Di Diane Matos Pinheiro*
Paulo Cesar Viera Archanjo**
(SEDUC), Amazonas, Brasil.
Email: didy.matos@gmail.com
Resumo
A avaliação escolar é uma prática adotada pelos sistemas educacionais, sendo um mecanismo de suma relevância para o processo de ensino aprendizagem, por isso este artigo investiga as concepções de avaliação escolar: interna versus externa – SADEAM (Sistema de Avaliação do Desempenho Educacional do Amazonas). Este artigo, tem por finalidade averiguar as situações de desempenho dos alunos. Visto que, avaliação interna ocorre a partir da relação do professor com o aluno, enquanto a avaliação externa é um teste elaborado por uma equipe técnica, e no que concerne os resultados das avaliações de Matemática do 3º ano os índices divergem. Os sujeitos investigados foram o Gestor e o Pedagogo, procurando estabelecer indicativos que justifiquem a disparidade dos resultados entre as avaliações, e com o intuito de obter informações fidedignas dos sujeitos investigados, entrevistou-se os supracitados de uma escola estadual do município de Parintins.
Palavras – chave: Avaliação Interna – Avaliação Externa – Aprendizagem - Gestor – Pedagogo.
Resumen
La evaluación escolar es una práctica adoptada por los sistemas educativos, siendo un mecanismo de suma relevancia para el proceso de enseñanza aprendizaje, por lo que este artículo investiga las concepciones de evaluación escolar: interna versus externa - SADEAM (Sistema de Evaluación del Desempeño Educativo del Amazonas) .Este artículo, tiene por finalidad averiguar las situaciones de desempeño de los alumnos. Dado que la evaluación interna se pasa a partir de la relación del profesor con el alumno, mientras que la evaluación externa es una prueba elaborada por un equipo técnico, y en lo que concierne a los resultados de las evaluaciones de Matemáticas del tercer año los índices difieren. Los sujetos investigados fueron el Gestor y el Pedagogo, buscando establecer indicadores que justifiquen la disparidad de los resultados entre las evaluaciones, y con el fin de obtener informaciones fidedignas de los sujetos investigados, se entrevistó a los citados de una escuela estatal del municipio de Parintins.
Palabras clave: Evaluación Interna - Evaluación externa - Aprendizaje - Gestor - Pedagogo.
Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:
Di Diane Matos Pinheiro y Paulo Cesar Viera Archanjo (2019): “Avaliação escolar: ampla visão do gestor educacional e coordenador pedagógico”, Revista Atlante: Cuadernos de Educación y Desarrollo (julio 2019). En línea:
https://www.eumed.net/rev/atlante/2019/07/avaliacao-escolar.html
//hdl.handle.net/20.500.11763/atlante1907avaliacao-escolar
1. Introdução
Este artigo objetivou-se compreender as concepções do gestor e pedagogo em relação a avaliação escolar, interna versus externa, procurando identificar fatores que possam corroborar nos resultados das avaliações internas e nos resultados das avaliações externas, ou que justifiquem tamanha disparidade entre os índices avaliativos de Matemática no Ensino Médio.
Em busca de uma análise aprofundada indagou-se os seguintes membros da equipe escolar, o gestor e o pedagogo, visando a possibilidade de elucidar tal discrepância de índices matemáticos, além de obter informações importantes a respeito da temática pesquisada.
No que tange a abordagem realizada na presente pesquisa sobre a avaliação escolar incluiu alguns conceitos da avaliação interna e da avaliação em larga escala por autores renomados neste assunto, dado que as avaliações são instrumentos pedagógicos utilizados em uma escola.
A instituição de ensino foi escolhida pelo valor de seu índice encontrado no SADEAM, posto que a escola atualmente possui o índice Básico e o município de Parintins dispõe do índice Abaixo do Básico, sujeitos estes da pesquisa que são relevantes para a análise da disparidade dos indicadores avaliativos.
Os dados abordados nesta investigação basearam-se na pesquisa qualitativa que preocupou-se com o aprofundamento do conhecimento e da compreensão de um estudo, uma abordagem qualitativa busca explicitar e exprimir fatos, além de aspectos realistas advindos das relações sociais (Gerhaldt e Silveira, 2009).
A coleta de dados deste estudo embasou-se na pesquisa qualitativa, utilizando a entrevista, como técnica de coleta, no qual produziram dados consideráveis para um bom andamento da investigação. No decorrer apresentou-se alguns resultados obtidos por meio dos sujeitos analisados que possibilitaram uma melhor compreensão e um diálogo com o objeto da pesquisa afim de proporcionar informações fidedignas para a pesquisa.
2 – Problematizando a Avaliação Escolar
A avaliação interna é a avaliação proporcionada diariamente entre o professor, o aluno e a parte pedagógica da escola, repassando os conteúdos programáticos, por meio dos planejamentos escolares, atribuindo juízos de valores ao desenvolvimento dos alunos em suas atividades, compactuando com os aspectos sociais em que os discentes estão inseridos, além dos aspectos emocionais por qual perpassam (Luckesi, 2011).
No caso da avaliação externa ela é elaborada por uma equipe técnica pedagógica visando reconhecer por meio de teste padronizado as competências e as habilidades do aluno em determinado nível de escolaridade, gerando uma proficiência que serve como termômetro do conhecimento, utilizou-se de modelos estatísticos para garantir tais resultados, com o propósito de averiguar se o discente está apto para resolver determinadas situações correspondentes a sua etapa escolar (SADEAM, 2013).
Este estudo sobre as divergências entre o rendimento escolar interno e o desempenho padrão nas avaliações externas, apresenta os resultados parciais de uma investigação de mestrado que mostra o rendimento escolar e o desempenho do SADEAM na disciplina de Matemática do 3º ano do Ensino Médio em Parintins, nos últimos anos, investigando as influências que tanto a avaliação da aprendizagem quanto a avaliação em larga escala oferecem para a educação.
3 – Caracterização da Avaliação Escolar
O tema sobre a avalição escolar tem proporcionado muitas discussões em torno do “que é”, “como fazer”, o “quê fazer”, “para quê fazer”, seus significados e suas práticas, no qual diversos educadores debruçam sua atenção ao processo avaliativo educacional.
A avaliação escolar exposta pela perspectiva de Tuttman (2013: 101) evidencia todos os participantes do processo avaliativo educacional na prática de aquisição do conhecimento, enfatizando que:
Especialmente quando se fala da educação básica, a avaliação torna-se um importante recurso pedagógico, imprescindível para o educador, o educando e para os sistemas educacionais perceberem-se e buscarem caminhos adequados de construção de conhecimentos e práticas desejáveis, numa perspectiva emancipatória de educação.
É uma atividade, portanto, que envolve aspectos tanto técnicos quanto políticos. Isso significa que o ato de avaliar compreende ações inseparáveis que envolvem o conhecimento técnico e definições políticas [...].
Quando há a reflexão sobre a avaliação escolar a diversidade de conceitos é extensa, visto que é um tema bastante debatido e estudado pelos pesquisadores. A avaliação em uma de suas definições ofertada por Libâneo (1994: 195), nos diz que:
A avaliação é uma tarefa complexa que não se resume à realização de provas e atribuição de notas. A mensuração apenas proporciona dados que devem ser submetidos a uma apreciação qualitativa. A avaliação, assim, cumpre funções pedagógicas-didáticas, de diagnóstico e de controle em relação às quais se recorre a instrumentos de verificação de rendimento escolar.
Há numerosos significados para definir a avaliação escolar, e mais autores corroboram em enfatizar que a avaliação não é somente julgar, mas sim algo muito mais profundo, que precisa da colaboração de todos e que principalmente o educando é o foco desse instrumento, onde deve-se priorizar a qualidade na educação a qual este está inserido.
O processo avaliativo educacional envolve uma equipe, não é somente responsabilidade do professor ou do aluno, mas também de todos os que se fazem envolvidos nesse contexto, bem como os gestores, os pedagogos, os professores, os alunos, os pais, a comunidade e a sociedade.
A avaliação é um processo contínuo e sistemático que abrange investigar, analisar, aferir, identificar comportamentos e rendimentos do aluno, do professor, do sistema educacional, no que concerne a construção do conhecimento na teoria e na prática (Sant’anna, 2011).
Vale ressaltar que a investigação procurou entender os motivos que concorrem para a divergência entre os índices de aprovação dos estudantes do 3º ano do Ensino Médio em Matemática e os baixos índices de desempenho nos resultados das avaliações externas do SADEAM.
Neste sentido, para ajudar a entender tal problemática realizou-se um levantamento prévio no qual constatou-se que das 12 escolas estaduais cujas possuem o Ensino Médio no município de Parintins apenas 1 escola possui o desempenho padrão Básico, no último dado disponível pelo SADEAM, as demais apresentam o desempenho padrão Abaixo do Básico, tornando o índice do município com a performance de Abaixo do Básico, por isso selecionou-se o educandário em que o índice avaliativo é Básico por ser considerado o maior índice nesta localidade, contudo não se aproxima dos elevados índices dos rendimentos internos em todas estas escolas (SADEAM, 2015).
Os dados apresentados confirmam a divergência entre os índices avaliativos do município de Parintins demostrando que no rendimento escolar em Matemática o índice é de 93% de aprovação. Todavia, ao passo que é revelado o desempenho na avaliação em larga escala na mesma disciplina apresenta o índice Abaixo do Básico com 62,7%, evidenciando a discrepância de índices avaliativos o qual torna relevante a problemática desta pesquisa.
Por meio dos dados, constata-se que em uma avaliação o índice é elevadíssimo de aproveitamento, contudo, na outra avaliação o índice é baixíssimo mantendo-se nas menores escalas de desempenho, o sumo das indagações deste trabalho.
Diante do exposto e com a finalidade de analisarmos questões relevantes para a pesquisa, procurou-se ouvir por meio da entrevista o gestor e o pedagogo da escola selecionada, visando o entendimento sobre as avaliações escolares: interna e externa, e para compreendermos suas posições e reflexões sobre a avaliação da aprendizagem escolar.
4 – Concepção da avaliação interna na perspectiva do gestor e pedagogo
No que diz respeito a avaliação interna, o gestor dessa escola é pedagogo com especialização na área de Gestão, tem 60 anos de idade, 26 anos na função de gestor, 36 anos exercendo o magistério. O pedagogo possui nível Superior (Mestrado) tem 32 anos de idade, 3 anos na função de pedagogo e 6 anos de magistério.
Aos participantes, indagou-se sobre as temáticas desta pesquisa: a avaliação interna, rendimento escolar, resultados, avaliação externa, SADEAM, desempenho e índices, além de concepções sobre o vigente sistema das escolas públicas, nessa etapa de interpretação analisou-se as entrevistas com o gestor e com o pedagogo.
Quando indagado ao gestor sobre o grau de importância das avaliações internas na organização do processo educacional o mesmo apresentou sua concepção:
Todo e qualquer processo seja educacional ou dentro de outras situações há a necessidade da avaliação, a avaliação ela deve ser feita primeiro no planejamento, que por si só já requer uma avaliação, no momento em que você planeja alguma coisa, você tem que agir e avaliar para saber se dar para continuar ou não dar para continuar o seu planejamento. Então a avaliação é extremamente necessária, apesar de que todo e qualquer tipo de avaliação tem suas falhas, mas mesmo assim, mesmo com falhas ajuda bastante (Entrevista concedida pelo gestor em novembro de 2018).
A mesma indagação foi aplicada ao pedagogo que relata sua opinião sobre a importância da avaliação dentro do âmbito escolar, processo esse fundamental no interior da escola:
Acredito que é uma das coisas mais importantes dentro da escola a questão da avaliação, a avaliação interna ela vai mostrar o rendimento individual do aluno, então é por meio dela que a gente vai conseguir ter uma leitura mais profunda da qualidade do ensino, daquele referido aluno, o que ele conseguiu desenvolver no bimestre, ou semestre ou no ano, o que ele precisa, talvez o que ele não tenha desenvolvido naquele determinado período e o que ele vai precisar desenvolver (Entrevista concedida pelo pedagogo em dezembro de 2018).
O gestor e o pedagogo alegam que a avaliação é um instrumento importante, o primeiro afirma que há falhas, mas que são extremamente necessárias e o segundo nos diz que a avaliação verifica o processo de ensino - aprendizagem de cada aluno. E Sant’Anna (2011: 31) enfatiza que:
“Avaliação é conscientizar a ação educativa”. As definições levam-nos a concluir da importância da avaliação no sistema escolar, pois é através da mesma que o professor e a escola verificarão se os objetivos de ensino e do sistema foram alcançados.
Na sequência apresentou-se a indagação de qual deve ser a função da avaliação interna na escola ao pedagogo que foi enfático ao afirmar que é “Saber como aquele aluno estar, intervir, projetar atividades para aquele aluno, para melhorar o rendimento escolar e verificar à que circunstâncias o aluno está inserido”.
Questionado de como ele procede a sua participação enquanto gestor no processo da avaliação interna, em que relata:
A gente tenta analisar de uma forma praticamente superficial, nós não encaramos a avaliação como algo benéfico, ou seja, eu não estou avaliando, eu estou punindo, e existe uma diferença muito grande, a avaliação ela deve ser avaliação, punição é punição, e nós não podemos juntar as duas coisas, e infelizmente isso acontece, a questão do gestor é ter essa visão geral, essa visão global, até mesmo do aspecto negativo da avaliação (Entrevista concedida pelo gestor em novembro de 2018).
Libâneo (1994: 198) corrobora com a fala do gestor que retrata “A prática da avaliação em nossas escolas tem sido criticada sobretudo por reduzir-se à sua função de controle [...]”, o que não deve suceder dentro de um estabelecimento de ensino, a avaliação é um instrumento de diagnóstico do processo educacional e não uma punição.
Quando interpelado ao pedagogo sobre a sua participação no processo avaliativo interno este por sua vez afirma que:
Dentro daquilo que é possível se fazer dentro de uma instituição, a gente faz, se é pra conversar com o pai se conversa, se é pra conversar com o aluno se conversa, se é para conversar com o professor a gente conversa, se é para dar auxílio pedagógico dentro daquilo que a gente tem, a gente dar, mas é claro que a nossa função ela é muito restrita por conta que a gente se sente muito amarrado a certas imposições do sistema, do sistema que não nos permite fazer aquilo que gostaríamos de fazer, a gente precisa de suporte, em nível de escola, em nível de Secretaria do Estado, e infelizmente a gente não tem, mas também isso não pode ser justificativa pra gente não fazer, mas tem coisas que poderiam melhorar significativamente o resultado da avaliação interna e o próprio processo dessas avaliações que infelizmente são inviabilizados por conta dessa falta de apoio, de incentivo por parte de nível de secretaria (Entrevista concedida pelo pedagogo em dezembro de 2018).
Segundo o pedagogo fica evidente a falta de apoio da Secretaria de Educação do Estado em subsidiar recursos para a escola em prol da melhoria dos rendimentos dos alunos, o que está ao alcance do pedagogo para ajudar a equipe escolar ele ajuda, mas o mesmo refere-se bastante a falta de suporte técnico, por meio da secretaria.
Sabe-se que uma educação de qualidade não é só advinda do professor, ou do aluno, e sim responsabilidade de um conjunto, como a parte pedagógica, gestão, sistema e governantes. Segundo Lordêlo e Dazzani (2009: 20) argumentam que a avaliação não é um processo individual, como comumente consideramos, e que sim é processo que envolve a todos.
A avaliação da educação nacional, ao contrário do que se percebe a primeira vista, não está restrita ao terreno pedagógico. Ela reflete orientações políticas dos governos e, muitas vezes, perde seu caráter de diagnóstico de situações a serem aperfeiçoadas, para tornar-se instrumento de controle do Estado.
As políticas dos governos são os principais agentes da mudança para uma educação melhor, pois os governantes são os responsáveis em proporcionar suporte técnico e financeiro para que de fato exista a qualidade no ensino, mas o que está ocorrendo é que os governantes tomaram a avaliação como mecanismo de poder, priorizando o quantitativo de melhores índices, promovendo cobranças para que as escolas de baixo rendimento alcancem as metas. Tais cobranças são geradas, mas sem suporte pedagógico, em vista que os poderes públicos não estabelecem as condições necessárias para o desenvolvimento da melhoria na educação.
Em seguida perguntou-se ao gestor quais são as principais dificuldades enfrentadas para melhorar o rendimento interno da escola, na qual é uma de suas maiores responsabilidades, em que deve analisar e verificar as situações que decorrem no processo de ensino e aprendizagem, que nos relatou:
A avaliação interna é extremamente importante para a escola, nós podemos tirar vários parâmetros daí, por exemplo, quando nós recebemos aquilo que nós precisamos estudar, aquilo que precisamos ver, facilita nosso trabalho. O que encontramos de dificuldade é que às vezes, alguns professores não compreendem o significado das avaliações, fazendo colocações errôneas como: isso é índice bom que eles (governo) querem ver, esses resultados não afeta a escola. Só que sim, se nós soubermos aproveitar, tem muita coisa aqui que serve para melhorar os rendimentos de nossas escolas (Entrevista concedida pelo gestor em novembro de 2018).
De acordo com a colocação do gestor, a avaliação interna nos permite diagnosticar e analisar algumas situações que decorrem na escola, rever certos quesitos, visando a melhoria do processo de ensino aprendizagem dos alunos.
No que concerne, percebe-se ainda na pronuncia do gestor em relação ao rendimento, atribuiu como uma de suas dificuldades a resistência de alguns professores pelo simples fato de que o professor não está muito interessado nos resultados, no rendimento final do aluno, não tem interesse em buscar melhorias, pois supõe que sua função docente é somente lecionar, porém, não é verdade, sua missão é ir muito além de ministrar aula.
Por sua vez quando questionado ao pedagogo sobre suas dificuldades enfrentadas na rotina do educandário a sua resposta provém de inúmeras situações que o deixam sem autonomia para realização do devido trabalho, em que explica:
A gente não tem a autonomia que tanto busca, que tanto fala na autonomia, a gente não tem essa autonomia, nem 50%, eu acredito que em sala de aula o professor tem muito mais autonomia para gerir a sala de aula, para organizar seu conteúdo, para voltar conteúdo que ele não conseguiu terminar, para avançar conteúdo que ele acha que é preciso ele dar naquele momento, definir metodologias diferentes, da forma que ele vai conhecendo a turma ele vai definindo novas metodologias, ele tem muito mais autonomia para fazer o trabalho dele, do que nós na área de Coordenação Pedagógica, nós esbarramos muito na questão de tempo, a falta de tempo, porque nós não temos muito apoio, suporte humano, e também não temos apoio técnico, de conhecimento, de fundamentos, de pessoas, técnicas que nos auxilie nisso, a gente vai aprendendo ser pedagogo no dia a dia, vai aprendendo na prática, e fazendo, porque não temos suporte, não temos uma orientação, diferente da profissão do professor, que desde 1999 tem os PCN’s que já dar um norte, depois tem as Propostas Curriculares, as Matrizes, e outros cadernos que vão orientando a prática, a gente não tem nada, o que tem que respalda nosso trabalho por exemplo é o Estatuto do Servidor Público, a LDB e o Estatuto do Magistério que fala da função do pedagogo e é em cima disso que a gente trabalha, mas não temos uma orientação técnica em cima disso, então precisa de um suporte técnico, assim como professor diz que ele precisa da formação continuada, o pedagogo também precisa de formação continuada e não temos, então a gente vai fazendo as coisas de acordo com as demandas que vão surgindo, então uma das principais dificuldades enfrentadas para melhorar a avaliação interna e o rendimento interno é justamente isso o apoio técnico, para gente saber por onde fazer e saber como fazer (Entrevista concedida pelo pedagogo em dezembro de 2018).
Por outro lado, o pedagogo culpabiliza a falta de autonomia por meio da Secretaria de Estado de Educação, pois esta não fornece subsídios necessários e nem suficientes para o desenvolvimento de suas tarefas de maneira satisfatória e ainda relata a falta de tempo em exercer suas atividades, em vista que são inúmeras situações que ocorrem no interior de uma escola.
Em relação às funções remetidas a coordenação pedagógica/pedagogo, Torres (2007: 49) reforça a fala de afirmando que:
É necessário nos remeter ao fato de que, comumente, os coordenadores pedagógicos apontam que as expectativas em relação ao seu desempenho, a falta de tempo e as inúmeras demandas do cotidiano e mesmo a falta de clareza em relação ao seu papel acabam por contribuir para que suas preocupações centrem-se mais na modificação urgente de situação, na rápida resolução de problemas e na prestação imediata de serviços [...].
Em relação à avaliação interna, interpelou-se ao gestor se de fato o resultado dos alunos é verdadeiro, se as notas são reflexo do real rendimento escolar do aluno, se está condizente com o nível e/ou etapa de aprendizado do aluno, e/ou com o que o aluno aprendeu em sala de aula?
Em partes sim, a avaliação é resultado sim do processo, mas nem sempre por ser muito complexa, mas eu penso que a avaliação ela é muito falha, até porque nem todos os dias nós temos o mesmo estado de espírito, nem o professor e nem o aluno, tudo isso pesa dentro de uma avaliação, mas isso não é visto, tem situações em sala de aula que o clima não está bom de relacionamentos entre eles e isso também pesa nas avaliações, então eu vejo a questão da avaliação que ela é deve ser feita? Deve ser feita. Ela deve continuar sendo feita? Ela deve continuar sendo feita e Ela vai continuar com falhas? Sempre, porque o ser humano é falho, então aquilo que sou nesse momento daqui a pouco dependendo do meu estado de espirito, eu ajo de uma forma agora e daqui a pouco na mesma situação, dependendo do meu estado de espírito eu passo a agir de uma outra maneira, até a temperatura do ambiente interfere no aluno, ele vem num calor desse causticante, entra numa sala de aula para fazer uma prova de Química ou de Matemática, qual o rendimento desse menino? Ele vai cair, tudo isso nós temos que observar, nós temos que ver a avaliação como um ponto bom, para nós prevermos algumas situações, mas nós não podemos levar ao pé da letra, e nem julgar a partir de avaliações dessa forma (Entrevista concedida pelo gestor em novembro de 2018).
O professor gestor destaca que o meio em que o aluno está inserido interfere diretamente na concentração e na construção do conhecimento, no qual em sua fala exemplifica algumas situações cotidianas, ainda afirma que toda avaliação tem suas falhas e seus equívocos, tanto para o professor quanto para o aluno, e que as avaliações em si não levam em consideração os aspectos emocionais, sociais, climáticos e econômicos.
Em relação a esses aspectos Boruchovitch & Martini (1997: 60) evidenciam que “[...] não é incomum que mesmo os alunos com capacidade intelectual média, apresentam um baixo rendimento escolar devido a problemas afetivos emocionais [...]”, consequentemente poderá haver interferências no desempenho do aluno com esses problemas afetivos, emocionais, sociais, financeiros e outros mais que ainda podem acarretar um baixo rendimento.
Há muitos fatores que podem influenciar no desempenho dos alunos inclusive a sua vivência dentro e fora da escola, os meios ao seu redor são capazes de ocasionar problemas, mas que a escola e a família juntas auxiliem na busca por condições de equilíbrio para que o educando desenvolva a aprendizagem.
No momento em que indagou o pedagogo sobre a veracidade dos resultados do rendimento da sua escola, se concordava com seus índices avaliativos, o mesmo nos informou:
Depende muito de como esse profissional se organiza de como ele se estrutura, o professor que falo, tem avaliações de que eu como pedagogo consigo observar que é resultado verídico, mas tem avaliações que eu vejo que é facilitado, facilita demais para o aluno, não é que a gente vai ter que dificultar a vida do aluno, não, tem que tratar o aluno como ser capaz de fazer, capaz de aprender, que a gente precisa claro dar suporte para ele aprender, dar condições para ele aprender, está junto com ele, mas não se pode nunca, jamais, tratar o aluno como incapacitado, que eu vou dar jeitinho para o aluno, eu sou sempre contra essas questões de dar jeitinho para o aluno, muito pelo contrário, eu não só de querer burlar a situação, se é essa a realidade, então é essa realidade que a gente vai mostrar, não vamos falsear um resultado que não é o nosso, porque depois somos nós que vamos ter que lhe dar com os resultados falseados, então é melhor a gente trabalhar com a realidade, porque sabemos o que tem que fazer e como tem que fazer, do que a gente está mascarando uma situação, que depois os únicos que vão sofrer com isso são os professores e os alunos (Entrevista concedida pelo pedagogo em dezembro de 2018).
O professor pedagogo retrata a parte pedagógica em si, examina as avaliações apresentadas pelo professor e percebe que em algumas avaliações os professores são criteriosos, requerem resultados minuciosos, estruturam suas avaliações, e Vianna (2005, p.84) corrobora que “uma avaliação devidamente estruturada em nosso contexto educacional, teria grande impacto sobre a aprendizagem e o ensino [...]”.
Por outro lado, os professores facilitam, não instigam os alunos, colaboram demais para que o aluno obtenha êxito em suas avaliações, não permitindo um resultado realmente condizente com a situação do aluno, ou seja, ludibriando os desfechos finais, e o mesmo enfatiza que não apoia este tipo de atitude.
Recordando a avaliação da aprendizagem tem como objetivo subsidiar condições para o processo de ensino aprendizagem do aluno em que Luckesi (2018: 204) conceitua: “[...] a avaliação da aprendizagem nos permite acompanhar nossos estudantes individualmente em suas aprendizagens, carências e necessidades de ajuda em seu percurso de desenvolvimento e formação [...]”.
É a avaliação interna que proporciona o rendimento da escola, como também analisa a situação individual do aluno, que por sua vez depende de muitos fatores externos ao ambiente escolar, mas que fazem parte do convívio do aluno como exposto pelo gestor, pelo pedagogo e pelo autor Luckesi, situações estas que envolvem também a equipe escolar, a família, o grupo social, além das próprias perspectivas de futuro dos educandos.
5 – Um olhar minucioso da avaliação externa
A avaliação externa ou em larga escala é um processo coletivo, que assim como a avaliação interna, depende de um todo para obtenção dos resultados, precisa da gestão, da equipe pedagógica, dos professores e dos alunos, para indicar a que nível está a qualidade do ensino ofertada aos discentes e a sociedade. Luckesi (2018: 196) retrata a avaliação externa como:
A avaliação do sistema de ensino é constituída pela investigação da qualidade do desempenho de todos os componentes educativos formais do país, que, em visão ascendente, investiga a qualidade do resultado do desempenho dos professores em sala de aula, a seguir aborda a qualidade do desempenho das escolas, e subsequente aborda o desempenho da organização municipal, estadual e federal do ensino [...].
A avaliação externa tem por foco o desempenho da escola e o seu resultado é dado por uma medida de proficiência que possibilita aos gestores a implementação de políticas públicas, e às unidades escolares, um retrato de seu desempenho para o aperfeiçoamento na qualidade do ensino.
Procurou-se também saber do gestor sua opinião sobre o grau de importância das avaliações externas na organização do processo educacional, em que respondeu:
Ela é importante, mas nós sabemos que as avaliações externas elas são feitas, às vezes, nem dentro da nossa região, elas são formuladas fora da nossa realidade, e tem coisa que nós devemos levar em consideração, tem coisas que nós devemos trabalhar a partir daquilo que nós observamos dentro da nossa própria realidade. Temos que deixar de fazer as avaliações externas? Não, mas temos que saber separar o joio do trigo, o resultado positivo que eu devo utilizar e aquilo que realmente não condiz com o resultado da minha realidade, então tem que avaliar a avaliação, tem que ter esse cuidado (Entrevista concedida pelo gestor em novembro de 2018).
A concepção do gestor sobre a avaliação externa é que a mesma não leva em consideração a localidade, mas se faz necessário, e que a partir do seu resultado pode tomar decisões que possibilitem a melhoria do processo de ensino da escola, todavia, algumas situações devem ser descartadas por não auxiliarem o processo educacional.
Por sua vez questionamos a importância da avaliação em larga escala no desenvolvimento do processo escolar ao pedagogo, que afirmou:
A avaliação externa tem como importância, justamente mostrar o nível do coletivo, o resultado que deve ser real da Educação Brasileira, seja na questão de rendimento do aluno, seja na questão de fluxo de aluno, no caso por meio do censo escolar, de quantos alunos saem, entram, quantos foram aprovados, quantos foram reprovados, para ter essa noção de como as escolas estão trabalhando essas situações, porque é uma das características dessa avaliação, e que pesa muito essa questão do fluxo da escola, então a importância dela é muito grande, porque é por meio das avaliações externas que se consegue identificar alguns problemas de sistema, porque vamos falar de rede, de sistema educacional, de instituições específicas, e é por meio dessas avaliações externas que se consegue. E então, o governo pode projetar políticas públicas ou fomentar algumas outras políticas públicas para isso, trabalhar junto com as Secretarias de Educação (Entrevista concedida pelo pedagogo em dezembro de 2018).
A opinião dada a avaliação em larga escala relatada pelo gestor e pedagogo é de extrema relevância, pois é com ela que se verifica o desempenho escolar ao nível de totalidade, no coletivo, por instituição e que se faz necessária para o melhor desenvolvimento das escolas, dos governos. Além disso, é por meio delas que se pode tomar decisões que auxiliam na melhoria da qualidade educacional, melhorias nas políticas públicas para os sistemas de ensino, visando a contribuição na transformação da educação de qualidade ofertada a todos os alunos.
As ideias do pedagogo e gestor convergem como o pensamento de Luckesi, que argumenta que a avaliação externa é voltada para diagnosticar a educação de modo geral, e que por meio de seus resultados pode-se analisar e oferecer condições de trabalho e de melhoria na educação, mas o que tem se observado é que estão mais preocupados com os resultados finais do que com o processo de ensino aprendizagem, está cada vez mais fácil ter acesso a escola, todavia está cada vez mais longe de uma educação de qualidade (Luckesi, 2011).
Ao tratar-se de sistema educacional indagou-se ao gestor se há ações de apoio da Secretaria de Educação para ajudar as escolas a se articularem nas avaliações externas com a avaliação da aprendizagem, que foi minucioso ao nos relatar:
Sim, só que infelizmente às vezes é feito só com o gestor, e o gestor não é suficiente, às vezes nem sabe repassar isso, o que deveria ser feito é que essas formações fossem realizadas com os professores de modo geral, em todas as escolas, assim que deveria ser repassado e não a um grupinho e depois eles tem que se responsabilizar em passar como geralmente é feito, eles (secretaria) dizem ao grupinho vocês serão os reprodutores, isso não tem dado certo, na realidade deveria ser os profissionais passando para os próprios professores, diretamente para todos os professores, eu penso que dessa forma surtiria muito mais efeito (Entrevista concedida pelo gestor em novembro de 2018).
Quando questionou se há ações de apoio da Secretaria de Educação para auxiliar as escolas a se articularem nas avaliações externas com a avaliação da aprendizagem, para o pedagogo, também externou que a Seduc não cumpre seu papel como deveria. Corroborando que:
O apoio da secretaria ele é muito emergencial, ele é muito perto do prazo do que a gente tem que fazer e fica uma coisa muito de pressionar, e parece que é muito imediato, é uma ação mal planejada, parece que nada é planejado, não é uma coisa que você vê do início do ano, é muito joga para cima da escola e a escola tem que se virar e eu acredito que o grande erro da secretaria é justamente esse, ela não está se planejando, para um ano de atividade, chega as coisas muito em cima, aqui local (coordenadoria) alegam que chega muito tarde pra cá, então o quê que é? É lá em Manaus que envia muito tarde pra cá?
Como teve por exemplo que fazer o dia S do SAEB em uma semana, tem que organizar tudo isso em uma semana, é um planejamento a nível nacional e que só agora à uma semana que nós vamos nos organizar para fazer, então essas coisas que acontecem de improviso, é que dificultam muito o andamento do trabalho também dentro da escola (Entrevista concedida pelo pedagogo em dezembro de 2018).
Esta indagação foi de suma importância, uma vez que se pôde observar nas falas do gestor e pedagogo a ausência de ações para melhorar o processo de ensino e aprendizagem, principalmente vindo da Secretaria de Educação do Estado. Desse modo, é por meio das estruturas pedagógicas, físicas, pessoal, financeira proporcionam subsídios para melhor desenvolver as atividades escolares, por sua vez ter resultados satisfatórios e por consequência obter a tão almejada educação de qualidade.
Na fala do gestor existe a formação e oficinas pedagógicas para os professores, todavia, quem participa são os gestores e eles posteriormente devem repassar para os docentes, mas o correto seria que os próprios professores pudessem participar dessas formações, em razão de que eles são os principais responsáveis pelo processo de ensino aprendizagem dos alunos.
Conforme relatado pelo gestor na maioria das vezes ele não repassa aos docentes minuciosamente tudo que aprendeu nas formações, o que não é culpa dele, pois ele não estar ativamente em sala de aula, o gestor tem muitas funções e cuida mais da parte burocrática, administrativa, disciplinar, e nesse percurso de transmitir o conhecimento aos alunos em sala de aula os principais agentes são os educadores e os próprios educandos.
Na perspectiva do pedagogo a falha é ainda maior, dado que a falta de planejamento tem desnorteado o bom desenvolvimento das atividades da escola, uma vez que nesse período em que o pedagogo está nesta função as ações solicitadas pela Coordenadoria Local foram impostas em cima da hora, alegando que a ordem veio da Secretaria do Estado, o pedagogo indaga-se: Será que o Estado não tem planejamento? Será que não sabe o que vai acontecer no decorre do ano? Por que não procura solucionar essas lacunas?
De acordo com as interrogações fica evidente a falta de suporte e principalmente de planejamento advinda da Secretaria para as escolas públicas, com o intuito de um bom andamento pedagógico, cobra-se muito nos resultados, nos índices finais, contudo não alicerça melhor a educação básica e não minimiza as dificuldades encontradas.
A avaliação externa empregada no Estado do Amazonas é o SADEAM – Sistema de Avaliação do Desempenho Educacional do Amazonas, que iniciou no ano de 2008, como política pública capaz de melhorar a qualidade do ensino e da aprendizagem (Gouveia, 2014).
Procurou-se interpelar ao gestor a respeito da avaliação externa do SADEAM, se esta trouxe mudanças nas práticas de avaliações internas da escola, em que relatou:
Trouxe sim muitas mudanças, a partir do momento que nós não tínhamos o SADEAM, nós não nos preocupávamos com a evasão, nós não nos preocupávamos com a reprovação, nós não nos preocupávamos com nada, usávamos a expressão “quem for podre que se quebre” e hoje em virtude dessas avaliações, nós vamos atrás de alunos, tentamos recuperar alunos, tentamos salvar alunos, mas quero ressaltar que eu sou contra tentar passar aluno para que você fique bem em uma avaliação, isso é errado.
No entanto a avaliação do SADEAM nos ajudou em muitas coisas, coisas que nós não fazíamos e que hoje fazemos, porque na avaliação vai ser conferido o número de alunos que se ausentaram da escola, o número de reprovações, então você trabalha mais rígido com os professores que querem reprovar por reprovar, aquele que tem a cultura da reprovação, quando deveria ser o contrário, ele deveria mostrar que ele é bom através da facilidade do aluno em aprender com ele (Entrevista concedida pelo gestor em novembro de 2018).
Na colocação do pedagogo em relação à avaliação em larga escala do SADEAM, buscou-se também indagar se há alterações nas práticas avaliativas internas da escola, que nos fez a seguinte ponderação:
Trazem sim, assim como toda avaliação. Traz porque qualquer resultado de avaliação, principalmente em se tratando a nível de Estado sempre traz alguma coisa de positivo.
O que me preocupa principalmente em si tratando de gestão é essa competição entre escolas, uma escola quer ser maior, uma escola não admite está com o índice pior do que o da outra, muito pelo contrário os sistemas deveriam estar juntos, justamente, para nos organizar e mostrar a realidade de nossa escola, porque supõe-se que o índice tá bom, tá 100% de rendimento em uma determinada instituição então supõe-se que lá a estrutura está ótima, os professores estão ótimos, a organização escolar da escola está ótima, a participação da família está ótima, os alunos estão aprendendo 100% de tudo, e tudo está ótimo. O quê que o governo vai investir em uma escola que está ótima? Nada.
Quando aparecem os problemas dentro de uma escola gera discussões, gera polêmicas. Por que está acontecendo isso na escola tal? Como que o nível está baixo? Mas lá está precário, lá não tem secretária, lá não tem biblioteca, lá não tem laboratório, a gente mostra a realidade e traz a possibilidade de ter alguma mudança, agora se você quiser manter um nível de ensino dessa forma ótimo, que eu não acredito que exista, falando do Estado do Amazonas, uma escola com 100% de aprovação, de rendimento, isso não é possível, porque eu não acredito que uma escola tenha todas as estruturas fundamentais para ser 100%, para ser ótima, então uma das coisas que eu fico muito preocupada é que as avaliações serviram muito para encher egos de alguns, do que justamente trabalhar a problemática da escola, é muita gente preocupada com o índice de sua escola, valores numéricos, rankings, do que mostrar a realidade de fato, vale ressaltar que a qualidade ela não é medida em notas, ela é dada e construída a longo prazo, não é a curto prazo, por isso que a avaliação ela é em larga escala, porque ela não é resultado de uma série, de um ano, ela é o resultado de um processo todo (Entrevista concedida pelo pedagogo em dezembro de 2018).
A partir dessas colocações do gestor que demonstra que o estabelecimento de ensino antes das provas externas não houve preocupação com a assiduidade do aluno, nem com a quantidade de reprovações, que naquele tempo não saia resultado algum “expondo” a escola, e que a partir das avaliações externas esta realidade mudou, uma a escola então, buscou mais atentamente a permanência do aluno na instituição, ao tentar reverter as reprovações, pois estes fatores contribuem em muito na análise final das avaliações externas.
Além de identificar os docentes que carregam na bagagem a cultura da reprovação, aquele professor que se vangloria de ter muitas reprovações, para este tipo de professor o aluno tem que ser muito bom para não ser reprovado, a quantidade maciça de reprovações não devem mais acontecer, visto que uma das funções do educador é facilitar o processo de ensino aprendizagem, buscando construir o conhecimento, visando um ensino no mínimo satisfatório para o aluno.
O pedagogo por sua vez denota sua preocupação com as avaliações externas de estarem a serviço de competição entre escolas, entre localidades, com resultados numéricos, com rankings, como relata “enchendo egos” de gestores e governantes, e não preocupados com o objetivo principal que é a melhoria da qualidade educacional concedida aos alunos. E Luckesi (2011) nos diz que “Os rankings, a nosso ver, só faz atrapalhar, à medida que as escolas que obtêm os primeiros lugares se consideram as melhores”, e isso menospreza as outras escolas, que podem estar ofertando um ensino de qualidade, mas que por outros motivos não alcançaram as melhores posições nos rankings educacionais.
E para consolidar a fala do pedagogo temos uma tabela que enfatiza os rankings mencionado pelo mesmo.
É imprescindível para o pedagogo, enfatizar em não acreditar que no Estado do Amazonas exista uma escola com estruturas físicas, financeiras, de pessoal, de funcionalidade perfeita, para alcançar o índice de rendimento interno de 100% de aprovação em todas as disciplinas, tornando o resultado final como inverídico, maquiando o verdadeiro desfecho final da escola.
As considerações do gestor e pedagogo evidenciam os representantes das escolas e do governo ficam ansiosos em ter bons “status”, está nos “rankings” de melhores escolas do que realmente inquietos com o que a escola está ofertando, se é a melhor educação. A escola ir atrás do aluno, permanecer com o aluno na escola, somente isso, não é garantia de um ensino de qualidade, precisa-se de muitas ações que possam minimizar a defasagem na aprendizagem do discente.
O objetivo primordial da avaliação externa do SADEAM, não é os rankings, mas sim a preocupação com a permanência do aluno no educandário e a busca por subsídios para uma educação de qualidade, como afirma Gouveia (2014: 77):
[...] atualmente são as questões relacionadas à permanência e à qualidade que mais preocupam, visto que são prerrogativas fundamentais de uma educação que prepare o aluno, de forma plena, para a vida em sociedade. Educação de qualidade e no tempo certo é, portanto, um direito de todos. As avaliações em larga escala buscam aferir o quanto os sistemas educacionais se aproximam ou se distanciam do cumprimento desse direito.
No que diz respeito a avaliação externa interrogamos o gestor, se o mesmo considera que os resultados do SADEAM refletem o real desempenho dos alunos de sua escola, no qual não hesitou em nos informar que:
Não, não refletem o real desempenho, existem muitas situações em que a gente percebe que as avaliações elas ficam um pouquinho fora da realidade, nós devemos fazer uma trabalho incrível de conscientização do próprio aluno, porque ele diz agora é a hora que eu vou ferrar com a escola, isso faz parte da nossa cultura, há um despreparo muito grande nosso, é cultural nosso que não gostamos de ser avaliado, por isso eu não creio que essa avaliação expresse a real situação da escola, nós temos aqui alunos que sabem, mas quando chega a hora da prova vão lá marcam tudo errado ou deixam de marcar, justamente que é para ferrar com o professor, para lascar com a escola, nós temos essa situação, inclusive às vezes quando anunciamos que amanhã vai haver uma avaliação externa o aluno nem vem para escola, e isso é triste, isso demonstra outro aspecto que temos que trabalhar dentro da nossa própria escola, dentro da nossa própria sociedade (Entrevista concedida pelo gestor em novembro de 2018).
O gestor corrobora em sua fala as avaliações externas cujas não levam em consideração a vivência do aluno, diferentemente das avaliações internas, e que por hora a escola deve sensibilizar e conscientizar sobre a importância da avaliação em larga escala motivando os alunos a desenvolverem suas melhores habilidades e obterem os melhores resultados, uma vez que até o momento os educandos não demonstram interesse nas avaliações prejudicando a escola e os resultados finais, pois é por meio da avaliação externa que são dados os indicadores de qualidade no ensino.
Haydt (2006: 75) nos diz que “[...] a autêntica aprendizagem ocorre quando o aluno está interessado e se mostra empenhado em aprender, isto é, quando está motivado [...]”, afirmando a fala do gestor que quando temos educandos motivados, interessados e conscientes sobre as avaliações teremos como resultado desempenhos positivos.
Contudo, ao indagarmos o pedagogo quanto aos resultados das avaliações do SADEAM se realmente representam o real desempenho dos educandos da sua escola, confirmou os relatos do gestor, pois acredita que não representa o verdadeiro resultado, que algumas situações são burladas, mas que a partir dos índices pode-se tentar melhorar em alguns aspectos.
Nota-se que nos posicionamentos do gestor e pedagogo os resultados são insatisfatórios nas avaliações, que por um lado temos alunos que não apresentam interesse na realização das provas, pôr na maioria das vezes desconhecerem a magnitude de uma avaliação em larga escala, por outro lado temos que o levantamento se dá por meios quantitativos em testes padronizados juntamente com os dados do Censo Escolar.
Sabe-se que os critérios analisados para obter os resultados da avaliação do SADEAM considerados como indicadores são: a permanência do aluno na escola, os índices de aprovação e reprovação da escola, o fluxo de alunos (Censo Escolar) e o exame que verifica se o aluno tem habilidades e competências para o nível de escolaridade que se encontra (Gouveia, 2014).
Para que a análise da avaliação em larga escala seja mais próxima da realidade da escola deveriam levar em consideração somente a aplicação do teste padronizado, pois avaliaria o que o aluno aprendeu em sala de aula, de modo que demonstrariam suas habilidades e competências adquiridos naquela modalidade de ensino.
A evasão escolar e a reprovação são critérios relevantes que precisam ser trabalhados e minimizados, todavia não poderia interferir no resultado do exame uma vez que a qualidade do ensino é dada pela eficácia do ensino ofertado, ou seja do que os alunos conseguem desenvolver conforme seus conhecimentos.
O abandono escolar não dispõe somente de uma causa e nem se pode responsabilizar somente a escola pela evasão escolar, pois ela é determinada pelas mais diversas variantes sociais, políticos, econômicos e culturais (Silva, 2016).
É incontestável que a escola ter uma boa estrutura física, ter boa funcionalidade em todos os setores, ter profissionais qualificados entre outros aspectos, que isso evidentemente contribuirá para uma educação de qualidade (Luckesi, 2011).
Procuramos saber a concepção do gestor e do pedagogo sobre o sistema avaliativo das escolas públicas que rege o Estado do Amazonas, se os mesmos concordam com suas ações e suas finalidades, e quais suas considerações a respeito dessa política. O primeiro a responder foi o gestor que afirmou:
Eu acho o sistema de avaliação falho. Você pega uma gestão de escola aqui em Parintins, que não tem ninguém na parte disciplinar, que não tem ninguém numa biblioteca, que não tem ninguém no laboratório de Ciências, e você vê pessoas despreparadas às vezes ajudando, na nossa secretaria nós temos uma única secretária sem nenhum ajudante, porque não tem quem colocar, situações como essas elas pesam muito dentro de uma escola, nós precisamos trabalhar muito com a família, chamando a família, mas nós não temos um assistente social dentro da escola, um psicólogo dentro da escola, temos um psicólogo na Coordenadoria para atender todos os alunos da rede estadual, onde se encontra com o aluno e ele conversa com a família do aluno em 20 minutos e pronto já foi feito o atendimento (Entrevista concedida pelo gestor em novembro de 2018).
No entanto, o gestor nos afirma a falta de parcerias especializadas para exercer suas funções dentro da escola, reforçando-as a uma das falas supracitadas do pedagogo na falta de funcionários, assim como em outros ambientes da escola não tem prestadores de serviço qualificados suficiente, estas, interferem nas avaliações externas, este refere-se aos questionários aplicados aos educandos, bem como, ao corpo docente da mesma, no que tange a parte social do aluno, há uma preocupação maior, pois a SEDUC (Coordenadoria Local) não dispõe de atendimento adequado para os discentes. O gestor continua seu argumento ressaltando que:
Não adianta metodologias serem mudadas dentro da escola, não adianta a pedagogia mudar, não adianta acrescentar mais horas de trabalho, se nós não empurrarmos o teto social um pouquinho mais pra cima, o professor se esmera, o professor se prepara, mas esse menino não tem um ambiente bom, um ambiente de estudo lá fora, ele não tem um estímulo lá fora para estudar, além do mais ele não tem ainda a maturidade para enfrentar a vida, para ser dono da vida dele, no entanto não tem ninguém que o oriente dentro de casa, esse menino chega aqui na escola e é a escola que socorre esse garoto, então tudo isso interfere na aprendizagem, isso interfere no rendimento da escola, e ninguém vê isso, acha que o problema é a escola, não, e isso tem interferido no rendimento de nossas avaliações e ninguém percebe isso, que o maior problema do resultado das nossas avaliações não está dentro da escola, está fora da escola (Entrevista concedida pelo gestor em novembro de 2018).
Por conseguinte, a narrativa do gestor investigado realça sua grande preocupação com os problemas sociais do aluno bem como familiares, pessoais, emocionais, econômicos. Salientando a importante relação a realidade do aluno e sua interferência no resultado do processo ensino aprendizagem, e quando são aplicadas às avaliações externas eles são “julgados” igualmente desconsiderando qualquer tipo de realidade, o gestor ainda enfatiza que a escola pode ser um lugar de transformação intelectual e cidadã, mas é o convívio e a realidade do aluno que primeiramente necessitam ser modificados, caso contrário dificilmente os educandos alcançaram bons resultados em suas aprendizagens.
Sant’anna (2011: 23) corrobora com os relatos acima descritos enfatizando que “É preciso, admitir que a educação está relacionada às dimensões biológicas, psicológicas (cognitiva e afetiva), sociais e que estas não coabitam isoladamente, e sim de forma integrada”, ou seja, a realidade do aluno interfere diretamente no seu processo de ensino aprendizagem e posteriormente nos resultados de suas avaliações.
O segundo a responder a indagação sobre o sistema avaliativo que norteia o Estado do Amazonas foi o pedagogo, que exprimiu sua concepção da seguinte maneira:
Primeiro ponto o sistema tem que ser realmente comprometido com a verdade, temos que perder o medo de mostrar a nossa realidade, não ter vergonha da verdade, do resultado real, o segundo ponto que o sistema tem que fazer em relação às avaliações, é tratar a avaliação como ela realmente deve ser tratada, ela deve ser um parâmetro, ela deve ser um caminho para a escola conseguir fazer intervenções, seja de políticas públicas, seja de intervenções mais especificas dentro da escola, na questão de metodologia, ela não tem que só mostrar resultado (Entrevista concedida pelo pedagogo em dezembro de 2018).
Na visão do pedagogo o sistema vigente deve estar mais preocupado com a veracidade dos resultados, e que nós “escola” não devemos sentir vexame da realidade, além do mais na sua concepção as avaliações têm suas funções distintas e conjuntas, a avaliação interna abrange o individual, o aluno e a avaliação externa o coletivo, a escola.
Além disso o pedagogo pondera uma reflexão da qualidade educacional e conceitua as avaliações em breves palavras.
Nós precisamos refletir muito mesmo e primar pela qualidade do ensino do que pela quantidade, então eu vejo assim que todas as avaliações internas são para verificar pontualmente a dificuldade do aluno e a avaliação externa é para verificar o nível de ensino da escola (Entrevista concedida pelo pedagogo em dezembro de 2018).
Gouveia (2014: 39) colabora com o debate afirmando que “[...] a avaliação interna verifica a aprendizagem do estudante durante o processo de formação [...]”, dessa maneira, é considerada um dos instrumentos importantes para avaliar o processo educacional. Enquanto a avaliação externa“[...] avalia o desempenho dos discentes ao final de uma etapa [...]”, visto que, analisa o processo de ensino como um todo, averiguando as competências e habilidades que o aluno aprendeu durante uma etapa de ensino. Nota-se que os dois tipos de avalições se completam para a melhoria do sistema educacional, uma avalia o aluno no processo ensino-aprendizagem no decorrer do ano letivo e a outra somente ao final de cada etapa, que teoricamente se obtém do aluno os melhores resultados devido este ter se desenvolvido adequadamente no decorrer do nível escolar.
Todavia, no que tange a avaliação externa há uma preocupação maior, pois seu objetivo é diagnosticar a realidade da educação (Luckesi, 2011), no entanto o que decorre é que as avaliações em larga escala estão detectando que o ensino concedido aos educandos está com baixa qualidade, o que é alarmante e merece uma atenção meticulosa para tentar reverter ou minimizar essa situação.
Tendo em vista a preocupação com a qualidade do ensino ofertado aos alunos, e como os índices são contraditórios nas avaliações internas e externas de Matemática no Ensino Médio, procurou-se investigar por meio do gestor e pedagogo quais fatores atribuem a esta discrepância de índices, uma vez que na avaliação interna os resultados de aprovação são elevadíssimos, enquanto nas avaliações externas do SADEAM o índice de desempenho é básico, considerado um nível baixo. No ponto de vista do gestor sobre a problemática descrita anteriormente informa que:
Por envolver os alunos que saíram da escola, por observar a idade série, por observar a assiduidade do aluno na escola e várias outras situações, a utilização da biblioteca, e outros departamentos da escola, e a avaliação feita pelo aluno, as respostas dada pelo aluno que muitas vezes despreparados não sabem responder de forma adequada, tudo isso faz com que haja uma queda muito grande, até porque um grande número de alunos, vê essa avaliação como uma forma de punição contra a escola (Entrevista concedida pelo gestor em novembro de 2018).
Em sua fala explícita a necessidade em trabalhar a consciência dos alunos para fazer uma avaliação dessa grandiosidade que é a avaliação em larga escala, e que ainda tem que atentar para os dados (aprovação e reprovação) da escola referentes aos rendimentos dos alunos no decorrer do ano letivo, que são levados em consideração bem como o fluxo escolar (entrada e saída dos discentes), também interferem no resultado final.
O gestor relaciona a situação social do aluno como um fator extremamente importante, e que não é observado pelas avaliações externas e que a escola está sendo responsável por tudo na vida do aluno.
Ao mesmo tempo também a gente vê sobre essa questão de avaliação aqui na escola, meninos que as vezes não progridem, não é porque a escola não esteja ensinando, a situação as vezes tá lá fora, na sua casa, no ambiente que convive, e tudo isso pesa nas nossa avaliações, tudo isso pesa na aprendizagem, tudo isso pesa no nosso dia a dia, e nossos governantes não percebem isso, porque é muito mais fácil jogar a culpa em cima da escola a escola que é culpada e não nós, mas se pode conceder uma escola sem assistente sociais e sem psicólogos, que são tão importante quanto um gestor, pedagogo quanto o professor da sala de aula, e desse jeito ai não tem pedagogia, não tem metodologia, não tem gia nenhuma que consiga, é por esses motivos que eu vejo que existe uma falha muito grande nesse processo avaliativo (Entrevista concedida pelo gestor em novembro de 2018).
O gestor dar ênfase ao cotidiano e aos ambientes que os alunos convivem fora da escola e que estes são os principais elementos que ocasionam a divergência de índices entre as avaliações e Hoffmann (2014: 21) segue a mesma linha de raciocínio ao ressaltar que “É preciso atentar para o fato de que uma escola de qualidade é a que dá conta, de fato, da realidade social de todos os alunos [...]”, portanto se queremos resultados bons devemos nos preocupar com a realidade do aluno, dando notoriedade a descrição do gestor.
No parecer do pedagogo sobre as divergências de rendimentos escolares e quais são os fatores que atribui para a influência direta nos resultados das avaliações internas e avaliações externas de Matemática no Ensino Médio, declara que:
Primeiro a Secretaria do Estado tem que dar condições físicas, estruturais, financeiras e principalmente pedagógicas para se fazer estas avaliações, ao segundo passo os professores e alunos não são preparados para responder à estrutura exigida nas avaliações externas. Os objetos de conhecimento embora sejam adequados à metodologia não é.
O professor desenvolve um determinado conteúdo para uma avaliação bimestral, e que esse instrumento muitas vezes foge de um padrão mínimo aceitável, com critérios bem definidos, objetivos claros e a própria estrutura da prova, é totalmente diferente de como se pede nas avaliações externas.
Como o aluno perceber o assunto e como responder aos questionamentos também. Os alunos são induzidos à compreensão e as formas de tratamento de um determinado conteúdo pelo professor. É ele quem deve dar a dinamicidade e dispor da avalição como técnica bem elaborada para uma determinada finalidade. Que finalidade? Que o aluno se aproprie de tal conteúdo para assim desenvolver tal descritor (Entrevista concedida pelo pedagogo em dezembro de 2018).
Em seu relato o pedagogo ressalta que o primeiro fator que interfere nos resultados das avaliações é a falta de suporte da Secretaria de Educação do Estado, e que posteriormente os professores precisam adequar-se aos padrões e estruturas das avaliações externas, esta transformação só será possível por meio de formação continuada específicas sobre os processos avaliativos para aplicarem em sala de aula. Contudo, o educador segue um cronograma de conteúdos e dentre eles deve adequar os que são exigidos, para os alunos não sentirem dificuldades e saibam responder as avaliações, e consigam obter êxito em seu processo de ensino aprendizagem.
6 - Considerações Finais
Consideramos, neste trabalho que as explanações do gestor e do pedagogo retratam sobre as avaliações internas e avaliações externas que são muitas as situações, das mais simples à mais complexas, que afetam os resultados. São condições que possuem um fluxo de dependências com as esferas governamentais, a sociedade, com os aspectos emocionais, econômicos, etc., onde a divergência entre os índices avaliativos é fato que provém dessas conjunturas retratadas.
Na visão do gestor e do pedagogo o descompasso de índices avaliativos se denota pela falta de compromisso com uma educação de qualidade, satisfatória, por parte dos governantes, por estes não subsidiarem recursos necessários e suficientes para suprir as demandas das escolas, nem pedagógicas, nem psicológicas, nem financeiras, nem estruturais, etc.
Em um outro aspecto nota-se na comunidade escolar a falta de motivação, entusiasmo e consciência de que é por meio das avaliações que podemos verificar a situação do processo de ensino aprendizagem do aluno, estabelecendo parâmetros de melhorias, assegurando condições satisfatórias no ensino.
Analisando as avaliações, compreendemos que a avaliação interna tem todo um processo dentro da escola, obedece a regras, estruturas, conteúdos, tempo, e decorre em um ano letivo, enquanto a avalição externa é totalmente mecânica que provem de um teste, um questionário aplicado aos alunos, e dados do censo escolar, avalia uma etapa, um nível de ensino. Cada uma reflete seu resultado, uma no individual do aluno, outra no coletivo, como escola, município, estado, mas que são de suma importância para o desenvolvimento educacional.
Portanto os resultados das avaliações consistem no empenho de toda a equipe escolar, gestão escolar, sociedade e principalmente de nossos governantes, que precisam ter a responsabilidade de fato com a educação primando por um ensino de qualidade.
Nesse contexto, acreditamos que o governo precisa investir imprescindivelmente em educação, na busca por maior satisfação educacional (Luckesi, 2011).
Referências Bibliográficas
BORUCHOVITCH, E., MARTINI, M. L. (1997) As atribuições de causalidade para o sucesso e o fracasso escolar e a motivação para aprendizagem de crianças brasileiras. Arquivos Brasileiros de Psicologia. Rio de Janeiro: UFRJ, n.3, p.59-68.
CAED. Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (2018). Disponível em: http://resultados.caedufjf.net/resulados/publicacao/publico/escola.jsf. Acesso em: 20 de dez. 2018.
CAED. Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (2018). Formação Continuada. Disponível em: http://www.sadeam.caed.ufjf.net/formacaocontinuada/. Acesso em 20 jan. 2018.
GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo (organizadores) (2009). Métodos de Pesquisa. Coordenado pela Universidade Aberta do Brasil – UAB/UFRGS e pelo Curso de Graduação Tecnológica – Planejamento e Gestão para o Desenvolvimento Rural da SEAD/UFRGS – Porto Alegre: Editora da UFRGS.
GOUVEIA. Carolina Augusta D’Assunção et al. (2014). Guia de Estudos. Formação de Profissionais da Educação Pública. Juiz de Fora: CAED. vol. I.
HAYDT, Regina Célia Cazaux (1988). Avaliação do processo ensino aprendizagem. São Paulo: Ática.
HOFFMANN, Jussara (2014). Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. 33. ed. Porto Alegre: Mediação.
LIBÂNEO, José Carlos (1994). Didática. Coleção magistério 2º grau. Série formação do professor. 19ª reimpressão. São Paulo: Cortez.
LORDÊLO, Albertino Carvalho; DAZZANI, Maria Virginia (organizadores). Avaliação educacional: desatando e reatando nós. Salvador: EDUFBA, 2009.
LUCKESI, Cipriano Carlos (2011) Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22ᵃ ed. São Paulo: Cortez.
___________ (2011) Avaliação da aprendizagem escolar: componente do ato pedagógico. 1ᵃ ed. São Paulo: Cortez.
___________ (2018) Avaliação em educação: questões epistemológicas e práticas. São Paulo: Cortez.
SANT’ANNA, Ilza Martins (2011). Por que avaliar? Como avaliar?:critérios e instrumentos. 15. ed. Petrópolis, RJ: Vozes.
SIGEAM Serviços (2018). Disponível em: https:// https://servicos.sigeam.am.gov.br/rendimento/anal_coord_ensino_objaval.asp . Acesso em: 20 de dez 2018.
SILVA, Marcos Jonatas Damasceno da (2016). As causas da Evasão Escolar: estudo de caso de uma escola pública de Ensino Fundamental no município de Acará/PA. INTERESPAÇO: Revista de Geografia e Interdisciplinaridade, v. 2, n. 6, p. 367 – 378 maio/ ago. 2016. (ISSN 2446 – 6549)
TORRES, Suzana Rodrigues (2007). Reuniões Pedagógicas: espaço de encontro entre coordenadores e professores ou exigências burocráticas? In ALMEIDA, Laurinda Ramalho de; PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza, (organizadores) O coordenador pedagógico e o espaço de mudança. 4. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2007, p. 45 – 51.
TUTTMAN, Malvina Tania (2013). Avaliação Educacional: o verdadeiro compromisso. Revista Retratos da Escola, v. 7, n. 12, p. 101 – 108 jan./ jun. 2013. Disponível em: http://www.esforce.org.br
VIANNA, Heraldo Marelim (2005). Fundamentos de um programa de avaliação educacional. Brasília: Liber Livro.
VIEIRA Meiriane Ferreira (2015). Escola Estadual André Vidal de Araújo: Desequilíbrio entre rendimento escolar interno e desempenho nas avaliações do SADEAM. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós Graduação Profissional em Gestão e Avaliação da Educação Pública, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora.
*Professora da Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino (SEDUC), Amazonas, Brasil. Email: didy.matos@gmail.com