Roberto Carlos Amanajás Pena
Maria do Livramento A. Pena
Heriberto Wagner Amanajás Pena (CV)
heripena@yahoo.com.br
RESUMO
O presente artigo relata a angústia do homem em encontrar uma aplicação a realidade exposta para sua condição existencial. De fato à evolução do conhecimento humano é caracterizado por momentos em que suas particularidades interferem com os seus juízos de conduta e ética, e impõem suas características através do seu convívio social, e esse convênio associado entre encontrar uma solução para o seu entendimento é totalmente ingerido pela angústia de sua própria história de tempo, sacrificando seus valores morais em aquisição de uma compreensão de mundo. De certo, a humanidade está voltada para os encantos do materialismo, e torna a angústia um reconhecimento às nossas falhas e erros que advém da própria natureza humana. E a sua essência é o de nutrir por meio de sua cólera fatigante, que proporcionam com isso, uma lembrança permanente de sua própria agonia em encontrar o eu interior.
Palavras-chave: Homem; angústia; sociedade; consciência.
ABSTRACT
This article reports the anguish of human beings to make an application to the reality exposed their existential condition. In fact the evolution of human knowledge is characterized by its special moments that interfere with their judgments of conduct and ethics, and impose their characteristics through their social interaction and associated with this covenant between finding a solution to your mind is totally consumed the anguish of his own history of time, sacrificing their moral values in acquiring an understanding of the world. In a sense, humanity is facing the charms of materialism, and the anguish becomes a recognition of our faults and mistakes that come from human nature itself. And its essence is to nurture their anger through stressful, thereby providing a permanent reminder of his own agony to find the inner self.
Keywords: Man, anxiety, society, consciousness.
1. INTRODUÇÃO
Ao tentar glosar a identidade do homem, percebermos que seu aspecto o conduz para uma consciência histórica de mundo, e o levam ao lineamento de sua própria evolução. Na sua narrativa demonstra um acentuado grau de argúcia para superar obstáculos e impedimentos que estiverem ao seu juízo, o homem tende a nutrir o passado que revive nos alfarrábios e condiciona a colocá-lo nas esferas da sociedade atual, evidenciando com isto, a prematura luz que ilumina a certeza da sua razão. Cunhar seu verdadeiro objetivo na realidade é fazer com que o homem venha a explorar os outros homens que estão inertes ao papel no tempo, e estes são comumente oprimidos por serem dotados como sonolentos, a verdade impõe a certos conceitos imateriais que estão ultrapassados diante de uma ideologia evolutiva que concordam com sua ação de sofrimento.
Este retrospecto demonstra uma função ainda não norteada pela capacidade que o homem tem em gerar suas habilidades de entendimento, o que necessariamente é a consciência humana? Será que aos domínios de uma interpretação nos juízos que intervêm nas relações sociais, podem colocar a função do cognitivo para esclarecer os dados maquiavélicos que a mente humana determina, como fonte de uma abstenção para sobrepor seus objetivos e sua criticidade, então, esse domínio de consciência conduz o homem, para saciar seus desígnios que a realidade impõe como ilusão para a sua sobrevivência. Ultrapassar as esferas da consciência sensível é puramente uma questão utópica, jamais entenderemos a mente humana sobre o aspecto real, ao estudar através da antropologia, psicologia e a própria Filosofia da Mente, o homem tem como base o fundamento de suas incertezas, e comprova essa mesma irracionalidade por meio de suas ações e fraquezas, que o colocam como lobos que devoram uns aos outros para delimitar sua animalidade de quem controla seu próprio instinto. O ideal seria encontrar a perfeita harmonia entre a razão e a incertezas que impelem a condução para pensá-lo, para o homem conter sua cólera e seus impulsos, tem que possuir um autodomínio sobre as questões psicológicas sobre o convívio social.
2. O HOMEM ANGUSTIADO EM FASE DE TRANSFORMAÇÃO
Esta reflexão nos faz entender que o homem não só possui a presença de sua existência, mais como sente à sua mudança ulterior num mundo de oposições: velho e novo, lucidez e loucura, dia e noite. Enfim o contraste de nossas próprias vidas num devir constante. Diante do oposto cria-se um estado de ansiedade, de angustia e de dor. Por que a angustia? Por que é a finitude da vida é a causa para a experiência de nossas próprias ações de temporalidade, suprema para nossa capacidade lógica de vida, que esta além do limitado onde não podemos alcançar com o nosso conhecimento, apenas imaginar com as exterioridades que lhe é atribuída. Este se caracteriza entre sua disposição para criar através de sua mentalidade de absorver o mundo, por meio de sua engrenagem modificadora para sacrificar valores condicionados por ele mesmo, onde se passa pela oscilação e a mediocridade de sua notória consciência, tudo isto, torna o homem ansioso, e por isso mesmo, angustiado com as perturbações e conseqüências do mundo.
“No íntimo, porém, sabemos que não existimos á maneira de coisas, como nuvens ou relógios. Não somos itens “sem mundo” no interior do mundo, mas locais nos quais o mundo se revela – se mostra para cada um de nós de acordo com nossos idiossincráticos vieses e ângulos de interpretação. Somos essencialmente “dotados de mundo” seres no mundo e não do mundo... Não somos, enquanto cuidado, um objeto fixo no interior do mundo, mas uma extensa rede de atenções para com ele”.
O resultante dessa existência de conflitos é uma abordagem que ele faz das impressões que o ressaltam como obrigações de mundo, o homem está explorando seu limite de tempo enquanto animal que é, e esta totalidade tem o significado de manter o processo de dominação que é o de sobrevivência, o homem luta por uma liberdade e dar a sua vida pela própria liberdade.
Desde o surgimento da espécie humana, o ser humano busca aprimorar e desenvolver maneiras que viabilize seu bem estar no cosmo. O aperfeiçoamento dos objetivos traçados pelo homem e para a sua sustentabilidade no plano terreno surgiu a partir da necessidade de desenvolver o intelecto, procurando respostas para sua existência.
“O fato de o homem interrogar-se sobre si e buscar os porquês do seu existir brota da sua estrutura ontológica: ele é um ser finito-infinito, é um pássaro engaiolado que almeja a liberdade e não se decide a sair. A angústia, sem dúvida, está também ligada a esse mecanismo do ser humano, que tem sentido como interpelação, mas não tem sentido como resposta... Se há um sentido em que o homem procure as respostas para as suas perguntas, muitas vezes a angústia apresenta-se como sentido sem sentido. Há um sentido em perguntar por que se angustia, mas encontra-se o sentido da pergunta sem o sentido da resposta”.
O progresso tecnológico é o que une homem e sua trajetória com o momento, na sociedade tecnicista essa ansiedade do homem pode adquirir novas formas, mas tal ansiedade sempre esteve enraizada na natureza do homem, por isso, tem em particular todo um processo metafísico e ontológico. “O ser é a essência e o ente é a existência”, Heidegger assim definiu sua filosofia ontológica. Controlando e diferenciado a natureza do ser ou do homem, estando limitado o que pode evoluir e o que não pode, a aflição do homem tende evolucionar quando suas perspectivas com o meio tendem a aumentar, sendo assim, quando se aumenta a responsabilidade aumenta a sua angústia, estabelecendo relações com o mundo. O homem se projeta no mundo absorvendo a sua realidade compulsória, e procura se adequar as possibilidades que o rodeiam. Parte para consolidar um projeto através dessa angústia que o tormenta.
“A angústia é o caráter típico e próprio da vida. A vida é angustiosa. E por que é angustiosa? A angústia da vida tem duas facetas. De um lado, a necessidade de viver, é afã de viver, é anseio de viver, de continuar sendo, para que o futuro seja presente. Mas, de outro lado, esse anseio de ser leva dentro o temor de não ser, o temor de deixar de ser, o temor do nada. Por isso, a vida é, de um lado, anseio de ser e, de outro lado, temor do nada. Essa é a angústia. Pois o nada amedronta o homem”.
O existencialismo é a prova de estigma entre dois mundos, o de refutar, e o de crer. O homem realiza-se por intermédio de seu próprio instinto pessoal, o crer em Deus, e o de crer no homem, nunca numa ação composta, e com isso, determina-se a separação do homem com o divino, mediante essa afirmação todos os meios que geram os existencialistas não promovem a transição perpétua do ser, que todos são iluminados por si mesmos ao longo da história, os existencialistas proporcionam características próprias de um mundo livre para o homem, baseiam-se no dia-a-dia dessa transformação de tempo.
“A temporalidade autentica pertence a nós tanto quanto a ela pertencemos; ela não é tanto uma força da natureza, mas antes o modo pelo qual nossa existência “temporaliza” a si mesma e a seu mundo. Não é uma seqüência infinita de agoras pontuais uniformes e auto-encerrados, mas uma estrutura finita de “momentos” diferenciados”.
Além da moralidade que destina em sua própria consciência, o homem tende a planejar o futuro com base nos momentos de angústia que travou, mediante o consolo de sua existência com o mundo, tenta achar uma solução para o seu desespero maior, que é o nada. O homem é atraído por sua recordação, de seu passado e os seus tormentos, que o rodeiam para as quais não encontra soluções, encontrando a liberdade com o sentido de aprisionamento para a cólera que o corrói. O homem é escravizado não apenas pelo trabalho, mais escravo de seu passado, remoendo as memórias de que um dia lhe pertencerem diante de uma realidade existida, a escolha lhe direciona tal opressão de liberdade, é escravizado pela condição que a realidade social lhe impõe o “estar-ai”, se Deus não faz parte de sua vida, então esta tudo deserto ao passo que não existe limites, tudo é permitido, até mesmo o “nada”.
“Existencialista que faz da presença - o esta aí – a condição da existência, a realidade do ser confunde-se com os fenômenos. O mundo e o homem são apenas um espetáculo. Por isso, a solução que o existencialismo que dar à angustia do homem, outra coisa faz senão precipitá-lo numa angustia ainda maior: a angústia do nada. Um ser para o nada. O homem é escravo das situações que o rodeiam e para as quais não encontra solução a não ser negando-as, pois o ultimo valor absoluto não é a liberdade, mas a contingência, além disso, se resolve na escravidão do “estar aí”. Sem encontrar outra solução”.
Ao absorver esse mundo o homem esta inserindo sua trajetória de formação, com isso, tende a mudar seu comportamento em relação aos outros, quanto mais se aproxima dos valores materiais mais se distância dos valores espirituais, essa mentalidade foi consumida com a interação de sociedade mundana, o que levou este mesmo homem a se redescobrir perante um estado de aflição, o que esta em questão não é a capacidade do homem em adaptar-se com as diversas realidades que o rodeiam, e sim, o seu único compromisso de estar completando um ciclo universal de idéias com a coletividade. Certamente agregado a uma capacidade de manter o seu propósito de aniquilação.
“Todo homem possui sua finalidade particular, de modo que mil direções correm, umas ao lado de outras, em linhas curvas e retas; elas se entrecruzam, se favorecem ou se entravam, avançam ou recuam e assumem desse modo, umas com relações às outras, o caráter do acaso, tornado assim impossível, abstração feita das influencia dos fenômenos da natureza, a demonstração de uma finalidade decisiva que abrangeria nos acontecimentos a humanidade inteira”.
Para os existencialistas convêm renunciar a DEUS, criando seu próprio destino real, desligando o mundo material do mundo espiritual, o homem constrói seu espaço vital, encontra sua liberdade, e ser livre o condiciona para a vida, o que mais anseia no homem é essa luta com o mundo para sobreviver, luta em defesa de seu oportuno, em defesa de um momento evidente de resistir como um guerreiro, que supera mais um dia de martírio um busca de sua vaidade.
3. O PARALELO ENTRE O HOMEM E O VAZIO
Este vazio que o rodeia é a ligação que o mantêm vivo, ocorrendo às variáveis condições de juízos para equilibrar as notáveis perturbações do dia-a-dia, causando-lhe um impulso de cólera ao seu mundo fragmentado de não realizações, obtendo as mais diversas miragens, criando sonhos, ilusões, em pedaços de papéis que remontam sua trajetória enquanto ser.
Se homem é essa criatura social, coletiva, fraterna, solidária e muitas outras virtudes que colocam acima da cadeia dos seres sapiens, por que ele aprisiona, tortura, acoita, escraviza, despreza e humilha seu semelhante como paradigma de suas insanas perturbações doentias, e esses aspectos é que o torna anti-social no seu comportamento, na sua animalidade singular, perante acepções únicas da realidade, é que o tormenta seu instinto demente.
“O que resta então ao grande homem, a não se voltar seu ódio entusiasta contra esses entraves, contra os obstáculos que se erguem no meio de uma pretensa educação do povo, para condenar pelo menos, como juiz, o que para ele, o vivo, o animador, não passa de destruição e aviltamento? É assim que abandona a alegria divina de criador, daquele... para ficar oprimido sob a profunda compreensão de seu destino”.
Aristóteles assim o diz: “O homem é um ser social”, obviamente estava se referindo ao homem nobre, ao homem catedrático, embora sua concepção não alcançasse a esfera das classes ínfimas do mundo grego, e por isso, que essa afirmação de juízo propôs que os séculos definissem e a eternizassem a própria natureza humana, e todo pensamento é para sua época, concordando ou não com Aristóteles estamos sobrevivendo ao mundo sobre os pesares da história, e isso nos faz desacreditar aos poucos neste ser tão inteligível e ao mesmo tempo tão tolo que é o homem, nos faz ver que nós somos frutos da árvore da ignorância que move essa acidez que consumiu os valores e verdades que a humanidade presenciou com o seuegoísmo e pretensão, frisamos que a criatividade humana superou os limites do desconhecido, e trouxe consigo um vácuo de desastre e catástrofe que a humanidade presenciou de forma agonizante sobre o alicerce dos escombros. Hobbes criticou os dizeres de Aristóteles ao colocar este homem como ser social, para Hobbes o homem é uma máquina de guerra de natureza de bélica, os homens nascem para engolir seus oponentes, para serem desiguais por seu instinto guerreiro e marcial, notamos que Império Romano criou esses homens, Esparta gerou esses homens, autênticos gladiadores, soldados que lutam por seu estado, sua nação e sua liberdade. O homem foi dirigível para um estado de pugna e de massacre permanente nas comunidades primitivas, e visualizou o reflexo desse comportamento ríspido a qualquer organização social, nessa conseqüência evidente, cria sua própria autonomia conferindo sua força através da selvageria, trata-se de uma visão deduzida a respeito da condição humana, e não de uma concepção absoluta sobre deferimento da realidade do homem, existiram contextos históricos que abraçam esta causa, a formação da civilização se deu a partir desses conflitos sociais entre as tribos, conseqüentemente não poderíamos sacrificar em nome universal toda a espécie da raça humana.
“Os indivíduos morrem; mas as verdades que pensaram, os bens que fizeram, não se perdem com eles: recolhe-os a humanidade, e os homens que lhes passam sobre a sepultura fazem deles seu patrimônio. Cada um de nós nasce, hoje, numa atmosfera de idéias e crenças elaborada por toda a humanidade anterior; cada um de nós leva, embora sem o saber, um elemento mais ou menos importante à da humanidade sucessiva ”.
Embora o homem tenha evoluído, mas ao mesmo tempo se torna fragilizado e foge de si mesmo, e prova que sua humanidade esta abalada entre o vazio de demonstrar suas evidências e a brasa que julga inerte ao tempo, precisa preencher esta lacuna de egoísmo que esta lhe corroendo por dentro, o homem olha para sua própria natureza e percebe que esta lhe faltando algo, o homem está incompleto e diante disto, está preso em seu mundo sombrio buscando hipóteses para sua realidade, o homem encontra-se no para si, e encontrar apenas suas quimeras amálgamas com sua realidade que o tornam feliz, e a felicidade é tudo que busca.
“Compreendeu que todos os seus desesperos eram tolos e ilusórios. O caminho que procurava com tanta ansiedade, estava ali, dentro de si mesmo e, para iniciar a grande jornada em busca dos seus ideais...Havia atingindo a fase do espírito. Descobrira o caminho para o interior de si mesmo. Encontrara o seu eu interior”.
Para superar este vazio que o torna úmbria á sua realidade, tem que alcançar as esferas da evidência do convívio social, sair da caverna que o prendem a esses pensamentos sensíveis e achar a adequada maneira de poder contribuir para uma nova concepção de mundo, neste estado o homem tende a amadurecer diante do propósito que lhe são impostos, e vê sua mensurável realidade à beira do obscuro. Onde está, este homem? Dotado de uma sabedoria universal, aos anseios da humanidade que em desespero oscilava por determinações entre o belo e a perfeição em forma e movimento na acepção dos sentidos, flui veemente para absorver de uma realidade completa de seus juízos estéticos, onde ele traduz a sua interacidade. Ao tanto, onde esta este homem? Este perdido em seu juízo de angustia, atemorizado, e em duvida do seu próprio futuro.
Entender o real sentido para vida é travar consigo mesmo uma luta entre o lado hermético do homem e a sua existência, perante esse dualismo é que vamos definir a sua apropriada substância, deve-se salientar que o homem está em fase de definição gradual, o homem é um ser secular que esta evoluindo conforme atribuições que lhe são impostas, a jornada que travou durante a história não amadureceu o bastante, para enfrentar que sua condição humana esta sendo moldada para as diversas adaptações de sociedades, então o homem se transforma, diante da sociedade que lhe é apresentada, que lhe é dado o direito de definir sua temporalidade, voltado para as pertinências do convívio do momento, onde aspira suas condições para então ingeri-las como propósitos de mundo.
4. DEUS UM SENTIDO PARA A VIDA
O poder é a causa transformadora que manipula o sujeito, entra na alma do ser filtrando a axiologia de seu entendimento, absorvendo toda uma natureza construída a base de um comportamento de valores e superando a ética e moral, modificando e alterando seus propósitos como homem. Não podemos ingerir as desgraças da humanidade, mais não podemos também sorver que esses fatos venham a negligenciar o que o homem é e foi no passado, temos que conviver com essas enfermidades que estão enraizados dentro do labirinto que é a mente humana.
Ao analisar o homem este ser que se descreve como nobre! Com capacidade infinita! Digno de uma inteligência incontestável! Ao mesmo tempo transforma seu equilíbrio racional em um homem desprezível no seu entendimento, explorador das criaturas anêmicas e inermes ao destino, que se aproveita de sua persuasão para exercer a dialética de convencimento, interferindo sobre o convívio social e seu arauto dominante de pensar, de fato o homem de modo geral, foi à ação modificadora com propósito de organização da coletividade, sobre o aspecto de aperfeiçoar as diretrizes da humanidade, e por isso, autônomos no seu devir, controladores de mentes sonolentas e pobres no seu espírito, capazes de sobrepujar os coitados homens ignorantes em sua própria natureza decadente.
DEUS é o único sentido para esse tenebroso fardo de labuta que o homem carrega em seus ombros apáticos. A consciência do homem deve trilhar seu próprio destino, o homem é livre, e por ser livre é dotado de desejos malignos, o livre-arbítrio faz com que essa indisciplina construa a aquisição para prática ao erro e este subjugar o acerto. O significado para vida é a confiança em Deus, e a palavra é a sua única verdade de propagar o seu conhecimento e esculpir no coração do homem sua promessa eterna de amar o mundo e de traçar um caminho para encontrar o perdão para o homem confuso. O sofrimento do filho é a angústia do Pai, se homem esta afastado de DEUS pela impureza de suas atitudes esta no calvário do isolamento, e somente o homem tem o poder de libertação do cárcere de sua consciência. Acreditar na refutação dos nossos pensamentos é confiar a realidade que adotamos nesse mundo como fonte para as nossas irrealidades.
“E isso mostra-se no fenômeno da consciência. Quem sabe alguma coisa, sabe ao mesmo tempo a determinação do saber pelo objeto. Sabe isso a partir do objeto. Sabendo sua finitude, ultrapassa-a. É o que acontece na elevação do homem a DEUS. Trata-se da elevação do espírito, que é a elevação do espírito pensante. O eu aliena-se da finitude. A elevação de fato, realiza a partir de uma tendência interior do homem. O eu renuncia a si mesmo, libertado-o de si mesmo, renunciando a sua particularidade”.
DEUS invade e permeia o coração abatido e corroído pelas veredas do tempo, encontrar a ação modificadora que converte este homem e depara na paz de espírito todo o seu aspecto inerente, libertando os gritos dos inocentes com seu pensamento dogmático, mais como é de práxis, toda a humanidade se curva ao homem a sua inesgotável força de convencimento, enquanto não nascermos de novo para a libertação, está condicionado a permanecer ao andamento dos fatores de dominação. A busca pela subjetividade liberta-o o homem de suas prisões, das amarras que o prendem aos liames da história, conseqüentemente, introduz a verdadeira liberdade do seu “eu”, muitos cidadãos enraizados no aculturamento, não percebem que são libertos, e a liberdade é um processo de amadurecimento gradual. A esse aspecto criamos nossos saberes, voltados para a reminiscência da misericórdia de DEUS.
5. A FINITUDE PARA ANGÚSTIA E A MORTE
A natureza da morte é extremamente misteriosa para a obra humana, nos impulsiona de uma maneira enigmática para os acontecimentos terrenos, pelo qual o manto do destino envolve e isola nossa particularidade e destrói nossa humanidade, a percepção que um dia presenciamos em momentos reais, são funções psíquicas e lembranças de um passado atormentado, encravado na memória sua própria angústia. A angústia são os nossos pesares de mundo, nosso temor, nosso medo, é a busca do poder de Deus através do seu conhecimento de liberta-nos dessa morte ou propriamente da angústia.
A anotação e extremamente singular e parte de um caráter interpretativo para morte, o homem está jogado no mundo digerindo as suas determinações e aflições, quando completar a sua causa de mundo aparente às realizações que comprovam nossa existência, construímos a idéia de sentido que a vida nos proporcionou, com isso cumprimos com as nossas obrigações sociais, talvez seja preciso destruir o nosso juízo e renascermos do espírito de Deus, a aniquilação do homem está em seu próprio caráter transcendental, o homem é feito de tempo, tempo material e tempo espiritual, isto é, ele é um sincronismo, é uma intercessão entre dois mundos, e a morte é um designativo de passagem do tempo material que é o transtorno pela angustia de viver, e o tempo espiritual que é o sacrifício que obtemos com a realização do espírito de Deus. Para esta emblemática da palavra “morte” delimita o ambiente tanto para a vida quanto para o tempo, explorar sua plenitude de espaço é conscientemente livre, mas para encontrar essa liberdade relutante a nossa precoce existência.
“A morte é a possibilidade mais própria da presença. O ser para essa possibilidade abre à presença o seu poder-ser mais próprio, em que está sempre em jogo o próprio ser da presença... A morte não apenas “pertence” de forma não indiferente à própria presença, como reivindica a presença enquanto singular”.
Sofre-se a angústia pela lembrança, pela recordação, pela reminiscência dos tempos, que não podem mais ser reconstruídos, apenas guardados como lamentações vividas. A construção da vida está na presença de uma verdade transcendental e escrita em livros palpados lembrados como os equívocos que ultrapassam os limites que a própria consciência humana constrói. Se lógica conduz ao pensamento exato e fixado apenas na realidade, como provar que a morte é um condicionamento para se determinar um estado de falência dos seres, esse propósito que advêm de uma perpétua analogia da história, relaciona a morte com própria noção de tempo, limitação que ocorre com a subordinação do corpo com as atitudes preexistentes por um conhecimento de Verbo.
“A interpretação existencial da morte precede toda biologia ou ontologia da vida. É ele que fundamenta qualquer investigação histórico-biográfica e psico-etnológico da morte. Uma “tipologia” do “morrer”, entendida como caracterização dos estados e dos modos em que se “vivencia” esse deixar de viver, já pressupõe o conceito de morte”.
A angústia é o encontro de valores, o valor real e o valor subjetivo, e esse encontro nos condiciona à práxis da verdadeira maneira de como lidar com o mundo. Tudo que possuímos é a nossa alma enquanto mortal que somos, e a projeção daquilo que é reportar como finalidade para vida. Temos o direito de escolha, de morrer para si e para o mundo, e viver para todos e morrer para a coletividade. A palavra eternidade regula uma noção de tempo, de futuro, o que não evidencia com a realidade e conhecimento do homem, suas particularidades remontam em absorver apenas o presente, pois direciona a sua vida para os momentos aplicados cotidianamente.
“Conforme a Tendência essencial de decadência da cotidianidade, o ser-para-a-morte mostrou-se como escape encobridor da morte. Enquanto a investigação precedente passou do prelineamento formal da estrutura ontológica da morte para análise concreta do ser-para-o-fim cotidiano, deve-se agora, invertendo-se a direção, conquistar o pleno conceito existencial da morte mediante uma interpretação complementadora do ser-para-o-fim cotidiano”.
Para condicionar a esfera humana com este desígnio, vamos tratar aqui com mesmo sentido de consciência de valores, e não propriamente da matéria física, e tratar da morte apenas de modo subjetivo e literal, se morrer para o mundo, esse falecimento conduz exatamente com a morte no subconsciente do homem, notoriamente estamos mortos para mundo, mas dentro do mundo, quer dizer, a morte ocorreu dentro do homem, em seu próprio consciente, o homem morre para o mundo, e assim estará morto para sua própria existência, como andarilho sem direção, colocando-se como moribundo para o seu oportuno destino, se a morte é perder tudo o que conquistamos então o que perdemos é o nada. Não foram exatamente nossos valores morais perdidos, e sim, valores sociais que criamos a imagem daquilo que queremos ser enquanto ser, que podem ser revistos ou reconquistados com base em seu próprio conceito de ser.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em destarte o homem é este ser volúvel nos seus conceitos, cria suas próprias fases de evolução da vida, revive o passado para determinar um futuro incerto, e vive o momento para alcançar fama e auréola sem precedentes. O homem está confuso, esta sem direção, esta sem um guia para sua vida, está angustiado e com medo. Não somos juízes para julgar o homem e suas propriedades, mas perante os esforços que presenciamos nos séculos anteriores, nos leva a uma consciência que está ligada a sua angústia, ao seu temor, e isto se repete ao longo do tempo, a angústia do homem parece não ter fim, quem sabe encontraremos nas páginas do destino algures para nossa aflição, as lembranças de dias que não promovem a mesma alegria de sempre, e a sobrevivência vai tornando a maturidade para o homem consciente, relembrar o passado o torna vivo para o presente, e isto relata que estamos nos conflitando cada vez mais por uma materialidade que é apenas uma reflexão de uma vaidade comum entre um conjunto social. Vivemos a base de uma existência voltada para os desejos mundanos e aos poucos esquecemos que a vida é feita de solidariedade, fraternidade e igualdade, destruímos com isso parte de Deus, essa dádiva divina que recebemos ao primeiro suspiro de vida, essa força subjetiva chamada Logos, e que entra em convívio com a essência que modifica a conduta que o homem aspira para a sua glória.
Homem apreende esse lado social que o condiciona para as suas verdades temporais, e utiliza o aprendizado purificado na sociedade que consiste na sua critica nas relações coletivas, a vida é a alteração dos tempos, gira em torno de suas próprias condições de aparências e percepções que criamos como dogmas para enfrentar um direito de escolha. Então criamos opções através de nossas alternativas, criando direito de tutelar nossas oportunas histórias, somos frutos de um conjunto de resoluções e regras impostas como construção de organização e dependência, e foi tirada do homem a liberdade de decidir seu próprio destino.
Ao tentar decifrar os enigmas dos fenômenos naturais o homem tenta explicar os conceitos científicos e que regem o convívio social, por si mesmo, o homem enfatiza o momento de como a realidade é expressa de forma coerente, e de como essa mesma realidade propõe mistérios ocultos e perturbadores. Tentar responder ou idealizar esses conceitos que vai além do lado racional homem, em que busca um sentido para sua existência, e determinante que o homem esteja a mercê das suas verdades, a ponto de não aceita-las como absolutas, se há uma duvida em relação a essa verdade, então se torna contraditório a sua evidencia e com isso indefinida a realidade, pois, através do ecletismos das doutrinas filosóficas é que buscam concretizar sua fundamentação a respeito do homem enquanto ser.
A angustia de fato corrompe a alma do homem, aprisiona no seu corpo sua cólera e o seu medo, ao confundir a verdade com a falsa realidade representativa do mundo, para quebrar essa estigma é que o homem contrae seus próprios atributos que condicionam as incertezas produzidas pela sua angustia de momento, o que repulsa seus ideais mediante o seu pensamento eidético. O que dignifica o homem em busca da irreconhecível luta entre a lógica de sua própria sensatez, e de travar a razão que através da aurea que clarifica os dizeres que caminham sobre os tortuosos pedregulhos da vida, embora nao saibamos defini-lo como ser que alega seu auto controle, o homem é o arauto da palavra. Fortalecendo as bases que intermediam os saberes perpetuos que vivem nos cenários da contemporaneidade. O homem percorre seus caminhos burlando a existência que lhe compete ao mundo e muitas vezes sacrificando a própria verdade em determinação de momentos ilusórios, para se obter uma resposta que condicionem a representações volúveis de ocasião. Sufocando a magia do tempo e alterando com seu prodígio fatos que poderiam ser redigidos apenas com um ponto. Colocam suas advertências e subjulgam seus valores perante uma comprensão que nao pode ser avaliada em condições passageiras e sim, na angustia que o transforma em uma outra pessoa.
A partir dessa mentalidade, o homem passou a usar parte de sua procedência inteligível para se opor e se encravar de vez no cunho de sua própria ignorância, e essa propriedade se deriva de uma época de transformação em que o homem se rebelou contra sua própria consciência, em subjugar a verdade pela calúnia, caindo no calabouço profundo da mediocridade e abafando seus inúmeros prodígios capitalistas. O homem percebeu seu conflito reservado, e parte de sua notória passividade para uma observação final, será que a sua dolência constitui um acervo de lamentações e fraquezas que possam partir de uma indefinição de vida sob a inusitada experiência de história, que assume o ligeiro controle do “Eu” interior? Controlar sua fraqueza é controlar sua angustia, e controlar sua angustia e tentar controlar o que esta no vazio, no acaso, no negrume, e isso amedrontam o ser. O espírito fecunda e frutifica a distância entre o ser natural e o ser ideal, compromete a crença em nossas almas, purifica a estética e promulgam as verdades e deveres do homem para com a humanidade, então o homem aprendeu que onde quer que se ache um semelhante ai estaria seu irmão, e não olham para ele como caudatários que transpassariam toda a caridade mediante sua consciência moral, do qual somos todos capazes de transformar da realidade.
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