Revista: Atlante. Cuadernos de Educación y Desarrollo
ISSN: 1989-4155


ANÁLISIS DEL RENDIMIENTO ESCOLAR Y DE LOS ESTUDIANTES EN UNA ESCUELA DE MUNDO NOVO, MS

Autores e infomación del artículo

Vilmar Malacarne*

Cristiane Beatriz Dahmer Couto**

Carline Nayara Dahmer ***

UNIOESTE, Brasil

vilmar.malacarne@unioeste.br


Resumem:
Sabiendo que el tema de evaluación nunca antes fue tan discutido y cuestionado y siendo un mecanismo que orienta y acompaña el proceso educativo, se hace inevitable la reflexión sobre la acción que el educador debe tener frente al acto de evaluación. Para la realización de la investigación se optó por la investigación descriptiva con abordaje cualitativo y cuantitativo, pues se trata de datos referentes a la existencia de la relación sujeto y realidad, a través de entrevistas con profesores y alumnos y analizar los simulados aplicados por la escuela. Se propuso la acción de simulados para diagnosticar las deficiencias en el proceso de enseñanza / aprendizaje, para promover metodologías diferenciadas para intentar subsanar las dificultades detectadas en las evaluaciones. La evaluación que se hace de los resultados de los simulados permitieron la reflexión de las acciones desarrolladas por todos los integrantes de la escuela, permitiendo el acompañamiento y redimensionamiento de las acciones.

Palabras clave: simulados, evaluación, aprendizaje, diagnóstico, estudiantes.

Resumo:
Sabendo que o tema avaliação nunca antes foi tão discutido e questionado e sendo um mecanismo que orienta e acompanha o processo educativo, torna-se inevitável a reflexão sobre a ação que o educador deve ter frente o ato avaliativo. Para realização da pesquisa optou-se pela pesquisa descritiva com abordagem qualitativa e quantitativa, pois se trata de dados referentes à existência da relação sujeito e realidade, através de entrevistas com professores e alunos e analisar os simulados aplicados pela escola. Foi proposto a ação de simulados para diagnosticarem as deficiências no processo de ensino/aprendizagem, para promoverem metodologias diferenciadas para tentar sanar as dificuldades detectadas nas avaliações. A avaliação que se faz dos resultados dos simulados permitiram a reflexão das ações desenvolvidas por todos os integrantes da escola, permitindo o acompanhamento e redimensionamento das ações.

Palavras chave: simulados, avaliação, aprendizagem, diagnóstico, alunos.

Abstract:
The evaluation theme has never been so much discussed and questioned before. The evaluation  was a mechanism that guides and accompanies the educational process. In order to carry out the research, the descriptive research was chosen with a qualitative and quantitative approach, since it is data referring to the existence of the subject and reality relation, through interviews with teachers and students and to analyze the simulated ones applied by the school. This process becomes inevitable to guides and accompanies educational process, and to reflect on the action that the educator must take before the evaluation act. Simulation was proposed to diagnose the deficiencies in the teaching / learning process, to promote differentiated methodologies to try to remedy the difficulties detected in the evaluations, allowing the monitoring and resizing of the actions proposed.  By these evaluations, was possible to rate and resize the actions   the teaching/learning process.

Keywords: simulation, evaluation, learning, diagnosis, students.


Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Vilmar Malacarne, Cristiane Beatriz Dahmer Couto y Carline Nayara Dahmer (2019): “Análisis del rendimiento escolar y de los estudiantes en una escuela de mundo novo, MS”, Revista Atlante: Cuadernos de Educación y Desarrollo (marzo 2019). En línea:
https://www.eumed.net/rev/atlante/2019/03/rendimiento-escolar-estudiantes.html
//hdl.handle.net/20.500.11763/atlante1903rendimiento-escolar-estudiantes


INTRODUÇÃO

O processo educacional tem sofrido várias mudanças ao longo dos anos, tanto metodológicas quanto no processo de avaliação, lembrando que a avaliação é uma metodologia para verificar o processo de ensino/aprendizagem como um todo e não simplesmente para verificar o rendimento do alunado. Os métodos de avaliação ocupam, sem dúvida, espaço relevante no conjunto das práticas pedagógicas aplicadas aos processos de ensino/aprendizagem (OLIVEIRA, 2008).
A avaliação envolve mais do que medir, é a maneira de atribuir um valor de acordo com critérios que envolvem diversos aspectos, bem como analisar a relação entre avaliação da aprendizagem e avaliação do ensino, considerando-se o desempenho dos discentes de forma relacionada com o desempenho dos docentes e com as condições contextuais escolares.
Apesar de muitos professores e pedagogos serem a favor de se abolir a avaliação, alegando ser esta uma forma para classificar o aluno em bom ou ruim, ela também pode ser uma ferramenta utilizada para a melhoria do processo educacional (DEMO, 2002).
Refletir sobre a prática pedagógica da Avaliação, visando à melhoria do processo ensino aprendizagem é o princípio para que a educação dê um salto de qualidade, na medida em que estamos realmente interessados na aprendizagem do educando, ou seja, há que se estar interessado em que o aluno aprenda aquilo que está sendo ensinado (PARANÁ, 2008).
A avaliação auxilia nas decisões a respeito da aprendizagem. Por isso, não pode ser estudada ou definida sem um projeto elaborado com perfeição. O planejamento e a execução do ensino constituem, junto com a avaliação, um todo, delimitado por uma concepção filosófico-política da educação (LUCKESI, 2006).
Quando procuramos o auxílio de um médico, esperamos que ele nos dê um diagnóstico e um remédio para nossos males (PELLEGRINI, 2008). É importante sabermos que ao aplicarmos uma avaliação, as informações obtidas não podem ser definidas como um diagnóstico final, deve ser transformado em um meio para a melhoria da educação, sobretudo do conhecimento, do ensino, da escola, fazendo com que alunos e professores busquem uma nova visão de conhecimento não somente aqueles necessários à aprovação no final do ano letivo.
A avaliação deve ser vista como forma de auxiliar os trabalhos pedagógicos, não como uma mera forma de medir os conhecimentos, devendo, portanto, serem entendidas como processo de revisão do trabalho metodológico que procure sanar os déficits alcançados, melhorando assim o conhecimento dos alunos. 
A afirmação de Almeida (1997), neste ponto, parece clarificar este aspecto do problema: “a concepção transformadora da avaliação diagnóstica e/ou formativa contempla instrumento de tomada de decisão que visa à superação do autoritarismo e o estabelecimento da autonomia do educando” (ALMEIDA, 1997, p. 43). Esta autonomia relaciona-se ao que se poderia chamar de cerne do processo de ensino e aprendizagem, duplamente estruturado no educando e na própria educação.
No entanto, tirar notas boas é uma constante tentativa de quem estuda. Não existe aluno que não queira obter um boletim com notas dez em todas as disciplinas. Porém, não é algo fácil de conseguir. Mesmo aqueles que são mais indisciplinados, que conversam o tempo todo em sala e que não prestam tanta atenção nas aulas têm esse desejo, mas outros fatores os impedem de crescer e obter o sucesso desejado, comenta Cruz (1999), sobre este tema:

A relação professor-aluno é baseada em grande parte na transmissão vertical do conhecimento, através de aulas expositivas, de pouca utilização de recursos e materiais didáticos, tendo na voz, no giz, no quadro negro e na apostila, seus principais apoios pedagógicos. O aluno dentro (sic) é visto como plateia, o ensino como reprodução de conhecimento e a informação verticalizada como a prática de ensino e assimilação (CRUZ, 1999, p.5).

A importância que a avaliação ocupa em relação ao processo ensino aprendizagem durante toda a história da educação, e que nos dias atuais se discute os aspectos sobre a sua positividade e negatividade, tendo em vista que os resultados obtidos com o aprofundamento desse estudo serão de grande importância para alunos em formação, corpo docente e também para toda comunidade escolar (LUCKESI, 2006).

“A avaliação que impede determinadas vozes é uma prática de exclusão na medida em que vai selecionando o que pode e deve ser aceito na escola. A análise da prática pedagógica mostra claramente que a avaliação, como prática construída a partir da classificação das respostas do aluno e alunas em erros ou acertos, impede que o processo ensino-aprendizagem incorpore a riqueza presente nas propostas escolares, o que seria valorizar a diversidade de conhecimentos e do processo de sua construção e socialização. A avaliação funciona como instrumento de controle e de limitação das atuações (alunos/professores) no contexto escolar” (ESTEBAN, 2001, p. 16).

Corroborando com Esteban o desejo de padronizar o acesso ao conhecimento, supondo uma condição única para todos os alunos, significa tratar a todos da mesma forma, na perspectiva de que todos devem ter o mesmo ritmo de trabalho, com o mesmo livro, o mesmo material, adquirir os mesmos conhecimentos, ao mesmo tempo, fazer as mesmas provas, também ao mesmo tempo. Paraná 2006, diz que a classificação não pedagógica acaba aferindo “pontos” com base em critérios não explicitados e fundamentados em atitudes como atenção, disciplina, docilidade, assiduidade, pontualidade, criatividade, participação, etc.
Desse modo, a avaliação é vista de maneira diferenciada por educando e educadores, tornando-se às vezes polêmica, pois perde o sentido de que a avaliação é essencial à educação, uma vez que esta oportunize uma reflexão sobre a ação educativa.
No processo quantitativo de avaliação, o erro na prova é visto de forma estanque, pois muitas vezes não há um trabalho em cima dos erros dos educandos.
Os professores voltados para prática tradicional abordam a ação avaliativa como garantia de um ensino de qualidade. Contudo, a avaliação classificatória faz com que o conhecimento continue sendo fragmentado, o que impede de manter uma relação interativa entre docentes e discentes, a partir da reflexão conjunta.
Podemos definir mais claramente qual deve ser o objetivo, a intenção maior do processo de Avaliação: garantir a aprendizagem de todos os alunos. Somente nesta perspectiva têm sentido conhecer as definições dos diferentes tipos de Avaliação.

Função Diagnóstica- tem por finalidade realizar uma sondagem de conhecimentos e experiências já disponíveis no aluno, bem como a existência de pré-requisitos necessários à aquisição de um novo saber. Permite ainda identificar progressos e dificuldades de alunos e professores diante do objetivo proposto.
Função Formativa - tem por finalidade proporcionar o feedback (retroalimentação) para o professor e para o aluno, durante o desenvolvimento do processo ensino - aprendizagem. Propicia aos envolvidos (professor / aluno) no processo ensino - aprendizagem, a correção de falhas, esclarecimentos de dúvidas e estímulo à continuação do trabalho para alcance do objetivo. Proporciona também aos docentes, informações sobre o desenvolvimento do trabalho, adequação de métodos e materiais, comunicação com o aluno e adequabilidade da linguagem (estratégias).
Função Somativa - tem o propósito de oferecer subsídios para o registro das informações relativas ao desempenho do aluno. Considerando que a função somativa da avaliação visa proporcionar uma medida que poderá ser expressa em uma nota ou conceito sobre o desempenho do aluno, entendemos que a mesma acontecerá ao final de cada unidade de ensino ou ao final de cada bimestre ou ainda no final do ano letivo, por ocasião do Conselho de Classe, visto que esta avaliação é que proporcionará um diálogo mais objetivo entre os professores (ROCHA, 2010, p. 3).

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96, indica que a avaliação escolar visa de acordo com o art. 24, inciso V:
- Uma avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;
- A possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;
- A possibilidade de avanços nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado;
- O aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
- A obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino e seus regimentos (LDB,1996, art.24).

A avaliação da aprendizagem escolar adquire seu sentido na medida em que se articula com um projeto pedagógico e com seu consequente projeto de ensino. [...] a avaliação subsidia decisões a respeito da aprendizagem dos educandos, tendo em vista garantir a qualidade do resultado que estamos construindo. Por isso, não pode ser estudada, definida e delineada sem um projeto que a articule (LUCKESI, 2006).
A avaliação é, assim, realizada para obter sobre o aluno uma informação mais abrangente que a simples e pontual referência das provas, tem função legitimadora da ideologia das sociedades modernas (ANDRIGUETTO, RICHTER, 2009).
Sendo a avaliação da aprendizagem um componente indispensável do processo educativo, é fundamental que haja um acompanhamento do desenvolvimento do educando no processo de construção do seu conhecimento (CAMARGO, 2010).
O importante é que o educador utilize o diálogo como fundamental eixo norteador e significativo papel da ação pedagógica.

“Se a possibilidade de reflexão sobre si, sobre seu estar no mundo, associada indiscutivelmente à sua ação sobre o mundo, não existe no ser, seu estar no mundo se reduz a um não poder transpor os limites que lhe são impostos pelo próprio mundo, do que resulta que este ser não é capaz de compromisso. É um ser imerso no mundo, no seu estar adaptado a ele e sem ter dele consciência (...)" (FREIRE, 1999).

Sabendo que o tema avaliação nunca antes foi tão discutido e questionado e sendo um mecanismo que orienta e acompanha o processo educativo, torna-se inevitável a reflexão sobre a ação que o educador deve ter frente o ato avaliativo.
Portanto a Avaliação deve ser um aspecto importante do processo ensino/aprendizagem, e utilizado como um instrumento que irá diagnosticar aspectos tais como: aprendizagem em relação ao conteúdo aplicado pelo professor, o conhecimento das dificuldades e deficiências dos alunos em relação à disciplina ministrada, bem como o  progresso dos alunos frente aos conteúdos trabalhados, sugerindo eventuais soluções tanto para o professor, como para os demais integrantes da equipe responsável pela elaboração do planejamento escolar, através do qual buscarão encontrar novas abordagens e estratégias, para melhorar a prática avaliativa.
Sendo assim, a Escola Estadual Castelo Branco tem como ação a proposta de simulados para diagnosticarem as deficiências no processo de ensino/aprendizagem, para promoverem metodologias diferenciadas para tentar sanar as dificuldades detectadas nas avaliações. Esta pesquisa buscará levantar os dados referentes aos simulados e aos projetos para demonstrar os resultados aos professores e alunos da referida escola.

DISCUSSÕES METODOLÓGICAS

Para Cervo, Bervian, Silva (2006), a pesquisa é uma atividade voltada para a investigação de problemas teóricos ou práticos, empregando processos científicos e buscando a solução para um problema ou dúvida. Toda pesquisa nasce de algum problema observado ou sentido, de tal modo que não pode prosseguir a menos que se faça uma seleção da matéria a ser tratada. Ela aproveita a observação, a descrição, a comparação, a análise e a síntese, além dos processos mentais, comuns a todo tipo de investigação (ANDRADE, 2009).
Para realização da pesquisa optou-se pela pesquisa descritiva com abordagem qualitativa e quantitativa, pois se trata de dados referentes à existência da relação sujeito e realidade, através de entrevistas com professores e alunos e analisar os simulados aplicados pela escola.    
As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis.
São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2002).
Ao longo do ano letivo, a Escola Estadual Castelo Branco desenvolve ações voltadas para a melhoria do rendimento escolar dos alunos, por meio de uma atuação coletiva onde todos os segmentos da escola participam visando conseguir avanços na aprendizagem.
No decorrer da pesquisa foram analisados três simulados, sendo que o primeiro simulado foi realizado no primeiro semestre de 2016 e os dados apresentados já foram tabulados. O segundo foi coletado no final do semestre de 2016 e por fim o terceiro simulado será coletado no primeiro semestre de 2017.
O público que a pesquisa abrangeu foram todos os alunos dos anos finais do ensino fundamental, no período matutino, nas disciplinas de Ciências, História, Geografia e Língua Estrangeira Inglesa (citado no corpo do texto como Inglês).
Portanto com o resultado dos simulados procurou-se demonstrar em quais disciplinas ocorreram as maiores dificuldades e se houve uma melhora entre as avaliações.
Foi aplicado questionário entre os simulados e após os mesmos aos docentes e discentes, esse questionário teve como objetivo indagar os professores e alunos sobre as vantagens e desvantagens da avaliação, as ações promovidas pela escola neste período, e quais as disciplinas que os alunos encontraram maior dificuldade.
Foi aplicado um questionário aos professores de Ciências, História, Geografia e Inglês, e quarenta por cento (40%) do alunado que será aproximadamente 60 alunos que participarão dos simulados.
Diante desses questionamentos é que se optou por realizar um estudo acerca do processo avaliativo, diretamente relacionado às dificuldades de aprendizagem dos alunos, onde se apresenta como principal objetivoanalisar como está o desempenho dos alunos nas disciplinas de Ciências, História, Geografia e Inglês e identificar quais as ações que a escola está promovendo para melhorar o processo ensino/aprendizagem.
Para tanto os teóricos que deram base teórica a esta pesquisa foram: Luckesi, 2006; Hoffman, 1993; Perrenoud 2007.
Para realização da pesquisa optou-se pela pesquisa descritiva com abordagem qualitativa e quantitativa, de carácter bibliográfico, documental e Estudo de Caso, pois se trata de dados referentes à existência da relação sujeito e realidade, através de entrevistas com professores e alunos e analisar os simulados aplicados pela escola.
Para a realização da pesquisa serão coletados e analisados os resultados dos três simulados, aplicados pela Escola Estadual Castelo Branco de Mundo Novo – MS, dois simulados que foram aplicados no ano de 2016 e um simulado aplicado no ano de 2017, com os alunos do Ensino fundamental de 6º ao 9º ano, nos três turnos desta unidade de ensino. Serão feitas entrevistas semiestruturadas com 60 alunos no ano de 2017, e com professores das disciplinas de ciências, história, geografia e língua estrangeira inglesa.
Foram analisados os resultados dos simulados aplicados na escola, fazendo gráficos demostrando a porcentagem de acertos em cada disciplina comparando os resultados dos três simulados.
Realizou-se entrevista com os professores de ciências, história, geografia e Inglês totalizando 4 (quatro) questionários abertos. Esta entrevista semi-estruturada, utilizada aqui, possuiu um esquema básico de questões, mas que não é aplicado com rigidez, permitindo assim, que o entrevistador faça algumas correções ou adaptações. Este método de coleta de dados foi escolhido, pois permite, imediatamente, a captação da informação, permitindo também, como dito acima, “correções, esclarecimentos e adaptações que a tornam mais eficaz na obtenção das informações desejadas” (LÜDKE & ANDRÉ, 2003).

SIMULADO ESCOLAR EM QUESTÃO: REFORÇAR E ORIENTAR...

O Brasil conta hoje com diversos sistemas de avaliação tanto no âmbito Federal, como Sistema de Avaliação da Educação Básica-Saeb e Exame Nacional Ensino Médio-ENEM, como nas outras unidades da Federação que constituem importantes mecanismos para promover a eficiência e equidade, e assegurando a melhoria no planejamento do processo educativo. A avaliação que se faz dos resultados desses processos permite a reflexão das ações desenvolvidas por todos os integrantes da escola e do próprio sistema permitindo o acompanhamento e redimensionamento das ações.
Dentro do contexto escolar também encontramos formas de avaliações que visam a eficiência do ensino/aprendizagem. Uma delas é o simulado que avalia o desempenho individual de cada aluno, evidenciando seus pontos fortes e focos de estudo. É um diagnóstico que mapeia as habilidades e diante deste mapeamento surgem formas de ajudá-los a potencializar seu desempenho.
Sabemos que o segredo para o sucesso é a dedicação ao estudo e o foco no objetivo no qual se deseja chegar. Os simulados são grandes aliados que ajudam os alunos a perceberem quais são seus pontos fortes e fracos, melhorando a concentração, o que consequentemente ajuda na execução das outras avaliações do processo ensino/aprendizagem.
A avaliação tanto pode auxiliar o aluno a aprender, como proporcionar um melhor conhecimento do aluno pelo seu professor, afim de que este último possa auxiliar seu educando, durante todo o processo de ensino, em seu percurso singular de construção de conhecimentos (PERRENOUD, 2007).
A avaliação deve contribuir para o sucesso do aluno, para sua construção de saberes e competências, mas não pode estar centrada apenas no final do processo ensino aprendizagem, deve, portanto, estar envolvida em todo seu desenvolvimento (HADJI, 2001).
De acordo com Alvarenga (2002), o instrumento de que o professor dispõe para detectar os ensaios, as tentativas, os erros, é a avaliação formativa, por ser ela a única maneira de monitorar a ação pedagógica e as aprendizagens dela decorrentes.          
A Figura 1 mostra que os números de acertos entre as provas variaram entre os simulados nas três disciplinas apontadas, demonstrando os dados obtidos com os simulados aplicados à turma do 9º ano na disciplina de História com o total de acertos de 24% no primeiro simulado, 49% no segundo e 23% no terceiro. Na disciplina de Geografia os resultados foram 41%, 32% e 38% nos respectivos simulados. Já na disciplina de Ciências a porcentagem de acertos foi de 42%, 56% e 41% sendo-o primeiro, segundo e terceiro simulado respectivamente. A disciplina de Inglês apresentou os seguintes resultados 33% no primeiro simulados, no segundo 28% e no terceiro simulado 43%.
Em relação às baixas porcentagens de acertos alcançadas pelos alunos, das disciplinas analisadas, somente a disciplina de Ciências alcançou porcentagem de acertos pouco acima de 50%, no segundo simulado aplicado, obtendo a média mais alta dentre as disciplinas analisadas.

A Figura 2 apresenta o percentual de acertos obtidos pela turma do 8º ano Ensino Fundamental, na disciplina de História o resultado foi de 12%, 43% e 64% nos respectivos simulados. Na disciplina de Geografia o total de acertos foi de 14% no primeiro simulado, 32% no segundo e 58% no terceiro.
No entanto na disciplina de Ciências a porcentagem de acertos foi de 48% no primeiro, 57% no segundo e 61% no terceiro simulado.  A disciplina de inglês apresenta o seguinte resultado nos três simulados aplicados respectivamente 34%, 19% e 41%.
Todas as disciplinas obtiveram crescimento em todos os simulados aplicados, na turma do 8º ano do ensino fundamental.

As porcentagens dadas na Figura 3 com relação à disciplina de História são de 45%, 61% e 53% sendo-o primeiro, segundo e terceiro simulado respectivamente. Enquanto na disciplina de Geografia o total de acertos foi de 62%, 59% e 46% nos simulados aplicados. Na disciplina de ciências os resultados foram 29% no primeiro simulado, 38% no segundo e 48% no terceiro simulado aplicado aos alunos, e na disciplina de inglês os resultados foram de 37% no primeiro, 26% no segundo e 54% no terceiro simulado.
O gráfico apresenta as porcentagens de acertos mais elevados nas disciplinas de História e Geografia, com mais de 60% de acertos, resultado ainda não apresentado pelas turmas analisadas anteriormente, sendo estas as porcentagens mais elevadas conquistadas pelos alunos nessas disciplinas.
A média de acertos alcançados pela turma, na disciplina de Ciências foi a mais baixa, diferente do resultado analisado nas turmas anteriores.

Analisando a Figura 4 observa-se o total de acertos na disciplina de História com 52% no primeiro simulado, 49% no segundo e 67% no terceiro simulado. Na disciplina de geografia a porcentagem de acertos foi de 40%, 57% e 45% nos respectivos simulados. No entanto a disciplina de ciências houve um avanço significativo entre os simulados aplicados começando com 21% no primeiro simulado, 58% no segundo simulado e 62% no terceiro simulado aplicado aos alunos no 6º ano do Ensino Fundamental.
Assim como a disciplina de Inglês a turma obteve o seguinte resultado 23%, 36% e 57% sendo-o primeiro, segundo e terceiro simulado respectivamente.

Durante a coleta de dados observou-se que a percentagem de acertos dos alunos nas disciplinas de História, Geografia, Ciências e Inglês, foram significativas entre os simulados aplicados, havendo um crescimento constante, demonstrando as oscilações de um simulado para o outro.
No entanto, a avaliação é compreendida como: elemento integrador entre a aprendizagem e o ensino; conjunto de ações cujo objetivo é o ajuste e a orientação da intervenção pedagógica para que o aluno aprenda da melhor forma; conjunto de ações que busca obter informação sobre o que for aprendido e como; elemento de reflexão contínua para o professor sobre sua prática educativa; instrumento que possibilita ao aluno tomar consciência de seus avanços, dificuldades e possibilidades; ação que ocorre durante todo o processo, ensino/aprendizagem e não apenas em momentos específicos caracterizados como fechamento de grandes etapas de trabalho (PCN, 1997, Introdução, p. 81).
Diante desses questionamentos é que se optou por realizar entrevista com os alunos da Escola Estadual Castelo Branco acerca do processo avaliativo realizado através do projeto “Simulado na Escola”, onde se apresenta como principal objetivo analisar o processo de avaliação adotado pela escola, como instrumento de consolidação do processo de ensino e aprendizagem e sucesso do educando, buscando entender a relação que ela tem com a construção da identidade e da autonomia dos sujeitos envolvidos nesse processo.
A entrevista com os alunos da escola Estadual Castelo Branco foi realizada em dois momentos, um questionário foi aplicado no início do projeto no ano de 2016 e o segundo questionário foi aplicado após o terceiro simulado no ano de 2017 a 60 alunos dos três turnos desta unidade de ensino.
A primeira questão aplicada aos alunos foi: “Você acha importante participar do simulado realizado pela escola?” Na primeira entrevista 42 alunos disseram que sim, é importante o simulado na escola e 18 disseram que não acham importante o projeto que a escola está desenvolvendo. No segundo questionário aplicado obtivemos a seguinte resposta 59 educandos acham importante o simulado e apenas 1 disse que não, não é importante. No entanto com este resultado pode-se observar que houve um avanço em relação à visão do projeto que à escola vem desenvolvendo.
Ao avaliar o aluno, o professor automaticamente avalia o seu desempenho como educador e provedor do conhecimento. Por isso a importância de metodologias de ensino eficazes para que a aprendizagem dos alunos realmente seja consolidada e que não seja somente praticado a repetição de conteúdos que são apresentados prontos para serem reproduzidos (HOFFMANN, 1993, p. 74).
Sendo assim, foi perguntado aos alunos sobre quais as vantagens de participar dos simulados na escola. Entre as respostas citadas pelos 60 alunos entrevistados, tanto no primeiro quanto no segundo simulado, as vantagens apresentadas foram: melhorar a aprendizagem do aluno, ajudar a melhorar o desempenho no Enem e vestibular e testar os conhecimentos dos mesmos.

Foi questionado aos alunos quais as desvantagens de participar do simulados na escola. Dos 60 alunos entrevistados, somente 16 responderam que há desvantagens e 44 alunos não apresentaram nenhuma desvantagem em participar dos simulados.
Já no segundo questionário aplicado, 10 alunos responderam que há desvantagens em participar do simulado aplicado pela escola e 50 alunos não apresentaram nenhuma desvantagem.
O número de alunos que apresentaram desvantagem em participar do simulado na escola diminuiu entre a primeira e a segunda entrevista e algumas respostas apresentaram contradições. Por exemplo, foi apresentado como vantagem do simulado “melhorar a nota”, no entanto foi apresentado como desvantagem, “não ganha nota”, apresentados na tabela 2. Talvez isso se deva ao fato de que nem todos os professores, que realizam o simulado atribui nota ao aluno.

De acordo com Haydt (2004), o rendimento do aluno é um espelho do trabalho desenvolvido pelo professor na sala de aula. Diante disto foi questionado aos alunos, “você percebeu ou não mudanças na metodologia utilizada pelos professores, após a realização dos simulados? ”
Na primeira entrevista 48 alunos disseram que sim, os professores mudaram suas metodologias e 12 disseram não perceber mudança nenhuma. Já no segundo questionário as respostas foram, 30 alunos afirmaram que os professores mudaram suas metodologias e 29 disseram não reconhecer nenhuma mudança, e apenas 01 aluno não respondeu à questão.
Os alunos que responderam que sim, justificaram sua resposta (tabela 3) com as seguintes técnicas utilizadas pelos professores como vídeos, pesquisas, trabalhos em grupos e seminários.

É prioritário que o professor tenha claro os conceitos de aprendizagem e de avaliação e seja capaz de realizar uma análise crítica sobre o conteúdo e utilização das mesmas para obtenção do rendimento ideal do aluno (Alvarenga, 1999, p.61).
De acordo com Rodrigues e Resende (2011), a prova escrita ou oral, apesar de ser considerada tradicional, pode ser um bom instrumento avaliativo, desde que tenha uma linguagem clara e que seja direcionada para a construção do conhecimento.
No entanto, foi questionado aos alunos se o seu rendimento melhorou após a aplicação dos simulados.
Na primeira entrevista, 32 alunos disseram que sim que o seu desempenho melhorou, 09 alunos responderam que não melhorou e 19 educandos responderam que não fez diferença no processo de ensino aprendizagem. No segundo questionário, 30 alunos afirmaram que sim melhorou, nenhum respondeu não, e 30 alunos disseram não fazer diferença.
Moretto (2010), considera grande a importância da prova no ato de avaliar. No entanto, o autor alerta quanto ao papel da linguagem na interação professor-aluno, uma vez que o contexto do aluno é diferente do contexto do professor e que o texto só faz sentido dentro de um contexto.
Rodrigues e Resende (2011), apresenta os resultados obtidos em seu trabalho de pesquisa:

[...] na concepção dos alunos o aspecto mais importante da avaliação é a verificação dos conhecimentos adquiridos durante as aulas. Os alunos E3 e E6 (ambos da professora P3) consideram a obtenção de conhecimento real e significativo para a vida como um aspecto importante da avaliação da aprendizagem. Outra importante verificação do questionário aplicado aos alunos foi a pluralidade de preferências quanto aos instrumentos avaliativos utilizados pelos professores. Todos os alunos gostam dos trabalhos em grupos como forma de avaliação. Entretanto, apenas o aluno E4 tem preferência por prova oral, os alunos E1 e E4 (professora P2) preferem provas escritas e o aluno E3 gosta de trabalhos individuais.
Percebe-se a importância de o professor utilizar múltiplas formas de avaliação para atender às especificidades dos alunos. Já que a sala de aula é um universo singular e alunos de uma mesma série não são iguais, cada professor precisa conhecer a realidade das suas aulas e de seus alunos (RESENDE, 2011, p. 07).

Alvarenga (1999) ressalta que o pensamento pedagógico inovador exige um repensar do professor quanto à articulação entre os objetivos, os conteúdos, os métodos de ensino e a avaliação, como forma de integrar seu trabalho pedagógico.
Visando auxiliar o aluno, foi questionado “quais as disciplinas que você mais se identifica”? No ensino fundamental as disciplinas citadas no primeiro e segundo questionário foram Português, Matemática, História, Geografia, Inglês, Ciências e Ed. Física, pontuando que cada entrevistado citou mais de uma disciplina, modificando o número de vezes entre as entrevistas.

A escola não deve preocupar-se exclusivamente com as notas decorrentes dos resultados dos testes de conteúdos obtidos pelos alunos, mas deve focalizar, sobretudo, os aspectos do desenvolvimento como, relacionamento social, interesse, sentimentos em relação a si mesmo e em relação aos outros. A escola também deve se preocupar e oferecer o alicerce necessário durante o processo ensino-aprendizagem para que o aluno analise, adquira espírito crítico, sendo capaz de resolver por si mesmo dificuldades que se lhe apresentam, seja qual for (FREITAS; LIMA, 2007).
A relevância do estudo consiste em focalizar o processo avaliativo e as dificuldades de aprendizagem em uma estratégia de atendimento às diversidades, fundamentada na avaliação como parte do processo educativo, contínuo, multifatorial, integrante da prática do professor como instrumento para a melhoria da escola (BRASIL, 2007).
O ato de avaliar implica na coleta, análise e interpretação dos dados que configuram o objeto da avaliação, acrescido de uma atribuição de valor ou qualidade que se processa a partir da comparação ou consagração do objeto avaliado com um determinado padrão de qualidade previamente estabelecido (FREITAS; LIMA, 2007).
Assumir a escola como um espaço de direito do cidadão e como um lugar onde atuam sujeitos socioculturais e históricos que se formam mutuamente através das relações sociais. Dessa maneira, apoia-se no fato de que a escola é educativa por si mesma, pelas circunstâncias de seu relacionamento com a sociedade em sua dinâmica, em sua forma de ensinar/aprender e na organização de seu trabalho (SANT’ANNA, 1995).
Na análise feita aos questionários aplicados aos professores, tanto no início da pesquisa como no segundo momento, observou-se que todos os docentes entrevistados demonstraram que o projeto que está sendo desenvolvido pela escola tem um papel importante, como afirmou os professores P1 a realização do simulado é mais um instrumento de avaliação da aprendizagem, é uma forma de verificar se o que está sendo planejado está se realizando. O professor P2 relatou que o simulado é importante no processo de ensino aprendizagem, pois através deles os alunos resolvem exercícios de múltipla escolha, semelhantes aos utilizados em vestibulares, concursos e avaliações aplicadas pelo governo.
O professor P3 contribui dizendo que ao descobrir as dificuldades dos educandos enquanto se faz o simulado, o professor ainda sem dúvida há tempo de redefinir metas e estratégias visando auxilia-los no ensino/aprendizagem. Haja visto que é possível concluir que os resultados são utilizados para adoção de medidas que melhorem ainda mais o ensino, além de dar condições de avaliar cada educando não só na disciplina de História, como nas demais disciplinas. O professor P4 complementa dizendo que a avaliação é parte do processo ensino/aprendizagem provoca uma análise, um diagnóstico dos avanços e dificuldades dos alunos perante os conteúdos.
Ao serem questionados sobre as vantagens e desvantagens da aplicação do simulado na escola, os docentes apontaram mais vantagens do que desvantagens, nas duas entrevistas sendo que o professore P1, afirma que a vantagem está em estimular os alunos, analisar conhecimento dos educandos e reavaliar suas práticas pedagógicas, o professor P2 relatou que por meio dos simulados, os alunos já vão treinando seus conhecimentos em avaliações como vestibulares e concursos. Também pode ser uma forma da escola avaliar seus alunos e os professores fazerem a intervenção necessária em sala de aula para melhorar o desempenho dos mesmos.
Já o professor P3 diz que a avaliação é uma forma de provar que o aluno absorveu o conteúdo. E é um documento comprobatório e a mesma tem função de mostrar ao professor se suas metodologias estão condizentes com aquilo que ele está ensinando.
O professor P4 descreveu que a vantagem está em diagnosticar porque o educando está cometendo determinado erro na construção do conhecimento e reformular a maneira de ensinar a partir desse erro. Além disso essa avaliação servirá como um treinamento para um futuro vestibular, concurso, visto que ao longo de sua caminhada vai poder executá-lo.
Quanto às desvantagens o professor P3, declarou que o projeto não tem desvantagens, no entanto os professores P1, P2 e P4 afirmaram que existem desvantagens, entre elas o descomprometimento dos alunos, e os conteúdos não estarem adequados ao bimestre estudado. Como afirma o P1 e P2 que as desvantagens é levar o aluno a ser um mero assinalador de gabaritos, pelo cansaço e indisponibilidade de ler e realizar com disposição a prova, bem como cobrar nos simulados conteúdos ainda não ensinados. O professor P4 acredita que falta interesse por parte de alguns educandos, o que levam a não ler com atenção as questões, não ter a responsabilidade e comprometimento gratuito da importância para a vida dele em mais esse processo de aprendizagem. É importante ressaltar que essa avaliação na escola é semestral, no qual tenho que entregar ao coordenador 5 (cinco) questões para serem juntadas as demais já elaboradas por outros professores. Portanto não concordo em elaborar essas questões, acho que para ter um resultado concreto deveria serelaborada por outros professores na mesma área, mas com professores que não ministram aulas nestas turmas que serão aplicados os simulados.
O questionário aplicado teve como objetivo verificar quais os métodos utilizados para melhorar o aproveitamento dos alunos após a aplicação dos simulados, e os professores P1, P2, P3 e P4 descreveram que após os resultados trabalham os erros e as dificuldades encontradas pelos alunos nos testes. O professor P1 relata que procura ouvir o educando e a partir deste ato buscar as razões que levaram a cometer tais erros, para que possam ser corrigidas.
O professor P2 afirmou que vem modificando suas estratégias de acordo com os resultados dos simulados, como o conhecimento prévio do aluno, a participação oral e escrita, a realização de tarefas propostas como pesquisas, leitura de imagens, exercícios dos capítulos, análise e síntese de textos e leitura compartilhada.
Segundo o professor P3 passou a usar mais trabalhos com o vocabulário, músicas e vídeos para que os alunos possam adquirir o gosto pela sua disciplina. Uma vez que utilizarmos estratégias diferenciadas os resultados nos simulados serão melhores.
Nas entrevistas foram perguntados se houve mudanças e quais foram essas mudanças em relação a aprendizagem dos alunos após os simulados. Os professores P1, P2, P3 e P4 afirmaram que após os simulados o interesse do aluno vem crescendo ao longo do processo. O professor P1 relatou que com certeza tudo que é feito em sala de aula surte um efeito e gera mudanças após a aplicação do simulado, notou-se por parte de alguns alunos, a preocupação ou curiosidade de saber seu desempenho, relacionando seus acertos e erros como também o motivo dos mesmos. Esse fato, pode significar que ao fazer o simulado o próprio aluno tende a se auto avaliar. O professor P2 afirmou que houve mudanças por parte dos educandos, onde é preciso estudar e prestar mais atenção, bem como ter concentração no que estão fazendo. Como professor digo que mudanças correspondem a um número pequeno de educandos mais creio que ao longo do tempo atingirá a um número maior.
Foi questionado aos professores se a prática da avaliação como diagnóstico do ensino aprendizagem foi alcançada. Os mesmos responderam que em parte, pois o projeto ainda está em construção, os professores P1 e P2 relataram que a cada simulado que aplicado, aprimoram as perguntas, trazendo-as para a realidade dos alunos, e através disto estão alcançando os objetivos que traçaram para a escola. No entanto professor P3 afirma que ao longo dos simulados percebeu que o interesse dos alunos vem aumentando, demonstram-se mais empolgados a participarem do projeto.
Enquanto o professor P4 disse que se tivesse que dar um conceito daria regular, pois tudo que se procura desenvolver no processo ensino/aprendizagem é a longo prazo e não a curto prazo.
Hadji (2001) complementa que os professores devem colocar a avaliação a serviço das aprendizagens, com isso, uma prática (avaliar) deve auxiliar a outra (aprender). Entretanto, esta avaliação deve ser: contínua, formativa e individualizada, sendo assim, mais um elemento do processo de ensino aprendizagem, o qual permite ao professor, conhecer o resultado de suas ações didáticas, podendo assim, melhorá-las.
Para Almeida e Franco (2011), é fundamental definir concretamente o que se quer avaliar para não perder o foco dos novos conhecimentos e habilidades que devem ser incorporadas pelos alunos. Isso porque não se trata apenas de criar instrumentos específicos de avaliação, uma vez que este tipo de recurso pode levar a um mapeamento que permite no máximo uma descrição detalhada de como o aluno se encontra sob vários aspectos, o que é interessante, mas de pouco impacto na aprendizagem.

CONCLUSÕES

Durante a pesquisa, foi possível constatar que é de extrema importância que o professor analise a sua ação de planejar e os subsídios que nortearam seu trabalho, interiorizando como o aluno processa o conhecimento e que sua proposta de trabalho e metodologia é a que vai garantir que seu aluno faça também parte do processo de ensino e aprendizagem.
A avaliação que se faz dos resultados dos simulados, aplicado pela Escola Estadual Castelo Branco permitiram a reflexão das ações desenvolvidas por todos os integrantes da escola, permitindo o acompanhamento e redimensionamento das ações propostas pela mesma, para que em um futuro próximo possam melhorar o processo de ensino/aprendizagem.
Estamos vivendo numa época em que a globalização exige cada vez mais uma postura interdisciplinar por parte do educador e, junto à nova postura, a adoção de ideias que conjuguem simultaneamente diferentes leituras de mundo e formas de avaliação mais justas e igualitárias que almejem e desenvolvimento das competências e habilidades tão necessárias no mundo contemporâneo.
Nessa perspectiva torna-se fundamental a constituição de um conceito de avaliação escolar que entenda as necessidades de escolarização das camadas populares, porque são elas que mais tem sofrido com o modelo de escola atual. E, se o movimento amplo da sociedade impõe um novo tipo de escola, impõe também, a necessidade de um novo referencial para a constituição dos processos de avaliação.
Para isso temos que ter a consciência de que avaliar não é sinônimo de medição, de atribuir nota, mas sim uma prática central do trabalho pedagógico, onde tem que ser um processo contínuo.
Sabe-se que a avaliação é um processo contínuo de pesquisa que visa estudar e interpretar os conhecimentos, habilidades e atitudes dos alunos, tendo em vista mudanças esperadas no comportamento, propostas nos objetivos da escola, a fim de que haja condições de propor alternativas no planejamento da ação pedagógica do professor e da escola como um todo.
A mudança deste processo de avaliação começa com uma interação entre o educador, o educando e o estabelecimento de ensino, buscando na avaliação de si mesmo a realidade escolar, contribuindo assim para a construção do conhecimento. Seguindo este pensamento, a avaliação deixa de ser um momento terminal do processo educativo para se transformar na busca incessante da compreensão das dificuldades do educando e na dinamização de novas oportunidades de conhecimento. A ação avaliativa abrange justamente a compreensão do processo de conhecimento.
A pesquisa mostrou que os simulados aplicados pela Escola Estadual Castelo Branco, poderá subsidiar o trabalho pedagógico do professor como valioso instrumento de avaliação diagnóstica, quando falamos da aproximação que o educador deverá ter em relação as experiências, habilidades e saberes já construídos pelos próprios alunos, ou seja, compreender o estágio de aprendizagem que encontra o aluno, para tomar decisões no sentido do seu crescimento, visando a autonomia e o desenvolvimento das suas habilidades e competências.

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*Professor doutor do Programa de Pós-Graduação no Ensino de Ciências e Matemática, UNIOESTE, Cascavel – PR, Brasil, (vilmar.malacarne@unioeste.br), Grupo de pesquisa Formação de Professores de Ciências e Matemática (FOPECIM).
** Doutoranda do Programa de Pós-Graduação no Ensino de Ciências e Matemática, UNIOESTE, Cascavel – PR, Brasil, (dahmercouto@hotmail.com), Grupo de pesquisa Formação de Professores de Ciências e Matemática (FOPECIM).
*** Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Química, UFMS, Campo Grande – MS, Brasil, (carline_mn@hotmail.com), Grupo de Pesquisa do Laboratório de Produtos Naturais e Bioativos (PRONABIO).

Recibido: 22/03/2019 Aceptado: 30/03/2019 Publicado: Marzo de 2019

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