Revista: CCCSS Contribuciones a las Ciencias Sociales
ISSN: 1988-7833


DESAFIOS E POSSIBILIDADES PARA O PROFESSOR CONTEMPORÂNEO NO ENSINO SUPERIOR

Autores e infomación del artículo

Fernando Bueno Vieira*

Wendell Lima Bandeira**

Universidade Federal da Integração Latino-Americana, Brasil

fernando.buenofoz@hotmail.com


Resumo: O presente artigo tem como objetivo abordar a docência na contemporaneidade e os desafios que os professores do ensino superior encontram para ministrar suas aulas frente os tempos hodiernos. Serão evidenciadas aqui as práticas docentes necessárias para que a prática de ensinar ocorra de forma correta e analisar teoricamente as o ensino superior na atualidade. Trataremos também os desafios sobre as mudanças de comportamento, prioridades e a importância que os professores dão para a aprendizagem no geral. Abordaremos também os motivos que levam alguns alunos a se desinteressarem pelas aulas de alguns professores pela falta de interação perante ambos. Ensinar e aprender são algo muito complexo nos dias atuais e precisam de estratégias necessárias para alcançar um aprendizado de forma eficiente, o professor de ensino superior nos dias atuais precisa ser um profissional competente, mais abrangente, mais humano, mais compreensivo com seus alunos para que os mesmos continuem se interessando cada vez mais por suas aulas.

Palavras-chave: Docência, Ensino Superior, Professor, Contemporaneidade, Desafios.
RESUMEM: El presente artículo tiene como objetivo abordar la docencia en la contemporaneidad y los desafíos que los profesores de enseñanza superior encuentran para ministrar sus clases frente a los tiempos actuales. Se evidenciarán aquí las prácticas docentes necesarias para que la práctica de enseñar ocurra de forma correcta y analizar teóricamente la enseñanza superior en la actualidad. Trataremos también los desafíos sobre los cambios de comportamiento, prioridades y la importancia que los profesores dan para el aprendizaje en general. Abordaremos también los motivos que llevan a algunos alumnos a desentenderse por las clases de algunos profesores por la falta de interacción ante ambos. Enseñar y aprender es algo muy complejo en los días actuales y necesitan estrategias necesarias para alcanzar un aprendizaje de forma eficiente, el profesor de enseñanza superior en los días actuales necesita ser un profesional competente, más amplio, más humano, más comprensivo con sus alumnos para que los mismos continúan interesándose cada vez más por sus clases.
Palabras clave: Docencia, Enseñanza Superior, Profesor, Contemporaneidad, Desafíos.
SUMMARY: The present article has as objective to approach the teaching in contemporaneity and the challenges that the teachers of the superior education find to minister their classes before the modern times. It will be evidenced here the teaching practices necessary for the practice of teaching to occur in a correct way and to analyze theoretically the higher education in the present time. We will also address the challenges of changing behavior, priorities and the importance teachers give to learning in general. We will also address the reasons why some students are disinterested in the lessons of some teachers because of the lack of interaction between them. Teaching and learning are very complex these days and need the strategies needed to achieve learning efficiently, today's higher education teacher needs to be a competent, more comprehensive, more human, more understanding professional with his students so that they will continue to be more and more interested in their classes.
Key words: Teaching, Higher Education, Teacher, Contemporaneity, Challenges.

Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Fernando Bueno Vieira y Wendell Lima Bandeira (2018): “Desafios e possibilidades para o professor contemporâneo no ensino superior”, Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales, (julio 2018). En línea:
https://www.eumed.net/rev/cccss/2018/07/desafios-professor-contemporaneo.html

//hdl.handle.net/20.500.11763/cccss1807desafios-professor-contemporaneo

1 INTRODUÇÃO
Este artigo tem como objetivo fazer uma análise bibliográfica abordando os desafios que os professores contemporâneos têm no ensino superior onde lecionam. Ou seja, será abordado como os educadores vêm enfrentando esse cenário de mudança educacional, onde simplesmente transmitir conhecimento não é mais necessário, buscando assim envolver e engajar os alunos para que aumentem as perspectivas de aprendizado e motivação. Como esses educadores vão passar por essas transformações sem que seu ensino seja modificado ou perca qualidade.
Justifica-se a escolha desse tema, pois, nos dias atuais só olhamos muitas vezes o lado do professor, onde ele prepara todos os dias a sua aula, entra em sala de aula, mas, não consegue transmitir tudo aquilo que estava em papeis para os alunos.
É necessário também entender porque os alunos estão tão desmotivados em sala de aula, o que o professor pode estar fazendo ou deixando de fazer para que a autoestima desse aluno não caia, o professor é muitas vezes compreensivo? Dinâmico? Podem ser fatores considerados bobos, mas, que fazem toda a diferença para os alunos.
É de muita relevância abordar o tema em questão, pois, muitos educadores do ensino superior, só focam no conteúdo que querem passar, muitas vezes massacrando os alunos, e se esquecem de que os mesmos educadores também estiverem sentados nas cadeiras da universidade, deve haver entre aluno e professor um ponto de equilíbrio.
A metodologia utilizada para o trabalho parte da pesquisa bibliográfica analisando estudos de diversos autores da área que buscaram entender as dinâmicas de ensino e aprendizagem do docente do ensino superior na atualidade. O presente artigo é dividido em seis momentos, tais como: Estratégias de ensinar e aprender; O professor e o ensino superior nos dias atuais; A formação profissional; Saberes pedagógicos para a docência do ensino superior; O professor e o seu importante papel e A vulgarização do trabalho docente no ensino superior
Este trabalho tem como finalidade abordar a docência na contemporaneidade e os desafios que os professores do ensino superior passam para ministrar suas aulas.

2 ESTRATÉGIAS DE ENSINAR E APRENDER
De acordo com Ferreira (2010) transmitir conhecimento, instruir e abordar são alguns sinônimos ligados ao verbo ensinar, ou ainda, repassar a outra pessoa conhecimento sobre algo e tornar algo familiar a esta mesma pessoa.
Porém, o melhor conceito que define a ideia de ensinar é educar. Educar significa ir de um lugar para o outro que vai da ideia de introduzir alguém ao mundo através de uma instrução.
De acordo com Gallo (2012) a ideia aqui sobre educar é imaginar uma cena na qual um morador que vem de uma cidade distante recebe um visitante e o leva para conhecer diversos pontos turísticos, ou seja, educar pode ser mostrado dessa forma.
Com isso, é verificar ao mesmo tempo em que ele apresenta diversos elementos novos a essa pessoa que não o conhecia, ouve diferentes perspectivas desta mesma pessoa com relação ao passeio e conhece sobre tudo aquilo que ele pesquisou a respeito da outra cidade antes de estar ali, percebendo o quanto esse visitante se preparou para esse passeio.
Segundo Nóvoa (2007) ensinar vai além, pois, o docente não pode se posicionar no senso comum, ou seja, preparando a mesma aula diariamente, utilizando sempre as mesmas referências que seus professores utilizavam em sua época, ensinar vai muito além desse comodismo.
De acordo com Alves (2005) os alunos não precisam necessariamente gostar daquilo que estão vendo ou vivendo a partir da orientação dos professores, mas sim, precisam ser apresentados para as diversas possibilidades de visão para que então possam fazer suas próprias escolhas.
Ensinar propicia ao aluno conhecimento e um bom manuseio com os diversos tipos de ferramentas possíveis até leva-lo a construir seu conhecimento, sempre levando em conta que o professor não pode transferir seus próprios conhecimentos, mas não pode e não deve ser o mediador entre o conhecimento e o aluno.
Segundo Alves (2005) o professor precisa despertar o interesse daquele que está em processo de aprendizagem. É preciso levar em consideração o que o aluno já traz de vivência, pois, se o professor não conseguir transmitir algo por menor que seja na vida dos seus alunos, o mesmo não poderá transformar aquilo que ouve.

3 O PROFESSOR E O ENSINO SUPERIOR EM TEMPOS HODIERNOS

Segundo o Censo (2010) o papel dos professores no ensino superior nos dias atuais não está restrito á graduação, mas sim, incorpora também as atividades de pós-graduação e de pesquisa.
Segundo Masetto (2003) o século XX chegou para trazer algumas mudanças no ensino superior e no perfil do professor. O docente do ensino superior deixou de ser a peça principal em seu cenário de ensino, o aluno sim, passou a ser o principal agente desse cenário. Os projetos de pesquisa e extensão são exemplos da importância do aluno no desenvolvimento de conhecimento nas universidades.
Com isso, o educador deixou de ser a única fonte exclusiva de informações do aluno, e assim, passou a explorar com ele diversos ambientes de aprendizagem, onde valoriza o processo coletivo, onde aprende com outros alunos e professores de outras áreas.
Portanto, foi necessário desenvolver outras competências para a atividade da docência no ensino superior, entendendo assim que para ser um bom docente, deve ser muito mais que um especialista.
Masetto (2003) também compreende que entender a concepção é entender uma série de aspectos que se apresentam e se desenvolvem, como por exemplo, saberes, conhecimentos, valores, atitudes e habilidades. Para ser um bom docente é necessário ter um bom domínio de conhecimentos básicos em sua área de atuação e também ter experiência profissional.
É necessário também ter possuir certo domínio na área pedagógica, saber atuar no processo de ensino-aprendizagem e ter condições de utilizar esses mesmos domínios para gerir o currículo do curso ao qual pretende ensinar.
Um bom docente não ensina apenas o que deve ser aprendido para o mercado de trabalho, mas sim direciona seus alunos para uma aprendizagem constante e eficaz para encaminha-los além das exigências mercadológicas.
Para que isso aconteça é necessário que o docente tenha um bom conhecimento de mundo, que seja interessado em conhecer seus alunos, com isso, saberá auxiliar e orientá-los em suas futuras carreiras.
Professor e aluno são extremamente indispensáveis para que haja troca de conhecimentos e para que a aprendizagem seja concreta, a educação no ensino superior deve contribuir para a formação do próprio aluno e do próprio ser humano.
Ensinar não é apenas transmitir conhecimento, mas sim, apresentar conhecimento de mundo, fazer com que o aluno se auto conheça, que ele se torne protagonista de sua própria história.
Segundo Morin (2003) se as instituições de ensino estiverem centradas na aprendizagem e não apenas focadas no mercado de trabalho, poderá então se preocupar com os alunos, com o corpo docente, ao invés de somente se preocupar com a esfera da sociedade.
O ensino de nível superior deve ser um espaço onde os alunos aprendem a pesquisar, questionar, aprender, estudar, ver, trabalhar e acima de tudo respeitar.

4 A FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Formar um aluno para ser um profissional capacitado para as diversas áreas é um dever da educação de ensino superior (PIMENTA; ANASTASIOU, 2008).
Dessa forma, formar um profissional torna-se uma característica da docência no ensino superior, onde define praticamente todas as questões pedagógicas.
O perfil de cada profissão quem conduz é o projeto pedagógico, ou seja, é ele quem promove didáticas específicas para cada disciplina. Dessa forma, é ele quem propõe que o docente conheça de forma mais abrangente a profissão para qual está estudando e lá na frente o que se formará.
A Pedagogia é um bom exemplo, não que os outros não sejam, porém, ela abrange vários campos da educação e abrange diversas áreas do mesmo.
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia, a educação de quem é licenciado em Pedagogia tem como objetivo investigar, refletir de forma critica, avaliar e aplicar conhecimentos de diversos campos, sejam eles, filosóficos, histórico e antropológico (BRASIL, 2002a).
Dessa forma, o Pedagogo terá que observar analisar, executar e avaliar as repercussões desse docente e seu índice de aprendizagem, bem como orientar práticas e gestão de processos educativos não escolares.
Portanto, o perfil desse profissional exige uma vasta visão sobre a escola, seus problemas educacionais e seus contextos educativos.
O corpo docente do curso de Pedagogia é constituído por grande parte de pessoas que já possuem outra formação acadêmica. Porém, grandes partes desses educadores nunca trabalharam na educação infantil e no ensino fundamental (BRASIL, 2002b).
O curso de Pedagogia não fica restrito apenas na área da educação, mas sim, se aplica á outros cursos como o de Direito, na Medicina, no Jornalismo, a Pedagogia, como foi citada anteriormente envolve vários campos.

5 SABERES PEDAGÓGICOS PARA A DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR

De acordo com Cunha (2008) é esperado desses docentes uma formação mais ampla, mais avançada, há uma maior exigência na formação especifica desses profissionais.
Dessa forma, é tornar a formação de pós-graduação stricto sensu como fundante da carreira universitária abordando o perfil desse professor e, certamente, dos saberes que serão valorizados na sua formação.
Mesmo esse profissional com a formação stricto sensu, os saberes pedagógicos são sempre uma lacuna para a prática docente.
Segundo Cunha (2008) os docentes apontam como suposto desafio as questões pedagógicas, tais como: motivar os alunos, como ensinar com tantos recursos diferentes, como usar as diferentes mídias, como produzir conhecimentos com um número elevado de alunos e como aliar pesquisa com conhecimento.
De acordo com Franco (2006) entender os saberes pedagógicos é saber que eles são um conjunto de conhecimentos específicos que permitem ao docente resolver as situações de aprendizagem, de forma inovadora e que não transformem tais saberes em solicitações burocráticas.
A didática do ensino superior é uma discussão muito complicada e que precisa de atenção, pois, todo plano de ação para desenvolver o ensino deve ser controlado pelo próprio professor, para então não acabar virando uma divisão de trabalho docente.
Para que isso não ocorra, é necessário que o professor tenha um conhecimento pedagógico em geral, como por exemplo, planejamento do conteúdo a ser dada, organização do tempo, material, espaço de aprendizagem e de grupo.
De acordo com Tardif e Raymond (2000) no ensino superior o conhecimento da disciplina, ligado á profissão que se deseja, caracteriza a especificidade da docência nas universidades e que os saberes profissionais dos professores são plurais, compósitos e heterogêneos.
Ao longo de sua trajetória seja de vida pessoal como profissional, o docente do ensino superior interiorizou diferentes conceitos e conhecimentos, crenças e valores, os quais revelam sua relação com ele e com o outro.
Portanto, conhecer bem você e seus alunos, faz toda a diferença no processo de aprendizagem, é necessário ser criativo, dinâmico, procurar sempre desenvolver diferentes estratégias de ensino, procurar desenvolver diferentes modelos de ensino.
As diferentes estratégias de ensino e os métodos de avaliação também devem seguir modelos diferentes, conforme os cursos e seus acadêmicos.
Ou seja, os mesmos critérios para avaliar um estudante de Medicina serão o mesmo para avaliar um estudante de jornalismo.
Seguindo essa linha, o docente é um mero colaborador, em muitos casos passa até despercebido pelos seus alunos ou em muitos casos é intelectual demais sob o olhar dos seus alunos (DIAS SOBRINHO, 2004, p. 708). O docente do ensino superior está sempre sendo desafiado, seja pela universidade, ou pelo aluno.

6 O PROFESSOR E O SEU IMPORTANTE PAPEL

De acordo com Osti (2004) uma ideia errônea quanto ao papel pedagógico de um professor que atenda um aluno que possui dificuldades de aprendizagem é a de que o mesmo precisaria realizar atividades diferenciadas para este aluno.
O ideal é o trabalho voltado para alunos que possuem diferentes capacidades, com atividades diversificadas e desafiadoras, não aquelas aulas em que existe somente o certo e o errado. É preciso haver possibilidades.
Nesta perspectiva Padilha (2001, p. 135) salienta que “vencer as barreiras de dificuldades significa expandir possibilidades, diminuir limites, encontrar saídas para estar no mundo” são metas intransferíveis do próprio indivíduo e para o professor cabe o papel de orientador e incentivador dessa prática.
O aluno pode sim atingir a emancipação. Mas fazer isso com a contribuição do professor pode tornar uma realidade bem mais próxima.
O aluno com dificuldades de aprendizagem sente-se diminuído dentro e fora da sala de aula. Não sabe o que quer e aonde quer chegar. Não possui domínio suficiente sobre suas emoções e atitudes. Enfrenta dificuldades em resolver seus conflitos.
Se a afetividade já é tão importante para o trabalho em sala de aula com os alunos ditos “normais”, nas ações com os alunos que possuem algum distúrbio ou dificuldade de aprendizagem essa característica surte ainda mais efeito positivo.
Sabendo da força que o emocional pode proporcionar nos resultados pedagógicos, atitudes de afabilidade, compreensão, gentilezas e outros sentimentos podem tornar o conhecimento mais significativo e a aprendizagem uma realidade. 
Assim, além do conhecimento pedagógico, o professor necessita de uma estrutura emocional forte para que seu equilíbrio e maturidade permitam que estabeleça uma relação de cooperação com este aluno, dos demais com ele e de todos num coletivo harmonioso.
Muitas vezes o professor sabe mais dos seus alunos do que os próprios pais, pedagogos ou até mesmo os psicólogos.
Algumas vezes o professor e considerado um super-herói e esquecido como ser humano que possui concepções, vida própria, possuidor de sentimentos e tribulações.
Diante do exposto, o papel do professor, nos dias atuais, vai muito além se apenas entrar em sala de aula, passar e explicar o conteúdo, mas sim, em dar educação aos seus alunos, prepara-los para a sociedade atual, acolher as angústias daqueles que estão precisando de acolhida, ser mãe, amiga.
Porém, é papel dos pais assumirem a responsabilidade com seus filhos, sempre apoiando suas vitórias e derrotas.
É papel dos pais dar educação, estimular seus filhos a sempre serem bons alunos e o principal: sempre participarem ativamente da vida escolar dos filhos.
Enfim, o papel do professor vai muito além do que realmente é a sua função e muitas vezes ele ainda não é bem visto e nem valorizado.
De acordo com Padilha (2001) para que o professor tenha uma boa relação com seus alunos, ele precisa conhecer de perto a realidade de seus alunos, conhecer a família de cada aluno, analisar quais são as atividades que despertam interesse nele, tirar um tempo para ouvi-los caso precisem de alguma orientação.

7 A VULGARIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR
Segundo Maués (2003) as empresas e a educação possuem um elo que somadas ao interesse de diminuir as despesas com a educação, e dessa forma, induzindo a um aligeiramento de programas de ensino voltados á esses jovens do ensino superior.
Hoje em dias vemos muitas faculdades abrirem, muitas a procura apenas do dinheiro dos alunos, porém, várias possuem algumas irregularidades com o MEC, está ficando cada vez mais difícil entrarmos nessas faculdades novas um ensino de qualidade. O ensino superior passa a ser cada vez mais, um emprego e não uma carreira.
A precarização do trabalho contribui para essa vulgarização do trabalho docente. Muitas faculdades mantidas pelo governo estão passando por muitas dificuldades financeiras, falta de professores, falta de materiais, falta de produtos, ou seja, muitas faculdades acabam tendo que se sustentar sozinha, defasando o salário dos professores e prejudicando os alunos.
Devemos abordar que alguns professores ainda passam pela defasagem de seus salários, muitos trabalham muito e não são remunerados de forma correta, outros não cumprem seus horários corretamente e recebem além do que deveriam.
De acordo com Noronha (2001) por conta de algumas propostas de curso, novas modalidades de professores atuantes no ensino superior, tais como: professor repassador, professor conteudista, professor tutor e por aí vai. Ou seja, dessa forma, um docente que trabalha no processo de ensino se torna descaracterizado em seu trabalho.
As causas da vulgarização do trabalho docente já vêm sofrendo declínios, pois, aqueles que não aceitam as condições estão sendo excluídos do quadro docente, dando vaga aquele que aceita essas condições.
Os docentes do ensino superior se queixam de sentimentos de insatisfação, frustração, ansiedade, queixas da péssima condição de trabalho, cansaço físico e mental, os docentes estão passando ou passam por tudo isso diariamente.
Segundo Silva (2007) onde em dia se tem várias pesquisas que buscam compreender porque os professores adoecem mais cedo em sala de aula, quais os fatores que desencadeiam isso, o que pode ser feito para ajudar esse educador para que o aluno e a instituição não saiam no prejuízo. Muitos estudos abordam isso, mas, deve-se ter em mente que o professor adoece por vários motivos, baixo salário, desvalorização em sala de aula, rotina intensa de trabalho e afins.
O adoecimento desses educadores se caracteriza em forma de expressão de insatisfação com a própria profissão e do desgaste físico e mental, uma síndrome que vem afetando alguns educadores é a Síndrome de Burnout onde se caracteriza pela exaustão emocional, despersonalização e baixo envolvimento pessoal no trabalho.
Dessa forma, a educação vai sendo taxada como mercadoria, dessa sociedade de informação e da vulgarização do trabalho docente, o professor do ensino superior perde de ser considerada uma pessoa estudada, intelectual e passa a ser considerado um mero educador que trabalha em um centro educacional.

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 O professor de ensino superior tem diferentes olhares em sua sala de aula e olhares atentos aos seus gestos e sua postura enquanto professor.
Outra questão é que o professor do ensino superior tem um ensino muitas vezes teórico demais e em outras vezes metodológico demais, não é um ensino muitas vezes bem dosado.
O professor por assumir um cargo que exige muita competência deve passar aos seus alunos um olhar de acima de tudo de amigo, pois, muitos educadores tratam seus alunos como se fossem seus rivais.
É necessário que o professor do século XXI seja mais compreensivo ao ministrar suas aulas, pois, a grande maioria dos professores de ensino superior não está nem aí para o aluno, não se importam com o ensino, só está ali para esperar o salário entrar e não fazer um bom trabalho.
Nos dias atuais vemos que há uma falta de integração por parte do professor com seus alunos, onde deva sair um trabalho conjunto, onde ambos devem compartilhar experiências. Notamos que há um grande déficit de práticas e de reflexão por parte desses educadores.
Muitas vezes os professores se esquecem de que estão lidando com jovens, onde devem ser mais dinâmicos, mais criativos, falar a linguagem deles, não reproduzem aulas mais legais, focam apenas nas aulas tradicionais por não saberem fazer algo diferente.
O docente da contemporaneidade sofre vários desafios em sala de aula, um deles é a forma como conduzem suas aulas, outros já são completamente diferentes em sala, são dinâmicos, alegres, sabem interagir com seus alunos. Porém, outro desafio muito difícil para esse professor é assumir o que não aprendeu como se fez na prática quando ele mesmo era aluno de um curso superior.
É esperado que o professor fosse interessado, comprometido, competente e acima de tudo atualizado, esse educador do ensino superior deve atuar como facilitador, mediador e orientador do conhecimento.
O educador da contemporaneidade deve trabalhar em conjunto com seus alunos, sempre desafiando os mesmos a olhar para frente, a tomar as melhores decisões quando necessário, ensinando cada um a enxergar sua individualidade dentro e fora de grupos, visando sempre à motivação, o professor deve ter caráter de um ser transformador e estar sempre fazendo a diferença.
É fato de que para se obtiver êxito no aprendizado dos alunos o professor precisa estar em constante comunicação com seus alunos, para então entender o universo de ambos, sempre tendo em vista de que um bom relacionamento pode definir e garantir uma efetiva aprendizagem.
Outro desafio da docência no ensino superior na contemporaneidade é o fato de que o professor precisa falar com mais frequência com a sociedade e aparecer mais nos meios de comunicação, retomando assim sua intervenção política, que acabou sendo perdida há muito tempo.
O que diferencia um professor do outro é sua forma de trabalho, e o resultado sai conforme seu trabalho é executado. Porém, muitos professores prezam pelo ótimo trabalho em sala, cujo principal objetivo é que seus alunos possam compartilhar de seus conhecimentos e através deles se capacitar.
Em contrapartida temos um cenário onde o professor muitas vezes adoce por causa do governo, má condições de trabalho, alunos mal educados, enfim, ocorrem inúmeros fatores que muitas vezes contribuem para que esse educador seja obrigado a sair de sala de aula.
É necessário que o educador, mas também o aluno reveja seus conceitos e veja por qual motivo ele está sentado em uma cadeira da universidade, onde ele deve respeito ao professor e atenção durante as aulas. O professor por sua vez, deve ter em mente também que o mesmo deve ser mais dinâmico, ser mais comunicativo com seus alunos, dar mais voz ao aluno para que ele possa expressar suas dificuldades.
Outro ponto a ser levado em conta é que existem sim professores universitários comprometidos com seu trabalho, se esforçam, preparam uma aula estupenda, ensinam de forma diversificada, mas, se depara com um aluno imaturo em suas aulas, um aluno onde não participa, não expõe, não acrescenta em nada nas aulas, infelizmente, vivemos em uma constante balança, onde tudo tem que ser dosado na medida certa e onde todos deveriam estar com o mesmo pensamento.
Porém, não é o professor que faz a universidade e sua sala de aula, mas sim, é o aluno juntamente com o professor, onde ambos andando na mesma direção podem obter sucesso na troca de aprendizagem.
Por fim, é necessário abordar que a formação do professor precisar abordar também uma análise prática para que possa atuar de forma a levar segurança aos alunos ao abordar os conteúdos.

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* Tecnólogo em Gestão de Recursos Humanos. Especialista em Docência no Ensino Superior. Faculdade de Educação São Luís de Jaboticabal. E-mail: fernando.buenofoz@hotmail.com
** Mestrando em Políticas Públicas e Desenvolvimento. Universidade Federal da Integração Latino-Americana. E-mail: wendellbandeeira@gmail.com

Recibido: 22/04/2018 Aceptado: 04/07/2018 Publicado: Julio de 2018

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