PARREIRAS, Maria de Lourdes*
THOMAZI, Áurea Regina Guimarães**
Centro Universitário UNA, Brasil
lourdinha.p@hotmail.comRESUMO 
  O presente  estudo objetivou analisar a forma com que alguns trabalhadores  industriais se relacionam com a leitura literária no interior de uma fábrica.  Realizou-se pesquisa em caráter exploratório com abordagem qualitativa. Para a  coleta de dados foi realizada entrevista semiestruturada  com trabalhadores/leitores  de uma indústria situada na região metropolitana da Grande Belo Horizonte,  Minas Gerais. A discussão teórica versa sobre o ensino-aprendizagem da leitura  na educação básica e o seu reflexo na relação do trabalhador  com a leitura literária intermediada por uma biblioteca itinerante. A análise  mostrou que a prática de leitura dos trabalhadores apresenta limites e  possibilidades. Evidenciou-se que a leitura tem grande  significado na concepção desses sujeitos, tanto para a vida pessoal quanto para  a profissional.
Palavras-chave: Educação básica, Leitura literária do trabalhador, Biblioteca itinerante, Qualidade de vida.
ABSTRACT
  This study aimed to analyze the way in which some industrial workers  relate to literary reading inside a factory. It was proposed in an exploratory  qualitative approach. The data collection was conducted as a semi structured  interview with workers/readers in an industry located in the metropolitan region  of Belo Horizonte, Minas Gerais. The theoretical discussion approach how the  introduction of reading in basic education reflects on the workers relationship  with the literary reading mediated by an itinerant library. The analysis showed  that the workers reading practice have limitations and possibilities, also  showed that reading have a great significance in the development of these  subjects.
Keywords: Basic education. Worker’s literary reading. Traveling library. Quality of life.
RESÚMEN
El presente estudio objetivó analizar el modo como algunos trabajadores industriales se relacionan con la lectura literaria en el interior de una fábrica. La investigación tuvo un carácter exploratorio con abordaje cualitativo. La recogida de datos se llevó a cabo por medio de entrevistas semiestructuradas con trabajadores / lectores de una industria ubicada en la región metropolitana de la Gran Belo Horizonte, Minas Gerais. La discusión teórica versa sobre el proceso de enseñanza-aprendizaje de la lectura en la educación básica y su reflejo en la relación del trabajador con la lectura literaria intermediada por una biblioteca itinerante. El análisis evidenció que la práctica de la lectura de los trabajadores presenta límites y posibilidades. Se mostró que la lectura tiene importante significado de acuerdo con la concepción de esos sujetos, ya sea para su vida personal o para la profesional.
Palabras clave: Educación básica. Lectura literaria del trabajador. Biblioteca itinerante. Calidad de vida.
Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato: 
PARREIRAS, Maria de Lourdes y THOMAZI, Áurea Regina Guimarães (2016): “Leitura literária do trabalhador: passaporte à melhoria na qualidade de vida”, Revista Caribeña de Ciencias Sociales (noviembre 2016). En línea: https://www.eumed.net/rev/caribe/2016/11/leitura.html
http://hdl.handle.net/20.500.11763/caribe1611leitura
INTRODUÇÃO
       
               A temática que  permeia o desenvolvimento desse trabalho é a leitura literária do trabalhador  de fábrica, apresentando-se como problemas a serem investigados as reais  condições de oferta, recepção e interação da leitura literária de operários de  uma indústria localizada na região metropolitana de Belo Horizonte, Minas  Gerais. 
                Para Freire (1989) o “ato de ler”, enquanto processo de interpretação é  evidenciado pela percepção crítica do leitor. Na concepção desse autor, a  leitura do mundo precede a leitura da palavra. O ato de ler enquanto  experiência de real tomada de consciência deve-se primeiramente ser entendido  como a “leitura” do mundo, para depois compreender-se a leitura da palavra. Inicialmente  torna-se sujeito àquele que se compreende como ser que ocupa um espaço no  mundo. Esta é a verdadeira importância dada à atividade da leitura literária  para os sujeitos que fazem dela um passaporte para compreender o sentido da  vida que se instaura para além da palavra e busca compreender o real sentido de  estar e ser no mundo.
A LEITURA LITERÁRIA NA VIDA DO TRABALHADOR
No contexto da  leitura literária do trabalhador de fábrica observam-se algumas características  que apontam como marcas histórico-sociais. Esse sujeito, ao buscar compreensão  e sentido para os desafios cotidianos através da leitura, encontra no mercado  da indústria cultural uma produção chamada literatura popular. 
     Bosi (1973, p.  63) esclarece que foi por volta de 1830 a 1840 que surgiram os “periódicos de  divulgação cultural” para o trabalhador, nos formatos: “mensários religiosos,  educativos, políticos, e gazetas liberais com sátiras aos conservadores”. A autora  considera que “a invasão da indústria de ficção barata” se deu a partir de  1840. E acrescenta que essa ficção “parece traduzir a desilusão do trabalhador  ante a impotência daquela divulgação cultural anódina ou do jornal político,  ambos incapazes de modificar, de fato, a situação operária.” Assim, a partir  desse momento a autora chama de “literatura econômica” aquela que é  comercializada em “estilo difuso e repetitivo”. Entende a autora que,  começava-se “uma nova era para a cultura popular: claramente não-folclórica;  abertamente organizada por empresários da indústria do lazer” e por óbvio  centrada no seu público alvo: “público-massa” (BOSI, 1973, p. 63).  
     Busca-se a  compreensão das relações de leitura dos trabalhadores através de um exercício  de reflexão com base em estudos e conceitos que refletem e apontam alguns  caminhos a serem enveredados. Esses podem ser percorridos, conforme são  apresentados pela história da educação e, mais especificamente, pela história  de leitura, que notadamente vem apontando, sobretudo, para a necessidade de se  “fazer da escola um âmbito onde leitura e escrita sejam práticas vivas e  vitais, onde ler e escrever sejam instrumentos poderosos que permitem (Sic)  repensar o mundo e reorganizar o próprio pensamento” (LERNER, 2002, p.18).  Mas,  conforme salienta a autora, essa é uma tarefa difícil, pois: “a escolarização  das práticas de leitura e de escrita apresenta problemas” de modo que “os  propósitos que se perseguem na escola ao ler e escrever são diferentes dos que  orientam a leitura e a escrita fora dela” (LERNER, 2002, p.18). 
     Essas são  algumas situações que vêm sendo apontadas como limitadoras das condições de  desenvolvimento das habilidades cognitivas do sujeito de modo que o possibilite  a desempenhar com desenvoltura na qualidade de cidadão pleno. Lerner (2002, p.  19) apresenta incongruências sobre os propósitos escolares e extraescolares da  leitura e escrita. Isto é, na escola a leitura e a escrita têm funções  diferentes das que o aluno encontra e/ou realiza fora dela. Na escola elas têm  uma regulação de modo que o aluno não toma como iniciativa e/ou realização  própria tanto na execução da leitura quanto da escrita. Há sempre um moderador  que conduz o aluno, indicando-lhe o caminho a seguir. 
     Nesse sentido,  Lerner (2002, p. 19) considera que “o desafio é formar praticantes da leitura e  da escrita e não apenas sujeitos que possam decifrar o sistema de escrita”, de  modo que se tornem leitores que saibam “escolher o material escrito adequado”  para atender interesses e situações para se 
formar seres humanos críticos, capazes de ler entrelinhas e de assumir uma posição própria frente à mantida, explícita ou implicitamente, pelos autores dos textos com os quais interagem, em vez de persistir em formar indivíduos dependentes da letra do texto e da autoridade de outros (LERNER, 2002, p. 27-28).
           Para Freire (1989, p. 9), “uma  compreensão crítica do ato de ler, que não se esgota na decodificação pura da  palavra escrita ou da linguagem escrita, mas que se antecipa e se alonga na  inteligência do mundo.” Para o autor, o conhecimento de mundo que o sujeito tem  o leva a realizar antecipações fazendo interação com a leitura de um texto, por  exemplo. Segundo ele a “compreensão do texto a ser alçada por sua leitura  crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto.”
     Além dos aspectos sociais e interacionais da leitura não se pode deixar  de mencionar, que paralelamente a esses quesitos há outros, como por exemplo:  os aspectos formais e estruturais em que o leitor se apoia para realização e  compreensão da leitura. 
     Na visão de Ribeiro (2008, p. 80), “aspectos como paragrafação,  topicalização ajustada de tema, seleção lexical adequada, estruturação canônica  de frases e orações” são elementos que auxiliam o leitor na construção de  sentido. A autora acrescenta que “Perini (2007) menciona o conhecimento dos  gêneros textuais como um facilitador do alinhamento entre propostas e sentidos  lidos.” Ao que incita Ribeiro (2008, p. 83) para “uma discussão séria sobre a  importância de ler e ensinar a ler” e que essa é uma “atribuição a cada dia  mais complexa para os professores.” 
  É necessário que o leitor tenha entendimento dos aspectos  formais, estruturais dentre outros aspectos de um texto para então,  abstrair as informações a que ele se propõe, uma vez que para a realização e  compreensão da leitura, o leitor toma a construção do texto como base para a  formação de sentido. 
     Nesse contexto é interessante observar que Thomazi (2009, p.114), aliada  às discussões sobre as práticas de leitura cita  Bourdieu  (1987 p. 132) propondo que “antes de interrogarmos sobre o que ler, é preciso se  perguntar quais são as condições sociais de possibilidades de leitura”? Ainda  nessa tônica, pergunta-se: O que é literatura?
              Entre limites e possibilidades de  definições, para o que é literatura e o que não é literatura, acredita-se que  há uma linha tênue que ora separa ora unifica esse universo limítrofe, entre  essas duas concepções. Mas, apesar de parecer tênue em alguns casos, definir um  texto na perspectiva da pureza e também quanto à modalidade, ainda provoca  certos desconfortos. Para Amarilha (2010, p. 90) “literatura é arte e  comunicação”.  A autora explica  que, “como arte é testemunho da inventividade humana, tendo como matéria-prima  a palavra, e como comunicação é discurso”. 
     Ao tomar a literatura como “arte da palavra e comunicação” Amarilha  (2010, p. 90) afirma    que, “em qualquer  contexto de leitura” seja no trabalho, na  escola, na biblioteca e/ou outros lugares “a literatura poderá ser explorada em  sua natureza criativa e agregadora”. A literatura é um campo  aberto de relação e comunicação que não se limita à especificidade de contexto  e/ou relação social, pelo contrário, a literatura aponta para as possibilidades  de interação sejam entre as culturas ou ainda, em outros aspectos.
     Após várias  incursões sobre o que é; o que não é e,  sobretudo, o que pode ser literatura? Lajolo (1995, p.15) afirma que, 
A resposta é simples. Tudo isso é, não é e pode ser que seja literatura. Depende do ponto de vista, do sentido que a palavra tem para cada um, da situação na qual se discute o que é literatura.
Dado esse breve  esclarecimento em relação à literatura, pode-se compreender que nessa  perspectiva torna-se difícil encontrar uma única  definição que a abarque em sua plenitude - em outras palavras que dê conta de  apresentar uma definição abrangente, que seja capaz de expressar a sua  verdadeira essência. 
     Os Parâmetros  Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa - Brasil (2001, p. 23) - esclarecem  que “toda educação comprometida com o exercício da cidadania precisa criar  condições para que o aluno possa desenvolver sua competência discursiva”. Por  um lado fica evidente a importância da leitura literária para a formação do  sujeito, mas por outro lado evidenciam-se os limites, principalmente para a  classe trabalhadora formar-se como leitora. A respeito da leitura para a  formação humana, Soares (2004, p.19) diz que:
Atribui-se à leitura um valor positivo absoluto: ela traria benefícios óbvios e indiscutíveis ao indivíduo e à sociedade – forma de lazer e prazer, de aquisição de conhecimento e de enriquecimento cultural de ampliação das condições de convívio social e de interação.
Segundo Soares a leitura não chega de forma efetiva em conformidade com o valor que se atribui a ela para a formação do indivíduo. Em consonância com a posição de Soares a professora e pesquisadora Walty (2006, p. 54) chama a atenção dizendo que,
Numa sociedade empobrecida, a escola não pode prescindir de seu papel de divulgação dos bens simbólicos que circulam fora dela, mas para poucos. A literatura deve circular na escola, pois urge formar um leitor sensível e crítico, que perceba o sentido do ritual, faça parte dele sem se submeter cegamente.
Observa-se que a classe trabalhadora  aparece em desvantagem em relação ao acesso à leitura literária e, sabendo-se  dos benefícios dela para aquisição de conhecimentos, conforme salienta Walty  (2006) no trecho acima. Nesse sentido entra em cena a biblioteca itinerante do Centro de  Cultura Nansen Araújo (CCNA) do SESI-MG como mediadora de acesso a obras  literárias que, pode ser uma possibilidade para o sujeito trabalhador. 
     Esse projeto foi traçado objetivando  “atender as funções educativas, informativas, culturais e de lazer que levam a  uma melhoria na qualidade de vida dos cidadãos.” A minibiblioteca tem o acervo  organizado em uma Caixa-Estante de madeira, composta em média de 80 a 120  livros, e é encaminhado à indústria que mantém contrato para recebimento desse  acervo. Segundo  informações disponibilizadas no site do CCNA (www.fiemg.org.br) o acervo é “variado, sendo  sempre renovado, com títulos para adultos, jovens e crianças, podendo  ser levado para casa de modo que os familiares dos industriários” possam também  ter acesso à leitura. O projeto tem por objetivo o incentivo à leitura,  disponibilizando no ambiente de trabalho, livros que possam ser de interesse  não só do trabalhador como também de seus familiares. 
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A  metodologia adotada nesse estudo foi pautada na abordagem qualitativa. Segundo  Neves (1996), o desenvolvimento de estudos na pesquisa qualitativa tem ampla  abrangência. O problema apresentado foram as reais condições de oferta,  recepção e interação da leitura literária para  um  grupo de trabalhadores de fábrica.  Com  base nesse problema, lançou-se a seguinte questão: Qual a relação desses  trabalhadores com a leitura literária?  Da técnica para coleta de dados utilizou-se  a entrevista semiestruturada que foi gravada, transcrita  com análise e tratamento dos dados.  
     Foram  entrevistados dez trabalhadores e as suas respostas transcritas e analisadas. Buscou-se  interpretar e atribuir significados às ocorrências que foram encontradas nos  depoimentos dos entrevistados. E para o tratamento desses registros pautou-se  na análise de conteúdo que segundo Bardin (2008, p. 39), essa “técnica consiste  em classificar os diferentes elementos nas diversas gavetas segundo critérios  susceptíveis de fazer surgir um sentido” que capacite na organização dos  elementos para prosseguir o tratamento da comunicação/fala dando um ordenamento  à “confusão inicial.” 
 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
     Há, no universo  acadêmico, grande variedade de técnicas que podem ser utilizadas na execução de  pesquisas. Conforme afirmam Mozzato e Grzybovski (2011, p.733) a análise de  conteúdo, por exemplo, é uma técnica que consiste na apuração dos dados que são  levantados e tratados a partir do material coletado com a finalidade de estudo.  E segundo atestam, esta técnica vem sendo utilizada com bastante “frequência  nas pesquisas qualitativas”. Para essas autoras assim, como para Flick (2009),  a pesquisa qualitativa apesar de ser recente ela ocorreu de forma paralela em  várias áreas do conhecimento. 
     De acordo com o que se inscreve a partir da inferência, a análise de  conteúdo significa para Campos (2004), não só produzir suposições, mas  embasá-las aos pressupostos teóricos de outras concepções de mundo. Ou seja,  fazem-se interfaces com outras relações de modo a compreender junto ao contexto  sócio-histórico-cultural trazido para o estudo. Nessas circunstâncias, as  subjetividades apontam os caminhos para se trabalhar as inferências nas  análises de dados registrados.
     Conforme  esclarecem Alves-Mazzotti; Gewandsznajder (1998, p. 170), na medida em que os  dados vão sendo coletados é que o pesquisador vai procurando identificar os  temas e as relações e assim vão se construindo as interpretações e dessa forma  vão “gerando novas questões e/ou aperfeiçoando as anteriores, o que, por sua  vez, o leva a buscar novos dados, complementares” e/ou mais específicos, para  testar as suas interpretações. 
     Para Alves e  Silva (1992, p. 64) na investigação é necessária 
uma formulação flexível das questões, cuja sequência e minuciosidade ficarão por conta do discurso dos sujeitos e da dinâmica que flui naturalmente no momento em que entrevistador e entrevistado se defrontam e partilham uma conversa permeada de perguntas abertas.
É nessa relação  que se evoca ou suscita a verbalização que expressa “modo de pensar” e/ou “modo  de agir” das pessoas frente “aos temas focalizados” e, assim, nessa interação  surge oportunidade de se abstrair elementos importantes para o desfecho da  pesquisa, como por exemplo: os conceitos/preconceitos, as crenças, os motivos,  as reflexões/críticas, os desejos, dentre outros aspectos que se fizerem  “acompanhar de fatos e comportamentos, numa captação na íntegra da fala dos  sujeitos” (ALVES e SILVA 1992, p. 64). 
     As categorias  que são apresentadas a seguir foram elaboradas dentro do contexto temático com  base nas definições dadas pelos respondentes à entrevista semiestruturada. Intitulam-se  em: Categoria 1: Significado da leitura para os trabalhadores; Categoria 2:  Leituras dentro e fora da escola; Categoria 3: Desdobramentos da leitura;  Categoria 4: trajetória de leitura/preferências.
SIGNIFICADO DA LEITURA PARA OS TRABALHADORES
Kleiman (1985, p.13) entende que é através da  interação dos vários níveis do conhecimento, que o leitor constrói a unidade de  sentido de um texto. O sentido de um texto está, portanto, na mediação que se  faz no nível linguístico, textual e, especialmente, no conhecimento de mundo do  leitor. E assegura a autora que  sem “engajamento do leitor” não se tem compreensão. Nesse sentido, o esforço no  empreendimento para a compreensão de um texto faz-se através de decisão e  empenho individual para o qual se considera contrato coletivo, entre  autor-leitor-enredo. Para isso, o conhecimento prévio é imprescindível.  
     A mediação/interação na construção de sentido do  texto utilizada pelo leitor foi confirmada pelo entrevistado (E1). Conforme ele  expressa: a leitura “me deixa sonhar, ela me faz viajar, conhecer mundos  diferentes”. 
     A unidade textual só é formada quando o  texto estabelece-se em discurso. Caso contrário, vai haver um amontoado de  informações sem sentido, unicidade. Em conformidade com Koch (2003, p.17), “o  texto passa a ser considerado o próprio lugar da interação” posto que nele e/ou  através dele que acontece a negociação para o devido processamento de  entendimento. 
     Soares (1998, p. 38) entende que “fazer uso da  leitura e da escrita transforma o indivíduo”. Atente-se que, o enfoque dessa  pesquisa vai ao encontro da concepção que norteia a transformação do sujeito  que faz “uso da leitura e da escrita”. Essa transformação acontece em vários  aspectos: “social, cultural, cognitivo, linguístico, entre outros” (SOARES,  1998, p. 38). Mas, essa crença não dispensa um olhar atento/crítico sobre as  relações que norteiam as reais condições de práticas de leitura e escrita de  modo geral e, de modo especial, no âmbito do trabalhador de fábrica, por  exemplo. Reafirma-se que o comprometimento desse estudo se embasa no  entendimento pontuado pelo respondente no ato da entrevista semiestruturada.  Dessa forma, atém-se pela qualificação da leitura sob o ponto de vista do  sujeito leitor, que é o trabalhador de fábrica, sem se prender aos parâmetros  da educação formal em relação à leitura literária, que é o tema desse trabalho. 
     Em uma visão mais crítica em relação à aquisição,  acesso, a bens sejam materiais e/ou simbólicos Bolognesi (1996, p. 84) defende  que
o acesso aos bens materiais e simbólicos restringe-se a camadas sociais específicas, restando às classes populares limites acentuados, em constante conflito com os desejos que o próprio mercado alimenta [...]. O mercado dos bens simbólicos obedece à mesma dinâmica do material, sendo determinado pela desigualdade da riqueza, com o agravante da fragilidade do sistema educacional [...] alimenta um ideário simbólico próprio da cultura erudita e da cultura massificada [...].
No que diz respeito ao ideário das classes sociais,  observa-se, nas afirmações dos entrevistados, que esse ideário faz-se presente  e estabelece-se como que uma confirmação e/ou sustentação do que se vivencia.  Posto que esse sujeito embasa-se no outro para dar leveza à própria vida. Como  que em um espelho, esse sujeito vê-se através da projeção da imagem do outro,  conforme se observa nas falas dos entrevistados. Para o entrevistado (E5), a  leitura é uma forma de a pessoa ter conhecimento, “você vai vendo o sentimento  da pessoa e no final a vitória”. Para entrevistado (E6), a leitura literária é  um hábito e, pode ser outra opção, a leitura de jornais. Já o entrevistado (E10)  considera a leitura como uma forma de prazer e relaxamento. 
     Abreu (2006, p. 59) entende que “a avaliação  estética e o gosto literário variam conforme a época, o grupo social, a  formação cultural”, nessa perspectiva, de modo especial, o registro (E8)  confirma fazer uso da leitura direcionado de acordo com os momentos e o seu  foco de interesse. Nesse sentido, Abreu (2006, p. 85) faz crítica àqueles que  pensam que somente a “grande literatura é capaz de provocar a reflexão e o  auto-aprimoramento”.  Sobre isso, o  entrevistado (E9) diz que “a leitura são portas abertas para o futuro”.  
     Para além dessas questões específicas, nota-se que  são muitas as situações que dificultam o acesso de algumas camadas da população  brasileira a lugares públicos, de manifestações culturais, por exemplo. Nessa  direção, Bosi (1973, p. 86) apresenta alguns fatores que impedem que operários  frequentem locais de manifestações/realizações culturais, como: teatro, cinema,  bibliotecas e outros. Dessa forma, a população trabalhadora de  classe popular não interage com os movimentos culturais por diversas razões. A  autora aponta também, como fatores que dificultam acesso aos espaços públicos  culturais: longa jornada de trabalho, dificuldade de transporte, moradia  distante, falta de centros recreativos e falta de recursos financeiros para se  empreender em recreação e lazer.
     Além dessas questões apresentadas por Bosi, há  também outras questões igualmente importantes como: a falta de entendimento por  grande parte da população quanto ao direito de pertencimento a esses espaços  públicos. Essa situação se estende para além de o sujeito se sentir no direito  de frequentar os espaços públicos, mas também de se sentir pertencente, de modo  que vislumbre e/ou desfrute em igualdade de condições. Sabe-se que a exclusão é  uma prática velada, existente em muitas situações reais ainda hoje. Nesse  sentido, Bourdieu (2013, p.134) explica que: “[...] o lugar e o local ocupados por um agente no  espaço físico apropriado constituem excelentes indicadores de sua posição no  espaço social.” 
LEITURAS DENTRO E FORA DA ESCOLA
Os Parâmetros  Curriculares Nacionais (PCNs) de Língua Portuguesa (1996)  orientam para que o texto seja a base para os estudos, no ensino fundamental. Observa-se  na prática que o texto, na sala de aula, vem sendo desvirtuado, uma vez que o  livro didático apresenta textos fragmentados e acompanhados de propostas de  leituras inadequadas. Seja pela temática ou pela proposta de exercícios que,  muitas vezes, não são interessantes e nem estimulantes. Muito ao contrário, em  alguns casos, chegam a ser maçantes.
    Cobra-se muito do aluno, em relação aos fragmentos dos textos  literários, de modo que acaba por perder o sentido da leitura. Ler na escola já  virou consenso de que tem que culminar em fazer exercícios. Nesses termos, Pinheiro  (2006, p. 49), apresenta a tese de que “mesmo os textos de qualidade estética  reconhecida pela crítica, ao serem apropriados pela escola, acabam sendo  vítimas, na maioria das vezes, de uma inadequada escolarização.” E ao  apresentar-se a categoria “Leituras dentro e fora da escola” emergiu uma pergunta de  ordem prática, quase que inerente à formulação dessa categoria: O que as  diferem? 
     Para Maia (2007, p. 52), “estabelecer a possível  relação entre literatura/leitura e prazer, a maioria dos autores deposita essa  expectativa nas características do próprio texto literário.” A autora considera  que, “no texto literário há um trabalho estético com a linguagem, que suscita o  imaginário, desperta emoções, possibilita a fruição de sentidos múltiplos”. 
     Leitura e literatura são temas que sempre aparecem  nas discussões que envolvem ensino-aprendizagem da língua materna. Em Zilberman  (1985, p.19), literatura é tomada como “modelo por excelência da leitura”. 
     Para Amarilha (2010, p. 90) literatura é
Arte e comunicação, assim como arte é testemunho da inventividade humana, tendo por matéria-prima a palavra, e como comunicação é discurso que se oferece ao diálogo promovendo a experiência da interlocução na busca pelo outro para se fazer entender e se completar.”
Quando se discute as relações de ensino-aprendizagem  no Brasil deve-se considerar uma variedade de situações que emergem  explicitamente e/ou através das sutilezas. Nesse sentido, Maia (2007, p.16-17)  acrescenta que “o problema da leitura é caracterizado como uma face da crise do  ensino de língua portuguesa e, tendo em vista o que se produziu até agora sobre  o assunto [...]”. Em relação às condições reais das práticas de leitura nas  escolas brasileiras, a autora considera que elas “precisam ser transformadas” e  assegura ser imprescindível levar em frente esse debate. 
     Diante da real situação de leitura Lerner (2002, p.  21) apresenta questionamento sobre “o que fazer para preservar na escola o  sentido que a leitura e a escrita têm fora dela”. E indaga, “como evitar que se  desvirtuem ao serem ensinadas e aprendidas?”
     Esclarece Lerner  (2002, p. 58) que - mediante a gravidade do problema da aprendizagem da leitura  enquanto prática social - “alguns estudos sociológicos e históricos” afirmam  que “chegam a ser praticantes da leitura e da escrita” apenas “aqueles que as  herdam”, esses são, portanto, como que herdeiros de “patrimônio familiar.” E  diante desse quadro “pessimista em relação às possibilidades de ação da  escola”, a autora apresenta a necessidade de desenvolver estudos que “levem a  definir quais são as condições didáticas” que favoreçam “a sobrevivência da  leitura e da escrita na escola.” Nesse sentido argumenta Thomazi (2009, p. 114)  que, “o interesse da sociologia está voltado para diversas pesquisas  relacionadas às práticas de leitura, particularmente, sobre as condições de  produção da leitura em diferentes espaços sociais.”
     Lerner (2002, p.18) entende que “conhecer as dificuldades e compreender  em que medida derivam (ou não) de necessidades legítimas da instituição escolar  constituem passos importantes” que são indispensáveis para se compreender e  tomar  medidas “alternativas que permitam  superá-las”
     A leitura  compreendida como uma relação comunicacional e centrada na dialogicidade é um  bem social e, como tal, pode atender a várias funções. Portanto, cada leitor  apresenta o seu interesse e objetividade a cada novo empreendimento de leitura  a que se inicia. Thomazi (2009, p.113) propõe a leitura “voltada não apenas  para a informação, para o conhecimento, mas também, para o entretenimento, para  o imaginário, para a fantasia, para a criação, para a crítica, enfim, para a  liberdade do indivíduo.” Nesse sentido, ficou evidente junto aos entrevistados  que a mediação interlocutiva buscada pelo leitor no texto de sua escolha é  confirmada por ele e, por isso, ele sente-se recompensado. Para o entrevistado  (E5), a leitura da bíblia faz-se necessária, mas tem gostado também de ler  outros livros. O romance espirita ou um livro espírita é a preferência dos  entrevistados (E6) e (E9). Já o entrevistado (E7) usa a leitura como uma forma  para aliviar o estresse. 
     Maia (2007, p. 38) em  concordância com Bamberguer (1995) considera que “a ajuda dos pais no  processo de formação da criança-leitora” é muito importante, assim como “a  influência do professor” que em “pequenas doses” diariamente “no encontro com a  literatura” pode fazer diferença no perfil de leitura desse indivíduo ao longo  da vida. A autora considera que para despertar o desejo pela leitura não se  configura em demonstração, pura e simplesmente, como que uma profissão de fé,  isto é, com relatos sobre a “importância dos livros”. Mas, para ela o  “imprescindível mesmo” é que, “o professor tenha condições de apresentar os  livros às crianças” e que “contemple discussões sobre o que foi lido” (MAIA,  2007, p. 38). 
DESDOBRAMENTOS DA LEITURA
 Silva e Fritzen (2012, p. 276) afirmam que “é  possível supor que, quanto mais chances de contato entre os sujeitos e os  textos literários” maiores também serão as chances de esses sujeitos aumentarem  as relações de interação com o mundo. Entendem os autores que, a “formação do  sujeito leitor é um processo contínuo”.
     Sobre isso, as  entrevistas com os trabalhadores mostraram-se verídicas. O entrevistado (E1)  diz que a pessoa fica mais sociável. Para (E2) a leitura melhora o relacionamento  entre as pessoas e, o entrevistado, (E8) argumenta que, a leitura o torna mais  crítico com relação aos livros que lê, além de enriquecer o vocabulário. 
     Na concepção de  Ribeiro (2008, p. 26-27), “saber ler e escrever não é uma questão de tudo ou  nada”, conforme explica: essa é “uma competência que pode ser desenvolvida em  diversos níveis”. Ela esclarece que “esses níveis podem ser os mais intuitivos e  ligados à vida cotidiana, ou aqueles ligados ao trabalho e aos estudos”, ou  ainda, pode ser, por exemplo, “níveis mais complexos”. 
     Nesse sentido,  conforme também entendem Silva e Fritzen (2012, p. 276), quanto mais contato os  sujeitos tiverem com os textos literários, mais possibilidades terão em  aperfeiçoarem as suas competências de leitura e, por consequência, melhores  relações com escrita, inclusive com possibilidades de melhores relações “desses  sujeitos com o mundo”. É o que se verifica na fala do entrevistado (E7) ao  dizer que a leitura melhora a autoestima.  
  TRAJETÓRIA DE  LEITURA/PREFERÊNCIAS 
Na categoria da trajetória de leitura pode-se apontar para algumas tendências sobre as práticas de leitura, especialmente, aquelas que são realizadas fora da escola em contextos variados como a que realiza o trabalhador de fábrica, por exemplo. Ao que tudo indica pela crítica sobre a questão da prática de leitura enquanto herança transmitida pela família, por exemplo, parece que no Brasil não haveria mesmo muito que herdar, haja vista que, se por um lado, a escola negligencia a excelência do saber e, por outro lado, poucos têm o privilégio de herdar da família intimidade e/ou prazer pela leitura. Mas, para além dessa vertente Antônio Cândido (1995) refere-se à literatura da seguinte forma:
Entendo aqui por humanização [...] o processo que confirma no homem aqueles traços que reputamos essenciais, como o exercício da reflexão, a aquisição do saber, a boa disposição para com o próximo, o afinamento das emoções, a capacidade de penetrar nos problemas da vida, o senso da beleza, a percepção da complexidade do mundo e dos seres, o cultivo do humor (CÂNDIDO, 1995, p. 249).
Sobre esse aspecto da humanização, as entrevistas trouxeram revelações expressivas conforme, observa-se na fala do entrevistado (E1) quando, ele diz-se, mais politizado, inteirado e considerando ter havido melhoria nas relações interpessoais. Ressalta-se também a fala do entrevistado (E4) que percebeu mudança em relação ao seu comportamento social. Ele revela sentir-se mais à vontade para expressar suas opiniões: “hoje converso com as pessoas, antigamente eu não gostava”. No entendimento de Antônio Cândido a literatura é essencial à humanização, seja na aquisição do conhecimento e/ou nas relações com as emoções.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
     Posto que a leitura  literária não se limita à classe de prestígio, à elite. Nesse sentido, entende-se  que a leitura está para todas as classes sociais que dela se dispuser a fazer  uso. Sob essa ótica defende-se, portanto, a não padronização da leitura, por  considerar os diferentes graus de compreensão/abstração de cada leitor. 
              Através  dos relatos dos trabalhadores foi possível constatar que, o hábito de leitura  proporciona e/ou modifica pensamentos e atitudes de forma positiva contribuindo  para a autoestima,  melhorando inclusive as relações interpessoais no ambiente de trabalho, na  família, etc. Nesse sentido, os trabalhadores afirmaram que é muito importante  a manutenção do projeto de leitura na fábrica, conforme vem acontecendo através  da parceria entre a empresa e a biblioteca itinerante do SESI-Minas/CCNA. 
    Para a coordenadora do programa de incentivo à  leitura do CCNA, os resultados do projeto são positivos. Mas, pondera que “se o  funcionário tiver que sair da empresa para pegar um livro na biblioteca, talvez  não arrume tempo. E nem sempre ele tem condição financeira para comprar. Então,  levamos os livros até ele”. Nessa perspectiva, considera-se que a relação do  trabalhador com a leitura é uma oportunidade que estimula à superação de  carências dos serviços sociais básicos, no que diz respeito ao capital  cultural.
     Compreendeu-se que, em se tratando de  situação de estresse, a leitura tornou-se para muitos trabalhadores um suporte  de atenuação/superação. Pois, muitos trabalhadores industriais desempenham  funções repetitivas, seriadas, executando tarefas fragmentadas, o que pode  contribuir para acometimento de algumas doenças. Nesse sentido, observou-se que  os trabalhadores descobriram que a leitura pode ser fonte de melhoria na qualidade  de vida. Por isso, entende-se que outros seguimentos da sociedade dever-se-iam  atentar para os aspectos da valorização e incentivo à cultura, em especial ao  letramento literário. Sabe-se que, esforços devem ser ampliados para que os  bens culturais cheguem à base da sociedade, de modo a contemplar as classes  sociais de menores potenciais, dentro das evidências, histórico-sócio-culturais. 
     Ressalta-se que  as práticas de leituras, embora se deem dentro de uma temática limitada elas  são consideradas possibilidades que dão sentido à vida desses trabalhadores.  Sobremaneira, o que mais se destacou no resultado deste estudo foi entender a  percepção que o trabalhador tem da leitura que realiza e a maneira com que ele  a traz para sua vida pessoal e profissional.
     Acredita-se que essa discussão possa servir como apontamento para o que  se realiza, hoje, em termos de leitura na fábrica e, sobretudo, possa  contribuir para que tenham novas oportunidades leituras, para além dos gêneros  textuais já alocados. Para que possam conhecer outras temáticas e outros  autores, tendo a oportunidade de desenvolverem relações com outros gêneros literários,  inclusive conhecer e apreciar a literatura brasileira. 
     Espera-se que, a interação com a literatura possa continuar contribuindo  para o aprimoramento das relações sociais, oportunizando melhorias à qualidade  de vida desses trabalhadores. 
REFERÊNCIAS 
     ABREU, Márcia. Cultura letrada: literatura e leitura.  São Paulo: UNESP, 2006.
Anelise Rebelato Mozzato; Denize Grzybovski. Análise de Conteúdo como Técnica de Análise de Dados Qualitativos no Campo da Administração: Potencial e Desafios. RAC, Curitiba, v. 15, n. 4, pp. 731-747, Jul./Ago. 2011. Universidade de Passo Fundo –FEAC/UPF Passo Fundo, RS, Brasil. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rac/v15n4/a10v15n4.pdf. Acesso em: 12 de jan. 2015.
ALVES-MAZZOTTI, A. J.; GEWANDSZNAJDER, F. O método nas ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. São Paulo: Pioneira, 1998.
ALVES. Zélia Maria Mendes Biasoli; SILVA, Maria Helena G. F. Dias da. Análise qualitativa de dados de entrevista. Paideia, FFCLRP – USP, Rib. Preto, fev./jul.1992. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/paideia/n2/07.pdf. Acesso em: 15 de set. 2014.
AMARILHA, Marly. Literatura e oralidade: escrita e escuta. In: DAUSTER, Tânia; FERREIRA, Lucelena (Orgs.). Por quê ler?: perspectivas culturais do ensino da leitura. Rio de Janeiro: Lamparina, 2010.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: 70, 2008.
BOLOGNESI, Mário Fernando. A mercadoria cultural. Trans/Form/Ação,   Marília,  v. 19, dez.1996. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-31731996000100005&lng=pt&nrm=iso>.Acessoem   02  out.  2013.  http://dx.doi.org/10.1590/S0101.
     BOSI, Ecléa. Cultura de massa e  cultura popular: leituras de operárias. Petrópolis: Vozes, 1973.
BOURDIEU, P. Espaço físico, espaço social e espaço físico apropriado. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ea/v27n79/v27n79a10.pdf. Estudos avançados 27 (79), 2013. Acesso em: 28 de jan. 2015.
Brasil. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 2001.
CÂNDIDO, Antônio. O direito a literatura; O esquema de machado de Assis. In: Vários Escritos. São Paulo: Duas Cidades, 1995.
CAMPOS, Claudinei José Gomes. Método de análise de conteúdo: ferramenta para a análise de dados qualitativos no campo da saúde. Rev. brenferm. vol.57 no.5 Brasília Sept./Oct. 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003471672004000500019. Acesso em: 10 de jan. 2015.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três  artigos que se completam. São Paulo: Autores associados. Cortez, 1989.
     KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. Desvendando  os segredos do texto. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2003.
KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor. Aspectos cognitivos da leitura. Campinas: Fontes, 1985.
LAJOLO, Marisa. O que é literatura. 17ª edição. São Paulo: Brasiliense, 1995.
LERNER, Délia. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Trad. Ernani Rosa. Porto Alegre: Artmed, 2002.
MAIA, Joseane. Literatura na formação de leitores e professores. São Paulo: Paulinas, 2007.
MOZZATO, Anelise Rebelato; GRZYBOVSKI, Denize. Análise de conteúdo como técnica de análise de dados qualitativos no campo da administração: potencial e desafios. RAC, Curitiba, v. 15, n. 4, pp. 731-747, Jul./Ago. 2011. Universidade de Passo Fundo – FEAC/UPF. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rac/v15n4/a10v15n4.pdf. Acesso em: jan. de 2015.
PINHEIRO, Marta Passos. Letramento Literário na escola: um estudo de práticas de leitura literária na formação da “comunidade de leitores”. Belo Horizonte: FaE/UFMG, 2007. (Tese de Doutoramento).
RIBEIRO, Ana Elisa. Navegar lendo, ler navegando: aspectos do letramento digital e da leitura de jornais, 2008. Tese (Doutorado em linguística aplicada) UFMG, Belo Horizonte, 2008.
SILVA, Danielle Amanda Raimundo; FRITZEN, Celdon. Ensino de literatura e livro didático: uma abordagem a partir das pesquisas na pós-graduação brasileira. Revista Contrapontos - Eletrônica, Vol. 12 - n. 3 - p. 270-278 / set-dez. 2012. Disponível em: http://fernandomaues.com/noigandres/textos/ensino/FRITZEN_SILVA_Ensino%20 de%20literatura%20e%20livro%20did%C3%A1tico.pdf. Acesso em: 03 abr. 2014.
THOMAZI. Áurea Regina. Práticas de leitura na escola: entre a formação humana e a formação escolar, 2009. Disponível em: www.mestradoemgsedl.com.br/.../PRÁTICAS-DE-LEITURA-NA-ESCO. pdf. Acesso em 21 jan. 2014.
VIEIRA, Heloísa Maria. Bibliotecas comunitárias em Belo Horizonte: atores em cena, 2007. Dissertação (Mestrado em Informação e Sociedade) – UFMG, Belo Horizonte, 2007.
SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros.  Belo Horizonte: Autêntica, 1998.  
     ______. Magda. As condições sociais da leitura: uma  reflexão em contraponto. In: SILVA, Ezequiel T. da & ZILBERMAN, Regina.  Leitura: perspectivas interdisciplinares, 5 ed. São Paulo: Ática, 2004. 
WALTY, Ivete Lara Camargos. Literatura e escola: anti-lições. In: EVANGELISTA, Aracy Alves Martins; BRANDÃO, Heliana Brina; MACHADO, Maria Zélia Versiani (Org). A escolarização da leitura literária: o jogo do livro infantil e juvenil. 3 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
ZILBERMAN, R. A leitura na escola. In: ZILBERMAN, Regina (org). A leitura em crise na escola: as alternativas do professor. Porto Alegre: Mercado aberto, 1985.
** Graduação em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas - Universidade Federal de Minas Gerais (1979); pós-graduação em Ciências Sociais Aplicadas à Educação - Faculdade de Educação da UFMG (1982); mestrado em Ciências da Educação - Université René Descartes - ParisV Sorbonne (1994) e doutorado em Ciências da Educação - Université René Descartes Paris, V Sorbonne (2005). Foi coordenadora do Programa de Capacitação de Dirigentes - PROCAD, da Secretaria de Estado da Educação SEE/MG. Foi Tutora no Curso de Formação Superior de Professores- Veredas, pela Universidade do Estado de Minas Gerais- FAE/UEMG. Tem experiência na área de Metodologia Científica e Sociologia com ênfase em Educação. Atualmente é professora adjunta na graduação da Faculdade de Ciências Humanas, no Mestrado Profissional em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local, do Centro Universitário UNA e na graduação em Pedagogia da Faculdade de Educação da Universidade do Estado de Minas Gerais- UEMG. Tem atuado em ensino, pesquisa e extensão nessas instituições, principalmente nas seguintes subáreas: organizações populares, escola, formação de professores, sociologia da leitura e pesquisa. (Texto informado pelo autor).
Los comentarios al artículo son responsabilidad exclusiva del remitente.
Si necesita algún tipo de información referente al articulo póngase en contacto con el email suministrado por el autor del articulo al principio del mismo.
Un comentario no es mas que un simple medio para comunicar su opinion a futuros lectores.
El autor del articulo no esta obligado a responder o leer comentarios referentes al articulo.
Al escribir un comentario, debe tener en cuenta que recibirá notificaciones cada vez que alguien escriba un nuevo comentario en este articulo.
Eumed.net se reserva el derecho de eliminar aquellos comentarios que tengan lenguaje inadecuado o agresivo.
Si usted considera que algún comentario de esta página es inadecuado o agresivo, por favor,pulse aqui.