Revista: Atlante. Cuadernos de Educación y Desarrollo
ISSN: 1989-4155

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O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA NA TURMA DO 2º ANO DO ENSINO MÉDIO INTEGRAL, NA ESCOLA ESTADUAL PROFA. ENERY BARBOSA DOS SANTOS

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INTRODUÇÃO

O mundo contemporâneo está marcado pelos avanços das tecnologias, isto reflete nos tipos de atividades propostas na sala de aula, onde a educação se depara com um duplo desafio: adaptar-se aos avanços tecnológicos e orientar o caminho de todos para o domínio e a apropriação crítica desses novos meios.
Nesta perspectiva, as novas tecnologias passam a desempenhar um papel vital nesse processo, de modo que, hoje não é possível ensinar usando apenas o quadro e o giz, é preciso utilizá-las como ferramentas auxiliares no processo ensino-aprendizagem, uma vez que se vive uma nova era, caracterizada por um processo de mudança cada vez mais acelerado.
Dessa maneira, considerando a necessidade de se debater o uso das TICs no espaço educacional, este artigo apresenta uma reflexão sobre a importância dos recursos tecnológicos nas aulas de Língua Portuguesa na turma do 2º ano do Ensino Médio da Escola Enery Barbosa dos Santos, levando em consideração as atividades realizadas e o desempenho dos alunos, observados por meio de uma pesquisa de campo, pertencente à linha de pesquisa Tecnologia e Ensino de Língua Portuguesa e centralizada na área da Linguística Aplicada.
Para tal, objetivou-se identificar se o uso das novas tecnologias utilizadas pelo professor durante as aulas de Língua Portuguesa são ferramentas importantes para a inclusão digital dos alunos a terem mais interesse em aprender. Além de perceber a importância das TICs na sala de aula; observar como o professor de L.P administra essas tecnologias; investigar se os alunos têm interesse quando o professor trabalha com recursos tecnológicos como: computadores, tabletes, celulares como complemento mediador de aprendizagem e verificar se o professor tem dificuldade em ministrar as aulas fazendo uso das TICs como recurso pedagógico.
O presente estudo justifica-se pelo fato de que o mundo de hoje é marcado pelo grande avanço da tecnologia e os recursos tecnológicos passaram a ser uns dos instrumentos de trabalho e fontes metodológicas para o ensino. Nesse sentido, esses métodos atingiram a sala de aula, ambiente de aprendizagem, em que professores e alunos buscam compartilhar conhecimentos em prol do ensino, pois é através da educação que o homem reconstrói o conhecimento no processo contemporâneo.
Diante disso, a escolha deste tema se deu a partir do Estágio Supervisionado II, o qual permitiu um olhar de expectador acerca dos recursos de aprendizagem utilizados nas aulas de Língua Portuguesa, na qual se observou que, o uso das tecnologias era frequente pelos alunos, principalmente o celular, porém somente para descontração e entretenimento. À vista disso, surgiu a ideia de Pesquisa e Produção Acadêmica voltada para as TICs em sala de aula, mais especificamente nas aulas de Língua Portuguesa.
A relevância deste trabalho se dá de forma significante para a sociedade educacional, uma vez que permitirá um novo olhar acerca dos recursos já utilizados em sala de aula e assim contribuir com as metodologias nas aulas de Língua Portuguesa, tornando-se elementos para a elaboração de materiais didáticos para o ensino-aprendizagem. Este servirá ainda, de base para as demais pesquisas voltadas para a temática escolhida, sendo que complementa a educação como principal método de desenvolvimento do sujeito crítico e social.
O procedimento metodológico consiste em uma pesquisa Indutiva com abordagem qualiquantitativa, de cunho bibliográfico e de campo, por intermédio do Estudo de Caso junto à turma do 2º Ano do Ens. Médio da Escola Estadual Profa. Enery Barbosa dos Santos.
Os elementos que constituem este trabalho designam as seguintes seções: “O papel da escola frente às novas tecnologias”; “Como utilizar os diversos meios de tecnologias na sala de aula (computador, celular, pendrive e internet) ”; “A importância das tecnologias nas aulas de Língua Portuguesa”; “O professor e o uso das tecnologias como ferramentas pedagógicas em suas aulas”; “Procedimentos metodológicos”; “Resultados e discussões”; “Considerações finais” e “Referências”.

O PAPEL DA ESCOLA FRENTE ÀS NOVAS TECNOLOGIAS

De acordo com Citelli (2000, p. 7) “a escola não deve temer nem subestimar o seu diálogo com os meios de comunicação e o uso das novas tecnologias, não vejo os meios de comunicação como instrutores, quero pensá-los como produtores do conhecimento”.
Diante do exposto, evidencia-se que a escola enquanto instituição indispensável à civilização e formação de sujeitos críticos, deve adequar-se às novas tecnologias, de modo que possa disponibilizar suporte necessário para a realização das aulas, transformando essas ferramentas em recursos pedagógicos, visando o desempenho educacional nas atividades realizadas. Cabe a escola fornecer equipamentos de fácil acesso como a instalação de suportes para a adaptação imediata destes no momento que o professor for ministrar suas aulas. Além desses pontos, volta-se um olhar sobre o Projeto Político Pedagógico da Escola, investigando se este está elaborado em conformidade ao novo método de ensino, as tecnologias.
A instituição padrão deve deixar espaço para uma escola nova e criativa, na qual o professor seja cada vez mais um agente motivador e o aluno o agente motivado para que haja uma integração total com a família e comunidade.
Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação para o Ensino Médio:

A nova sociedade, decorrente da revolução tecnológica e seus desdobramentos na produção e na área da informação, apresenta características possíveis de assegurar à educação uma autonomia ainda não alcançada. Isto ocorre na medida em que o desenvolvimento das competências cognitivas e culturais exigidas para o pleno desenvolvimento humano passa a coincidir com o que se espera na esfera da produção (BRASIL, 2000, p. 11).

Essas considerações apontadas pelas Diretrizes Curriculares enfatizam a necessidade de análise das tecnologias em sala de aula, não apenas as que os colégios disponibilizam, mas também as que os alunos utilizam durante as aulas como os celulares, computadores e Internet na construção de novos saberes. 
Essas ferramentas em sala de aula tornam-se fortes aliadas do professor, pois permitem, uma aula dinâmica e atrativa com músicas, filmes e imagens. A inclusão desses mecanismos metodológicos, está cada vez mais recorrente e satisfatório, visto que os alunos fazem uso dessas ferramentas no ambiente extraescolar e essas estas sendo utilizadas em prol à educação, não servirá mais somente para descontração, mas sim um recurso de pesquisa e fonte de informações imediata, como o Google e o Dicionário Virtual, por exemplo.
Portanto, são muitos os desafios que a escola tem perante à essas inovações e um vasto conteúdo a confrontar, para orientar e utilizar as tecnologias, tendo que estudar criteriosamente, trocar experiências, desenvolver competências na atualidade e realizar atividades integradoras valorizando as tecnologias em virtude da educação escolar qualitativa e diversificada.

COMO UTILIZAR OS DIVERSOS MEIOS DE TECNOLOGIAS NA SALA DE AULA (COMPUTADOR, CELULAR, PENDRIVE E INTERNET)

A sala de aula deve tornar-se um ambiente de aprendizagem cooperativa, na qual o professor fornece a direção, a orientação e a inspiração, tornando-se um mediador de conhecimento. No entanto, para que esta perspectiva seja alcançada faz-se necessário que o processo de ensino seja aplicado de acordo com os avanços tecnológicos e o professor seja capacitado para manusear com proficiência essas ferramentas e está interligado com a evolução.
Dentre os diversos recursos tecnológicos que contribuem para o desempenho do ensino, está o computador bastante utilizado em sala de aula, visto como uma nova realidade pedagógica para elaboração das aulas e aplicação destas, haja vista que um número cada vez maior de setores da sociedade se beneficia do uso do computador como recurso tecnológico.
De acordo com Moran (2000, p.44):
Cada vez mais poderoso em recursos, velocidade, programas e comunicação, o computador nos permite pesquisar, simular situações, testar conhecimentos específicos, descobrir novos conceitos, lugares, ideias. Produzir novos textos, avaliações, experiências.  As possibilidades vão desde seguir algo pronto (tutorial), apoiar-se em algo semidesenhado para complementá-lo até criar algo diferente, sozinho ou com outros.

Por meio do uso do computador o professor explorará diversos meios de tecnologias digitais, o que torna possível a aquisição e ampliação de conhecimentos, com a criação de ambientes de aprendizagem e facilitação do processo do desenvolvimento intelectual do aluno dentro e fora da sala de aula. O educador tem à sua disposição uma série de ferramentas que podem ser utilizadas através de um computador, assim podendo incrementar sua ação pedagógica.
Nesse contexto, o uso da Internet deve ser compreendido como uma ferramenta de apoio, a qual pode proporcionar o melhoramento do ensino e da aprendizagem. Pois ela oportuniza desenvolver a prática docente baseada na construção do conhecimento, compartilhando suas descobertas e informações adquiridas. Seguindo esse raciocínio, Moran (2000, p.53), reforça que “a Internet é uma mídia que facilita a motivação dos alunos, pela novidade e pelas possibilidades inesgotáveis de pesquisa que oferece”. Nesse sentido a Internet oportuniza interações significativas, através dos e-mails, chats, blogs, além de ser fonte de pesquisa por meio do google e etc.
O pen drive também, é um dispositivo tecnológico, por meio do qual se transfere dados e informações que podem ser visualizados na tela da TV e de microcomputadores. A entrada para cartão de memória é uma conexão para dispositivos como os usados em máquinas fotográficas e filmadoras, principalmente para armazenar imagens. No entanto, o pen drive é visto ainda como uma ferramenta capaz de armazenar arquivos digitais, entre eles imagens, vídeos, áudios. Possui uma conexão USB, isto é, uma conexão universal que permite que este receba dados para armazenamento, ou transfira dados já armazenados para outro equipamento. Entre as vantagens do pen drive a que se destaca é a reusabilidade, que permite a utilização e a reutilização dos dados armazenados em várias bases tecnológicas.
O celular também é uma ferramenta que pode ser utilizada como auxílio ao ensino, uma vez que possibilita compartilhar conteúdos via aplicativos e principalmente para pesquisas.
Assim, entende-se que o uso das TICs no espaço escolar, possibilita o processo ensino-aprendizagem dos alunos, tornando as aulas mais atraentes e satisfatórias, sendo que, os dispositivos midiáticos dispõem de inúmeras informações cabendo aos docentes e discente fazerem o uso adequado dessa ferramenta.

A IMPORTÂNCIA DAS TECNOLOGIAS NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

Diante de um contexto globalizado e cada vez mais automatizado, que desfruta das mais diversas tecnologias para aperfeiçoar inúmeras áreas do conhecimento, convém dar o devido destaque ao uso das TICs na disciplina de Língua Portuguesa, uma vez que esta volta-se para códigos e linguagens como forma de comunicação e construção do sujeito falante prescrito nos PCNs. Nesse sentido, o funcionamento da vida social está entrelaçado com as tecnologias, pois estas vislumbram as mais diversas formas de comunicação.
Com as transformações tecnológicas, a inclusão das TICs no processo de ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa falada, escrita e gesticulada; professores, alunos e comunidades encontram vias para o aperfeiçoamento dos signos de comunicação. Já que, o uso das novas tecnologias em qualquer área do conhecimento permite aplicar métodos mais dinâmicos, uma interação mais ativa entre professores e alunos.
O uso dessas ferramentas nas aulas de LP se torna tão necessário como em qualquer outra disciplina. Haja vista que, tais mecanismos quando bem orientados e empregados trazem contribuições significativas para o processo ensino-aprendizagem. Entretanto, para que ocorra a aplicação dos recursos tecnológicos com êxito, é necessário que o educador esteja irmanado ao desenvolvimento da era digital, cabendo a ele fazer a mediação precisa de conhecimentos, dando espaço às inovações tecnológicas, em decorrência de estas fazerem parte do cotidiano dos educandos. Conforme orienta os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio:

[...] a opção por integrar os campos aos processos tecnológicos próprios de cada área, resulta da importância que ela adquire na educação geral – e não mais apenas na profissional. A tecnologia é o tema por excelência que permite contextualizar os conhecimentos de todas as áreas e disciplinas no mundo do trabalho. [...] não se trata apenas de dar significado ao uso da tecnologia, mas de conectar os inúmeros conhecimentos com suas aplicações tecnológicas (BRASIL, 2006, p.106).

Diante disso, uma das formas de tornar a aula mais dinâmica é buscar a integração entre o trabalho com o texto impresso e o texto digital, apresentando-os através do suporte em que são veiculados, considerando a especificidade de cada um, tais como os recursos visuais, a estrutura e linguagem utilizada durante sua produção. Fazendo com que os discentes pesquisem, articulem suas ideias por meio do acesso tecnológico.
Portanto, a inserção das tecnologias no ensino de Língua Portuguesa possibilitará a transformação da disciplina tornando-a dinâmica e não repetitiva e uma possibilidade de inovação, de criar oportunidade para o ensino-aprendizado de forma satisfatória.

O PROFESSOR E O USO DAS TECNOLOGIAS COMO FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS EM SUAS AULAS

No decorrer da vida profissional de qualquer educador em diferentes níveis e modalidades de ensino, a questão do papel e da posição do professor frente às novas tecnologias é sempre questionada. Ao passo que este deverá adotar um novo método de ensino, visando a interação em sala de aula, tornando-se assim, um mediador do conhecimento.
Para Louise Marchand (2002, p. 137):
O professor não é mais fonte exclusiva de saber. Ele se torna um facilitador do saber e não é mais a principal rede de informação. O ensino torna-se mais interativo e desloca-se, deixando uma parcela maior ao aprendiz do que ao professor. Esse modo de utilização interativa obriga o professor a conhecer as novas tecnologias, a familiarizar-se com elas, a variar as abordagens pedagógicas para facilitar os modos de aprendizagem.

 Isto posto, convém destacar que com as novas tecnologias o professor não deve ser visto como o detentor de conhecimento, mas como um viés pelo qual os alunos possam questionar e trocar ideias, sempre com o intuito de um bom aprendizado. Estas ferramentas vêm possibilitar esse processo, pois disponibilizam inúmeras opções metodológicas, além das diversas probabilidades de organizar informações necessárias para o desenvolvimento pedagógico por meio desses recursos, tornando a comunicação com os alunos mais interessante, em virtude de que o professor utilizará o método presencial e virtual como forma de introduzir um tema para trabalhar em suas aulas.
Cada docente ainda, poderá encontrar sua forma mais adequada de integrar as várias tecnologias e procedimentos metodológicos. Mas também é importante que amplie, que aprenda a dominar as formas de comunicação interpessoal.
É bom salientar a dinamicidade nas aulas, pois se utilizados e manuseados para fins educativos as ferramentas tecnológicas, a educação terá resultados positivos, visto que existem inúmeras possibilidades de recursos para a execução de uma boa aula, como as videoaulas, por exemplo.
Com isso, a postura do professor frente aos alunos e às tecnologias deve ser respeitada, organizada e com limites, na qual os alunos devem prestar atenção para conseguirem realizar as tarefas corretamente, buscando ampliar os conhecimentos através das tecnologias.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O presente estudo realizou-se junto a turma do 2º ano de Ensino Médio Integral da Escola Estadual Profa. Enery Barbosa dos Santos, localizada à Rua Gov. Plínio Ramos Coelho, S/N, Bairro Gilberto Mestrinho.
Para alcançar o propósito deste trabalho foram dedicadas 5h/a para observação de cunho simples, tendo como suporte um caderno de campo, o qual permitiu um olhar de espectador não interativo, referente às aulas ministradas pelo professor, além da aplicação de questionários constituído por um conjunto de perguntas abertas e fechadas, pré-elaboradas e ordenadas sequencialmente, dispostas em itens que constituem o tema da pesquisa para o gestor, para o professor de L.P e para os alunos. E 2h/a para a realização de uma “oficina tecnológica”, que serviu de teste para obter dados que permitiram medir o rendimento, a competência, a capacidade dos alunos e do professor frente às novas tecnologias em sala de aula como recursos metodológicos para o ensino-aprendizagem.
Para tais abordagens foram utilizados os seguintes procedimentos metodológicos: bibliográfico, iniciado pelo levantamento de materiais publicados, como resumo de livros e artigos, com o objetivo de familiarizar-se ao assunto pesquisado; o Indutivo, o qual permitiu investigar dados particulares e, posteriormente, constatar por meio de uma visão geral dos fatos; além da abordagem qualiquantitativa, compreendida  de acordo com Marconi & Lakatos (2003, p. 53) como “a interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados por meio de opiniões e informações obtidas no decorrer da pesquisa”, ou seja, a predominância de um em detrimento do outro; a pesquisa exploratória, porque se trata de uma temática pouco discutida e propiciou a investigação concreta, por meio da descrição dos fatos observados, registrados, analisados e correlacionados, por intermédio da documentação direta extensiva o que possibilitou a aplicação dos questionários e tornou a realização da pesquisa sistemática, já que esta foi estruturada, controlada e aferiu-se da realidade apenas aquilo que interessava sobre o assunto pesquisado.
Quanto a Pesquisa de campo, ela foi útil para serem coletados os dados direto dos sujeitos investigados, em detrimento do Estudo de Caso, junto a turma do 2º ano do Ens. Médio. Após a catalogação dos dados foi feita a análise e distribuição dos resultados descritos a seguir: no primeiro momento, revisadas todas as anotações do caderno de campo, na sequência, foram verificadas as respostas do gestor, do professor de L.P. e dos alunos e posteriormente, separadas em blocos. Em seguida, as respostas analisadas foram organizadas e transformadas em tabelas e gráficos para melhor visualização dos resultados baseados nos enfoques teóricos de Moran (2000) e Valente (1993).
E por fim, foram comparadas as respostas tanto do docente quanto dos discentes, vinculando-as com a temática abordada, “o uso das novas tecnologias na sala de aula”.
O processo de análise, organização, interpretação e transcrição dos dados coletados tiveram como objetivo constatar quais as facilidades e dificuldades enfrentadas pelo professor e alunos na utilização dos recursos tecnológicos como ferramentas pedagógicas contribuintes na formação educacional.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Esta seção pretende apresentar os resultados da pesquisa de campo realizada na Escola Estadual “Profa. Enery Barbosa dos Santos”, situada no município de Nhamundá-AM, junto aos alunos, professor de L.P do 2º Ano do Ensino Médio e ao gestor do educandário. A primeira subseção corresponde a análise dos dados coletados junto aos alunos, a segunda refere-se aos dados coletados do questionário aplicado ao professor de Língua Portuguesa e a terceira diz respeito às respostas do gestor da escola citada, levando-se os enfoques teóricos de Moran (2000) e Valente (1993).

ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS JUNTO AOS ALUNOS

A partir da observação e aplicação de questionários junto aos 39 alunos do 2º Ano do Ensino Médio, evidenciou-se que, estes se sentem instigados quando o professor de Língua Portuguesa utiliza os recursos tecnológicos como ferramentas de auxílio para o ensino-aprendizagem.
Desse modo, os alunos ao notarem o uso de todos esses recursos consideraram que, a utilização de recursos tecnológicos durante as aulas, facilita o acesso a novas informações através da pesquisa na Internet e na exposição oral por meio de slides.

Em vista disso, Valente (1993) afirma que “o computador está propiciando uma verdadeira revolução na concepção de ensino e aprendizagem”, pois provoca mudanças, hábitos e comportamentos por parte dos professores e estudantes, criação de ambientes de aprendizagem que enfatizem a construção do conhecimento que permitem as pessoas resolver problemas do seu cotidiano, compreender o mundo e atuar na transformação de seu contexto.
Com isso, constatou-se que, embora a maioria dos alunos não tenha computador em casa, estes fazem o uso dessa ferramenta na escola, mais precisamente no Laboratório de Informática. Nesse contexto, o uso das TICs é recorrente no dia a dia dos informantes, por isso não se pode ignorá-la e sim buscar meios de explorar as possibilidades que elas oferecem.
Com relação ao grau de importância do uso de computador e celular como ferramentas mais utilizadas pelos alunos. Enfatiza-se que, a maioria dos informantes considera importante o uso dessas ferramentas como recurso pedagógico mediador de sua aprendizagem. De outro modo, estes não sabem se a família gosta que eles utilizem esses métodos em prol à aprendizagem.

No que diz respeito às atividades realizadas por intermédio do computador e celular (Gráfico 2), destacam-se: pesquisar, estudar e fazer trabalhos. Percebe-se, portanto, que o uso das tecnologias em sala de aula é de grande relevância, pois possibilita aos educandos, mecanismos para enriquecer seus conhecimentos, uma vez que estes fazem o uso com frequência dessas ferramentas no seu dia a dia, demonstrando que estão descobrindo os diversos recursos que as TICs oferecem, conforme a descrição abaixo:

Dessa forma, essas informações foram elucidadas com a realização de uma “oficina tecnológica” a qual serviu como teste para medir o grau de importância das tecnologias em sala de aula. A referida oficina ocorreu por meio da elaboração e apresentação de seminário sobre temas voltados para a Literatura, com o intuito de verificar se os alunos conseguiam apresentar o conteúdo tendo como suporte as TICs.
No entanto, o professor selecionou os conteúdos e mostrou os passos a serem seguidos, tendo o apoio da pesquisadora. A produção teve a durabilidade de uma semana, para melhor organização a turma foi dividida em cinco grupos com oito integrantes. Após o período de produção foi feito a exposição em sala de aula, e ao final das apresentações fez-se uma roda de conversa por meio da qual os alunos puderam comentar acerca dos passos seguidos no decorrer da produção, havendo apenas uma ressalva por parte do professor, bastante pertinente com relação ao tamanho da fonte e a sobrecarga nos slides. Portanto, observou-se que os discentes estão em pleno desenvolvimento e possuem conhecimento básico sobre o PowerPoint, faltando somente aprimoramento.

ANÁLISE DOS DADOS OBTIDOS PELO PROFESSOR

Os avanços das tecnologias envolvem inúmeras mudanças à sociedade, nesse viés os professores são desafiados diariamente a mediarem sua prática pedagógica com esses recursos na busca de novas formas de aprender e de ensinar. Nesse contexto, Moran (2000, p. 23), afirma que “um dos grandes desafios para o educador é ajudar a tornar a informação significativa, a escolher as informações importantes entre tantas possibilidades, a compreendê-las de forma cada vez mais abrangente e a torná-las parte do nosso referencial”.
Diante desse pressuposto, contextualiza-se as respostas obtidas pelo professor participante da pesquisa, o qual é formado em Letras, com Especialização em Metodologia de Ensino de Língua Portuguesa e Literatura, está se especializando em Letramento Digital pela UEA. Mediante às perguntas direcionadas a ele, foi possível constatar que ele possui um vasto conhecimento acerca das TICs, haja vista que, faz o uso dessas ferramentas com frequência em suas aulas, o que lhe permite um bom desempenho em suas atividades escolares, tendo habilidade em manusear essas ferramentas como auxílio pedagógico.
O referido professor acredita que “o benefício da utilização dessas ferramentas é grande, pois são fontes de aprendizagem e atraem os alunos às atividades de sala de aula”, considera ainda que, quem não utiliza como suporte em suas aulas as TICs, está incoerente com a realidade de seus alunos.
Quando se questionou sobre os aplicativos utilizados em suas aulas, este mencionou os seguintes: Windows, Word, Excel, Movie Maker, Média Player, Power-point, Audacity (utilizado para gravar), A tube catcher (para baixar vídeo) e o Hot potates (cruzadinha), por meio dos quais faz planejamento e realiza atividades de motivação. As palavras cruzadas no Hotpotatoes e slide no Power-point enriquecem e qualificam a técnica de assimilação de conteúdos gramaticais. Além disso, utiliza-se de recursos tecnológicos corriqueiros como o computador, data-show, celular (bastante utilizado para pesquisa na internet) e caixa de som.
Quanto a relação professor/aluno por meio dos recursos tecnológicos, este mencionou que é de suma importância, “pois não precisa estar no mesmo ambiente para cobrar, pedir ou se comunicar com os alunos”. Ou seja, as TICs permitem a interação em diferentes ambientes. O professor não precisa estar em sala de aula para repassar uma informação do conteúdo que será trabalhado ou informar sobre tal trabalho que será realizado, pois este pode informá-los através das mídias em uso entre os discentes e o docente.  

ANÁLISE DOS DADOS FORNECIDOS PELO GESTOR

O Gestor considera que “a tecnologia proporciona um momento de ensino diferenciado e bem distante do modelo tradicional, o que acaba motivando os alunos. E faz com que as aulas sejam mais dinâmicas”. Nesse sentido, Moran (2000, p. 63) discute que “ensinar com as novas mídias será uma revolução se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino, que mantêm distantes professores e alunos”. 
Em decorrência disso o referido gestor garante que a escola disponibiliza equipamentos como laboratório de informática e Projetores de imagem, cabendo aos professores a responsabilidade de outros equipamentos necessários para a execução de suas aulas, tornando-as mais interativas, uma vez que a escola não disponibiliza treinamento aos docentes.  Para tal, ainda argumenta que a “utilização dessas ferramentas facilitam a obtenção de informações com maio rapidez, o que aprimora o aprendizado de forma bastante inovadora”. Enfatiza ainda, que os discentes possuem acompanhamento sobre o manuseio dessas tecnologias em sala de aula, para que estes façam uso responsável e não prejudique seu rendimento escolar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa apresentada é um estudo sistemático que contempla a utilização das tecnologias e suas ferramentas de auxílio para o ensino-aprendizagem. Para alcançar este propósito buscou-se observar e analisar qual a importância desses recursos tecnológicos nas aulas de Língua Portuguesa na turma do 2º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Profa. Enery Barbosa dos Santos. Para tanto, enfatiza-se que as informações obtidas no decorrer da pesquisa foram ao encontro desse estudo, ao passo que prioriza os usos das TICs utilizadas pelo professor como ferramenta para a inclusão digital dos alunos a terem mais interesse em aprender. Considerando que o aluno de hoje é um nativo digital, ou seja, parece possuir habilidades natas para lidar com as tecnologias.
Evidencia-se que através deste estudo, pôde-se constatar que existe a inserção de recursos tecnológicos na escola citada, atribuindo uma nova demanda aos professores, no sentido de fazer a integração destas ao processo ensino-aprendizagem em qualquer área do conhecimento. De outro modo, destaca-se que o manuseio das tecnologias pelo professor de Língua Portuguesa, se dá de forma ordenada e com proficiência, deixando de ser apenas mecanismos de descontração e entretenimento, mas também, recursos didáticos que situam os educandos no contexto atual.  
Diante disso, a inclusão dos recursos tecnológicos nas escolas, depende em boa parte da atuação dos docentes. Mas para que efetivamente esta integração aconteça, o professor precisa conhecer as características e as especificidades de cada um desses recursos, de modo a incorporá-los em seus objetivos didáticos, de maneira que possa enriquecer com novos significados as situações de aprendizagem vivenciadas pelos alunos. Porém, para que o professor se sinta preparado para trabalhar com as novas tecnologias, é necessária qualificação. Pois por meio dela, este poderá se descobrir como parceiro do estudante e um facilitador do processo de ensino e aprendizagem.
Portanto, salienta-se que as escolas que aderem esse cenário, criam condições para incorporar as conquistas tecnológicas à educação, dinamizando a didática e a metodologia e contribuindo para formar cidadãos críticos, éticos, autônomos e emancipados. Desse modo, este estudo vem contribuir para com a sociedade educacional de forma que, possa ampliar o conhecimento acerca das TICs e servir de embasamento para as próximas pesquisas voltadas para a temática a qual este estudo foi realizado.

REFERÊNCIAS

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BRASIL. Ministério da Educação (MEC). Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília, DF: MEC, SEMTEC, 2006.

CITELLI, Adilson, A mídia na sala de aula. Revista Impressão Pedagógica, Florianópolis Nº 23, julho – agosto, 2000.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 2003.

MARCHAND, Louse. Características e problemáticas específicas: a formação universitária pela videoconferência. In: ALAVA, Seraphin & colaboradores. Ciberespaço e formações abertas: rumo a novas práticas educacionais. Porto Alegre: Artmed, 2002.

MORAN, José Manuel et al.  Novas tecnologias e mediação pedagógica. 6. ed. Campinas: Papirus, 2000.

VALENTE, J. A. Educação a distância: pontos e contrapontos. São Paulo: Summus, 1993.

OBRAS CONSULTADAS

CORRÊA, Hydelvídia Cavalcante de Oliveira; AFONSO, Adriana Eugênia Antony. Pesquisa e Produção Acadêmica em Letras II. Manaus-AM: UEA edições, 2018.

GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2002.

NASCIMENTO, Maria Evany; NASCIMENTO, Valdemir de Oliveira. Metodologia do Estudo e do Trabalho Científico. Manaus-AM: UEA edições, 2016.

VALENTE, J. A. Educação a distância: pontos e contrapontos. São Paulo: Summus, 2011.

*Graduanda do Curso de Licenciatura em Letras no Núcleo de Ensino Superior de Nhamundá – NESNH/UEA. E-mail: azevedojosiane02@gmail.com
** Docente do Curso de Licenciatura em Letras pela UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS, no Núcleo de Ensino Superior de Nhamundá – NESNH/UEA. Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia-PPGSCA/UFAM. Especialista em Turismo e Desenvolvimento Local – UEA, Licenciado em Letras com Habilitação em Língua Portuguesa – UEA e Bacharel em Administração de Empresas – UFAM. E-mail: professoraluizioribeiro@gmail.com.

Recibido: 15/07/2019 Aceptado: 31/10/2019 Publicado: Octubre de 2019

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