Contribuciones a las Ciencias Sociales
Octubre 2011

RELAÇÃO ENTRE CIÊNCIA & PESQUISA



Luiz Gonzaga de Sousa
gonzaga_po@yahoo.com.br



RESUMO

O objetivo deste trabalho é discutir a relação existente entre a ciência e a pesquisa, a forma como a pesquisa entra com sua participação na ciência e como acontece a práxis da ciência com a pesquisa. A ciência é a busca de conhecimento, é a sistematização dos fatos, cuja média, proporciona condições a que se tomem decisões com aproximações precisas quanto às questões que se apresentam no dia a dia do ser humano. Já a pesquisa é um complexo que auxilia a ciência em entender as verdades ou desajustes que acontecem diante as relações sociais que harmonizam e desarmonizam ao mesmo tempo. Na pesquisa está uma forma de trabalho com a informação, como uma forma de organizá-la para servir de parâmetro para decisões no cotidiano da política e atividades empresariais. Em suma, a pesquisa é essencial para o avanço da humanidade em todos os sentidos, desde preocupações simples a coisas mais complexas que norteiam o futuro de todos que vivem no planeta terra.

Palavras-chaves: ciência, pesquisa, metodologia, trabalhos científicos.

SUMARY

The objective of this work is to argue the existing relation between science and the research, the form as the research enters with its participation in science and as it happens the práxis of science with the research. Science is the knowledge search, is the systematization of the facts, whose average, provides to conditions the one that if take decisions with necessary approaches how much to the questions that if present in the day the day of the human being. Already the research is a complex that assists science in understanding the truths or misalignments that ahead happen the social relations that harmonize and disharmonize at the same time. In the research it is a form of work with the information, as a form to organize it to serve of parameter for decisions in daily of the politics and the enterprise activities. In short, the research is essential for the advance of the humanity in all the directions, since simple concerns the things more complex than they guide the future of that they live in the planet land.

Words-keys: science, research, methodology, scientifics works.



Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:
Gonzaga de Sousa, L.: Relação entre ciência & pesquisa, en Contribuciones a las Ciencias Sociales, octubre 2011, www.eumed.net/rev/cccss/14/

INTRODUÇÃO

Os trabalhos de cunho científico têm a obrigação de iniciar montados em bases sólidas, para que não se perca nenhum detalhe sobre a observação que está sendo trabalhada. Quando se executa qualquer atividade sem uma delimitação de seu campo de atuação, isto significa dizer, quando não existe um projeto de execução de determinada atividade, pode-se dizer com convicção, que não existe nenhum compromisso com a ciência e, conseqüentemente, com um trabalho sério.
Um trabalho deve ter começo, meio e fim, pois sem esta diagramação, não se pode ter ciência e nem tão pouco, uma atividade que chegue a algumas conclusões importantes para um avanço de tecnologias novas, ou melhoradas, da ciência como um todo e do próprio pensamento humano que sempre busca novos conhecimentos, novas formas de ver a vida.
Nas diversas divisões das ciências, não existe um único caminho a percorrer, para melhor sistematizar os conhecimentos existentes no senso comum, ou na vida cotidiana. São diversos os métodos e técnicas que se devem utilizar para se chegar as conclusões fidedignas sobre determinada realidade, quer seja econômica, sociológica, política, histórica, geográfica, antropológica, arqueológica, ou diversas outras que se queiram estudar.
Os conhecimentos sobre a realidade, sem uma ordenação esquemática e sistemática não têm qualquer sentido, servem apenas para quaisquer curiosos tentar mecanicamente resolver algum determinado problema, mas não servem para a vida, ou subsídio para alguém implementar outros trabalhos coerentes e prontos para novas criatividades dentro de um corpo teórico ou esquemático.
Normalmente, diz-se que cientistas são aqueles famosos investigadores que criaram, ou contribuíram para fomentar qualquer contribuição à ciência, entretanto, os cientistas são aqueles que contribuem para a ciência, quer sejam famosos ou não, como por exemplo: uma pessoa que faz um trabalho dentro dos moldes da ciência, isto é, buscando trabalhar dentro de uma linha de raciocínio lógico e coerente, esta pessoa é um cientista, mesmo que ela não seja famosa, tendo em vista que não se consegue a mídia necessária para o seu sucesso pessoal.
Dentro de um prisma geral caracterizam de cientistas normalmente Einstein, Hopenhein, Thomas Edson, Von Braun e muitos outros que ficaram conhecidos mundialmente pelos seus feitos, contudo esquecem a participação de todos aqueles outros que fazem ciência e não se enquadraram como famosos, por causa de sua participação ser menor.
Dentro desta ótica, qualquer estudante é um cientista, desde que execute seus trabalhos dentro de um método-científico, isto quer dizer, com introdução, delimitação de objeto de trabalho, justificativa do problema levantado, formação de hipóteses a serem testadas, objetivos a serem seguidos, metas a serem alcançadas, metodologia a ser cumprida, resultados conseguidos e uma referência bibliográfica a dar suporte às soluções dos problemas encontrados.
Sem os caminhos necessários que devem ser seguidos por quaisquer cientistas, não existem condições de se fazer ciência, e qualquer trabalho corre de água a baixo, sempre ficando no esquecimento, como qualquer trabalho acadêmico que só serve para proporcionar uma nota ao aluno e não uma contribuição à ciência.
A ciência não é algo extraterreno, é um trabalho próprio do homem, onde se deve usar constantemente, quando se procura lidar com a literatura, quando se tem por objetivo proporcionar vida aos trabalhos feitos de maneiras empíricas e muitas vezes mecânicas. Uma estrutura científica deveria ser aplicada desde os primórdios dos estudos de cada estudante, quer dizer, quando se começa a fazer os estudos já na utilização do intelecto do aluno, que se procure dentro do aspecto científico, para que, ao se chegar à universidade, tenha-se a base necessária para se trabalhar com a ciência.
Caso contrário, o que se ver, é que o aluno não sabe nem ler efetivamente, tão pouco escrever dentro dos padrões de um trabalho sério que conduza ao avanço da ciência como um todo, ao indicar que está acontecendo uma melhora dentro da convivência social de uma área do conhecimento.
Para se fazer ciência é preciso que o investigador conheça seu campo de atuação, dentro da visão técnica, real e científica do que se quer estudar, todavia, isto não corresponde à realidade do mundo estudantil, que quer fazer ciência pautada em notícias jornalísticas, que não têm qualquer caráter científico. Do mesmo modo acontece com aqueles que vivem de ler panfletos políticos e querem discutir tète-a-tète com pessoas que conhecem profundamente o assunto, é óbvio que estas pessoas não querem seriedade na utilização da ciência, pois dizem em qualquer esquina que são cientistas, que fazem ciência. Diante disto, pergunta-se se há seriedade naqueles que querem participar do mundo da ciência para engrandecer a humanidade do planeta.
Este trabalho tem o objetivo de delinear um caminho de orientação quanto a um trabalho científico aos alunos de graduação e pós-graduação, pois dificilmente se trabalha dentro das técnicas próprias da ciência para se alcançar as metas que se pretendem nas investigações científicas. É necessário que entenda a confecção de um projeto de pesquisa, para que se possam conseguir recursos, onde for possível, para desenvolver pesquisa, em busca de solução aos problemas da sociedade.
Enfim, a busca de conhecimentos, verifica-se através de pesquisa, entretanto, as suas conclusões se estão dentro dos padrões da ciência, vai participar do avanço, ou da reformulação da ciência para o progresso da vida humana, buscando sempre o bem-estar de todos sem distinção de raça, religião, sexo e posição social, tal como estão divididas as populações dos tempos modernos.

CIÊNCIA COMO PESQUISA

No cotidiano da vida, as coisas se apresentem de maneira desordenada e acontecendo tal como a natureza se encarregou de brindar ao ser humano as dádivas da criação. Com o tempo, o homem tem procurado estruturar tudo que existe no mundo para que não haja perda de tempo e das matérias-primas que são utilizadas nas transformações feitas pelos homens e com as coisas.
A ciência atua objetivando clareza dos fatos e proporcionar lógica aos acontecimentos que dizem respeito às mudanças que a humanidade necessita, pois o que acontece no transcorrer da história, no que concerne aos avanços tecnológicos, é mão do homem, cientificamente, tentando conseguir respostas para as suas indagações fantasiosas, pois somente a ciência é que consegue desvendar alguns mistérios que, aparentemente, um ser comum não teria condições de desvendá-los à luz de sua simples experiência pragmática e desordenada, como se diz: faz-se aqui, esquece-se mais na frente.
Com este intuito, pergunta-se: o que é na verdade científica? Por que ela avançou tanto no mundo moderno? Quais as suas preocupações maiores no desenvolvimento da atualidade? As estas questões existem diversas maneiras de respondê-las, justamente considerando o aspecto científico de quem quer avançar nas criações da humanidade. Como acumulação de conhecimentos sistemáticos, pode-se ver a ciência, segundo Goode e Hatt (1960) em Ferrari (1982).
Para Bunge ainda em Ferrari (1982), a ciência é um conjunto de atividades racionais, dirigido ao sistemático conhecimento com objetivo limitado, capaz de ser submetido à verificação. Na verdade, ciência é uma estruturação do que se quer estudar e sistematicamente avançar, aprimorando os conhecimentos com uma agregação constante aos epistemes já existentes de maneira lógica, coerente e consistente, buscando sempre, o bem da humanidade como princípio, se bem que este pensamento não é condição necessária e suficiente.
A ciência não é simplesmente a junção de idéias com o objetivo de fazer grandes escritores, criadores práticos ou artesãos despreparados. Ela se preocupa justamente com estes homens que a desprezo do lógico, do sistemático, não buscam aperfeiçoar suas técnicas para proporcionar às suas criações, uma maior consistência lógica e melhor percepção a quem vai admirar, estudar ou somatizar.
A ciência deve ser compreensiva, sobretudo ter uma metodologia para poder facilitar a admiração e o entendimento do objeto estudado. Para tanto, necessita-se de uma: a) descrição; b) interpretação; c) explicação para poder facilitar o raciocínio e melhor interferir nos fenômenos investigados da realidade. A ciência prima, como objetivo número um, aumentar conhecimento; em segundo lugar, fazer novas descobertas; em terceiro, fazer aproveitamento abstrato e material e, por último, estabelecer controle nos estudos.
Dado que se está num ambiente doxológico, é necessário que se procure uma maneira para que exista uma facilidade na percepção dos conhecimentos que se encontram soltos no senso comum, para que não se enverede pelo lado ultra-empirista ou também pelo radicalismo dos aprioristas-extremos. Desta forma, pode-se interpolar que a gnose do ser humano pode ser dividida em: a) cientifica; b) popular; c) religiosa, d) ideológica, pois, nesta gama de conhecimentos, a mistura de idéias dificulta um direcionamento para quem faz ciência, conseqüentemente, os avanços facilmente são tragados pela incoerência e pela falta de lógica em um trabalho científico.
A ciência deve ter um objeto ou tema de investigação, ou o que se vai trabalhar; os objetivos a serem perseguidos e uma metodologia a ser utilizada, para se conseguir os objetivos propostos na coerência da lógica metodológica, todavia, sem caminhos bem traçados, a multiplicidade de conhecimentos, não facilitará conseguir boas conclusões como resultado final.
No mundo moderno, as multicriatividades que se conseguiram, foram devido justamente ao avanço do método científico. A ida do homem à lua, o surgimento da televisão, do rádio, dos aviões, de remédio que retardam a morte, o uso intensivo da eletricidade e muitas e muitas invenções que se presenciam nos tempos hodiernos, não existiriam, se não fosse o aprimoramento da ciência, dos grandes filósofos do passado.
Graças ao processo epistemológico, a ciência de hoje tem conseguido avançar numa velocidade que espanta até os ortodoxos do método científico, pois os avanços do mundo moderno superam milhares e milhares de anos dedicados aos aspectos científico da formação da humanidade, no que respeita à organização e evolução das coisas materiais e imateriais existentes na face da terra. O mais importante disto tudo, é que esses avanços decorrem porque a ciência é mutável, ela avança e se ela não avançasse não se constituiria ciência, seria uma lei.
Desta feita, far-se-á mais uma pergunta de suma importância no estudo da ciência, qual seja: qual é o condutor principal de um trabalho científico? É fácil detectar que a mola mestra de um trabalho científico é o método da atividade. Por isso, conceituar-se-á método como o fez Ferrari (1982), quando disse que o método é um procedimento racional arbitrário de como atingir determinados resultados.
Descartes (1969) estruturou o método, destinando os seguintes passos que se deveriam seguir, quais sejam: a evidência, a análise, a ordem dos fatos e a enumeração. Entretanto, foi imediatamente criticado por Leibniz (in Bochenski, 1958), mostrando-se contrário ao pensamento de Descartes (1637). Mas, na verdade, quais são os tipos de métodos que existem? Podem-se enumerar aqui diversos tipos de métodos muitos utilizados nas ciências e que serviram para o progresso que o mundo tem conseguido ao longo da história, tanto do lado técnico, quanto do lado humanístico.
Segundo Bochenski (1958) os tipos de métodos para uma análise de qualquer problema, podem-se citar os seguintes: o fenomenológico, o semiótico, o dedutivo e o redutivo, mas Ferrari (1982) lembra ainda que existem os observacionais, os experimentais, os clínicos, os estatísticos e o comparativo. Com estes métodos, têm-se condições de fazer qualquer análise científica, e, por conseguinte, tirarem-se conclusões coerentes da realidade que se está estudando.
A propósito, qualquer trabalho que se desenvolva nesta lógica metodológica, certamente contribuirá para o avanço das ciências, de tal maneira que a lógica acompanhará a coerência e a consistência de um trabalho científico e se tenha, na verdade, o empirismo, juntando-se ao lógico, no intuito de se obterem progressos, tanto no que respeita às ciências exatas, como nas ciências humanas, pois nenhuma sobrevive isoladamente, mas as mudanças só acontecem no conjunto do sistema epistemológico.
O método fenomenológico diz respeito à semântica da palavra, quer dizer, significa o que está claro na percepção de quem observa, é de maneira mais evidente, que aparece, isto é, refere-se ao aspecto intelectual do estudioso e a maneira como aparece à intuição. Quem primeiro introduziu esta palavra no campo das ciências foi Husserl (1951), por entender que o pesquisador ao começar o seu trabalho, a primeira coisa que ele observa é a coisa, o fenômeno.
Husserl (1951) indica os passos principais da fenomenologia que são os seguintes: a) intuição eidética; b) na pesquisa deve orientar-se o pensamento exclusivamente para o objeto com exclusão total do subjetivo e c) a indagação deve ser dirigida para as coisas mesmas, com a qual postula não somente a redução de atitudes subjetivas, mas também do objetivo em si, que não está dado diretamente com o objeto considerado.
Para o método semiótico, o seu campo de análise restringe-se à manifestação mental que por conseqüência emprega os sinais para compreender o que está estudando. O seu primeiro utilizador foi Charles Morris (1946) que utilizando sinais, tentou mostrar a importância das ciências na aplicação de semiosis, pois sem a interpretação dos sinais não se poderá avançar no campo científico.
O campo de ação da semiótica pode ser dividido em três: a) a sintética; b) a semântica; e c) a pragmática. A primeira trata da combinação de símbolos, por exemplo: eu e você. A segunda trata do significado da palavra, por exemplo: uma pedra, simboliza algo concreto. E, finalmente, a terceira diz respeito à prática dos dois primeiros, quer dizer, os símbolos, formam frases que é a pragmática, é o resultado entre os símbolos e a união correspondente de alguns sinais com outros, formando frases que são facilmente decifráveis.
Já o método dedutivo que a ciência deve ter o caminho ideal de como chegar às conclusões fidedignas e só a dedução dará melhor lógica de se conseguirem os objetivos de um método mais eficiente. Este método vem desde a época de Aristóteles (384 a. C) com seu prestígio que proporciona ao pesquisador a maior eficiência nos caminhos propostos em pesquisa, para se conseguir avançar na ciência.
O método dedutivo tem um ponto de partida que pressupõe uma premissa antecedente que tem valor universal e um ponto final ou a chegada que nada mais é do que a conseqüência, daí poder-se definir um método dedutivo como sendo aquele que parte do geral para uma situação particular. O mais importante neste método é a abordagem lógica que perdura nos passos que são tomados para se chegar às conclusões que dentro de uma visão apriorística, extraem-se conclusões lógicas de um sistema de silogismo preestabelecido.
Finalmente, o método redutivo versa sobre uma pesquisa que utiliza com um dos métodos de análises a abordagem indutiva. Não é propriamente indutiva como pregam alguns teóricos, devido a simplicidade deste processo, mas os passos são quase semelhantes, se bem que no método redutivo o processo é muito mais  abrangente por abarcar uma realidade maior.
Os protagonistas do método redutivo mais expressivos são Lukasiewicz e Bochenski citados por Ferrari (1982) que enunciaram o método da seguinte maneira: se A então B. Ora B, logo A, quer dizer, uma proposição condicional e uma premissa menor gera a premissa maior como conclusão. O método redutivo está apoiado no processo indutivo, dedutivo e cronológico de tal maneira que a resposta a uma questão abarca um objeto muito maior e o processo de indução é mais um instrumento para auxiliar na busca de se conseguirem conclusões coerentes de uma realidade em processo de investigação. As propriedades do método redutivo são a regressão que trata da explicação das premissas e progressão que avança com a verificação.
Vale salientar que além dos métodos já focados, outros eficientes são necessários na aplicação de outras ciências que precisam de uma metodologia para avançar nas pesquisas pertinentes a cada área, estes são os métodos discretos. Os mais comuns no mundo da ciência são os seguintes: a) os observacionais; b) os experimentais; c) os clínicos; d) os estatísticos; e, e) os comparativos. Esses métodos que se desenvolvem através do empirismo é muito difícil, tendo em vista que não é simples a observação, os resultados experimentais, o acompanhamento clínico ou a comparação que vai fazer o pesquisador, ser um bom cientista, mas as técnicas preestabelecidas é que burilarão ou nortearão os rumos para que os resultados tornem-se científicos. Somente a delimitação do problema vai fazer com que sejam bem estruturados os objetivos que em paralelo com a metodologia, a ciência avança para o bem da humanidade.
O método é um dos pontos importantes de qualquer trabalho científico, pois sem ele não se pode fazer uma seqüência que conduza a resultados coerentes e que levem ao progresso da ciência, tal como tem acontecido com as grandes descobertas que se têm presenciado nos tempos modernos. Graças aos estudos sobre a ciência, é que se tem avançado, tanto pelo lado da técnica, como pelos estudos na área das ciências humanas, como é o caso da economia, psicologia, história, filosofia e muitas outras que dão suportes ao desenvolvimento dos instrumentos tecnológicos já dirigidos para as diversas classes sociais.
A importância das ciências é de um valor incomensurável no meio do sistema epistemológico, bem como da estrutura doxológica como um todo, tendo em vista que é no mundo cotidiano, que a teoria do conhecimento tem dado o seu passo mais produtivo, na busca de soluções para os difíceis problemas que a humanidade enfrenta hoje em dia.
Depois de conhecidos todos os aspectos formais e informais da ciência, resta uma estruturação mais completa de como se fazer, na verdade científica, quer dizer, como partir de uma doxologia se chegar a um avanço nos conhecimentos da humanidade. Para fazer ciência é preciso partir de um mundo real, complexo, desorganizado e com uma estrutura científica, tentar progredir com novas criações e novos conhecimentos, preparando simplificações da realidade para dentro de um seqüencial lógico, tentar tirar conclusões lógicas e objetivas para o progresso da ciência.
Os passos formais que se devem observar num trabalho científico são os seguintes: a) simplificar o mundo real; b) delimitar o problema; c) estruturar os objetivos do trabalho; d) criar hipótese a ser testada; e) delinear a metodologia a se seguida; e f) fazer as verificações necessárias para saber se aceita ou não, a hipótese levantada. No caso da aceitabilidade da hipótese, esta se torna teoria e automaticamente incorporada à ciência.
A primeira etapa de um trabalho científico é um levantamento do mundo real, significa dizer, é implementar um estudo doxológico do meio ambiente a ser investigado e tentar conscientização em tudo que o cerca através de levantamento bibliográfico e observações reais sobre a evolução do mundo onde está sendo processado a atividade.
Para Tal, a busca da bibliografia é de fundamental importância para se conhecer a realidade que almeja trabalhar, bem como entrevistar historiadores e até mesmo leigos que tenham participado da vida histórica do objeto que está sendo investigado. Levantar o máximo possível de informações sobre o problema é relevante, tendo em vista que qualquer método exige que as provas sejam claras e objetivas para que os resultados finais não incorram em erros clamorosos e o poder de previsão tenha o máximo de garantia de sua eficiência no que concerne às probabilidades de poder explicativo.
Depois destes levantamentos bibliográficos e de reconhecimento sobre o mundo real, o próximo passo é delimitar o objeto de trabalho ou com outras palavras, estruturar o problema a ser investigado nesta atividade científica. A estruturação do problema envolve um burilar de todos os conhecimentos adquiridos, num protótipo constituinte e de algo que tem defeito e que precisa de solução para se integrar ao mundo da ciência.
Isto significa argumentar, que esse problema constitui o objeto de investigação, como por exemplo: a marginalização é um problema geral, que para se avançar no campo da ciência é preciso que o delimite, que tipo de marginalização  se quer atacar, como é o caso talvez dos crimes, da prostituição, do menor abandonado e muitos outros específicos dentro da patologia social. Assim, isto constitui a delimitação do problema ou mais claramente, a formalização do objeto de estudo para ser implementado no transcorrer da pesquisa.
Diante do objeto delimitado, ou o problema escolhido é fundamental uma justificativa de porque se está escolhendo aquele problema para o trabalho. Esta justificativa decorre simplesmente da importância que este trabalho tem, ou vai ter para a satisfação pessoal do pesquisador ou a contribuição que esta pesquisa deverá proporcionar a comunidade, tanto civil como a científica, pois somente a aprovação da comunidade científica é que esta investigação se tornará ciência e participará do desenvolvimento social.
Somente a justificativa é quem iniciará a apresentação de quão é importante a escolha daquele objeto para ser estudado que, em primeiro instância, significa uma questão que vai implementar os conhecimentos da sociedade. Um trabalho bem justificado já leva bons princípios para conclusões satisfatórias, quando se for para a verificação dos resultados conseguidos frente às hipóteses levantadas.               
Plenamente justificado o problema, ou delimitado o objeto de estudo, passa-se aos objetivos a que se propõe o trabalho, isto é, seqüenciam-se os pontos a que se deve atingir no desenrolar da investigação. Os objetivos é o elo principal entre o problema e a hipótese que foi levantada para se verificar a sua aceitabilidade ou não. Normalmente, pode-se dividir os objetivos em geral e específicos são os detalhes ou os passos que o pesquisador deve seguir para chegar a resultados lógicos e plenamente satisfatórios, para se obterem progressos na ciência que está trabalhando. É verdade que os objetivos podem ser mudados durante o processo de investigação, mas essas mudanças serão pequenas quando o projeto inicial for bem estruturado e delimitado por quem o fez.
Em um trabalho científico geralmente se acompanha uma hipótese ou um conjunto de hipóteses para nortear o problema que está sendo estudo, no intuito de o tornar ciência, pois a hipótese orienta melhor o desenrolar de um trabalho que caminha estritamente pelo lado científico da investigação.
Para Dino Fontoura (1964), a palavra hipótese vem “do grego hypothesis = ‘suposição’, em sentido lato consiste em se supor conhecida a verdade procurada. Depois de observados, os fatos precisam de explicação e o cientista para encontrá-la deve recorrer a uma hipótese, que, em se tratando das ciências experimentais, pode ser definida ‘explicação provisória dos fatos’”. A hipótese é uma verdade antecipada dos fenômenos, pois sem esta pré-convicção do que estar estudando, muitas dificuldades se apresentarão e dificultarão uma melhor coerência nos resultados finais, podendo ser aceita ou rejeitada, dependendo unicamente do teste da teoria com a realidade.
O aspecto metodológico de qualquer trabalho científico é de fundamental importância. A metodologia deve ser encarada por dois ângulos, em primeira instância, o aspecto técnico e numa segunda, o aspecto da impostação da ciência, pois além do aspecto dos passos a serem seguidos, o arcabouço científico é de suma importância.
O essencial, é que se pode conceituar a metodologia como sendo “o estudo dos caminhos, dos instrumentos usados para se fazer ciências” nas expressões de Pedro Demo (1981). De acordo com este autor, já se nota uma seqüencialidade e seu aspecto técnico, tendo em vista a metodologia ser mais abrangente e envolve uma ciência dentro da própria ciência. Somente com uma tecnologia bem estruturada é que se poderá avançar na busca dos objetivos propostos e na obediência às metas preestabelecidas para o andamento dos passos que serão perseguidos pelo cientista.
Apesar de muito parecidos, os objetivos são diferentes das metas, porque os objetivos dizem respeito ao que se quer chegar, entretanto, as metas versam sobre as etapas que devem ser alcançadas dentro inclusive dos objetos preestabelecidos no anti-projeto da investigação que foi proposta. Sem estes itens que foram colocados como linha mestra de um trabalho científico, fica muito difícil uma melhor objetividade na seqüência lógica do estudo que esteja naquela visão, de que o trabalho deve ter objetividade, clareza, lógica e avanço nos postulados e axioma que formam o arcabouço silogístico.
O desenrolar científico é fundamental, não só no instituto de alto nível de intelectualidade, mas em toda atividade empírica ou filosófica que exija uma certa estruturação na execução lógica dos fatos que estão sendo estudados e que poderão se integrar ao acervo científico da humanidade.
É inegável que um trabalho científico possua diversos caminhos por onde trilhar, para se conseguir seus objetivos, indo desde uma metodologia estritamente empirista, ou como se pode dizer extremamente prática, ou a um outro caminho estritamente filosófico, como é o caso dos aprioristas extremos que têm plena aversão aos experimentos observacionais.
Outras metodologias tentaram mesclar o prático com o filósofo e neste casamento, proporcionar um pouco de teoria com a preocupação de ser testada na realidade viva, em que está estabelecido. Em verdade, as teorias não significam mostrar a realidade que se passa no cotidiano de cada pessoa, no entanto, busca dar respostas ao comportamento do mundo prático, pois uma teoria nasce da formação de uma hipótese que ao ser verificada sua aceitabilidade ou não, passará de imediato a ser uma teoria ou não, para em seguida, dependendo de seu “modus vivendi”, até mesmo se constituir lei.
As técnicas utilizadas num trabalho científico ou não, são os instrumentos de captação dos dados que servirão para explicações sobre o mundo real com a teoria que foi bastante estudada na pesquisa bibliográfica que é o início do trabalho de investigação. No cotidiano, as técnicas são as seguintes: o uso de entrevista dirigida às pessoas que participaram do universo da pesquisa; a aplicação de questionário a estas mesmas pessoas da amostra; a ida aos arquivos previamente identificados, tais como: cartórios, câmara municipal e muitos outros ambientes que tratam de arquivar fatos sobre cidade, estado ou nação; discussões com pessoas que participaram da história e finalmente anotações “in loco”, sobre o objeto que está sendo pesquisado. A este último item, conceitua-se normalmente como pesquisa de campo ou investigação primária.
A pesquisa bibliográfica não deve ser confundida com a documental, tendo em vista que a primeira diz respeito a um levantamento de bibliografia existente, quer dizer, é uma busca aos livros, “papers” e revistas especializadas sobre o assunto em estudo e a segunda versão sobre documentação histórica, demandando nos arquivos públicos, ou particulares, qualquer escrito sobre o objeto que está sendo pesquisado.
Tanto para a pesquisa de bibliografia como a documental é necessário que se faça sempre resumos, numa espécie de fichário, contendo a fonte, o autor, a página onde se encontra localizada a transcrição ao que se faz interessante para dar fidedignidade ao que for extraído da pesquisa. Já a pesquisa de campo é a coleta direta de informação, indo ao próprio local onde ocorre o fato, que deve ser comparado com a teoria estudada no levantamento bibliográfico no início da investigação proposta.
Quando o problema envolve um campo muito grande e de difícil análise, parte-se para as técnicas de amostragem, quer dizer, diminui-se o campo de ação, acolhendo-se o sujeito de trabalho de maneira aleatória, onde na verdade, aquele novo campo significa o todo sem perda de representatividade. Isto constitui a criação de uma amostra extraída do universo para serem tiradas conclusões fidedignas sobre o real e certamente ter poder de explicação do fato que está sendo explicado.
A amostra de qualquer trabalho pode ser aleatória, sistemática, estratificada e conglomerada. Isto vai depender unicamente dos tipos de métodos para o tratamento dos dados que está demandando, entretanto as técnicas são muitas e é preciso ter muito cuidado na escolha da técnica, tendo em vista os tipos de dados que estão no mundo real e precisarem de técnicas diferentes, pois cada caso é um caso e a cientificidade exige muita atenção na busca de informação que se precisa.
Em resumo, não há muita dificuldade da pesquisa científica quando se trabalha com o intuito de se fazer ciência e são poucos os que na realidade se aventuram na busca de resultados científicos, o que querem, em verdade, é se locupletar com textos sem fundamentos lógicos apenas espelhando o ideologismo partidário de qualquer agremiação que está em demanda ao poder.
A ciência se faz com muita atenção, abnegação e perseverança para se conseguirem os resultados que vão participar do acervo epistemológico da teoria do conhecimento humano, de tal maneira que se faça o progresso da ciência. Fazer ciência só é fácil quando o pesquisador se envereda pelos caminhos das técnicas estabelecidas, para se chegar a conclusões lógicas, quer no campo de confecção de textos didáticos, quer na demanda de tecnologia de alto nível, que não chegam diretamente à comunidade civil, mas contribui de maneira indireta para a evolução da humanidade como um todo.

VISÃO PRAGMÁTICA

Ao começar estudar projeto, pensa-se de imediato em planejamento, que não necessariamente deve ser econômico, mas sim, qualquer tipo de atividade que se queira proporcionar um pouco de seriedade e consistência ao trabalho. O planejamento é uma organização de trabalho que se quer desenvolver, para que o trabalhador não se perca no desenrolar da atividade que está sendo executada. Tudo que se faz exige um planejamento, pois seus resultados terão muito mais consistência e a probabilidade de acerto, em condições das incertezas serem reduzidas ao mínimo possível, em conseqüência, tem-se maior crédito no produto final, que se está fazendo. O projeto é justamente este planejamento de trabalho, contudo, vale salientar que ele é uma antevisão das atividades que deverão ser desenvolvidas no transcorrer da busca dos resultados pretendidos.
Dentro de uma perspectiva econômica, Nilson Holanda (1983) resumiu assim o pensamento de Felix Rosenfeld (1966) e do manual das Nações Unidas sobre projetos, quando disse que,

o projeto corresponde ao conjunto de informações, sistemática e racionalmente ordenadas, que nos permite estimar os custos e benefícios de um determinado investimento, vale dizer, as vantagens e desvantagens de utilizar recursos para a criação de novos meios de produção ou para aumento da capacidade ou melhoria do rendimento dos meios de produção existentes.

Essa noção de projeto, mesmo conduzida ao econômico, deve-se levar em consideração, para qualquer tipo de ciência, pois o raciocínio é o mesmo, tendo em vista que significa estrutura, é uma estruturação de um trabalho que serve a toda atividade a ser desenvolvida.
Quando se fala em projeto, ver-se a coisa imediatamente de maneira geral e abrangente, para em seguida ser especificada e lapidada aos objetivos que se pretendem alcançar. Para tanto, é necessário dividir os projetos por atividade, como por exemplo: aquele que pode ser de pesquisa; de implantação de empresas agrícolas, industriais ou de serviços; de modernização dessas empresas; de implantação de módulos e de tese.
Para o projeto de pesquisa, faz-se necessário quando se quer conhecer uma realidade, não se esquecendo que um projeto de pesquisa é sempre necessário, tanto nos projetos de tese, como de implantação de uma indústria qualquer. Já o projeto de implantação, ou de melhoramento de uma indústria significa por em ação o trabalho desenvolvido pelo projeto de pesquisa, tal como o estudo de localização, de mercado, de engenharia, de mão-de-obra, de matéria prima e tudo que envolve a viabilidade no planejamento.
Os passos finais para a elaboração de um projeto econômico são: uma elaboração de um problema, quer dizer, que tipo de produto ou que produto se quer fabricar em uma determinada localidade; segundo, um estudo sobre o mercado, qual a demanda para aquele ou aqueles produtos, tanto do lado doméstico, como externo ao ambiente; mais especificamente, um estudo da aceitabilidade dos produtos a serem fabricados; terceiro, a determinação de um tamanho ótimo da fábrica que não haja uma capacidade ociosa no parque industrial; um estudo da engenharia do projeto; um estudo sobre os investimentos; um quadro sobre financiamento e, finalmente, uma análise de custos e receitas que viabilizam o projeto econômico.
Estes aparatos norteiam os estudos e a confecção de um projeto em economia de implantação industrial, que necessariamente vai acompanhado por um protótipo de pesquisa social, é claro, pesquisa dirigida a um caso específico e com pouca argumentação teórica e científica.
Pelo lado de um projeto de metodologia de pesquisa, particularmente ser o caso que se está trabalhando, a sua confecção se processa um pouco diferente, sendo que no âmago da questão, a filosofia é a mesma, pois envolve em primeiro lugar um problema; em segundo a sua justificativa; em terceiro, os objetivos que se quer chegar; em quarto, uma ou diversas hipóteses; em quinto, a metodologia a ser utilizada no trabalho e por fim, uma pequena conclusão sobre o objeto que se está estudando e necessariamente acompanha uma referencia bibliográfica que serve de suporte no levantamento literário para a delimitação de objeto de trabalho.
O que foi caracterizado, constitui o arcabouço de um projeto de pesquisa que fará com que a ciência avance ou permaneça na mesma situação, se as hipóteses levantadas não forem confirmadas pelos dados que forem colhidos no mundo real e comparados com a teoria que foi estudada no levantamento do problema.
Já um projeto-módulo envolve uma pesquisa antecipada para poder, dentro das caracterização de um projeto poder implementar aquele trabalho que foi previamente estruturado, pois este estudo dirige-se normalmente a implantação de atividade em áreas rurais e empreendimentos de desenvolvimento governamental.
Um projeto envolve um acompanhamento de implantação, quer dizer, existem as etapas de execução das partes componentes do projeto, onde este acompanhamento é feito com a observação de que está se avançando junto com os objetivos propostos. É um trabalho estritamente mecânico, envolvendo a habilidade do pesquisador e da equipe montada para o avanço do projeto-módulo que envolve muitos recursos e geralmente sua implantação completa se dar no longo prazo, tendo em vista as etapas da execução serem difíceis de implementação sem os devidos cuidados que o envolvem.
De maneira individualizada existem os projetos experimentais que buscam conseguir resultados específicos, de tal forma que o investigador demande somente algo particular dentro de uma estrutura global. Geralmente os projetos de tese nas áreas de medicina são executados frente a experimentos particulares como por exemplo: pesquisa sobre a lactose, ou sobre o vírus da AIDS, ou alguns outros experimentos que precisam de maior delimitação para se chegar a resultados mais consistentes no trabalho científico.
Não somente a medicina faz pesquisas experimentais, a psicologia, a educação e a própria engenharia trabalha com experimentos, onde além dos conhecimentos imprescindíveis à evolução da ciência, o silopsismo é necessário ao trabalho de acompanhamento em uma pesquisa que precisa de uma atuação mais direta em um detalhamento que necessita de observação mais direta em uma investigação que necessita de observação mais localizada no objeto observado.
Em termos de projeto global, existem numerosos exemplos que se podem participar da fileira desses tipos de projetos, também chamados de policy cesing. Os planos de desenvolvimento de um país ou de uma região constituem os exemplos mais comuns, tais como os Planos Nacional de Desenvolvimento implantados no Brasil, o PAEG do Governo João Goulart, o Plano de Metas do governo Juscelino Kubstchek e muitos outros programas de governo que visavam dinamizar os setores econômicos, tanto abstratos como concretos, com vistas a melhorar o bem-estar do povo brasileiro.
Os planos elaborados e implantados têm servido para nortear as políticas de estabilização econômica na busca incessante de um crescimento com desenvolvimento, quer dizer, que a economia e os diversos setores do sistema nacional cresçam de forma participativa e harmonicamente sem prejuízo de qualquer parte isolada da estrutura do país.
Ainda com referência a estes planos de desenvolvimento, observa-se uma constante implantação desses projetos em todo território nacional; como por exemplo: os projetos de reforma agrária; os projetos de colonização ao longo dos rios, onde há a atuação do DNOCS, com referência ao Nordeste, alguns projetos existentes na selva amazônica. São projetos que têm realmente facilitado os caminhos que algumas atividades que devem se dinamizar, que, em sua maioria tem dado certo e em outra parte não tem surtido algum efeito.
Normalmente, diz-se que esses planejamentos no Brasil nunca deram certo. Aparenta verdade. Mas, por que não deram certo? Também é fácil saber, como se sabe, o Brasil é um país oligopolista, tendendo à monopolização e qualquer coisa que vá de encontro aos interesses desses poderosos eles próprios se incumbirão de demoli-lo, provocando um descrédito na população para que continue naquele tipo de estratégia que falha.
Os modelos metodológicos são investigados em suas diversas modalidades, no entanto, a simulação está no rol dos métodos mais utilizados na atualidade, tendo em vista que o modismo e a facilidade em manipular muitos e muitos dados levou ao manuseio de técnicas mais modernas de se aumentar a amostra e rapidamente se obter resultados consistentes e coerentes, como é o caso do uso dos computadores.
Nas palavras de Paul de Bruyne, Jacques Herman e Marc de Schoutheete (1982), a ciência sempre trabalha com simulação, tal que,

(...) a simulação refere-se à construção e à manipulação de um modelo operatório, representando todo ou parte de, um sistema de processos que o caracterizariam. Por exemplo, um modelo simulado de uma organização é sua representação simbólica, destinada a reproduzir os caracteres ou as propriedades de um sistema organizacional que são considerados pertinentes para o objeto de pesquisa.

A simulação é um modo de investigação positivista, onde se envolve a prática com a teoria.
Os modelos são muito usados nas ciências matemáticas e na economia positiva, onde uma simplificação do mundo real significa criar protótipos de uma realidade crua e poder dentro dos pressupostos científicos, extraírem-se conclusões que enriqueçam as ciências, para o caso de se aceitarem as hipóteses que forem trabalhadas. Não se deve esperar que os modelos sejam a própria realidade, mas confiar em que aquela pequena representatividade seja na verdade algo que signifique o comportamento da maioria de tudo que se acha representado.
Se um determinado modelo foi aceito a participar da ciência e determinado caso se coaduna com os resultados daquele modelo, não quer dizer que o modelo não sirva, na verdade, a representatividade de um modelo não é do caso particular, mas de poder prever a comportamento de uma comunidade que está sendo investigada, para que as decisões não sejam específicas, porém globalizante e  real.
Inegavelmente a ciência possuiu diversos caminhos para se chegar quase sempre aos mesmos resultados, o que dificulta uma facilidade na busca de soluções mais fáceis no desenrolar das ciências são as informações, cujas imperfeições do mundo real não proporcionam condições de se trabalhar melhor com a realidade prática, entretanto, trabalha-se normalmente com dados estimativos dificultando conclusões mais fidedignas da realidade que se investiga.
A comunidade científica deve abrir um espaço para uma consciência mais precisa dos pesquisadores, para o uso de técnicas sistemáticas e organizadas de uma realidade, além de facilitar o trabalho de quem está investigando, isso faz com que a ciência avança com muito progresso para a humanidade, não somente no campo da tecnologia, mas também nas pesquisas de âmbito sociais, tão desacreditadas pelas autoridades que só confiam nas ciências médicas e de engenharia, esquecendo os avanços que se alcançaram nas outras ciências.
Os projetos servem não só para disciplinar as atividades que se está desenvolvendo, como também para se conseguir financiamentos para a execução de qualquer atividade científica que está pretendendo executar. Hoje em dia o mundo científico ou o senso comum tem um ponto inicial de qualquer trabalho, uma sistematização e organização de todo o caminho daquilo que está na mente do investigador que, posto no papel, tornar-se-á o projeto de sua tarefa para que os objetivos sejam fáceis de ser conseguidos.
Nos projetos industriais se analisam o que produzir, com que produzir, como produzir e para quem produzir, ao considerar que as localidades tem carências urgentes, pois é preciso que a economia, a política e a sociedade se mobilize para que se tenha um progresso naquele entorno, ao suprir tais necessidades, mas sempre respeitando as disponibilidades do entorno.
Já os projetos comerciais e até mesmo de serviços, consideram que as demandas locais devem ser abastecidas, com o uso da produção local até a busca de mercadorias que são produzidas em outras localidades, daí os preços vigentes em tal expressão mercadológica sejam bastante altos, a dificultar a inserção das famílias de baixa renda em seu processo de aquisição.
Os produtos gerados internamente são gerados com custos menores do que os que são produzidos em outras localidades, especificamente distantes, entretanto, precisa se substituí-los por aqueles que tenham condições de geração no próprio local, beneficiando a mão de obra local, os recursos naturais, as matérias-primas e insumos disponíveis na região.
Assim, não importa se o trabalho seja científico ou não, o importante é que qualquer atividade que envolva dinheiro e tempo deve ser escalonado para que não haja desperdícios desses fatores limitados pela própria condição do idealizado no projeto. Para tanto, é fundamental, em qualquer coisa, que se faça sempre um planejamento, uma programação para que os resultados sejam eficazes, sejam minimizadas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao finalizar este trabalho expõe-se de imediato, a importância dos métodos e técnicas de pesquisa, pois sem uma boa programação dos estudos que se pretende realizar, não há condições de sucesso nos experimentos, nas pesquisas e nas investigações, quais sejam na área de humanas, de tecnologias, ou de saúde.
Os estudos voltados a uma sistematização de como estudar, de como pesquisar, de como estruturar um seu trabalho é de fundamental significado para aqueles que fazem ciência, os que são professores e os que vivem em estudar o comportamento da sociedade e, até mesmo, das coisas extra-sensoriais. O homem que esteja preocupado com a ciência, ou da maneira simples de avançar em seus estudos, deve procurar entender as técnicas de trabalho no campo científico.
Um professor de qualquer nível, nota facilmente a maneira assistemática de trabalho dos alunos. Não existe uma preocupação com a pesquisa. Não sabem estudar mesmo nos livros didáticos. E, isto por quê? É fácil de constatar incoerências e juízo de valor apresentado? Assim, não existe preocupação com a pesquisa científica porque os professores não são pesquisadores formais, são meros trabalhadores do ensino.
Um outro ponto, é que, os alunos não sabem investigar, porque não existe uma disciplina que oriente as simulações daqueles que são iniciantes. Sem dúvida, não há culpados neste processo, sim na estrutura do ensino nacional. E, finalmente, não se deve adotar um livro modular para os alunos, mas os que levam os alunos à biblioteca para pesquisas e, é claro, conduzi-los dentro dos princípios científicos do trabalho.
Observa-se a facilidade com que os americanos, os europeus e até mesmo, como os orientais escrevem. Existe uma fartura disponível de trabalhos publicados por estas regiões, tendo em vista que eles têm um método de trabalho, procuram se especializar ao longo de grande experiência e, desta forma, se aperfeiçoam a cada instante, que se passa.
Nos países pobres, ou subdesenvolvidos existe o conhecido copiar, ou imitação o externo, no fazer as coisas. Pois, desta feita, não acresce nada e a ciência se desenvolve de maneira lenta e preguiçosa. Não se pode continuar assim. É preciso fazer alguma coisa para que se saia desse ostracismo científico e procure se aprimorar dentro dos princípios da ciência para que se dinamize o intelecto de cada profissional da arte de pesquisar e escrever.

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA

BOCHENSKI, J. M. Los Métodos Actuales Del Pensamiento. Madrid, Ediciones Rialp S. A., 1958.

BRUYNE, Paul de; HERMAN, Jacques & SCHOUTHEETE, Marc de. Dinâmica da Pesquisa em Ciência Sociais. Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1982.

BUNGE, Mário. La Ciência, su método y su Filosofia. Buenos Aires, Coleción Panorama, 1960.

CASTRO, Cláudio de Moura. A prática da Pesquisa. São Paulo, McGraw-Hill, 1977.

DEMO, Pedro. Metodologia Científica em Ciência Sociais. São Paulo, ATLAS, 1981.

DESCARTES, René. Discurso do Método. Rio de Janeiro, Tecnoprint Editora, 1969.

FERRARI, Alfonso Trujillo. Metodologia da Pesquisa Científica. São Paulo, McGraw-Hill, 1982. ECO, Umberto. Como se faz uma Tese. São Paulo, Perspectiva, 1983.

FONTOURA, Dino F. Filosofia do Vestibular. São Paulo, Saraiva, 1964.

GOODE, William J. e HATT, Paul, K. Método em pesquisa Social. São Paulo, Companhia Editora Nacional, 1960.

HOLANDA, Nilson. Planejamento e Projetos. Fortaleza, Ceará, Edições UFC, 1983.

HUSSERL, Edmund. Ideen zu einer reinen Phamenologie und Phamonologischen Philosofie. 1951.

LEIBNIZ, Nova Methodus (1684).

LEITE, José Alfredo Américo. Metodologia de Elaboração de Teses. São Paulo, McGraw-Hill, 1977.

NOGUEIRA, Oracy. Pesquisa Social: introdução às suas técnicas. São Paulo, Companhia Editora Nacional, 1977.

MORRIS, Charles 1946 Signs, Language and Behavior. New York: Prentice-Hall.

RESENFELD, Felix. Techniques d’Analyse et d’Evaluation dês Projects d’Investissements, Presses Universitaires de France, 1966.

SALOMON, Délcio Vieira. Como Fazer uma Monografia: elementos de metodologia do trabalho científico. Minas Gerais, Interlivros, 1974.

SALVADOR, Angelo Domingos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Bibliográfica.Porto Alegre, Sulina, 1982.

THILLENT, Michel. Crítica Metodológica, Investigação Social e Enquete Operária. São Paulo, Pólis, 1982.

TRUJILLO FERRARI, Alfonso. Metodologia e Técnicas de Pesquisa Social. Campinas, IPPACC Editora, 1972.