Revista: Caribeña de Ciencias Sociales
ISSN: 2254-7630

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EMPREGABILIDADE APÓS O ENSINO MÉDIO: OS DESAFIOS E PERSPECTIVAS DOS JOVENS ALUNOS DO INSTITUTO FEDERAL DO AMAZONAS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PARA INSERÇÃO AO MERCADO DE TRABALHO NO MUNICÍPIO DE PARINTINS-AM.

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1 INTRODUÇÃO
Diante de um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e das recentes crises no Brasil, o termo empregabilidade torna-se mais complexo, principalmente quando diz respeito a jovens sem experiência ou capacitação na área de atuação. A empregabilidade está atrelada a escolaridade e experiência profissional da pessoa, então, profissionais experientes e mais qualificados tendem a conseguirem entrar no mercado de trabalho mais facilmente, esses profissionais devem permanecer ocupados por mais tempo diante de outros sem qualificação.
Os cursos técnicos surgem como um meio de produzir mão de obra qualificada para jovens do município de Parintins. Que segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) possui menos de 10% da população com renda fixa, considerando esta informação nota-se que os jovens entram em curso de formação técnica como uma forma de garantir qualificação profissional em um curto espaço de tempo. Considerando que os cursos técnicos duram em média vinte e quatro meses, os jovens podem analisar o que virá em uma possível graduação, podendo projetar uma vida financeira melhor e mais estável também a longo prazo.
Segundo FERREIRA et al (2017), o curso Técnico de Administração, a profissão regulamentada pela lei 4769 (Brasil, 1965) enquanto ciência social aplicada, o mercado demandará profissionais com senso crítico, com vistas ao desenvolvimento e aplicação de estratégia e de profissionais para atuar no campo operacional. A administração pode ser definida com a ciência que utiliza recursos da melhor maneira possível, minimizando erros e obtendo os melhores resultados para a organização, para isso é indispensável o uso das quatro principais funções administrativas, o planejamento, a organização, a direção e o controle. O curso de Administração do Instituto Federal do Amazonas (IFAM) é um dos principais cursos do Instituto, devido sua capacidade de formar profissionais para diversos setores do município, os principais objetivos do curso é formar profissionais capacitados para atuarem no mercado local, e despertar o espirito empreendedor dos jovens alunos, com a intenção de desenvolver economicamente a região.
A pesquisa realizada no IFAM teve como objetivo principal destacar as principais dificuldades enfrentadas no dia a dia pelos jovens alunos do curso de administração, como métodos científicos utilizou-se primeiramente de pesquisa bibliográfica para a fundamentação teórica, classifica-se tal como pesquisa descritiva, pois propor-se analisar o ambiente em que foi realizada. A coleta de dados foi feita pela abordagem quantitativa e como instrumento de coleta de dados foi usado questionário, aplicado em sala de aula, contendo dez perguntas com o objetivo de coletar informações da realidade onde os alunos estão alocados.

2 JUSTIFICATIVA

O município de Parintins possui aproximadamente cerca de 113.832 habitantes em (IBGE, 2018), e apenas 6.974 pessoas possuem emprego formal, este número corresponde a 6,1 % dos habitantes do município (IBGE, 2019) a cidade registra salário médio dos trabalhadores formais na ordem de 1,8 salários mínimos, então menos de 10% da população trabalha de carteira assinada. Com tais dados pode-se dizer que a maioria da população se caracteriza autônoma, tendo em vista esta realidade e a procura de melhorias na vida financeira, os jovens realizam os cursos técnicos profissionalizantes visando uma carreira profissional mais rápida e com ganho de rendimentos imediatos, pensando em longo prazo entrar a faculdade com as finanças mais estruturadas e com uma carreira profissional traçada.
Quando se fala em empregabilidade, pensa-se muito em estar empregado, porém, é mais abrangente, para Tôrres (2000), essa nova dinâmica do mercado de trabalho, traz a empregabilidade como um novo perfil para o trabalhador, que deve possuir e desenvolver habilidades, conhecimentos e capacidades que vão além de sua área profissional. Então o profissional precisa estar sempre a frente e atento as constantes mudanças tecnológicas que englobam o mercado de trabalho.
Os desafios da educação técnica segundo o Ministério da Educação estão em reconhecer e incentivar a inovação e o empreendedorismo como forças que podem fazer diferença no mercado de trabalho mundial, impulsionar pequenos negócios e proporcionar qualidade de vida para a população. Por meio dos cursos técnicos os jovens podem se qualificar e traçarem a carreira profissional mais rapidamente. A qualificação profissional é um passo importante na vida profissional, sendo um dos pilares da empregabilidade.
Há possibilidades do profissional de administração atuar em diversas áreas, tais como, na área financeira, contábil, logística, gestão de pessoas, marketing, enfim, podemos concluir que o mercado para o profissional da área da administração é bastante amplo e cheio de opções. O curso de administração desenvolve o espirito questionador e representa uma oportunidade para aqueles com ideias inovadoras e principalmente de visão empreendedoras.
A administração assim como seus profissionais se fazem necessários no mercado de trabalho por suas contribuições, sua função é produzir melhorias na qualidade e desempenho com recursos limitados dentro das organizações, no entanto para ter êxito nesta profissão é necessário qualidade e capacitação. Por isso a necessidade de formar alunos cada vez mais capacitados para suprirem a necessidade de um mercado de trabalho mais competitivo e exigente em termos de qualificação profissional.
Este trabalho em suas considerações finais pretende identificar quais são as principais dificuldades enfrentadas pelos alunos do curso técnico subsequente de administração. A pesquisa foi realizada no IFAM campus Parintins, que disponibiliza os cursos Administração, Agropecuária, Informática, Ambiente e Recursos Pesqueiro na formação técnica subsequente no turno noturno. Este trabalho aprofunda-se no curso de Administração.

3 Conceito de empregabilidade

A empregabilidade consiste no preenchimento de vagas de trabalho, exige do candidato uma capacitação adequada para determinado posto de trabalho, e entende que o desenvolvimento de novas habilidades é fundamental para o profissional manter-se empregado ou retornar ao mercado de trabalho.
“O trabalhador precisa manter-se competitivo no mercado de trabalho; por isso, deve se preocupar em fazer cursos complementares à educação básica, de forma continuada para sua qualificação e atualização. Por isso, também deve adquirir as competências necessárias para driblar um contexto bem mais excludente. O simbolismo que vem carregado na noção de competência intenta fazer do trabalhador um sujeito não-reagente, portanto, disciplinado frente às exigências do mercado de trabalho”. (FERREIRA, 2006, p.16). O intuito da qualificação é estimular o profissional a manter-se atualizado as constantes mudanças e exigências do mercado de trabalho.
Podemos observar que o conceito de empregabilidade vem mudando nos últimos, o mercado de trabalho começou a valorizar as atividades de qualificação profissional já na educação básica. Como diz (Brasil, MTb/Sefor, 1995).

O conceito de ‘empregabilidade’ surgiu como instrumento de relativização da crise do emprego, face à incapacidade do setor produtivo de incorporar ou manter, no seu interior, o mesmo número de trabalhadores. Surgiu como justificativa para o desemprego em massa, atribuindo à má qualificação dos trabalhadores a culpa por estes não atenderem às novas exigências do mercado de trabalho. Nesse cenário, torna-se importante entender como o conceito de ‘empregabilidade’ passou a se relacionar diretamente com as atividades de qualificação profissional e de valorização da educação básica.

Neste contexto podemos dizer que a educação básica tem melhorado os níveis de empregabilidade no pais, isto é possível devido as inovações trazidas com as modernizações tecnológicas, os ganhos crescentes de produtividade estão ligados a nova era da empregabilidade, entendida como “condição daquele que, apesar das mudanças no mundo do trabalho, continua apto para nele permanecer” (Teixeira e Rios, 1998:64) O que diferencia uma pessoa empregada de uma desempregada é sua capacidade de conseguir um emprego, o que logo pode ser ligado à capacidade de manter-se ou reinserir-se em uma carreira profissional, buscando meios de diferenciar-se dos demais que disputam e lutam por um posto ocupacional.
As novas maneiras de entender o termo empregabilidade são resumidas por Chiavenato (2008, p. 419),
A crise do emprego transborda no Brasil e no mundo industrializado para a crise da empregabilidade. Que bicho é esse? Resumidamente é a falta de qualificação profissional dentro de um mercado de trabalho em ebulição. Existem vagas oferecidas que não são preenchidas devido ao “analfabetismo profissional” dos candidatos. Quem não mudar junto com elas perde o bonde do emprego que passa. Isso vale para o chão de fábrica ou para o comando da empresa.

            O autor diz que só existem pessoas desocupadas devido sua falta de capacitação profissional em um ambiente que está em constante evolução. Ou seja, a qualificação profissional é o único meio de se tornar apto e competitivo em um mercado cada vez mais dinâmico.
Os autores citados discorrem que o termo empregabilidade é mais do que conjunto de habilidades e capacidades que um indivíduo dispõe para manter-se empregado, este termo vai muito além de conseguir emprego, refere-se a como o indivíduo pode adquirir conhecimento dentro das organizações e fomentar o desenvolvimento pessoal, que trará benefícios para o colaborador e para a empresa.

4 A empregabilidade entre os jovens

A empregabilidade entre os jovens é um assunto bastante discutido no cenário nacional, a população cobra do governo incentivos que façam com que jovens sejam estimulados cada vez mais cedo a buscarem uma carreira profissional, os cursos técnicos são uma alternativa para jovens que desejam a conquista do primeiro emprego, porém enfrentam dificuldades com a falta de experiência como diz Pochmann (2000), os jovens enfrentam dificuldades adicionais para encontrar trabalho e nele se manterem, uma vez que além de inexperientes, encontram poucas oportunidades.
Tentando mudar esta realidade em 2008 com a Lei n° 11.892/08, que instituiu a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e criou os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, o ensino tecnológico iniciou uma expansão sem precedentes na história do país. Muitos Centros Federais de Educação Profissional e Tecnológica (Cefets) foram transformados em Institutos Federais e habilitados a oferecerem cursos de nível superior, outros tantos foram abertos em diversos pontos do país. Atualmente existem 562 escolas em atividade, destas 38 são Institutos Federais (BRASIL, 2014a).
A ideia é desenvolver mão de obra qualificada cada vez mais cedo, com intuito de colocar novos profissionais no mercado e diminuir o índice de desempregados na faixa etária dos 18 aos 24 anos, que se mostra preocupante. Entre 2012 e o primeiro trimestre deste ano, a fatia de subocupados na economia brasileira passou de 20,9% para 25%, enquanto entre os jovens de 18 a 24 anos o aumento foi de 30,1% para 41,8%.

O mercado de trabalho atual caracteriza-se por um aumento do desemprego, sendo objeto de estudos (Oliveira et al., 2011 apud Kocávs, 2013) indicam que os jovens são as principais vítimas do desemprego, dada a sua posição de maior fragilidade no mercado de trabalho. As taxas de desemprego jovem tendem a piorar com o agravamento das crises financeiras, limitando assim as condições de vida e as oportunidades sócio profissionais dos jovens. Com isso é bem provável que as dificuldades financeiras afetem a vida social do jovem, e assim eles sejam duplamente penalizados.
As dificuldades enfrentadas pelos jovens são constantes, devido à falta de profissionalização e experiência alguns jovens acabam sendo desvalorizados como diz POCHMANN, 2007.

O funcionamento do mercado de trabalho é desfavorável ao jovem. Diante da constante presença de um excedente de mão-de-obra no mercado, o jovem encontra as piores condições de competição em relação aos adultos, tendo de assumir, na maioria das vezes, funções de qualidade inferior na estrutura das empresas para obter uma renda a fim de sustentar as despesas familiares ou a própria sobrevivência, o que costuma comprometer a possibilidade de formação escolar e de se qualificar profissionalmente.

            A principal dificuldade dos jovens é a desvalorização no mercado de trabalho, visto que os jovens se submetem a empregos fora da área em que pensam em atuar posteriormente, gerando um atraso no processo de formação, por isso a preferência pelo curso técnico a faculdade em curto prazo.
A necessidade de antecipar renda futura ou de ajudar no orçamento familiar tem pressionado os filhos, sobretudo os de famílias de menor renda, a terem uma passagem breve pela escola. (POCHMANN, 2007, p.63). O pensamento do jovem está em obter meios financeiros para ajudar a família nestes tempos de crise, conseguir um emprego parece muito vantajoso para um aluno recém-formado no ensino médio, porém, a falta de capacitação profissional pode ser um problema a longo prazo.

5 Aumentando e desenvolvendo a empregabilidade

Desenvolver a empregabilidade é o grande diferencial dos profissionais que pensam diferente nos dias atuais, Malschitzk (2012 p. 156) diz.

Para aumentar a empregabilidade, os profissionais precisam estar aptos do ponto de vista técnico, gerencial e intelectual, humano e social para solucionar com rapidez problemas cada vez mais sofisticados e específicos. Torna-se vital, portanto, a obtenção de novos conhecimentos, múltiplas habilidades e boa reputação para que o profissional possa oferecer e vender seus serviços e empresariar seus talentos.

O mercado de trabalho vive da qualidade que os profissionais dispõem a entregar, porém a reputação e comprometimento são fundamentais no desenvolvimento da carreira.
Conforme Hanashiro, Teixeira e Zaccarelli (2007), não é suficiente estar pronto apenas para trabalhar em uma ou em várias empresas ao longo da vida. Deve-se estar preparado para ser um profissional do conhecimento, um conhecimento que seja útil a ponto de poder ser vendido para algum segmento da sociedade que esteja disposto a pagar por ele. Não importa a condição pela qual entregara esse conhecimento: seja como funcionário, como autônomo ou como microempresário. A pessoa que deseja a entrada no mercado de trabalho deve se especializar em ser um profissional completo, com novas ideias e conceitos de trabalho, o verdadeiro profissional se motiva a cada desafio.
Para Carvalho (2009), a empregabilidade ao representar um conjunto de conhecimentos, habilidades e comportamentos, tornam um profissional importante para a sua organização e para toda e qualquer outra. Pois este passa a ter qualidade empregável, representando, desta forma, um conceito dinâmico referente ao mundo do trabalho neste mercado globalizado, a empregabilidade torna-se o reflexo do profissional bem capacitado.
E manter essas habilidades com o passar do tempo torna-se o grande diferencial competitivo do profissional, por isso a qualificação é continua.

6 Mercado de trabalho

Adam Smith, economista clássico, faz as primeiras referências ao mercado de trabalho no final do século XVIII. Neste pensamento, o funcionamento do mercado de trabalho é idêntico aos demais mercados, podendo ser ali verificados comportamentos econômicos de firmas e indivíduos que buscam maximizar seu bem-estar e onde as funções da oferta e demanda de emprego dependem do nível de salário. A visão é muito clara quando diz respeito a mercado de trabalho, desde as primeiras definições o que relaciona empregador e empregado é o salário, um indivíduo vai atrás de outro para vender sua capacidade e força operacional.
A definição clássica de mercado trabalho passa por aspectos econômicos, e basicamente exclui os aspectos sociais, com a globalização a expansão do mercado de trabalho tornou-se imensurável, as novas tecnologias contribuem para um desenvolvimento em diversos setores da economia. As informações que possuíamos sobre o mercado foram mudando e o perfil dos trabalhadores também, há uma década não imaginaríamos que a profissionalização nas empresas seria tão grande a ponto de destruir paradigmas existentes.
O mercado de trabalho pode ser definido como o elo que organiza a relação de troca, aproximando aqueles que ofertam a força de trabalho e aqueles que a demandam, podendo também ser entendido como a principal forma por meio da qual acontece a solução institucional para um duplo problema de alocação. De um lado, o sistema produtivo precisa ser provido com o trabalho necessário para a geração de riqueza; do outro, os indivíduos detentores da força de trabalho necessitam dos meios monetários (salário e benefícios) e sociais (status) para assegurar sua sobrevivência (AMARAL et al., 2012). O mercado de trabalho evoluiu nas últimas décadas afim de desburocratizar as relações de trabalho e por conta das mudanças trazidas pela globalização e seus novos conceitos de cultura, mercado e política.
A globalização, com o surgimento de novas tecnologias e a chegada da era da informação, resultaram em inovações e maior conhecimento de mercado. As grandes empresas começaram a valorizar o profissional de acordo com sua capacitação, e os profissionais entenderam que o mercado de trabalho muda de acordo com a sociedade, as mudanças são necessárias.

7 METODOLOGIA

De acordo com Malhotra et al (2005), a pesquisa descritiva é um tipo de pesquisa conclusiva. Tem por objetivo descrever funções ou características do mercado. É marcada pela formulação de hipóteses específicas. A pesquisa descritiva tem como compromisso expor características de um fenômeno ou população de um determinado local.
Utilizou-se primeiramente de pesquisa bibliográfica para a fundamentação teórica do trabalho, a pesquisa bibliográfica possibilita ao investigador levantar um estudo do tema em sites, revistas e artigos científicos. De acordo com Gil (2010, p.29-31) “a pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado. Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material impresso como livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos”
A coleta de dados foi feita pela abordagem quantitativa que tem por objetivo quantificar os dados e é fundamentada em grandes amostras representativas, aplicando uma análise estatística. (MALHOTRA; et al, 2010). A pesquisa quantitativa recorre à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis.
Como instrumento de coleta de dados foi usado questionário, aplicado em sala de aula, contendo perguntas com âmbito de coletar informações da realidade dos alunos e do ambiente onde estão inseridos.  Para tal, coloca-se uma série de questões que abrangem um tema de interesse para os investigadores, não havendo interação direta entre estes e os inquiridos. "Um questionário é um conjunto formalizado de perguntas para obter informações do entrevistado" (MALHOTRA; et al, 2010, p. 228).

8 RESULTADOS

Os resultados são apresentados em duas etapas, a primeira explica a idade e como os jovens classificam seu perfil profissional dadas as alternativas, e como o curso de administração pode influenciar positivamente na sua inclusão ao mercado de trabalho. A segunda parte mostra as principais dificuldades enfrentadas pelos estudantes. Participaram da pesquisa trinta e oito alunos do curso de administração do ensino subsequente do turno noturno do IFAM na faixa etária dos dezoito aos vinte e cinco anos. 
Dentre os entrevistados notou-se que 38% estão entre os 18 aos 20 anos, 32% estão na faixa dos 20 aos 22 anos, e 30% dos entrevistados estão na faixa de 22 a 25 anos.

           
A faixa etária mostrada no gráfico 02 ressalta que os jovens entendem que quanto antes buscarem qualificação mais fáceis as chances de entrarem no cenário profissional, mas a crescente dificuldade enfrentada pelos responsáveis por recrutamento de pessoas em conseguir no mercado de trabalho profissionais habilitados a ocuparem as vagas disponíveis coloca em discussão a eficiência no processo de formação e qualificação. É claro que o problema parece ser maior em ocupações que exigem o primeiro e o segundo grau, mas já é possível identificar a mesma situação naquelas que requerem curso superior
Conclui-se que os alunos procuram a qualificação profissional cada vez mais cedo, embora a pesquisa tivesse como público alvo os jovens, e considerando que a qualificação varia de pessoa para pessoa dependendo do seu grau de comprometimento, finalizar o curso técnico não é garantia de emprego, mas, é notório que a juventude se preocupa mais na carreira profissional do que há algumas décadas atrás. As mudanças na sociedade e no mercado de trabalho também são importantes para o destino profissional desses jovens. Por outro lado Segundo Pochmann (2007), apenas 15% das vagas criadas no mercado formal entre 1995 e 2005 teriam sido preenchidas por jovens. Um índice muito baixo em nosso país tendo em vista que com o passar dos anos o mercado de trabalho está se desenvolvendo e procurando profissionais cada vez mais jovens e qualificados.

O perfil profissional pode fazer a diferença na hora da contratação do indivíduo, a identificação do perfil é fundamental para o desenvolvimento das habilidades e de grande importância para o conhecimento das suas fraquezas. Quanto ao perfil dos jovens 35% consideram possuir habilidades de um perfil profissional comunicador, 39% se consideram planejadores, 19% dizem se identificarem com habilidades executores e 7% responderam possuir características de um perfil competitivo.
Sendo assim, podemos concluir que o perfil dos jovens alunos se caracteriza predominantemente com idade dos 18 aos 20 anos, com uma análise de perfil profissional que se inclinam para a comunicação e o planejamento.
Foi feita uma reflexão sobre as respostas dos alunos sobre a pergunta: Como esta capacitação pode influenciar positivamente na hora de conseguir um emprego? Como a pergunta sugeria uma resposta por extenso dos alunos, os resultados serão apresentados descritivamente visando uma reflexão mais ampla sobre a pergunta. As respostas vão de encontro com o objetivo da pesquisa, que analise as dificuldades enfrentadas pelos jovens alunos, notou-se que a grande maioria lida com uma pressão familiar e social para conseguir o primeiro emprego e estabilidade financeira cada vez mais cedo, com isso acabam buscando no curso maneiras de darem uma resposta imediata para a situação. Um percentual considerável de alunos diz não estarem totalmente preparados o mercado de trabalho, e acreditam que a formação pode contribuir bastante para o restante da formação dos mesmos. É unanimidade os alunos que pensam que o curso subsequente de administração os trará benéficos e pode ser um diferencial competitivo na hora de sua contratação.

Pochmann (2003) destaca que desde o início da década de 1980, quando o país abandonou seu projeto de industrialização nacional, o mercado de trabalho tornou-se extremamente desfavorável ao conjunto das classes trabalhadoras, especialmente aos jovens. Desde então a educação passou a ser um fator fundamental para mudar esta realidade.
Podemos ressaltar que a principal dificuldade dos jovens alunos do curso de administração do ensino subsequente é a questão financeira, os estudantes lidam diariamente com essa dificuldade e ela causa grande impacto significativo no desenvolvimento escolar destes alunos, então se enfatiza que apesar dos entraves econômicos dos estudantes do município de Parintins, a maioria dos entrevistados ressaltam que almejam o término dos estudos para uma mudança financeira e social benéfica no futuro próximo.
Considerando o município de Parintins grande parte da população caracteriza-se autônoma, e os jovens entrevistados relataram empenho em desenvolver habilidades no intuito de conseguirem formar carreiras profissionais de sucesso. Este artigo tem relativa importância no cenário local e no meio acadêmico visto que, a empregabilidade é um tema que passa por constantes mudanças, sendo assim debates atualizados a cerca desta temática são grande contribuição social.
A inserção do jovem ao mercado de trabalho ainda deve percorrer diversos desafios para que tenhamos uma diminuição no índice de jovens desocupados no município. Observamos com a pesquisa que o índice de desemprego é alto na faixa etária dos 18 aos 24 anos devido à falta de experiência dos candidatos ilustrando a realidade nacional, já que em 2019 os índices de desemprego nesta faixa etária voltaram a subir conforme o (IBGE). No entanto as expectativas dos alunos são boas em relação as suas carreiras profissionais.

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O curso subsequente de administração tem como objetivo preparar os alunos para uma vida profissional exigente e concorrida, sendo um dos poucos que possuem inúmeras áreas de atuação no mercado. O profissional não fica limitado a apenas uma área de atuação, o curso abrange da área financeira a gestão de pessoas.
O tema proposto permitiu analisar os fatores e dificuldades que os jovens alunos do curso subsequente de administração do Instituto Federal do Amazonas, enfrentam nas suas rotinas, assinalando que as finanças dos alunos ainda são uma das principais dificuldades relatadas por eles. Desta forma esforços devem ser tomados para facilitar o desenvolvimento profissional destes jovens para facilitar sua entrada no mercado de trabalho.
Em relação aos objetivos da pesquisa observa-se que foram atendidos completamente, uma vez que se analisou os fatores que dificultam a inserção do jovem ao mercado de trabalho, como a falta de experiência e de capacitação. Os pontos positivos relacionados aos resultados da pesquisa são a existência do interesse dos jovens na faixa etária de 20 a 24 anos, em desenvolver as habilidades e capacidades para alavancarem o mercado de Parintins que está em expansão, e precisa de mão de obra qualificada, tanto que as empresas estão investindo na valorização e capacitação de seus colaboradores.
A pesquisa mostra que Parintins não está diferente da realidade nacional em relação a empregabilidade dos jovens após concluírem o ensino médio e que o curso técnico tem contribuído para formar mão de obra rápida e qualificada. E que as principais dificuldades enfrentadas pelos jovens alunos do curso técnico subsequente de administração são financeiras, seguidas por dificuldades de transporte e problemas familiares.
Espera-se que o presente estudo contribua para reflexões e futuras pesquisas sobre a inserção dos jovens no mercado de trabalho.

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*Graduando do curso de Bacharelado em Administração do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) campus Parintins. Membro participante do projeto de extensão denominado “Preparação da Empregabilidade dos Jovens Município de Parintins”. E-mail: oliiveiramario@gmail.com.
** Docente efetiva do curso de Administração do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) campus Parintins. Mestranda em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos - ProfAgua/UEA/ Parintins. Foi coordenadora do projeto de extensão denominado “Preparação da Empregabilidade dos Jovens Município de Parintins”. E-mail: tensilvane@gmail.com.


Recibido: 27/11/2019 Aceptado: 06/12/2019 Publicado: Diciembre de 2019

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