Seleomar Kaningoski de Freitas*
Tércio Vieira de Araújo**
UNIOESTE, Brasil
gerencia.adm@esquadriaspremier.com.br
RESUMO
Este estudo aborda a gestão de custos em organizações tendo como foco de pesquisa a investigação se este tipo de gestão contribui na tomada de decisão. Assim, o objetivo do estudo foi realizar um levantamento bibliográfico que abordam a análise de custos como fonte de informações para a segurança na tomada de decisões. Trata-se de uma pesquisa realizada a partir de análise com revisão integrativa das fontes bibliográficas pesquisadas visando reconhecer as concepções elaboradas a partir de pesquisas publicadas a respeito da realização análise de custos em organizações. Ao realizar a análise de publicações digitais relacionadas à gestão de custos permitiram sintetizar a questão que também foi a problemática de estudo de outros pesquisadores e que concluem que somente quando o setor contábil apresenta a análise real dos custos a tomada de decisão pode ser tomada com segurança.
Palavras-chave: Gestão de Custos. Setor Contábil. Tomada de Decisão
ABSTRACT
This study addresses the cost management of organizations having as research focus na investigation if this type of management helps in decision making. The objective of the study was to conduct a literature that address the cost analysis as a source of information for security in decision making. This is a survey from analysis with integrative review of the surveyed literature sources in order to recognize the concepts developed from published research about performing cost analysis in organizations. When performing the analysis of digital publications related to cost management allowed synthesize the question that was also the study of problems of other researchers and conclude that only when the accounting industry has a real cost analysis decision-making can be taken safely
Keywords: Cost Management. Accounting Industry. Decision Making.
Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:
Seleomar Kaningoski de Freitas y Tércio Vieira de Araújo (2018): “Influência da gestão de custos nas decisões organizacionais”, Revista Caribeña de Ciencias Sociales (noviembre 2018). En línea:
https://www.eumed.net/rev/caribe/2018/11/custos-decisoes-organizacionais.html
//hdl.handle.net/20.500.11763/caribe1811custos-decisoes-organizacionais
A gestão de custos destina-se a analisar e produzir informações em diferentes níveis gerenciais nas organizações, é o fator responsável pelo desempenho, planejamento, controle e tomada de decisão, pois torna possível a alocação de recursos de maneira detalhada e criteriosa, gerando maior segurança nos meios de produção de bens e serviços (SANTOS, 2011).
Os avanços tecnológicos da idade contemporânea trouxeram muitas modificações para o mercado. A globalização da economia e a produção de bens e serviços contribuiu para a geração da necessidade de instrumentos gerenciais que fundamentem os processos decisórios, além de desenvolver a capacidade de inovação, a qualidade e a agilidade, entre outros requisitos, evidenciando o caráter fundamental da gestão de custos nas organizações.
Desta forma, este estudo inicia com o desenvolvimento de uma análise de fontes teóricas sobre a gestão de custos na organização do planejamento das empresas, uma vez que está se constitui como uma ferramenta que permite contornar os problemas advindos dos sistemas de comunicação internos e externos à organização empresarial e promover a tomada de decisão.
A realização de revisão integrativa de publicações sobre a gestão de custos envolve a pesquisa de artigos, livros, teses e dissertações e a análise realiza-se a partir das concepções publicadas sobre o assunto, identificando os objetivos dos estudos publicados e seu compromisso com a formação de novos conhecimentos a respeito da gestão de custos.
Os controles da gestão de custos são elaborados e aplicados nas empresas, por isso quando não são realizados colocam em risco a segurança das empresas. Diante disso, este estudo analisa a problemática a partir da constatação de outros pesquisadores a respeito da discussão teórica sobre a importância da gestão de custos, identificando as viabilidades deste processo na tomada de decisão.
Neste contexto a pesquisa busca responder: como as informações geradas podem contribuir para a tomada de decisão?
Voltado a responder a problemática de pesquisa, foi delimitado como objetivo geral analisar a importância da gestão de custos a partir de experiências empíricas de outros pesquisadores do tema, bem como apresentar a utilização das informações geradas pelo sistema no auxílio a tomada de decisões em segmentos empresariais variados.
A relevância da gestão de custos para a formação do profissional que atua na administração contábil é fundamental. Assim, estudar as teorias e compreender ser organiza a gestão de custos, enriquece o conhecimento e atuação dos profissionais e especialistas no assunto.
A pesquisa acadêmica pode trazer benefícios tanto para as empresas em geral quanto para os profissionais que atuam na área contábil empresarial. Da mesma forma, como se trata de construir conhecimentos a partir da leitura de publicações online, esta pesquisa se beneficia de relatos e artigos apresentados sobre a gestão de custos apresentado por outras empresas que se dedicaram a estudar e desenvolver o sistema.
Este artigo foi dividido em cinco seções. A primeira é a introdução onde é apresentado o tema, problema, objetivos e justificativas para realização desta pesquisa. Na segunda seção é tratado o referencial teórico, onde são apresentados os conceitos gerenciamento de custos. A terceira seção apresenta os métodos de pesquisa, a quarta seção apresenta os resultados da pesquisa e a quinta seção tece as considerações finais que concluem o trabalho de pesquisa.
O surgimento da contabilidade de custos decorre da necessidade de realizar uma avaliação de estoques de uma indústria ou meio de produção, no entanto as indústrias tornaram-se cada vez mais necessário realizar controle e tomar decisões amparadas em informações corretas a respeito dos custos de recursos básicos de cada produção, assim é necessário realizar a contabilização dos custos para complementar a contabilidade financeira, o que exige que as técnicas e métodos sejam específicos, e cada vez mais aperfeiçoados, por isso precisam ser estudados detalhadamente adequando-se à realidade de cada ambiente de produção (MARTINS, 2003).
Para definir a análise de custos é importante definir o contexto atual em que está se desenvolve, uma vez que está inserida na contabilidade de custos e se insere também na contabilidade gerencial que permite ao profissional da área desenvolver o uso da análise de custos para permitir a tomada de decisão na empresa.
Considera-se que a gestão eficiente dos custos empresariais parte do pressuposto que a composição do preço de produtos e serviços estão cada vez mais avançadas e exigem entendimentos que superam os aspectos contábeis financeiros convencionais permitindo a escolha da melhor maneira de compor e definir os custos. Assim, a relevância da gestão de custos assume uma dimensão estratégica.
De acordo com Martins (2010) a análise de custos compreende a interação a respeito dos gastos na produção de bens e serviços, assim a contabilidade olha os custos de maneira diferenciada para gerar informações que mantenham as necessidades de gestão, pois estabelece os sistemas de custos, os critérios de avaliação dos mesmos calculando e alocando as especificidades dos ambientes de produção e adequação da administração no cotidiano da empresa.
De acordo com Leone e Leone (2010), a análise de custos acompanha a evolução da tecnologia de processos de produção, de modelos gerenciais e das novas necessidades informativas, da mesma forma, trabalha dados operacionais do tipo históricos, estimados para o futuro, padronizados e produzidos. Assim, torna-se uma forte ferramenta de controle de custos, fornecendo informações de custos diferentes para atender as diversas necessidades gerenciais.
Para Padoveze (2015) utilizam-se os custos e suas ferramentas para as decisões gerenciais que precisam ser realizadas legalmente e sujeita à fiscalização. Os principais usuários das demonstrações contábeis são os fornecedores, credores, acionistas, órgãos reguladores e investidores, que se valem de tais informações para o processo geral da tomada de decisões.
A eficiência no sistema de gestão parte da análise das melhores formas de alocar os custos a fim de determinar uma política sólida e satisfatória, para desta forma, obter informações precisas da contabilidade de custos o que permite auxiliar na gestão bem como trazer benefícios na administração da empresa (MARTINS, 2010).
Considera-se que a definição do preço de venda torna necessário o desenvolvimento de conhecimento nas áreas de custos, da gestão de marketing, da economia e até mesmo, da psicologia, pois envolve métodos baseados nos custos, no comportamento dos concorrentes e, acima de tudo, na participação dos consumidores. Desta forma, desenvolve-se a engenharia de custos, a fim de não colocar em risco a segurança econômica da empresa. É um dos fatores essenciais para instrumentalizar o empresário permitindo que seja desenvolvida a capacidade de agir com clareza sobre a realidade para atuar de maneira competitiva no mercado (SANTOS, 2009).
O desenvolvimento tecnológico ao mesmo tempo que desenvolve ferramentas que permitem o planejamento e a superação em relação aos custos, torna a gestão de custos um risco amplo para a margem de lucro das empresas, pois é necessário agir localmente para obter resultados globais.
Segundo Santos (2011) para gerenciar o sucesso de um negócio é necessário obter as seguintes informações: controle de vendas diárias e acumuladas no mês por produto e consolidado, análise do custo e do ganho marginal por produto acumulado, planejamento de vendas mensal e anula, determinação do ponto de equilíbrio, estabelecendo o nível mínimo de vendas desejado, custo estrutural fixo mês a mês e anual, observar a formação do preço de vendas, análise de mix visando a maximização de lucro, lucro operacional planejado e real e análise da eficiência de uso de mão de obra e materiais.
A contabilidade e a gestão de custos apresentam como finalidade a análise da rentabilidade, o controle de gastos e a fixação do preço de vendas, que permitem à empresa atingir o objetivo desejado, uma vez que os custos permanecem centralizados na mesma base de cálculo de cada produto, por isso devem ser mesclados como números do mesmo centro de cálculos de custos de cada produto (CREPALDI, 2011).
Para Berti (2006), a análise de custos permite que seja planejado o custo do produto para projetar a possibilidade do consumir pagar pelo produto, se não houver mercado para comercializar um produto de preço muito elevado, é necessário repensar a estrutura dos custos, sob o risco de iniciar uma ideia original que sem meios de competir no mercado não se desenvolve.
A viabilidade dos custos da produção precisa estar em equilíbrio com o poder de compra do consumidor ou justificar, no mínimo, a causa do consumidor pagar mais caro pelo produto da empresa, estabelecendo um designer mais arrojado, adicionar um acessório, destacar os pontos fortes do produto, a funcionalidade e a eficiência deste, pois a partir do estudo deste produto assumem-se parcerias e estratégias de produção com custos menores e mais competitivos no mercado (MARTINS, 2010).
Assim, as empresas necessitam reduzir os gastos supérfluos, eliminar as perdas, conhecer o preço praticado pela concorrência, pois será necessário promover produtividade e rentabilidade, isso só será possível de houver uma dimensão da viabilidade do negócio e a prévia definição do caminho a seguir. Para justificar a análise de custos e realizá-la de modo que permita interferir na tomada de decisão é importante considerar o tempo de realização do planejamento, o controle das informações e dados necessários à gestão, no entanto há que se considerar os dados reais para tornar a conclusão mais precisa e detalhada a fim de obter resultados com maior desempenho financeiro e operacional (LEONE e LEONE, 2010).
É importante considerar que o mercado faz o preço e que a tarefa da contabilidade de custos é traduzir a estrutura por custos compatíveis, assim o processo parte do mercado e chega às empresas e para consolidar a estrutura de custos formam-se três sistemas que envolvem as informações gerenciais geradas na empresa, a partir de dados em estado bruto que são armazenados num banco de dados e facilmente acessados. Utilizar aplicativo analítico do próprio sistema de gestão de custos com foco no cliente e análise de rentabilidade e, enfim, tomar como base as informações analisadas transformando-as em processos de decisão (SANTOS, 2009).
A contabilidade considera que o preço é a soma do custo mais o lucro, no entanto deve-se considerar que o custo do produto é formado pelo preço de obtenção da matéria prima somado ao preço da mão de obra direta e indireta, além do custo de amortização da maquinaria e dos edifícios empresariais.
Um risco que a empresa vivencia é a formação do preço com base nos preços da concorrência, porém é necessário considerar que os preços precisam ser determinados com base nos próprios custos, pois a rentabilidade necessária ao funcionamento reflete o cálculo dos custos como indispensável para a correta gestão dos custos das empresas. Assim, a análise de custos permite conhecer qual produto, onde será comercializado, quando e em que medida será definido seu custo, como foi produzido e que tipo de mão de obra foi empregado, assim pode-se definir como administrar melhor o futuro da empresa. Isto evidencia que o custo reflete o esforço econômico para realizar um objetivo operacional considerando que a empresa paga salários, compra materiais, fabrica produtos, obtêm fundos para o financiamento, a gestão da empresa e todos os custos agregados, assim sempre que o objetivo não é alcançado e empresa acumula perdas e prejuízos (PADOVEZE, 2015).
A acirrada competição contemporânea, é decisiva para se obter fatias cada vez maiores de mercado, assim uma prática comum nas empresas é determinar ferramentas necessárias para conquistar e fidelizar o cliente. Os principais processos desenvolvidos em forma de campanhas de marketing e a busca da excelência no atendimento, entre outras ferramentas estratégicas planejadas, tratam estas ferramentas como se elas fossem as únicas, sem considerar a gestão de custos como elemento essencial (PADOVEZE, 2015).
Atualmente, é necessário considerar que toda empresa precisa atender às demandas de mercado, ou seja, compreender as necessidades do cliente, assim a qualidade precisa estar voltada para a execução de processos produtivos, obedecendo aos prazos de entrega que foram estabelecidos para atender aos clientes e voltar a atenção para a redução de custos, assim estabelece-se o diferencial de uma empresa: garantir produção de qualidade, atender às demandas do mercado, reduzir o custo. Assim, desenvolve-se a importância da definição, da execução e do acompanhamento do orçamento, a gestão de custos é uma ferramenta que contribuiu para que o gestor atue com consciência dentro de seu sistema de atuação.
No cotidiano da empresa, as principais ferramentas de gestão de custos estão voltadas para avaliar o potencial com base nos planejamentos existentes. Existem várias frentes que nem sempre são percebidas mas que desenvolvem intensas preocupações, pois retiram o foco da gestão, há casos em que estas estão voltadas apenas para a natureza tática da empresa. Em certos casos, estão mais voltadas para a natureza tática, sem dedicar a sua atenção para as situações de emergência que envolvem a produção, estas são voltadas tanto para o processo quanto para o conteúdo da produção.
A atividade de planejamento é uma necessidade, entende-se que planejar é tal qual alimentar-se, essencial para a vida da empresa. Assim, quando deixa de ser realizado enfraquece o ambiente organizacional, o planejamento afeta a empresa no seu cotidiano em curto, médio e longo prazo. O ponto fundamental de contabilidade de custos é utilizar a informação como ferramenta para administração. No entanto, não se trata de gerenciar qualquer informação, é importante perceber que se trata do processo de produção de informações operacionais financeiras para operadores e administradores visando direcionar as necessidades informacionais dos funcionários e colaboradores internos da empresa contribuindo para orientar a tomada de decisão operacional e de investimentos (CREPALDI, 2010).
Padoveze (2015) analisa o uso de ferramentas consideradas tradicionais e modernas dentre elas o Plano de negócios, o orçamento, os controles internos, as demonstrações financeiras e a formação do preço de vendas, cujo principal instrumento na formação de preços é a análise do Custeio Baseado em Atividades - ABC.
Para definir o Custeio Baseado em Atividades é importante analisar como o apuramento de custos é realizado na contabilidade, considerando que este tipo de levantamento de custos proporciona uma análise separada pelas diferentes atividades da empresa (PADOVEZE, 2006).
O custeio baseado em atividades é também denominado de Custeio ABC, decorrente da expressão em inglês Activity Based Costing. Este tipo de contabilidade oferece aos gestores as informações decorrentes da realização de avaliação do desempenho em etapas. Assim, esse método evidencia os custos mais elevados em cada atividade, proporcionando informações para a intervenção de melhoria e solução em cada etapa (MARTINS, 2003).
O método que apura os custos foi desenvolvido a partir da automatização industrial, proporcionando um aumento dos custos indiretos. Com este método identifica-se uma diversidade de custos que influenciam no custo final do produto, assim é possível diversificar a produção de itens que absorvem mais custos na produção. Considera-se que não são os produtos e serviços que consomem os recursos, pois os recursos são consumidos pelas atividades e resultam em um produto final (PADOVEZE, 2006). Assim, a gestão por custeio tem como objetivo para os gestores melhorar a competitividade da empresa e reduzir os preços dos produtos após desenvolver uma redução de custos.
De acordo com Martins (2003) o ABC é uma ferramenta que permite visualizar melhor os custos a partir de uma análise das atividades executadas dentro da empresa e suas respectivas relações com os produtos. Assim, para utilizar o ABC, é importante definir as atividades quer são relevantes em cada departamento, identificando os direcionadores de custos de recursos que irão alocar os diversos custos incorridos nas atividades.
A principal característica do método é apresentada pela identificação dos custos indiretos, pois estes somente são indicados pelo conjunto agregado das atividades atribuídas individualmente. Além disso, considera-se a existência de uma ordenação das atividades que consomem muitos recursos, sendo que isto não aparece em outros métodos de custeios, além de exigir muito cuidado ao fazer. A ordem das atividades é definida a partir do reconhecimento daquelas que serão realizadas separadamente, quer seja por produto, por linha de produção ou outra (VANDERBECK e NAGY, 2003).
O ABC leva em consideração as atividades como utilizadoras dos recursos, por isso deve-se analisar como elas consomem os recursos, para acionar um direcionador de custos. Martins (2003) explica que para efetuar a versão completa do ABC, é necessária a caracterização do problema, atribuir os custos indiretos de produção diretamente sobre os produtos, sem departamentalização, buscar solução na departamentalização e aplicar o ABC para solucionar o problema atribuindo os custos às atividades, identificando e selecionando os direcionadores de custos, para então atribuir os custos de recursos às atividades no modelo que é apresentado, bem como atribuir os custos das atividades nos produtos.
Quando a fase do custeamento se completa, segue-se a definição dos processos e seus respectivos custos, permitindo analisar melhor não apenas o lucro ou custo do produto, mas também a gestão de onde estão sendo consumidos os recursos aplicados na empresa, Assim, permite-se realizar uma reengenharia dos processos empresariais dependendo dos resultados obtidos com a implantação do ABC ou de uma gestão gerencial com base nas atividades realizadas. Assim, a visão estratégica de custos é uma das transformações causadas pela contabilidade de custos (VANDERBECK e NAGY, 2003).
Quando se identifica quanto dos produtos ou serviços consome atividades, obtém-se um resultado final direcionado pela sequência de ações, assim o direcionamento surge e considera os fatores que levam ao consumo da atividade, como por exemplo, quanto foi gasto com trabalhadores por setor, para produzir um certo produto. O direcionamento de custos segue o fluxo de atividades considerando os recursos utilizados, os direcionamentos dos custos destes recursos, a atividade precede o direcionamento dos custos de atividades para alcançar o objeto de custo (PADOVEZE, 2006).
Como ferramenta o ABC possui vantagens e desvantagens. As vantagens de rastrear os custos são representadas pela melhor qualidade nas informações dos custos de produção ou serviços, no uso como sistema de contabilidade de gestão, na indicação de menor necessidade de rateios arbitrários, na identificação dos produtos ou serviços que consomem mais recursos e gastos e na identificação do custo de cada atividade a partir dos custos totais (MARTINS, 2003).
E como desvantagem este sistema de custeio apresenta as limitações quando se decide implementa-lo tais como: o método de custeio é complexo e leva tempo para sua apuração total, exige a formulação dos próprios padrões de análise, o que necessita muita dedicação por parte da equipe, gera informações que podem não ser totalmente fidedignas, além de possuir necessidade de revisão constante (VANDERBECK e NAGY, 2003).
A consistência na aplicação dos critérios postos para o Custeio ABC é importante para a avaliação homogênea dos estoques em períodos subsequentes e contribui para que os resultados não sejam superficiais (VANDERBECK e NAGY, 2003).
Para Marconi e Lakatos (2010) os métodos científicos são o conjunto de atividades ordenadas e racionais que, com maior segurança e economia permitem alcançar o objetivo a partir da identificação de conhecimentos válidos e verdadeiros que contribuam para o planejamento do caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do pesquisador.
Esta pesquisa caracteriza-se como bibliográfica e descritiva-ilustrativa, pois realiza o estudo, a análise, o registro e a interpretação dos fatores que determinam a análise de custos e sua importância na tomada de decisão a partir de um levantamento bibliográfico de estudos relacionados ao tema dessa pesquisa. A finalidade da pesquisa descritiva é observar, registrar e analisar os fenômenos ou sistemas técnicos, sem, contudo, entrar no mérito dos conteúdos, buscando identificar e descrever as similaridades de objetivo e resultados de outros pesquisadores.
Trata-se de um processo mental que, para chegar ao conhecimento ou demonstração da verdade, parte de fatos particulares, comprovados, e abstrai uma conclusão genérica, enquadrando-se como indutiva, pois estabelece uma referência geral a respeito da análise de custos com base no conhecimento de certo número de dados singulares levantados sobre uma literatura específica.
A abordagem qualitativa caracteriza-se por estudar as particularidades e experiências individuais, com o objetivo de compreender o porquê de certas coisas e neste sentido esta pesquisa se valeu da abordagem qualitativa para alcançar os resultados das similaridades que foram buscadas nesse estudo.
O universo de pesquisa compreende as publicações que abordaram a temática em estudo, que neste caso refere-se à importância da análise de custos na tomada de decisão nas empresas.
E como amostra foram analisados 15 artigos relacionados ao assunto, publicados integralmente em meios digitais relacionados à importância da análise de custos para a tomada de decisão nos processos de gestão de empresa.
O objetivo desta pesquisa é desenvolver conhecimento a partir da análise da produção científica, e à partir desta compreender a importância da análise de custos para a tomada de decisão. Logo se faz necessário a busca e análise dessa produção, justificando a apresentação dos procedimentos adotados a partir da discussão teórica do levantamento bibliográfico.
O levantamento bibliográfico foi realizado no mês de maio de 2018 com busca no site Scielo, e se relacionam ao assunto abordado, sobre a aplicabilidade da análise de custos como fator de influência nos processos decisórios das empresas. Para efetuar a pesquisa tomam-se como descritores: análise de custos e tomada de decisão
Como critério de inclusão considerou-se: a) artigos publicados a partir do ano 2010; artigos publicados em português; b) artigos publicados na íntegra.
Excluem-se os artigos que possuem características que não condizem com a temática, ou seja, textos que não podem ser relacionados à importância da análise de custos.
Após a separação, todo o material foi organizado em uma lista de sinopses, onde foram selecionados quinze (15) artigos de publicações relacionadas à gestão de custos, abordando as questões de gestão e a capacitação dos profissionais que atuam na área para a tomada de decisão nas organizações, conforme apresenta o Quadro 1.
As sinopses são organizadas com a abordagem dos seguintes itens: a numeração dos artigos, o ano de publicação, a área de pesquisa, ou seja, pesquisa em gestão de custos.
A revisão integrativa consiste numa síntese de estudos primários que contém objetivos, materiais e métodos claramente explicitados e que foi conduzida de acordo com uma metodologia clara e reprodutível, desenvolvida segundo as seguintes etapas, conforme Mendes et al. (2008).
1. Leitura e identificação dos objetivos de cada texto;
2. Identificação dos pontos relevantes relacionados ao problema em estudo, contidos em cada artigo;
3. Leitura sistemática e releitura dos textos elaborando uma sinopse de cada um;
4. Indicação dos pontos em que os artigos se relacionam;
5. Elaboração de novas afirmações preservando o contexto relacionado à gestão de custos;
6. Elaboração de uma nova explicação sintetizando todos os artigos pesquisados que se configura no artigo final sobre o assunto.
Para se construir este estudo tornou-se necessário realizar uma pesquisa bibliográfica, buscando nos conhecimentos já construídos e publicados a base para a elaboração de novos conhecimentos, para tanto toma como base teórica livros e artigos científicos que abordam a gestão de custos. Para Gil (2002) este tipo de pesquisa apresenta vantagem porque permite investigar uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente.
O estudo realizado por Silva et al. (2014) considerou que o mundo globalizado, por ser muito competitivo, exige que as empresas busquem a excelência na produção, pois Há variedade de custos envolvidos e uma grande competitividade de mercado, assim, as empresas podem oferecer produtos de qualidade pelo preço de mercado, uma vez que isto é imprescindível para a sobrevivência das empresas. A pesquisa teve como objetivo geral analisar a forma de gestão de custos utilizada pelo Jornal Gazeta do Oeste a fim de obter uma eficácia na fabricação de jornais. Tratou-se de um estudo de caso, descritivo e qualitativo, com pesquisa em livros, periódicos e pesquisa eletrônica, os dados foram coletados através de um questionário contendo dez questões abertas direcionadas ao contador da empresa objeto de estudo.
Verificou-se que a empresa utiliza a contabilidade de custos como ferramenta de gestão de custos a fim de gerir de forma eficaz seus recursos e dessa forma obter melhores resultados para a organização. O método utilizado pela gestão contábil, gera informações relevantes gerando relatórios que contribuem para o planejamento da organização. A análise de todos os custos envolvidos na fabricação de jornal, contribui para alcançar os objetivos deste estudo.
Segundo Rosa (2010), o mercado é dinâmico e competitivo e as empresas necessitam se adaptar as mudanças com rapidez, por isso os gestores buscam respostas rápidas na condução dos rumos das empresas visando atender as exigências dos consumidores e as suas demandas. As decisões devem estar baseadas em informações precisas e confiáveis para não comprometer a continuidade ou estabilidade da empresa. Assim, a contabilidade de custos dá suporte aos tomadores de decisão.
Existem diversas ferramentas de análise do comportamento das operações das empresas que combinam informações de interesse da empresa alinhadas a sua metodologia de trabalho, seu planejamento e posicionamento no mercado. Este tipo de informação permite identificar distorções, processos falhos ou simplesmente àqueles que necessitam de melhorias possibilitando que as organizações atuem especificamente nos pontos fracos como forma de maximizar seus resultados.
Atualmente a contabilidade de custos adapta-se às exigências de competitividade e dinâmica voltada para o ambiente interno e externo possibilitando aos gestores contarem com um novo e moderno processo de geração de informações, que se transforma em vantagem competitiva para que os detentores do poder de decisão possam orientar suas ações.
De acordo com Castro et al (2015) é fundamental tratar de um sistema eficiente de custeio para as organizações, essencialmente, para as micros e pequenas empresas – MPEs. Os autores consideram que a globalização e a evolução tecnológica tornam o cenário econômico cada vez mais competitivo, exigindo que as MPEs se planejem e se estruturem, com tomadas de decisões precisas e condizentes com o que o mercado espera. O estudo abordou uma eficiente gestão de custos nas MPEs e a importância do planejamento e do posicionamento estratégico das organizações no atual mercado.
A abordagem conceitual, descreve o conceito de custos, sua complexidade com relação a sua estrutura, bem como sua apropriação e variabilidade, e alguns métodos de custeio baseados no custo. Desta forma, considera a importância de uma gestão de custos eficiente, que corrobora com uma ferramenta competitiva eficaz para essas organizações, que resultam com um elevado resultado operacional, devido à possibilidade da redução de custos, e com o aumento de sua taxa de sobrevivência.
Nunes e Rodrigues (2015) apresentam uma pesquisa bibliográfica com observações que definiram como escopo a análise da importância da gestão de custos para a tomada de decisão nas empresas do setor industrial, levando em consideração os custos como uma ferramenta essencial ao processo de gerenciar negócios.
Obteve como resultado de pesquisa a relação entre análise de custos e tomada de decisão no setor industrial, onde a tomada de decisão torna-se favorável quando há um planejamento de todo processo produtivo na tentativa de maximizar receita e minimizar os gastos. Em presença deste contexto, sugere como imprescindível tanto para a organização como para o gerente que trabalhem extremamente em cima de buscar conhecer a importância da contabilidade de custos como instrumento auxiliar para a administração na tomada de decisão para melhor desenvolvimento do negócio, podendo aproveitar-se dos conhecimentos teóricos e práticos das análises de custos no aperfeiçoamento contínuo da cúpula gestora frente às novas perspectivas empresariais.
Faria (2010) analisou os novos desafios apresentados aos gestores públicos e os vários instrumentos e modelos de gestão que vêm sendo incorporadas pelas instituições públicas em seu gerenciamento. O Sistema de Custos usado para quantificar os custos dos processos estabelece padrões de desempenho compatíveis com as expectativas sociais permitindo à administração pública avaliar o uso dos recursos alocados e os resultados alcançados. Assim, a melhoria no desempenho de uma organização requer sistemas de informações gerenciais que deem sustentação aos processos decisórios, contemplando medidas de resultado e custo para obtê-los para viabilizar as informações necessárias.
A pesquisa toma como campo de investigação o Banco Central do Brasil, apoiada em dispositivos legais e normativos que determinam a implantação de sistemas de custo em organizações públicas, pois a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101, de 4 de maio de 2000) estabelece que as organizações públicas devem sempre se pautar por critérios de economicidade, eficiência, eficácia e, para isso, devem definir métodos de custeio.
O objetivo do artigo foi relatar a experiência do Banco Central, focando na aplicação da ferramenta de custos enquanto provedora de informações gerenciais para a Instituição, o que permite uma gestão departamental mais efetiva. Conclui-se que os sistemas de custos na administração pública necessitam ir além da apropriação e gestão de custos, buscando se atrelarem a outros modelos de gestão e instrumentos de controle, de forma a propiciar uma análise e mapeamento completos de funções, processos, atividades e riscos, agregando valor à tomada de decisão dos gestores públicos.
Batista et al. (2012) considera-se importante a contabilidade de custos para o gerenciamento das empresas e o estudo desenvolvido por eles teve como objetivo apresentar uma proposta de gerenciamento dos custos através do conhecimento da rotina em uma empresa de prestação de serviços hoteleiro com cálculo de margem de contribuição, preço de venda, ponto de equilíbrio, e levantamento de materiais. O estudo foi pautado numa revisão bibliográfica e uma pesquisa exploratória seguida de um estudo de caso. Diversas informações foram levantadas na empresa a fim de identificar custos e despesas, calcular margem de contribuição e outros indicadores que auxiliam no processo de tomada de decisão. O resultado da pesquisa demonstrou que o hotel não utiliza nenhuma ferramenta de controle dos custos, e que o proprietário não tem nenhum conhecimento técnico dos benefícios que a contabilidade de custos pode trazer para sua atividade empresarial.
Soares et al (2012) consideram que a Gestão de Custos é uma ferramenta importante, pois subsidia os gestores de micro e pequenas empresas na tomada de decisões, seu estudo teve como objetivo identificar a importância da gestão de custos para tomada de decisões, em uma micro e pequena empresa do ramo de descartáveis diversos.
Os resultados permitiram identificar algumas falhas existentes nos cálculos relacionados aos custos da empresa como: não distinguir custos e despesas, e no rateio inadequado entre os custos da loja e da fábrica.
A partir dessa informação percebeu-se que com uma gestão de custos adequada, tornou-se possível calcular quais investimentos serão necessários para um determinado produto, em busca de retorno sobre o mesmo, e na geração de lucros satisfatórios para o empreendimento. Percebeu-se que a gestão de custos pode proporcionar aos gestores da distribuidora uma tomada de decisão consciente, segura e baseada na realidade da empresa, bem como do mercado que ela atua.
Marinho (2014) considerou que diante do mundo globalizado e competitivo as organizações veem a necessidade de adotarem métodos de custeio eficientes, de modo que venham a oferecer informações úteis para o processo decisório. O objetivo do estudo foi identificar a sistemática de custeamento que melhor se adapta às atividades de cria e engorda de tilápias para comercialização, enquanto prestadoras de informações voltadas para a tomada de decisões gerenciais relacionadas a custos.
A pesquisa de abordagem qualitativa foi realizada a partir de um estudo caso com aplicação de metodologias de custeio de absorção e variável, através da pesquisa documental, com base em relatórios gerenciais, entrevistas não estruturadas e observação direta dos processos e atividades operacionais e concluiu-se que o método de custeio variável é o mais adequado como ferramenta prestadora de informações relacionada a custos para o processo de tomada de decisão.
Silva (2013) apresentou uma análise gerencial de custos em uma empresa de transporte rodoviário de cargas, buscando salientar a importância da gestão de custos. Os dados usados nas análises foram coletados junto a uma empresa do ramo, e refletem a realidade de uma empresa em atividade. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas, relatórios financeiros obtidos a partir da pesquisa no sistema de informação da empresa e tabulação dos dados por meio de planilhas eletrônicas, formando uma base de dados desse estudo.
A análise desenvolvida permitiu visualizar os custos totais de cada veículo e obter informações gerenciais para apoiar na tomada de decisão. Desta forma, conclui-se que a falta de gestão de custos, esconde e não permite a obtenção da informação correta, pois o controle de custos viabiliza a visualização dos resultados, positivos e/ou negativos e, consequentemente, aponta deficiências e oportunidades para melhorar o desempenho da empresa.
O estudo realizado por Lordello e Gomes (2014) teve por objetivo esclarecer a importância da gestão de custo como ferramenta competitiva, em empresas, indiferente de seu porte e/ou segmentação. O estudo conduziu à percepção de que a correta gestão de custos em empresas de diferentes portes e/ou segmentações, podem modelar o planejamento estratégico intensificando as possibilidades competitivas no mercado. Assim, com essa gestão de custos se torna mais fácil alcançar metas de um modo eficaz, estável e positivo, transformando empresas de pequeno porte em organizações mais prosperas e propensas a sobrevida diante das instabilidades do mercado.
Souza et al (2012) consideraram que no cenário atual, a competitividade entre as empresas tem aumentado consideravelmente, o que resulta em produtos com qualidade superior e preços cada vez menores. No setor alimentício não é diferente, cardápios novos são lançados, com sabores diferenciados e preços acessíveis a todos os tipos de consumidor, assim as empresas deste setor vêm desenvolvendo controles de custos para obter os retornos desejados.
Esse controle permite detalhar processos e produtos internos, custos de fabricação, além das despesas geradas na produção, e neste sentido o estudo realizado teve como objetivo analisar os custos dos dez produtos mais vendidos em uma empresa do setor alimentício localizada na cidade de Horizontina - RS. Foi utilizado o método de custeio baseado em atividades (ABC), pois o mesmo pode ser utilizado com uma verdadeira ferramenta gerencial, estimulando e suportando a melhoria contínua nos processos, buscando verificar se o preço de venda é coerente aos custos de fabricação dos mesmos.
Enderle et al (2013) apresentaram um estudo com o objetivo de estabelecer indicadores para planejamento e tomada de decisão futura, realizando uma avaliação do custo operacional efetivo de uma empresa rural, sendo analisados os gastos com renovação e recuperação de pastagens, nutrição, mão de obra e manejo sanitário de uma empresa agropecuária.
Não verificaram diferença significativa entre os valores médios dos anos avaliados. Foram aferidas as contribuições dos itens supracitados, para a formação do custo operacional efetivo (COE) total. Estas contribuições mantiveram-se estáveis, podendo ser utilizadas como indicadores em planejamentos de custos futuros. As contribuições dos componentes, para formação do COE total, estão relacionadas com o tamanho do plantel e com os padrões de qualidade estabelecidos para a criação.
Os autores concluem que as ferramentas como controle de receitas e despesas, planejamento de custos e análise de resultados são recursos que, adequadamente adaptados as especificidades do setor, qualificam a capacidade administrativa do negócio e consequentemente a busca por gerenciamento eficiente e sustentável.
Toledo e Sturm (2016), objetivaram otimizar o uso da mão de obra utilizada na produção na indústria de alimentos Mercado e Padaria Independência, pois a empresa precisava continuar no mercado, mas para ter continuidade era preciso analisar o método de custos e classificação dos mesmos, assim o método que foi desenvolvido neste estudo foi o da curva ABC, analisando o mix de produtos.
Para alcançar esse objetivo foi importante que a empresa adotasse um controle financeiro e custos mais rigorosos, para aferir o grau de precisão dos dados levantados. Na elaboração da pesquisa, foi desenvolvida uma análise da produção existente na organização, procurando obter um parâmetro para o resultado. A análise dos dados foi elaborada por meio do método comparativo e empírico, visando sanear problemas já estudados na Contabilidade Gerencial, Contabilidade de Custos e Ferramentas Aplicadas à Custos e a pesquisa evidenciou que a empresa não possuía um controle financeiro adequado aos custos, o que implica em ajustar a produção à demanda.
De acordo com Rezende e Carmo (2013) os sistemas de custeio são empregados pelas indústrias com a finalidade de controlar e avaliar os estoques e têm evoluído desde a revolução industrial, servindo de apoio aos gestores das mais diversas organizações em suas funções de controle e planejamento. A pesquisa apresentava os resultados de um estudo proveniente da utilização conjunta de métodos quantitativos e do custeamento variável, como forma de ampliar ou potencializar a capacidade gerencial dos métodos de custeamento, enquanto prestadora de informações voltadas para o processo decisório.
Conclui-se que, além de agilizar o processo de mudança de objeto de custo de “curso” para “aluno” (análise de correlação), a adoção de métodos quantitativos para previsão da evasão dos alunos dos três cursos (análise de regressão) permitiu ampliar a capacidade informativa das análises do tipo “Custo- Volume-Lucro”, originária da aplicação do custeamento variável.
O estudo realizado por Lopes e Rocha (2010) teve como objetivo verificar as Contribuições dos Sistemas de Custeio ao Processo Decisório nas Instituições de Ensino Superior (IES) privadas de Salvador-Bahia. A concorrência imposta pelo aumento no número de IES, inclusive após o surgimento do ensino a distância, aumenta a necessidade de gerenciar custos.
Neste aspecto, a Contabilidade de Custos, por meio dos sistemas de custeamento, forneceu informações que contribuíram para que os gestores tomassem melhores decisões. Verificou-se nesta pesquisa se os sistemas de custos das IES forneciam informações de custos para a tomada de decisão e se estas informações eram utilizadas pelos gestores no processo decisório, além de como estes gestores avaliam a importância destas informações. Para isso, selecionou-se uma amostra de onze IES, na qual buscou-se a aplicação do questionário de pesquisa.
A partir da resposta de seis das instituições, constatou-se que os sistemas de custos das IES forneceram informações de custos para a tomada de decisão, como por exemplo: margem de contribuição, custos unitários, ponto de equilíbrio, entre outras. Porém, apesar dos gestores terem dito que as informações de custos são importantes para a tomada de decisão, estas informações são pouco utilizadas no processo decisório.
Este estudo foi elaborado com a intenção de analisar a importância que a gestão de custos exerce na tomada de decisão no cotidiano das empresas de diferentes setores, buscando compreender como os conhecimentos construídos a respeito da gestão custos contribuem para a contextualização do conhecimento contábil nas empresas.
Desta forma, foi importante buscar publicações relacionadas ao assunto que apresentassem informações relevantes para a formação de conceitos a respeito do assunto de pesquisa. Percebe-se nas publicações analisadas que os objetivos dos diferentes pesquisadores de IES dos mais diversos recantos do país têm em comum a preocupação com a qualidade das análises de custos que são efetivadas nas empresas e que podem contribuir para a tomada de decisão dos gestores de diferentes setores de produção de bens e serviços.
Trata-se de um assunto fundamental para a formação dos profissionais que atuam na área contábil, pois além de tornar possível a construção de conhecimentos pautados em estudos científicos da área das ciências contábeis, contribuiu para aproximar as teorias da realidade estabelecida nos diferentes setores de produção.
As pesquisas analisadas na construção deste estudo possuem como ponto comum a preocupação dos pesquisadores em comprovar a importância da gestão de custos para a manutenção da segurança de gestão administrativa das empresas, o que veio a comprovar a tese de que a realização de uma gestão de custos satisfatória pode esclarecer os pontos mais importantes a serem considerados no processo decisório das empresas.
Este artigo resultou da busca de resposta para permitir a compreensão de como as informações geradas na gestão de custos contribuem para a tomada de decisões gerenciais nas empresas.
A análise de 15 publicações digitais relacionadas ao assunto permitiram sintetizar a questão que também foi a problemática de estudo de outros pesquisadores e que concluem que somente quando o setor contábil apresenta a análise real dos custos a tomada de decisão pode ser tomada com segurança.
No entanto, foi possível perceber que existem poucas pesquisas e publicações específicas sobre este assunto, o que torna o trabalho contábil voltado para os processos decisórios mais intuitivo do que científico, estabelecendo fragilidades que podem colocar em risco a segurança econômica das empresas, por isso é indicado intensificar os estudos a respeito à gestão de custos, para que a partir de estudos mais específicos seja possível ampliar os conhecimentos, dirimindo dúvidas e superando as limitações de pesquisa por falta de publicações de estudos científicos que apresentem inovações para o setor contábil.
Um dos estudos mais indicados para possíveis pesquisas pode ser estabelecido no sentido de compreender como as tecnologias de informação contribuem para a segurança e a eficácia da gestão de custos voltada para os processos decisórios.
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