
O termo síndrome de Burnout, cuja tradução corresponderia a “burn-out ou estar queimado”, foi cunhado nos anos 70 por Freunderberger (1974) que observou as alterações de humor e desmotivação nos trabalhadores decorrente de conflitos de satisfação pessoal, atuação profissional e responsabilidades perante os clientes, servindo como uma explicação ao processo negativo vivenciado por profissionais durante sua rotina laboral, especialmente aqueles que estão em contato direto com pessoas (FREUDENBERGER, 1974).
Em uma clínica para toxicômanos, Freudenberguer observou voluntários que trabalharam durante um ano em contato com pacientes. Neste período, os trabalhadores demonstraram uma progressiva perda energética até chegarem ao esgotamento, sintomas de ansiedade e depressão. A desmotivação para o trabalho e a agressividade também foram relatados. Por tanto, a síndrome de Burnout foi caracterizada nos profissionais de serviços de ajuda, que trabalhavam intensamente e deixavam seus interesses pessoais em segundo plano (FREUDENBERGER, 1974).
Para Freudenberguer, esta síndrome é considerada contagiosa, já que os trabalhadores poderiam afetar os demais com seus comportamentos de desilusão, ausência de realização no trabalho, irritabilidade, sentimentos de frustação, insensibilidade, inflexibilidade, cinismo e desespero, acarretando em longo prazo no desânimo generalizado. Devido a esta observação, autores formularam a possibilidade dos efeitos epidêmicos da Síndrome de Burnout (BAKKER; LE BLANC; SCHAUFELI, 2005).
Na década seguinte, Christina Maslach investigou a “despersonalização”, isto é, o distanciamento emocional e a desumanização como formas de autoproteção frente a situações de estresse, principalmente envolvendo os profissionais da saúde (médicos e enfermeiros). Maslach concluiu que a Síndrome de Burnout poderia ser classificada de acordo com o cansaço emocional e a ausência de realização pessoal (MASLACH; SCHAUFELI; LEITER, 2001).
No processo evolutivo da Enfermagem, esta profissão se deparou com inúmeras dificuldades, mas é através do estudo da história desta profissão que se compreende a situação atual em que se encontra o enfermeiro dentro da sociedade.
Fazendo uma retrospectiva histórica, pode-se dizer que a Enfermagem e os cuidados foram necessários para o surgimento e manutenção do homem na terra. Acredita-se que o começo da profissão de enfermeiro teve sua origem em 300 A.C. em Roma. Durante este período, o império romano construiu centros de assistência dentro de cada cidade para fornecer os cuidados necessários para os soldados doentes e feridos. Nestes locais, existiam os profissionais que proviam a atenção aos internados (EGENES, 2009).
À medida que o Império Romano se tornou o Império Bizantino, houve uma inovação no campo da saúde pela criação de hospitais totalmente desenvolvidos dentro da grande cidade de Constantinopla, nestes locais, os profissionais da saúde eram conhecidos como “hypourgoi e hypourgisses”, que foram essenciais para impulsionar a enfermagem de forma global (KOURKOUTA, 1998).
Na Europa durante os séculos X e XI ocorreu uma propagação do Catolicismo. Os monastérios começaram a alojar tanto hospitais quanto enfermarias em suas instalações. Dentro destes locais, os enfermeiros eram responsáveis por fornecer a atenção, mesmo que esta não contemplasse os serviços de saúde, o que causou uma popularização da Enfermagem durante a Idade Média (BRANDEIS; OATES, 2007).
Por sua localização geralmente centralizada nas cidades, foi requerido que as igrejas também contivessem em suas estruturas centros de atenção à saúde. Em países como a Alemanha, durante os anos de 1200 a 1600, foram criados 150 hospitais que expandiram de forma dramática o papel da Enfermagem na Europa (GODDERIS, 1998).
Na era contemporânea foram vivenciadas inúmeras circunstâncias sociais, políticas e econômicas que repercutiram na forma de vida e saúde das pessoas. A saúde foi considerada um direito do homem e a assistência não poderia ser um ato curativo individual, mas também um direito do trabalhador (COX; CASABLANCA; MCADAMS, 2013).
Dentro deste contexto, surge Florence Nightingale, a pioneira na profissionalização da Enfermagem. Com pensamento filosófico, científico e ético, amplia as ações da Enfermagem definindo as atividades administrativas e assistenciais (KUDZMA, 2006).
Atualmente, o enfermeiro deixou de ser o profissional que cuida exclusivamente da promoção da saúde, sua importância é refletida no aumento das responsabilidades que regulamentam o exercício da enfermagem. Mas apesar das diversas atribuições incorporadas às incumbências do enfermeiro, o papel central da profissão ainda é o cuidado, tendo este profissional uma posição de destaque na integralidade da assistência à saúde e na compreensão do contexto social através da identificação das necessidades e expectativas dos clientes, mas inúmeras vezes a atuação do enfermeiro se perde entre as múltiplas tarefas administrativas executadas pelo profissional (BURTSON; STICHLER, 2010).
Desta maneira, tem-se observado que os enfermeiros estão sofrendo uma perda da identidade profissional e adicionalmente, um aumento da carga laboral administrativa, que têm levado os enfermeiros a dedicarem menos tempo ao cuidado do paciente.
Corroborando com estes achados, Hanna e Villadiego descrevem que a função principal do profissional da Enfermagem parece estar sofrendo mudanças significativas e o cuidado passou a um segundo plano (HANNA; VILLADIEGO, 2014). Mas o ambiente de trabalho deveria apresentar reforços positivos entre a expectativa e a atividade laboral exercida. Quando esta correspondência não acontece, é comum o aparecimento de estresse, da ausência de motivação no trabalho e do adoecimento (STACCIARINI; TRÓCCOLI, 2004).
Desta forma, um ambiente de trabalho que impacta negativamente no enfermeiro, poderá levar ao aumento de morbidades como a Síndrome de Burnout e em alguns casos, conduzir a mortalidade (BROWNING et al., 2007; HAYES; DOUGLAS; BONNER, 2015). Podendo-se concluir que o local de trabalho, influencia sensivelmente no grau de realização pessoal e na possibilidade de desenvolvimento da Síndrome de Burnout (NEWELL; MACNEIL, 2011).
Vários estudos realizados em diferentes continentes demonstram que os índices de Burnout são elevados principalmente nos enfermeiros, especialmente naqueles profissionais inseridos no contexto hospitalar (JENNINGS, 2008; KANTEK; YILDIRIM; KAVLA, 2015). Nos hospitais, os enfermeiros representam o maior contingente de trabalhadores e são vários os estudos que apontam que as condições de trabalho vivenciadas por estes profissionais ocasionam problemas de saúde, acarretando em prejuízos socioeconômicos e pessoais.
Corroborando com estes resultados, uma pesquisa realizada pelo National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH) no ano de 1999, apontou que dentre as 130 ocupações com maiores níveis de estresse, os enfermeiros ocupavam a 27° posição (SAUTER et al., 1999).
No Brasil, o Ministério da Saúde através do Decreto/MS nº 1.339/1999 reconhece a Síndrome de Burnout como um transtorno mental e de comportamento relacionado ao trabalho e através da lei nº 3.048/99 reconhece a mesma como uma enfermidade ocupacional (BENEVIDES-PEREIRA, 2003).
“Síndrome caracterizada por exaustão emocional, despersonalização e autodepreciação. Inicialmente relacionada a profissões ligadas à prestação de cuidados e assistência a pessoas, especialmente em situações economicamente críticas e de carência, a denominação vem sendo estendida a outras profissões que envolvem alto investimento afetivo e pessoal, em que o trabalho tem como objeto problemas humanos de alta complexidade e determinação fora do alcance do trabalhador, como dor, sofrimento, injustiça, miséria” (“Ministério da Saúde do Brasil Organização Pan-Americana da Saúde/Brasil DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO”, [s.d.])
Através de uma pesquisa feita no ano de 2007 pelo Ministério da Previdência Social em enfermarias hospitalares, foi demonstrado que 4,2 milhões de pessoas foram afastadas do trabalho e destas 3.852 foram diagnosticadas portadoras da Síndrome de Burnout, ressaltando o papel do absenteísmo (DE FRANÇA; FERRARI, 2012).
O absenteísmo, caracterizado por ser uma ausência não-programada no trabalho devido ao adoecimento do enfermeiro, tornou-se um marcador da qualidade de saúde deste profissional da saúde (BRAITHWAITE, 2008). Além disso, as mudanças comportamentais, o desgaste emocional e a perda de interesse pela equipe de trabalho também são manifestações decorrentes desta patologia (OGRESTA; RUSAC; ZOREC, 2008).
Em 2011, pesquisadores conduziram um experimento no VA Medical Center onde o objetivo da investigação era comparar a presença da Síndrome de Burnout nos profissionais que trabalhavam diretamente com a assistência com os profissionais administrativos, que não tinham contato direto com os clientes. A hipótese inicial desta investigação era que profissionais exclusivamente em trabalhos burocráticos não apresentariam sinais da síndrome. Para surpresa dos investigadores, não houve diferença significativa entre os dois grupos, e os achados sugeriram que mesmo os trabalhadores apresentando diferentes responsabilidades, desempenhavam funções emocionalmente desgastantes e passiveis do desenvolvimento de Burnout. Esta constatação contraria a hipótese inicial, que para o desenvolvimento da síndrome o profissional deveria estar intimamente associado ao cliente, sugerindo que a patologia poderia aparecer em trabalhadores envolvidos tanto com “papéis” quanto como “pessoas”. Sendo assim, a atenção ao enfermeiro que trabalha tanto com funções quanto administrativas e gerência, também precisam ser investigadas (NEWELL; MACNEIL, 2011).
Mas é crucial que as estruturas modernas de trabalho identifiquem os primeiros sintomas da síndrome e atuem na intervenção do estresse antes que o mesmo se cronifique. Sendo assim, determinar se um indivíduo está sofrendo de Burnout é um primeiro passo para reconhecer o problema e encontrar soluções.
Desta forma, o elemento fundamental na identificação da síndrome é baseado em sua manifestação mais aparente, a exaustão emocional. Algumas ferramentas também poderão ser utilizadas rotineiramente para mensurar o Burnout, como o inventário de Maslach, criado por Maslach e Jackson em 1983, que permite investigar a presença de risco e a prevalência de Burnout no ambiente laboral (MASLACH; JACKSON; LEITER, 1997).
Também é fundamental que após a identificação dos indicadores de estresse e Burnout, ocorra o aprimorando relacionado principalmente aos aspectos intrínsecos ao trabalho, e que a intervenção na razão enfermeiro e número de pacientes ocorra. Pois ressalta-se que nesta patologia o cliente poderá ser atingido indiretamente pela doença do cuidador, devido a diminuição da motivação, a redução na qualidade do atendimento e na satisfação.
Observa-se claramente que o Burnout é uma síndrome que merece atenção entre os profissionais da Enfermagem, já que este é um dos principais grupos que sofrem com a doença. A partir dos primeiros sintomas de desmotivação e absenteísmo, as investigações para mensuração do estresse entre os profissionais deverão ser realizadas, pois sua cronificação poderá resultar em Burnout. Além disso, sugere-se que a aplicação do inventário de Maslach dentro dos ambientes de trabalho para identificação dos enfermeiros com a patologia. Ressalta-se que o caráter contagioso da síndrome já foi caracterizado, e deverá ser evitado que outros profissionais sejam afetados pelo comportamento de cinismo, irritabilidade e inflexibilidade exibidos pelo paciente afetado pela patologia. Finalmente, é necessário enfatizar que o Burnout também poderá atingir os indivíduos que trabalham nas áreas administrativas da Enfermagem, estes enfermeiros não poderão ser esquecidos uma vez que o Burnout também afeta os profissionais burocráticos.
AHOLA, K. et al. Burnout as a predictor of all-cause mortality among industrial employees: A 10-year prospective register-linkage study. Journal of Psychosomatic Research, v. 69, n. 1, p. 51–57, 2010.
BAKKER, A. B.; LE BLANC, P. M.; SCHAUFELI, W. B. Burnout contagion among intensive care nursesJournal of Advanced Nursing. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://www.wilmarschaufeli.nl/publications/Schaufeli/227.pdf>. Acesso em: 25 out. 2018.
BENEVIDES-PEREIRA, A. M. T. O Estado da Arte do Burnout no Brasil. Revista Eletrônica InterAção Psy, v. 1, n. 1, p. 4–11, 2003.
BRAITHWAITE, M. Nurse burnout and stress in the NICU. Advances in neonatal care : official journal of the National Association of Neonatal Nurses, v. 8, n. 6, p. 343–347, 2008.
BRANDEIS, G.; OATES, D. The Judaic-Christian Origin of Nursing Homes. Journal of the American Medical Directors Association, v. 8, n. 5, p. 279–283, jun. 2007.
BROWNING, L. et al. Nursing specialty and burnout. Psychology, health & medicine, v. 12, n. 2, p. 248–54, 2007.
BURTSON, P. L.; STICHLER, J. F. Nursing work environment and nurse caring: Relationship among motivational factors. Journal of Advanced Nursing, v. 66, n. 8, p. 1819–1831, 2010.
CATÃO, M. DE F. F. M.; GRISI, A. F. M. Life project and work as matter of exclusion/inclusion of the elderly person. Estudos de Psicologia, v. 31, n. 2, p. 215–223, 2014.
COX, K. S.; CASABLANCA, A. M.; MCADAMS, D. P. “There is Nothing Good About this Work:” Identity and Unhappiness Among Nicaraguan Female Sex Workers. Journal of Happiness Studies, v. 14, n. 5, p. 1459–1478, 2013.
DE FRANÇA, F. M.; FERRARI, R. Síndrome de Burnout e os aspectos sócio-demográficos em profissionais de enfermagem. ACTA Paulista de Enfermagem, v. 25, n. 5, p. 743–748, 2012.
DOERING, T. J.; STEUERNAGEL, B.; HAGER, K. Ergotherapy in outpatient care of geriatric patients . Internistische Praxis, v. 43, n. 2, p. 341–353, 2003.
EGENES, K. J. History of Nursing. Issues And Trends In Nursing: Essential Knowledge For Today And Tomorrow, p. 1–26, 2009.
FRANÇA, H. H. A Síndrome de "Burnout. Revista Brasileira de Medicina, v. 44, n. 8, p. 197-199, 1997.
FREUDENBERGER, H. J. Staff BurnOut. Journal of Social Issues, v. 30, n. 1, p. 159–165, 1974.
GODDERIS, J. A historical perspective on the care of the aged in medieval times. The Nursing clinics of North America, v. 33, n. 3, p. 557–68, set. 1998.
HANNA, M. L.; VILLADIEGO, M. C. La administración de enfermería en el área clínica y sus implicaciones en el cuidado. Revista Colombiana de Enfermería, v. 9, n. 9, p. 65–70, 2014.
HAYES, B.; DOUGLAS, C.; BONNER, A. Work environment, job satisfaction, stress and burnout among haemodialysis nurses. Journal of Nursing Management, v. 23, n. 5, p. 588–598, 2015.
HU, N.-C.; CHEN, J.-D.; CHENG, T.-J. The Associations Between Long Working Hours, Physical Inactivity, and Burnout. Journal of Occupational and Environmental Medicine, v. 58, n. 5, p. 514–518, maio 2016.
INSTITUT NATIONAL D’ETUDE DU TRAVAIL ET D’ORIENTATION PROFESSIONNELLE (PARIS), R.; RÉGIS. L’ Orientation scolaire et professionnelle. [s.l.] Institut national d’étude du travail et d’orientation professionnelle (INETOP), 2006.
JENNINGS, B. M. Work Stress and Burnout Among Nurses: Role of the Work Environment and Working Conditions. [s.l.] Agency for Healthcare Research and Quality (US), 2008.
JODAS, D. A; HADDAD, M. C. L. Burnout syndrome among nursing staff from an emergency department of a hniversity sic] hospital Portuguese]. Acta Paulista de Enfermagem, v. 22, n. 2, p. 192–197, 2009.
KANTEK, F.; YILDIRIM, N.; KAVLA, I. Nurses’ perceptions of motivational factors: A case study in a Turkish university hospital. Journal of Nursing Management, v. 23, n. 5, p. 674–681, 2015.
KOURKOUTA, L. Working conditions and duties of nurses in Byzantium. International history of nursing journal : IHNJ, v. 4, n. 1, p. 32–4, 1998.
KUDZMA, E. C. Florence Nightingale and healthcare reform. Nursing science quarterly, v. 19, n. 1, p. 61–64, 2006.
MASLACH, C.; JACKSON, S. E.; LEITER, M. The Maslach Burnout Inventory Manual 3rd Edition. In: Maslach Burnout Inventory,. [s.l: s.n.].
MASLACH, C.; SCHAUFELI, W. B.; LEITER, M. P. Job burnout. Annual Review of Psychology, v. 52, p. 397–422, 2001.
MCVICAR, A. Workplace stress in nursing: A literature reviewJournal of Advanced Nursing, 2003.
Ministério da Saúde do Brasil Organização Pan-Americana da Saúde/Brasil DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO. . [s.l: s.n.]. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_relacionadas_trabalho1.pdf>. Acesso em: 25 out. 2018.
NEWELL, J. M.; MACNEIL, G. A. A Comparative Analysis of Burnout and Professional Quality of Life in Clinical Mental Health Providers and Health Care Administrators. Journal of Workplace Behavioral Health, v. 26, n. 1, p. 25–43, 2011.
OGRESTA, J.; RUSAC, S.; ZOREC, L. Relation between burnout syndrome and job satisfaction among mental health workers. Croatian Medical Journal, v. 49, n. 3, p. 364–374, 2008.
PELOSO, P. F. Psychiatry and Psychiatric Patients in Italy During World War IIInternational Journal of Mental HealthTaylor & Francis, Ltd., , [s.d.]. Disponível em: <https://www.jstor.org/stable/41345189>. Acesso em: 25 out. 2018
POGHOSYAN, L. et al. Nurse burnout and quality of care: cross-national investigation in six countries. Research in nursing & health, v. 33, n. 4, p. 288–98, ago. 2010.
SAUTER, S. et al. Stress At Work. National Institute for Occupational Safety and Health, n. 99–101, p. 1–32, 1999.
SOUZA, P. C. Z. DE; ATHAYDE, M. A Contribuição da Abordagem Clínica de Louis Le Guillant para o Desenvolvimento da Psicologia do Trabalho. Estudos e Pesquisas em Psicologia, UERJ, v. 6, n. 1, p. 6–19, 2006.
STACCIARINI, J. M. R.; TRÓCCOLI, B. T. Ocupational Stress and Constructive Thinking: health and job satisfaction. Journal of Advanced Nursing, v. 5, n. 46, p. 480–487., 2004.
UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAMME. The Millennium Development Goals ReportUnited Nations. [s.l: s.n.].
WEST, C. P. et al. Interventions to prevent and reduce physician burnout: a systematic review and meta-analysis. The Lancet, v. 388, n. 10057, p. 2272–2281, 5 nov. 2016.