César Augusto Soares da Costa
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Sem sombra de dúvida as pesquisas de Lukács, trouxeram à tona a questão
ontológica no pensamento de Karl Marx. Pois o mesmo, instaurou os fundamentos de
uma nova ontologia. Marx, pensou o homem como ser social determinado,
considerando a história como parte do processo global. Para isso tal compreensão,
Lukács, se utilizou das categorias: essência, singular, particular, fenômeno
redimensionadas ao processo histórico que lhe dão efetividade e integração. Tais
conceitos se configuraram numa nova ontologia, diferentemente da especulativa
nos moldes hegelianos, pois agora, tal ontologia fixa formas novas de existência
determinadas historicamente.
O pensamento de Marx formula-se a partir de duas formas: a) se opera o que é real, b) afere as questões epistemológicas e impostas ao conhecimento exemplificadas nas Teses contra Feuerbach e seu materialismo sensorial. A ontologia pensada por Marx, refere-se as primeiras reflexões anti-especulativas desde a década de 40 do século XIX, iniciando um processo de novos referenciais que se contrapuseram à reflexão abstrata, lógica, ideal. Houve a necessidade de pensar a objetividade, traduzida na questão do trabalho! Essa radicalidade hierárquica do mundo sobre a subjetividade é que institui o perfil ontológico e revolucionário da teoria marxiana. Tal perspectiva assinala o rompimento com o Idealismo hegeliano, bem como crítica da esfera política que só se torna efetiva e radical cimentada no entendimento da sociedade.
Como podemos então entender a ontologia de Marx? Uma constatação é que para Marx a sociedade civil torna-se pressuposto da explicação política, ou seja, torna-se uma economia política. Pelo menos deve ser pensada a partir dessa ótica. O autor, busca entender as raízes do “ser social burguês” já nos seus manuscritos econômico-filosóficos, além de criticar o trabalho visto como “Deus” da realidade humana! A ontologia e objetividade em Marx, devem ser entendidas como dois momentos de um mesmo estatuto ontológico. Pois a consciência não é um simples fenômeno da realidade objetiva. Tal afirmação torna-se indissolúveis fundamentos entre a subjetividade e a objetividade presentes na matriz da sociabilidade, como também do trabalho, cerne da ontologia social das sociedades.
Em suma, para entendermos a ontologia do ser social, torna-se primordial conhecermos as relações sociais determinadas pelo modo de produção capitalista, das quais assinalam que o homem se forma a partir de suas condições materiais, ou seja, forma-se na objetividade do trabalho.
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