Maria Livanete Soares*
Ronaldo Bernardo Junior **
ISEL, Brasil
livanete2006@hotmail.com
RESUMO
A família é a base de todo individuo, e com ela se formam as primeiras aprendizagens se molda o caráter do ser humano; é a presença da família que modifica a criança, e o apoio afetivo/familiar traz benefícios ao desenvolvimento cognitivo logo na infância. Em sentido oposto, a desestrutura familiar pode ser nociva ao desenvolvimento da criança, trazendo graves consequências nas mais variadas searas. Diversos autores descrevem que a desestrutura familiar exerce grave influência no desinteresse escolar da criança. A partir disso, o presente artigo tem o objetivo de investigar como se processa a relação entre desestrutura familiar e desinteresse escolar. Para tanto, realizou-se o acompanhamento de uma criança do 4º ano, do ensino fundamental de uma escola municipal sobre o qual recaíam queixas em relação à inquietação, falta de concentração, desinteresse e ausência familiar. Os resultados foram avaliados de acordo com 4 dimensões: dimensão pedagógica, dimensão cognitiva, dimensão afetivo/social, e dimensão corporal. Os achados os processos pelos quais a criança do estudo, que não teve um acompanhamento escolar por parte de seus responsáveis e não recebeu o devido afeto em casa, apresentou um prejuízo escolar e elevado desinteresse em relação aos estudos. O método utilizado pode ser replicado em pesquisas futuras, e os resultados são relevantes porque demonstra como são operacionalizados os mecanismos de da família.
Palavras chaves: Família; Desinteresse escolar; Criança.
ABSTRACT
The family is the basis of every individual, and with it are formed the first learning forms the character of the human being; is the presence of the family that modifies the child, and affective / family support brings benefits to cognitive development as early as childhood. On the other hand, family disruption can be detrimental to the child's development, leading to serious consequences in the most varied fields. Several authors describe that family dysfunction exerts a serious influence on the children's lack of interest in school. From this, the present article aims to investigate how the relationship between family disruption and school disinterest is processed. In order to do so, a fourth-year child was followed, from the elementary school of a municipal school, on which complaints were made about restlessness, lack of concentration, lack of interest and family absence. The results were evaluated according to 4 dimensions: pedagogical dimension, cognitive dimension, affective / social dimension, and body dimension. The findings were the processes by which the study child, who did not have a school attendance by their parents and did not receive due affection at home, presented a school loss and high disinterest in relation to the studies. The method used can be replicated in future research, and the results are relevant because it demonstrates how the mechanisms of the family are operationalized.
Key words: Family; School disinterest; Child.
Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:
Maria Livanete Soares y Ronaldo Bernardo Junior (2018): “Desestrutura familiar e desinteresse escolar: uma avaliação multidimensional”, Revista Atlante: Cuadernos de Educación y Desarrollo (septiembre 2018). En línea:
https://www.eumed.net/rev/atlante/2018/09/desestrutura-familiar.html
//hdl.handle.net/20.500.11763/atlante1809desestrutura-familiar
A família tem como função primordial a de proteção, tendo, sobretudo, potencialidades para dar apoio emocional para a resolução de problemas e conflitos, podendo formar uma barreira defensiva contra agressões externas. (SERRA, 1999). Contudo, problemas ocorrem quando o há crises no grupo familiar de jovens (PEREZ, 2000).
Um convívio saudável no grupo familiar é importante para que jovens desenvolvam uma identidade sadia, “conseguindo suportar frustrações até o momento adequado para realizar seus desejos” (RIGO, 2008 p. 02). Ainda em se tratando de aspectos relevantes no desenvolvimento da criança, verifica-se que o ensino atual é centrado em conteúdos, enquanto deveria ser mais no saber-fazer, o que leva muitos jovens alunos a ter grande desinteresse pelas matérias lecionadas e também à falta de empenho na resolução das tarefas propostas pelos professores (GERALDO, 2010).
A partir do exposto, um questionamento emerge: como a desestrutura na família de um jovem pode desencadear um desinteresse escolar? A fim de produzir respostas adequadas a esse questionamento, o presente artigo tem o objetivo de investigar como se processa a relação entre desestrutura familiar e desinteresse escolar. Para tanto, realizou-se o acompanhamento de uma criança do 4º ano, do ensino fundamental de uma escola municipal sobre o qual recaíam queixas em relação à inquietação, falta de concentração, desinteresse e ausência familiar.
Para o desenvolvimento da pesquisa foram utilizados os seguintes procedimentos e instrumentos avaliativos: visita à escola da criança, entrevista com a professora, visita à casa da família da criança, anamnese com a mãe, Entrevista Operatória Centrada na Aprendizagem (EOCA) com a criança, momentos lúdicos com vários jogos terapêuticos, material didático, aplicações de testes de discriminação auditiva e visual, provas de esquema corporal e de lateralidade, atividade de coordenação motora fina, atividade de conhecimento das cores, aplicação de provas operatórias piagetianas e provas psicopedagógicas-grafismo.
Após esta introdução, o capítulo 2 traz o referencial teórico, dissertando sobre desestrutura familiar, Desinteresse escolar, a relação entre desestrutura familiar e desinteresse escolar, e relatos de caso sobre a participação da família na vida escolar do aluno. O capítulo 3 apresenta o método; o capítulo 4 descreve os resultados; e, por fim, o capítulo 5 trata das considerações finais.
Os resultados foram avaliados de acordo com 4 dimensões: dimensão pedagógica, dimensão cognitiva, dimensão afetivo/social, e dimensão corporal. Os achados indicam que a criança não teve um acompanhamento escolar por parte de seus responsáveis e que não recebe o devido afeto em casa, fazendo assim com que ela apresentasse um prejuízo escolar, gerando um desinteresse em relação aos estudos. Faz-se importante destacar que a influência da família é de fundamental importância para o desenvolvimento da aprendizagem da criança.
Diante do exposto, o presente estudo compreende que a desestrutura familiar causa desinteresse escolar. Espera-se que a presente pesquisa contribua com imenso valor teórico na área do estudo, uma vez que descreverá que tanto pais/responsáveis por crianças e também as instituições escolares a elevada importância do acompanhamento e apoio afetivo para com as crianças em fase de desenvolvimento cognitivo. Os métodos utilizados nessa pesquisa deverão contribuir para a continuação de estudos na área de psicopedagogia. Este estudo terá uma contribuição prática para a sociedade, pois ampliará os conhecimentos sobre a real importância da presença da família no cotidiano escolar da criança.
Vários são os fatores que podem abalar estruturas familiares: mudanças climáticas, guerras, transição de governos, recessões, separações, disputas por terras e heranças, mortes, álcool, drogas, doenças, miséria, religião, modismos e até mesmo disparidades culturais entre cônjuges causaram, e ainda causam, de alguma forma, impacto negativo na estrutura das famílias. Desse modo, não há como proteger cabalmente qualquer grupo familiar, nem eximí-lo de sofrer ataques do que quer que seja (JBEILI, 2009).
Partindo da idéia que a família é a base para o desenvolvimento de qualquer ser humano. A família não se define somente por laços de sangue, mas também por laços afetivos; defini-se família como um conjunto de pessoas que se une pelo desejo de estarem juntas, de construírem algo e de se complementarem. E é através dessas relações que os seres humanos tendem a tornar-se mais afetivos e receptivos. Eles aprendem a viver a afetividade de maneira adequada; mas para que essa adequação ocorra é preciso que haja referências positivas, responsáveis, encarregadas de demonstrar os limites necessários ao desenvolvimento de uma personalidade com equilíbrio emocional e afetivo.
Para as crianças e adolescentes, as referências são pessoas, palavras, gestos que irão proporcionar a formação da identidade; por isso, “crianças e jovens que estabeleçam vínculos de harmonia nos seus momentos de decepções, e que possam receber carinho, atenção e compreensão irão desenvolver uma identidade sadia, conseguindo suportar frustrações até o momento adequado para realizar seus desejos” (RIGO, 2008 p. 02).
Por família atualmente, pode-se entender uma série de arranjos nas relações entre pessoas ligadas por laços de aliança e afinidade. No entanto, é sabido que o grupo familiar atualmente está em crise e, até mesmo, se extinguindo. Na verdade, o que vem ocorrendo são mudanças na estrutura e nos papéis dos membros da família, em decorrência das alterações sociais que por sua vez, acabam colocando para a existência de diversas formas de constituição e modalidades de educação familiar, negando a construção histórica de um modelo de família único e ideal (PEREZ, 2000).
Vale salientar que a influência da família é de fundamental importância para o desenvolvimento da aprendizagem da criança, pois aquela que não tem um acompanhamento por parte da família (pais) ou responsáveis pela aprendizagem apresenta obstáculos relacionados a vinculação afetiva, causando prejuízo escolar. Nesse sentido, o contato com a família pode trazer informações sobre fatores que interferem na aprendizagem e aponta os caminhos mais adequados para ajudar a criança, e ressalta que os pais devem compreender a enorme influência das relações familiares no desenvolvimento dos filhos; portanto, é imprescindível o acompanhamento da família no contexto escolar dos filhos (SCOZ, 1994).
Quanto falta ao educando/filho um ambiente familiar saudável e equilibrado, no qual ele conviva com uma desestrutura familiar, ele tende a se deixar levar pelo impulso em direção da irresponsabilidade ou inconsequência, gerando ações inadequadas e insensatas que podem desorganizar e prejudicar a formação do seu caráter e da sua personalidade. Quando a escola é despreparada tanto no seu quadro funcional, como também não cumpre o seu papel social na formação do educando, verifica-se que se têm a partir desse desinteresse escolar indivíduos desestimulados e alunos desmotivados, indisciplinados e com baixa auto-estima, incapazes de prosseguir em busca do seu lugar na sociedade (BRAMBATTI, 2010).
A família é responsabilizada, não apenas por não dar assistência ao aluno no sentido de não oferecer o acompanhamento individualizado nas tarefas escolares que a escola não pode dar, mas também por contribuir para o desinteresse do aluno na medida em que não estimula nem cobra dos filhos um bom desempenho escolar. O sistema escolar é culpabilizado principalmente pelo fato de que, na visão de alguns, são é ele o responsável pelos conteúdos desinteressantes e sem sentido para a vida do aluno, e por não dar condições de trabalho para o professor, que lida com turmas cada vez maiores e não conta com apoio da escola. São também criticados as normas estreitas e os pacotes impostos pelas Secretarias de Educação, os quais, além de não apresentarem soluções, desqualificam o trabalho docente.
Desse modo a família exerce grande influência nas decisões dos seus educandos em prosseguir ou desistir dos estudos. Diversas vezes são as precárias condições sócio-econômicas de muitas famílias que contribuem para que crianças/adolescentes se sintam desinteressadas pela aprendizagem. Isso desmotiva os alunos, pois o ensino que a escola atual dispensa é ainda muito centrado em conteúdos, ao passo que deveria ser mais no saber-fazer (GERALDO, 2010).
Sendo assim, é de grande importância o acompanhamento das famílias na construção de um melhor aprendizado e rendimento escolar de seus filhos. O papel da escola para melhor desenvolvimento cognitivo da criança deve ser no sentido de considerar a necessidade da família vivenciar reflexões que lhes possibilitem a reconstrução da auto-estima, afeto e acompanhamento. Desse modo, os pais devem se sentir compreendidos e não acusados, recepcionados e não rejeitados pela instituição escola, que pode fazê-los se sentir reconhecidos e fortalecidos enquanto parceiros nesta relação de troca de conhecimentos (CAETANO, 2003).
É compreensível que para a família seja inviável estar presente constantemente na escola do filho, ou ciente de sua caminhada escolar; no entanto, não se pode justificar a ausência pela indisponibilidade de tempo, pois é de fundamental importância a presença da família apoiando a criança no seu desenvolvimento estudantil. Portanto, é necessário transcender as relações intensas de trabalho e qualificar um tempo mínimo necessário para redescobrir na sociedade moderna os relacionamentos mais autênticos e solidificados entre pais e filhos. Nessa perspectiva, presença significa afeto, escuta, exemplo, que se fortalece na parceria e no “ir ao encontro” e não na espera “que a escola realize sozinha o milagre de educar-lhes os filhos” (NÉRICI, 1972, p. 12).
A criança precisa viver em um ambiente onde saiba que as pessoas que estão ao seu redor se preocupam com seu desenvolvimento intelectual/cognitivo, afetivo e social, pois se sabe que a família e a base de todo indivíduo. A família tem a função de socializar e estruturar seus filhos como pessoas dignas e capazes de se desenvolver globalmente em uma sociedade. Portanto cabe a família incentivar e valorizar seus filhos na construção de boas maneiras e valorização da aprendizagem, como também no desenvolvimento cognitivo, sócio – afetivo da criança e do adolescente; e o interesse dele próprio, carece, sobretudo, do trabalho conjunto família/escola.
A presença dos pais na vida escolar dos filhos confirma na criança o valor dos seus estudos, assim como o alheamento desses pais pode servir-lhes de desculpa para não estudar ou frequentar com desânimo a escola. Nessa perspectiva, compreende-se a resposta dos professores e se ratifica o papel e o testemunho inalienável da família: “Parece que os filhos sempre descobrem o calcanhar-de-aquiles dos pais e não se sentem nenhum pouco constrangidos em usar esse saber para conseguir o que querem (não ir à escola, por exemplo” (ZAGURY, 2002, p. 35).
Assim, o aluno precisa saber que pode contar com a família para acompanhá-lo, participando de sua vida educacional, pois a escola lhe proporcionará conhecimento e despertá-lo para comportamentos sociáveis e afetuosos, porém só a família o torna seguro e maduro para fazer os discernimentos necessários para a sua vida. A participação da família através da sua presença na escola dando sugestão, apoiando e participando efetivamente das reuniões de pais e mestres é fundamental, pois a família deve participar apoiando as atividades que são propostas como também, colocar-se à disposição de esclarecimentos ligados à sua profissão. Acompanhando os eventos em que os filhos se fazem presentes, também participando dos ciclos de palestras realizadas para os professores, como também participando do planejamento com sugestões e ajudando na realização das atividades.
Chechia e Andrade (2002) realizaram um estudo com objetivo de conhecer como os pais percebem a escola e o desempenho escolar, procurando investigar as diferenças nas representações de dois grupos de pais de alunos levando em conta o desempenho do filho na escola. O estudo foi realizado com pais de classe média baixa, residentes em um bairro de periferia de um município do interior de São Paulo, estabelecendo os seguintes critérios para selecioná-los: análise do histórico escolar dos alunos de cada série do ano anterior; análise do histórico escolar dos alunos do primeiro bimestre do ano atual e classificação dos alunos pelo professor de cada série.
A amostra foi composta por 32 pais (31 mães e 1 pai) de alunos matriculados no período da manhã e da tarde, sendo dezesseis pais de alunos com desempenho classificado como sucesso e dezesseis pais de alunos com insucesso escolar. Os resultados mostram que os pais entrevistados casaram-se muito jovens, com idade entre treze e vinte anos. O número de filhos na família de alunos com sucesso varia de um a três, mas foi encontrada uma família com dez filhos. Em relação ao número de filhos na família do aluno com insucesso este varia de dois a seis filhos. O nível de escolaridade dos pais é bastante diversificado, e a maioria possui o ensino fundamental incompleto. A renda familiar é baixa, sobrevivem com até três salários mínimos. A maioria das famílias possui casa própria financiada pelo governo e pela prefeitura, apenas uma família paga aluguel. O lazer e os passeios não são presentes em ambas as famílias. Pode-se concluir que os pais de alunos com sucesso constroem uma percepção positiva fundamentada na idéia "a escola é boa", enquanto que os pais de alunos com insucesso relatam que "a escola parece boa". Observou-se ainda que os pais deste último grupo sentem certa discriminação da escola pelo fato dos seus filhos apresentarem insucesso.
Santos e Severino (2009) realizaram um estudo com os objetivos de conhecer as repercussões advindas da não participação da figura paterna pós-separação conjugal, sobre o desenvolvimento escolar dos filhos. O estudo foi realizado com dez pais pós-separação e seus respectivos filhos, que estudavam no ensino básico, em escolas públicas e privadas designadas pelos pais no ato da entrevista. Foram utilizados ainda carta às escolas; um questionário dirigido ao pai; dois questionários aplicados na escola ao Professor e coordenador pedagógico; além de ter sido solicitado a autorização do pai ou da mãe da criança. Dentre as dez entrevistas com pais separados conjugalmente, atendidos, seis tinham um filho, dois tinham três, um pai possuía quatro filhos e um tinha dois filhos, perfazendo um total de dezoito crianças. As dezoito crianças e adolescentes estudavam em escolas diferentes, tendo os pais informado o endereço após autorizar a visita das pesquisadoras à escola.
Foram visitadas 13 escolas. Dentre estas, oito foram escolas públicas do Distrito Federal, quatro foram escolas particulares e uma foi escola estadual, em Valparaíso-GO. Os resultados das quatro primeiras questões do questionário aplicado ao pai acerca da sua participação na vida escolar do filho (as atividades propostas pela escola, as festividades ou comemorações, a obrigação de levar e buscar o filho na escola, o acompanhamento do filho em suas tarefas escolares), mostram que, em relação às atividades escolares e comemorações da escola, a participação tem sido significativa e, quanto à obrigação de levar e buscar o filho na escola e acompanhar as suas tarefas, apenas metade dos filhos têm conseguido essa participação de seus pais. Conclui-se que nesta pesquisa, um início de mudança de mentalidade no sentido do interesse dos pais em serem mais participativos na vida escolar de seus filhos de maneira geral, após a separação. As escolas mostraram uma mudança de concepção da família, no sentido de vê-la de forma mais global e buscar envolvê-la nas atividades escolares, muitas vezes até mudando as suas programações no sentido de contemplar a participação familiar.
Neri (2009) teve como o objetivo comparar o desinteresse que afasta os jovens da escola. A pesquisa foi feita com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No documento, consta que 18% dos alunos entre 15 e 17 anos não freqüentam a sala de aula. Os principais motivos alegados pelos jovens que estão fora da escola são desinteresses (45%), atividade profissional ou doméstica que impede o estudo (22%) e falta de acesso à escola ou transporte (10%). De acordo com a pesquisa, o estado com maior número de alunos desinteressados é Rondônia, com 13,75%. O Acre é o que apresenta os mais altos índices dos que não estudam por falta de escolas acessíveis (4,99%), e dos que têm que trabalhar (7,88%).
O Rio de Janeiro se destaca como o estado com maior índice de matrícula de jovens entre 15 e 17 anos (88%), também ocupando o primeiro lugar como o estado com maior percentual de matrículas de crianças e jovens entre 0 e 17 anos. No entanto, este estado está em sexto no critério de horas médias de jornada por alunos (4,22) e também ocupa esta posição no percentual de aulas assistidas pelos que freqüentam a escola (96%). Entre os jovens de 15 a 17 anos, os que têm maior jornada na escola são os de Brasília, com uma média de 4,9 horas por dia. Já o estado de Santa Catarina ocupa o último lugar do país, com 3,1 horas.
No quesito presença, os mais assíduos são os alunos do Amazonas e os menos freqüentes são os alunos do Maranhão. São Paulo aparece com o pior desempenho entre os estados do Sudeste, no índice de presença (95,3% das aulas assistidas e 4,7% das não assistidas), por outro lado, São Paulo apresenta o segundo lugar do país no índice de permanência, com 72%, enquanto a média nacional é de 61%. O resultado da pesquisa aponta a necessidade de modificação da escola brasileira. Porém, Néri (2009) considera que é preciso convencer os estudantes de que o colégio é a melhor oportunidade para conseguir um emprego e ter salários mais altos.
3.1 Abordagem e tipo de pesquisa
O trabalho realizado foi baseado na pesquisa qualitativa que segundo Minayo et al (2004 p, 21 e 22),
“Responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.”
No entanto dentro da pesquisa qualitativa o estudo de caso se define como descritivo. Nesse sentido Trivinos (2006, p.110), ressalta que os estudos descritivos exigem do pesquisador uma série de informações sobre o que se deseja pesquisar. O estudo descritivo pretende descrever “com exatidão” os fatos e fenômenos de determinada realidade. Já o estudo de caso tem o objetivo de descrever determinada realidade, em que coleta e examina todos os dados possíveis sobre o tema proposto (BACHRACH, 1975).
3.2 Participantes
O participante dessa pesquisa foi uma criança (L.J.S), do sexo masculino, atualmente com 11 anos, aluno do 4º ano, no turno matutino no ensino fundamental de uma escola municipal e que teve como queixa principal que o aluno é muito inquieto não se concentra, não tem interesse, não consegue escrever seu nome sem o crachá, não cuida de seus materiais escolares, não consegue ficar muito tempo em sala.
3.3 Instrumentos
Para a realização do estudo de caso foram utilizados os seguintes instrumentos avaliativos: anamnese com a mãe, Entrevista Operatória Centrada na Aprendizagem (EOCA) com a criança, vários jogos terapêuticos, material didático, testes de discriminação auditiva e visual, provas de esquema corporal e de lateralidade, atividade de coordenação motora fina, atividade de conhecimento das cores, provas operatórias piagetianas e provas psicopedagógicas-grafísmo.
3.4 Procedimentos
O contato inicial foi com a escola através de requerimento solicitando a realização do estágio, o aluno em estudo foi selecionado pela equipe pedagógica da escola a qual o mesmo se encontra matriculado, para avaliação e intervenção Psicopedagógica, como também a autorização da Diretora através de oficio para o Centro de Referência da Assistente Social (CRAS), Casa das Famílias, para a utilização da sala de Apoio Psicopedagógico. Em seguida foi o contato com a mãe, onde ela assinou o Termo de Consentimento de Livre Esclarido (TCLE) dando autorização para a realização da pesquisa. No entanto, para o possível diagnóstico foram realizadas onze sessões a primeira com a escola a segunda anamnese com a mãe, duas sessões para a realização da EOCA e atividades lúdicas, três sessões lúdicas centradas na aprendizagem, uma sessão com provas pedagógicas, uma sessão com provas operatórias, uma sessão com provas projetivas, e a última sessão a devolutiva com a mãe, como também foi entregue a escola um Informe Psicopedagogico com os dados, procedimentos e resultados da pesquisa e uma análise da criança diagnosticada.
3.5 Análise de dados
Os dados foram analisados através da técnica Análise de Conteúdo, que segundo Minayo et al (2004. p. 74)
“existem duas funções na aplicação da técnica. Uma se refere à verificação de hipóteses e/ou questões. Ou seja, através da análise de conteúdos, podemos encontrar respostas para as questões formuladas e também podemos confirmar ou não as afirmações estabelecidas antes do trabalho de investigação (hipóteses). A outra função diz respeito à descoberta do que está por trás dos conteúdos manifestos, indo além das aparências do que está sendo comunicado.”
4.1 Dimensão pedagógica
No aspecto pedagógico, o aluno apresenta uma modalidade de aprendizagem marcada pelo surgimento de desinteresses, falta de motivação para realização das suas atividades, como também necessita de aprovação constante no trabalho que realiza. Esse comportamento pode ser fruto dos constantes fracassos no seu processo de conhecimento. Demonstra ainda um comportamento marcado pelo desinteresse e indisciplina, além de pode ser observada falta de conhecimento em relação à leitura e à escrita, pois apresenta deficiência quanto à competência linguística ao não identificar consoantes e vogais.
A criança em questão não reconhece as letras. Isso foi observado na sessão lúdica centrada na aprendizagem, quando diante do uso de um alfabeto de encaixe em que seriam colocadas todas as peças sobre a mesa para que o mesmo encaixasse no lugar certo a criança começou a pegar as peças sem observar a seqüência do alfabeto, e começou a encaixá-las em qualquer lugar do encaixe. Quando a criança percebia que não encaixava pegava outra peça até encontrar a forma correta de encaixar. Ainda nesta, sessão foi pedido à criança para escrever seu nome em uma folha de papel, sendo que ela só sabia escreve a 1ª sílaba do seu nome, e o restante das letras só sabia escrevê-las se fosse olhando um modelo, pois se fosse pronunciada não reconhecia pelo som.
Em relação a atividades que envolviam cálculos mostrou a criança ter certo domínio. Ela conhece os números, pois ao participar de um momento lúdico com um quebra-cabeça com soma de números e resultados, apresentou habilidades em somar e procurar a peça do resultado obtido, demonstrando assim habilidade no conceito numérico. Segundo Weiss (2008, p.102) “na área pedagógica é preciso analisar a discrepância entre a frequência do aluno às aulas, suas condições culturais verdadeiras e a metodologia usada na sala da aula, principalmente durante o processo de alfabetização”.
4.2 Dimensão cognitiva
Na área cognitiva foram detectadas vacilações quanto atenção e concentração. Na realização da 1ª prova (Mudança de Critério-dicotomia), a criança organizou por cor, separando as fichas azuis das vermelhas, na seqüencia foi perguntado se tinha outra maneira de organizar, e assim a criança organizou pelas formas e tamanho e ainda fez montes com fichas, misturando as cores e as formas. Desta forma, a criança apresentou resposta do nível 2 – inicio de classificação que corresponde ao pensamento intuitivo global, referente a estrutura cognitiva de criança na faixa etária entre 5 e 6 anos, Weiss (2008).
Na 2ª prova (Seriação de Palitos) a criança recebeu 10 palitos de diferentes tamanhos onde deveria arrumá-los do menor para o maior como uma escadinha, todos juntos, e assim a criança começou medindo palito por palito e formando uma escadinha, na terceira tentativa conseguiu fazer por completo a prova. A criança também apresentou resposta do nível 2 – conduta intermediária que corresponde entre 5 a 6 anos. Em que a criança vai, por ensaio e erro compondo a série, compara cada palito com todos os demais até achar o que serve por meio de seriação intuitiva por regulações sucessivas, Weiss (2008).
Para a 3ª prova (Conservação do Comprimento), foi mostrada uma posição inicial dos cordões e questionado sobre qual era o mais comprido dos dois, depois de modificados os mesmos em duas outras situações. A criança identificou com segurança o cordão mais comprido em todas as situações e percebeu que, o que ficava diferente era a forma de apresentação do mesmo, demonstrando que tem domínio operatório quanto a conservação do comprimento. Apresentando assim resposta de nível 3 – condutas conservativas que corresponde a faixa etária dos 7 anos, quando a criança é capaz de dar um ou vários argumentos (identidade, reversibilidade e compensação), mantendo o seu julgamento apesar da contra-argumentação, Weiss (2008).
A 4ª prova (Conservação das Quantidades de Líquidos), onde se investigou o grau de conservação com um material físico contínuo em suas variáveis. Todas as ações para realização da prova aconteceu diante da criança, mesmo ele confirmando que na ação inicial onde se tinha dois recipientes iguais com água havia a mesma quantidade de água, quando acontecia a transferência para recipientes de formas diferentes (1 copo longo e fino / 1 copo pequeno e grosso) a criança apontava que a maior quantidade de água estava no copo longo e fino, demonstrando ausência de domínio quanto a conservação de quantidade de líquidos. Apresentando resposta de nível – 2 condutas intermediárias – julgamentos oscilando entre conservação e não-conservação, pois no mesmo transvasamento a criança julga as mesmas quantidades ora como iguais, ora como diferentes. Os julgamentos se alteram de um transvasamento para o outro. As justificativas são pouco claras e incompletas, Weiss (2008).
E quanto à seqüência de tempo, a criança demonstrou não ter conhecimento dos meses do ano, dias da semana e horas, pois em uma sessão em que foi mostrado um calendário, para obter informações do conhecimento da criança sobre os meses do ano, dias da semana e horas, o mesmo não sabia o dia nem o mês de seu aniversário. Em relação às horas não tinha certeza da hora exata, foi identificado habilidades quanto à memória nas sessões lúdicas quando foi usado jogo da memória das profissões, a criança demonstrava interesse e habilidades com as peças do jogo, chegando sempre a ganhar no final do jogo.
A criança identifica as cores, pois em uma sessão em que foi realizada uma brincadeira do Tapete Colorido, no qual iria colocar o pé direito e esquerdo e a mão direita e esquerda em cores diferentes, ela soube definir com detalhe cada cor e se mostrou consciente nas noções de lateralidade, como também demonstrou entendimento em relação à seqüência. Nas provas pedagógicas com organização de sequência de desenhos, números, alfabeto e vogais, a criança obteve sucesso nas seqüências de desenhos e números, apresentando assim dificuldades nas seqüências do alfabeto e vogais, por não conhecer as letras.
Weiss (2008) ainda diz que os aspectos cognitivos estariam ligados basicamente ao desenvolvimento e funcionamento das estruturas cognitivas em seus diferentes domínios. Inclui nessa grande área também aspectos ligados à memória, atenção, antecipação etc., anteriormente agrupados nos chamados fatores intelectuais.
4.3 Dimensão afetivo/social
No nível afetivo/social foi visto que a estrutura familiar da criança é composta por oito pessoas, sendo a avó materna, três tias, um tio, um primo, uma prima e ele. Os pais são separados, e a criança não convive com nenhum deles. Foi observada em visitas feita a casa da criança, que ele se sentia abandonado por alguns membros da família, e muitas vezes era tachado de “burro”, pois só vai para escola obrigado, pois o que mais gosta de fazer é cuidar de animais.
De acordo com a família, a educação é o melhor que pode oferecer a criança, mas não compreende por que a criança é desinteressada, talvez pela ausência da mãe e do pai, que poderia impor regras, normas e limites. Na produção de desenhos projetivos foi percebido ainda sentimentos de tristezas, solidão, timidez, abandono pelo pai, criando assim revolta, baixa auto-estima e um comportamento expresso pelo desinteresse e indisciplina, além de insegurança nas relações familiares e sociais impedindo assim, vínculos importantes para o seu desenvolvimento afetivo. E assim a criança foi vivendo no meio familiar e social que não possibilitou construções enriquecedoras quanto a sua aprendizagem escolar, produzindo baixa auto-estima pelo fracasso escolar.
Na perspectiva de Weiss (2008, p.25) os aspectos emocionais estariam ligados ao desenvolvimento afetivo e sua relação com a construção do conhecimento e a expressão deste através da produção escolar, já os aspectos sociais estão ligados a perspectivas da sociedade em que estão inseridas a família e a escola.
4.4 Dimensão corporal
Na área corporal foi analisada na criança habilidades quanto à psicomotricidade e coordenação motora fina, onde foi visto na realização de provas pedagógicas, em que a criança recebia atividades em folhas de ofício, para contornar caminhos pontilhados. E realizou as atividades com perfeição.
No que se refere à lateralidade, foi sugerido à criança que desenhasse seu pé direito em uma folha e o esquerdo em outra folha, como também a mão direita e esquerda, o que conseguiu fazer com facilidade, mostrando assim ter domínio em lateralidade. A visão da criança está em perfeita condição, pois o teste de visão ocorreu da seguinte forma: foi mostrada uma letra grande em certa distância, e outra letra pequena numa distância maior. No entanto a criança foi capaz de reconhecer, as duas letras em distâncias diferentes.
Foi detectada uma boa audição, pois nas provas de discriminação auditiva, onde a criança tinha que dizer qual dos desenhos tinha a mesma terminação sonora do desenho que se encontrava em destaque ela fez com habilidade, reconhecendo assim os sons das palavras pronunciadas. E quanto às relações espaciais, a criança mostrou certo domínio no espaço em que está inserido, pois foi mostrado a ela fotos de pontos turísticos e comerciais da cidade onde a mesma mora para que em um trabalho com recorte e colagem fosse construída uma carta para alguém, que a criança goste e que morasse em outra cidade. Ela criança recortou fotos da escola onde ele estuda da praça da cidade, da ponte sobre o rio, igrejas, supermercados que fica localizado em ruas onde ele conhece, demonstrando assim ter conhecimento do espaço em que está inserido.
Sendo assim um esquema corporal organizado, permite a criança se sentir bem, na medida em que seu corpo lhe obedece, em que tem domínio sobre ele, em que o conhece bem, em que pode utilizá-lo para alcançar um maior poder cognitivo. OLIVEIRA (2002).
O presente artigo teve o objetivo de investigar a relação entre desestrutura familiar e desinteresse escolar. Para isso, realizou-se o acompanhamento de uma criança do 4º ano, do ensino fundamental de uma escola municipal sobre o qual recaíam queixas em relação à inquietação, falta de concentração, desinteresse e ausência familiar.
Buscou-se abordar que a desestrutura familiar causa desinteresse escolar, pois através de sessões psicopedagógica conseguiu descobrir que a falta de acompanhamento por parte da família (pais) ou responsáveis causam obstáculos relacionados ao desinteresse escolar. Os resultados encontrados mostraram que a criança não teve um acompanhamento escolar por parte de seus responsáveis e que não recebe o devido afeto em casa, fazendo assim com que ela apresentasse um prejuízo escolar, gerando um desinteresse em relação aos estudos. Faz-se importante destacar que a influência da família é de fundamental importância para o desenvolvimento da aprendizagem da criança.
A criança diagnosticada apresentou em seu aspecto pedagógico uma aprendizagem marcada pelo surgimento de desinteresses, devido a falta de acompanhamento de seus responsáveis. Na área cognitiva foram detectadas vacilações em relação à atenção e concentração. Na área afetivo/social foram percebidos sentimentos de tristezas, solidão, timidez, e abandono pelo pai, criando assim revolta, baixa auto-estima e um comportamento expresso pelo desinteresse e indisciplina. Na área corporal a criança apresentou habilidades quanto à psicomotricidade e coordenação motora fina.
Os resultados são relevantes porque demonstra tanto aos pais (ou responsáveis) por crianças e até mesmo as instituições escolares a importância do acompanhamento e do apoio afetivo da parte dos pais (ou responsáveis) para com as crianças em fase de desenvolvimento cognitivo. Os métodos utilizados na presente pesquisa devem fornecer subsídios para a continuação de estudos na área psicopedagógica. Portanto, espera-se que este estudo contribua, na prática, para a sociedade, possibilitando aos indivíduos o conhecimento sobre a real importância da presença da família no cotidiano escolar da criança.
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