Samuel Antonio Silva do Rosario *
Jocenilda Pires de Sousa do Rosario **
Valéria de Cássia Sales dos Santo ***
Universidade Federal do Pará, Bragança-Pará-Brasil
samuel_mat2009@hotmail.com
RESUMO: Esse artigo tem por objetivo analisar “A importância da atuação do neuropsicopedagogo para minimizar o baixo rendimento escolar a partir dos casos de bullying. Para tanto, será enfatizada a reflexão de que a educação e
o bem estar físico e emocional dos alunos dependem do comprometimento da escola, família e sociedade. Para isso iremos destacar inicialmente que a escola é um dos mais importantes instrumentos para transformar a sociedade e tornar os educandos cidadãos conscientes e atuantes, mas sozinha ela não faz milagre, é imprescindível a presença permanente da família na educação dos alunos. No entanto, o insucesso escolar é hoje um dos grandes problemas para o sistema educacional e, um dos motivos que levam um aluno ao não aprendizado refere-se justamente ao bullying, uma vez que, as vítimas passam a olhar o ambiente escolar não mais como um local de estudo, mas sim de medo e sofrimento, causando dessa forma, um total desinteresse pelo aprendizado e em alguns casos a evasão escolar. Daí a importância de tecer estas reflexões ao analisar o bullying como uma modalidade de violência recorrente no ambiente escolar e como o trabalho do neuropsicopedagogo poderá contribuir para melhorar o processo de ensino-aprendizagem afim de minimizar o baixo rendimento escolar provocados pelos casos de bullying a partir de estratégias neuropsicopedagógicas de enfretamento e superação. A abordagem ocorrerá de forma qualitativa, embasada nos principais referenciais teóricos: Constatine (2004), Fante (2005), Lisboa (2009), Lopes Neto (2003), Silva (2010), que dissertam sobre a temática.
Palavras-chave: escola; aluno; bullying; ensino-aprendizagem.
RESUMEN: Este artículo tiene por objetivo analizar "La importancia de la actuación del neuropsicopedagogo para minimizar el bajo rendimiento escolar a partir de los casos de bullying. Para ello, se enfatiza la reflexión de que la educación y el bienestar físico y emocional de los alumnos dependen del compromiso de la escuela, la familia y la sociedad. Para ello destacaremos inicialmente que la escuela es uno de los más importantes instrumentos para transformar la sociedad y hacer a los educandos ciudadanos conscientes y actuantes, pero por sí sola no hace milagro, es imprescindible la presencia permanente de la familia en la educación de los alumnos. Sin embargo, el fracaso escolar es hoy uno de los grandes problemas para el sistema educativo y, uno de los motivos que llevan a un alumno al no aprendizaje se refiere justamente al bullying, ya que las víctimas pasan a mirar el ambiente escolar no más como un lugar de estudio, pero sí de miedo y sufrimiento, causando de esa forma un total desinterés por el aprendizaje y en algunos casos la evasión escolar. De ahí la importancia de tejer estas reflexiones al analizar el bullying como una modalidad de violencia recurrente en el ambiente escolar y cómo el trabajo del neuropsicopedagogo podrá contribuir a mejorar el proceso de enseñanza-aprendizaje a fin de minimizar el bajo rendimiento escolar provocados por los casos de bullying a partir de estrategias neuropsicopedagógicas de enfrentamiento y superación. El enfoque se producirá de una manera cualitativa, basado en los principales marcos teóricos: Constatine (2004), Fante (2005), Lisboa (2009), Lopes Neto (2003), Silva (2010), conferencia sobre el tema.
Palabras clave: escuela; estudiante; intimidación; enseñanza y el aprendizaje.
ABSTRACT: This article aims to analyze "The importance of neuropsychological education to minimize low school performance from bullying. Therefore, it will be emphasized the reflection that the education and the physical and emotional well-being of the students depend on the commitment of the school, family and society. For this, we will first emphasize that the school is one of the most important instruments for transforming society and making the students aware and active, but alone it does not make a miracle, it is essential the permanent presence of the family in the education of students. However, school failure is now one of the major problems for the educational system, and one of the reasons a student is not learning refers to bullying, since the victims begin to look at the school environment no longer as a place of study, but rather of fear and suffering, thus causing a total lack of interest in learning and in some cases school dropout. Hence the importance of weaving these reflections when analyzing bullying as a recurrent form of violence in the school environment and how the work of the neuropsychology can contribute to improve the teaching-learning process in order to minimize the low school performance caused by bullying cases from of neuropsychological and pedagogical strategies of coping and overcoming. The approach will occur in a qualitative way, based on the main theoretical references: Constatine (2004), Fante (2005), Lisbon (2009), Lopes Neto (2003) and Silva (2010), who discuss the theme.
Keywords: school; student; bullying; teaching-learning.
Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:
Samuel Antonio Silva do Rosario, Jocenilda Pires de Sousa do Rosario y Valéria de Cássia Sales dos Santos (2018): “A importância da atuação do neuropsicopedagogo para minimizar o baixo rendimento escolar a partir dos casos de bullying”, Revista Atlante: Cuadernos de Educación y Desarrollo (septiembre 2018). En línea:
https://www.eumed.net/rev/atlante/2018/09/atuacao-neuropsicopedagogo-bullyng.html
//hdl.handle.net/20.500.11763/atlante1809atuacao-neuropsicopedagogo-bullyng
1. INTRODUÇÃO
Hoje, mais do que nunca, é preciso compreender que a educação e o bem estar físico e emocional dos alunos dependem do comprometimento da escola, família e sociedade, ou seja, é necessário compartilhar essa responsabilidade, já que os educandos são seres sociais que tem os adultos, pais e professores, como referência. Vale salientar que a educação não se refere apenas ao processo de aquisição de escrita e leitura e sim a formação do cidadão. O rendimento diário dos alunos também depende das boas atitudes que estes presenciam na escola, no meio social, em casa tendo como exemplo os pais, estes podem contribuir incentivando a leitura, ajudando a fazer o dever de casa, participando das reuniões, acompanhando os filhos nas festinhas escolares, incentivando-os nas apresentações, enfim, quanto mais a família se envolve, maior será o aprendizado dos educandos.
Neste sentido, percebe-se que o ponto de partida para a promoção do sucesso escolar e das relações de diálogo entre os alunos é promover a integração entre família, escola e profissionais da área educacional e psicossocial, partilhando conhecimento, direitos e deveres de forma coletiva, dinâmica e inovadora.
A escola é um dos mais importantes instrumentos para transformar a sociedade e tornar os educandos cidadãos conscientes e atuantes, mas sozinha ela não faz milagre, é imprescindível a presença permanente da família na educação dos alunos, visto que estes aprendem a cada minuto e em qualquer lugar, considerando também que eles passam mais tempo em casa com seus familiares do que na escola. No entanto, o insucesso escolar é hoje um dos grandes problemas para o sistema educacional e um dos motivos que levam um aluno ao não aprendizado refere-se justamente ao bullying, uma vez que, as vítimas passam a olhar o ambiente escolar não mais como um local de estudo, mas sim de medo e sofrimento, causando dessa forma, um total desinteresse pelo aprendizado e em alguns casos a evasão escolar. Nesse sentido, pode-se identificar o bullying como um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas.
O bullying é um conceito específico e muito bem definido, uma vez que não se deixa confundir com outras formas de violência. Isso se justifica pelo fato de apresentar características próprias, dentre elas, talvez a mais grave, seja a propriedade de causar “traumas” ao psiquismo de suas vítimas e envolvidos (FANTE, 2005 p.26).
Conclui-se, portanto que, a violência não se restringe somente ao aspecto físico, suas consequências também pode resultar em sequelas psicossociais. As implicações escolares evidenciadas a partir do bullying, relacionam-se à uma série de repercussões negativas no processo de escolarização, dentre as quais: dificuldades de aprendizagem e queda do rendimento escolar.
Diante dessa problemática é que surgiu o interesse pelo tema, pelo fato de ser algo recorrente no ambiente escolar no qual as autoras desse projeto atuam, uma vez que há necessidade de profissionais especializados, como o neuropsicopedagogo para mediar às relações conflituosas resultantes de práticas de bullying e suas implicações no processo de ensino-aprendizagem.
Daí, a relevância do presente projeto, em analisar a temática proposta, uma vez que o tema vem sendo bastante discutido em diferentes campos do conhecimento, como nas pesquisas que se voltam à área científica, psicológica, social e educacional e principalmente porque as noticias sobre violência no contexto escolar são recorrentes, conhecidas dos que vivenciam a escola, sejam estes profissionais ou estudantes, sendo perceptíveis tanto no baixo rendimento dos educandos quanto no surgimento de patologias psicossociais.
Para tanto, o presente artigo foi divido em dois capítulos. O primeiro pretende tecer uma analise sobre o bullying como uma modalidade de violência influenciando no baixo rendimento escolar. E o segundo, o qual propõe indicar estratégias neuropsicopedagógicas de enfretamento e superação contra o baixo rendimento escolar provenientes de práticas de bullying.
Para a execução do projeto será utilizado uma pesquisa qualitativa embasada em referenciais teóricos de bibliografias que dissertam sobre a temática.
2. O BULLYING: UMA MODALIDADE DE VIOLÊNCIA INFLUENCIANDO NO BAIXO RENDIMENTO ESCOLAR
A violência é um dos principais fatores que surgem como problemáticas oriundas das complexas relações entre os indivíduos. Trata-se de um fenômeno preocupante que se alastra pelos mais diversos ambientes de convivência humana, em um ritmo acelerado e contínuo, em espaços anteriormente considerados imunes à sua ação, dentre estes, as instituições de ensino, e em especial, as escolas.
No contexto da educação brasileira, a disseminação da violência nas escolas é um problema que aflige e mobiliza a comunidade educacional, sobretudo aqueles que frequentam estes espaços de formação (NASCIMENTO, 2011). As pesquisas que abordam a temática sobre a violência assinalam que a intensificação deste fenômeno nos dias atuais se constitui em um desafio para o ambiente escolar, no que tange as providencias necessárias e cabíveis, diante da necessidade de romper com a naturalização e banalização do problema em ambiente educacional.
De modo geral, o que se tem percebido é uma crescente manifestação de formas violentas de relacionamento, em que o cotidiano escolar é alvo de situações e acontecimentos nos quais a violência invade, permanentemente e de forma diversa, as aprendizagens e as relações, de modo a dificultar a vida na escola. No Brasil, a violência escolar tem sido tema de vários debates e intensas discussões, que colocam em pauta os reflexos negativos destas práticas no processo de formação de homens e mulheres e dos agravantes sociais e psíquicos que delas possam emergir.
Ao sofrer desdobramentos, a violência assume outras formas de manifestações, dentre essas novas formas da violência, situa-se o bullying, fenômeno que na atualidade recebe grande destaque, seja pela projeção que a mídia tem lhe dado, seja pela denuncias das vitimas, ou ainda por sua expressiva incidência nas relações entre os sujeitos, sobretudo, nas escolas.
2.1. O Bullying e suas variantes
O termo Bullying é utilizado para nomear uma forma de violência muito recorrente em ambientes de interação social e atinge na atualidade uma parcela considerável de pessoas. A palavra é de origem inglesa e foi adotada no Brasil e em alguns países, por não haver um termo equivalente no vocabulário local, que corresponda fielmente o seu significado. Uma explicação para o uso do termo estrangeiro pode ser encontrado em Lopes Neto (2005), o autor explica que a palavra estrangeira bullying, é usada porque:
A adoção universal do termo bullying foi decorrente da dificuldade em traduzi-la para diversas línguas. Durante a realização da Conferencia Internacional Online School Bullying and Violence, de maio a junho de 2005, ficou caracterizado que o amplo conceito dado à palavra bullying dificulta a identificação de um termo nativo correspondente em países como Alemanha, França, Espanha, Portugal e Brasil, entre outros (LOPES NETO, 2005, p.165).
A designação deriva da palavra “bully”, que pode ser traduzida como: “valentão – brigão”, segundo Costantini (2004, p. 9) e também pode corresponder aos termos “amedrontar”, “brutalizar” ou “tiranizar” e compreende “um subconjunto de comportamentos agressivos, caracterizados por sua natureza repetitiva e por desequilíbrio do poder”. Fante (2005, p. 28). Ainda a este respeito à autora assevera que:
O bullying é um conceito específico e muito bem definido, uma vez que não se deixa confundir com outras formas de violência. Isso se justifica pelo fato de apresentar características próprias, dentre elas, talvez a mais grave, seja a propriedade de causar “traumas” ao psiquismo de suas vítimas e envolvidos (FANTE, 2005, p. 26).
Identificada como uma das formas de violência mais comum entre os jovens na atualidade. Sua ação maléfica provoca enormes traumas, causando doenças psicossomáticas, transtornos mentais e psicopatologias graves. Pode ser caracterizado também, como uma forma de poder de um indivíduo sobre o outro, visa impor o controle por meio da coerção, onde se faz uso de ações vexatórias, humilhantes e discriminatórias como formas de dominação e inferiorização do outro.
As primeiras discussões sobre bullying tiveram início em função dos altos índices de ocorrência deste comportamento entre alunos nas escolas da Noruega. Diante do crescimento do problema naquele país, passou-se a utilizar como alternativa de intervenção sobre os casos, os meios de comunicação, sobretudo as emissoras de rádio, locais nos quais se promovia o debate sobre o Bullying objetivando mobilizar as autoridades educacionais e demais instancias no combate ao problema.
Na realidade, o bullying sempre existiu, porém o interesse por esse tema passou a vigorar no Brasil nas últimas duas décadas e que segundo estudos o fato tem grande relação com baixo desempenho estudantil, alunos em alguma situação de violência têm os níveis mais baixos de desempenho nos fatores como escrita e leitura podendo culminar até em evasão escolar, pois os problemas relacionados ao bullying são muitos desde questões psicológicas, como insônia, ansiedade e depressão, até problemas comportamentais, como isolamento social e consumo de álcool e outras drogas. Este fenômeno compreende tanto as agressões físicas propriamente ditas, quanto as que se localizam na esfera simbólica, ambas capazes de provocar efeitos prejudiciais da mesma magnitude (LOPES NETO E SAAVEDRA, 2004).
Segundo Martins (2005a), há três formas de classificar o bullying. A primeira corresponde a comportamentos diretos e físicos, ações como, agressões físicas, roubar, extorsão de dinheiro, forçar comportamentos de conotação sexual, impor práticas servis ou fazer ameaças desta natureza. A segunda, inclui comportamentos diretos e verbais, como apelidar, insultar, tecer comentários racistas, homofóbicos ou que se refiram a qualquer diferença relativa ao outro. A terceira está relacionada a comportamentos “indiretos” de bullying, como excluir sistematicamente o outro ou mesmo a ameaçá-lo de exclusão, caluniar e fazer fofocas ou ainda manipular a vida de outrem.
Há na literatura outras categorias mais especificas que definem a prática do bullying - o bullying verbal que inclui ações como: insultar , ofender, falar mal, colocar apelidos pejorativos, (ROLIN, 2008) e que tende a ser mais comum, sobretudo, à medida que a idade avança. O bullying físico e material, que é caracterizado por atitudes como: bater, chutar empurrar, beliscar, roubar, furtar ou destruir pertences da vítima, é mais comum em indivíduos mais jovens (BERGER, 2007). O bullying psicológico e moral que inclui práticas pautadas por atos entre os quais constam: humilhar, excluir, discriminar, chantagear, intimidar, difamar. As duas últimas definições dão origem a mais uma categoria, chamada de bullying relacional, que incide diretamente no relacionamento social da vítima com seus pares, e ocorre quando um indivíduo ignora ou impede deliberadamente a tentativa de aproximação de outro indivíduo. A prevalência desta forma é mais comum a partir da puberdade, e se torna muito prejudicial, em razão de esta ser uma fase em que a integração aos grupos de pertença e aceitação dos pares é essencial (BERGER, 2007).
Há ainda o bullying sexual, que compreende as ações de: abusar, violentar, assediar, insinuar, dentre outros, e o bullying virtual ou Ciber bullying que se trata de agressões executadas por meio de ferramentas tecnológicas: celulares, filmadoras, internet, dentre outros.
No âmbito educacional, a ocorrência do bullying pode levar ao desenvolvimento de quadros de violência contínua contribuindo substancialmente para o baixo rendimento dos alunos envolvidos e para o problema do abandono e da evasão escolar ao compreender a escola como um ambiente hostil e segregativo. Nesse sentido, o problema do baixo rendimento escolar não recai apenas sobre uma realidade social, ela nos apresenta as diferentes realidades sociais que devem ser trabalhadas e valorizadas na escola. No entanto, a escola tem dificuldades em trabalhar com a diversidade de elementos que a realidade produz e suas consequências em cada indivíduo.
O problema do baixo rendimento escolar e consequentemente a evasão escolar, sobre o qual se pretende tecer aqui algumas considerações, não pode ser depositado tão somente sobre o aluno. Conforme opina Weiss (2007, p. 16) “há todo um universo ao redor que implica em estar atento também a outras perspectivas sendo elas a escola, a família e também o aluno”. A autora considera a evasão e consequentemente o baixo rendimento escolar uma resposta insuficiente do aluno a uma exigência ou demanda da escola. E essa resposta insuficiente, no caso em questão, pode estar sendo causada como consequência de atos de bullying.
A percepção do aluno sobre o papel da escola vista como um local de crescimento e aprimoramento intelectual, pessoal e social, mas que abriga em sua dinâmica elementos contraditórios, que afetam a efetividade das ações que corroboram a estes fins. Dentre estes, situa-se a violência e mais frequentemente o fenômeno bullying, enquanto uma de suas variantes e foco desta análise.
Estas contradições coexistem com as propostas de formação implementadas pelas instituições educacionais, corporificadas nas ações que compõem o currículo oculto, o qual compreende todas as práticas evidenciadas no contexto escolar, ainda que estas, não sejam condizentes com a finalidade maior do processo educacional.
Sendo assim, é perceptível a relação dicotômica existente entre a proposta de formação dos sujeitos empreendida pelas instituições de ensino e a instalação e disseminação de práticas que seguem na contramão destes objetivos, dentre elas, o bullying e os aspectos negativos que este fenômeno acarreta ao desenvolvimento escolar dos estudantes. Uma vez que, a disseminação da violência a partir da incidência de bullying nas relações entre estudantes provoca um alto índice de desinteresse pela escola sendo um dos principais reflexos negativos deste problema, resultando no abandono da instituição de ensino e consequentemente contribuindo para a elevação das taxas de evasão escolar. A escola começa para os alunos a “perder o sentido”. O de um lugar seguro, acolhedor, onde a aprendizagem deva ser pautada na formação crítica, problematizadora estimulando princípios de tolerância, respeito, compreensão e valorização do outro, aspectos essenciais para o desenvolvimento humano. Para um lugar visto como espaço de violência e intolerância.
O bullying pode parecer uma brincadeira de amigos pela sutileza com que é conduzido pelos agressores. O que o distingue das brincadeiras próprias do desenvolvimento infanto-juvenil e regras de boa convivência é a crueldade com que é exercido. As vítimas, em geral, são crianças e jovens que apresentam algumas diferenças em relação ao grupo ao qual estão inseridas. Por sua vulnerabilidade, passividade, falta de recursos ou habilidade para reagir, são os alvos mais visados. Esses episódios de violência e agressão (exclusão, xingamentos, calúnia e danos físicos) convergem na maioria das vezes para um quadro de desestabilização que tem seus efeitos tanto no campo físico quanto no psicológico repercutindo de forma negativa no âmbito cognitivo.
Do mesmo modo, a adoção de posturas prejudiciais como alternativas para evitar o confronto direto, como “faltar aulas e deixar de ter acesso aos conteúdos e a explicação”, também se configura como um fator que limita o bom desenvolvimento escolar do aluno e consequentemente o desinteresse pelo aprendizado. Tal entendimento pode ser afirmado por autores como Fante (2005); Lopes Neto (2011); Moreira (2010); cujos estudos mostraram que a presença do bullying nas instituições de ensino compromete significativamente o processo educacional, na medida em que, a inserção em ambientes hostis, marcados pela intolerância e pela violência, implica em uma possibilidade concreta de que os alunos diretamente envolvidos nos conflitos decorrentes deste contexto mostrem-se desmotivados em relação à escola.
Este processo, por sua vez, tende a culminar no desinteresse pelas atividades de ensino, pela realização das tarefas e outros problemas como desatenção e a falta de socialização. Enfim, uma série de fatores que inviabilizam um relacionamento saudável com o ambiente escolar e que comprometem o desenvolvimento do aluno.
No que concerne á exclusão social a que alguns alunos são vítimas através do bullying e focalizando a dimensão cognitiva, esta situação pode ser analisada a partir das leituras de autores como Lisboa (2004); Koller (2004) que destacam a importância dos relacionamentos interpessoais positivos, sobretudo na infância e adolescência, visto que eles influenciam diretamente no desenvolvimento do individuo, pois contribuem para a elevação da autoestima, estimulam o desenvolvimento de habilidades sociais e geram melhores níveis de aprendizagem.
De acordo com Lisboa (2004) as relações positivas de amizade, além de favorecer o delineamento da identidade e do papel social, exercem influencia positiva na aprendizagem dos conteúdos formais de ensino. A partir da reflexão sobre Olweus (1993) conclui-se que a vitimização pelo grupo de pares e a rejeição social são fatores capazes de provocar dificuldades de ajustamento que poderão perdurar por toda vida, além de problemas relacionados à socialização, a aprendizagem e a evasão escolar.
Diante do exposto acima, conclui-se que é inegável o bullying como fator determinante para efeitos indesejáveis no desenvolvimento individual, físico, psicológico, social e cognitivo dos alunos acarretando problemas de baixo rendimento escolar e no desenvolvimento para uma percepção negativa sobre a escola.
Deste modo, ainda que as consequências do bullying para os envolvidos sejam muito relativas, este é um problema que não tende a passar despercebido com possibilidade de afetar diferentes âmbitos da vida dos que nele se encontram envolvidos além de ser um agente que sem dúvida tem um grande potencial para estimular e agravar situações de conflito, e que por isso contribui sobremaneira para a banalização e naturalização da violência.
Diante do amplo caráter formativo inerente ao papel da escola, afirmado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB. 9394/96), que postula a educação como processo vinculado às práticas sociais, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, que tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando e seu preparo para o exercício da cidadania, posto que, está ancorada nos princípios de respeito à liberdade e apreço à tolerância, é que educadores, pais e sociedade, de modo geral não poderão ignorar os reflexos negativos que o bullying, enquanto violência que atinge as instituições escolares poderá trazer à formação do sujeito.
Esta realidade perturbadora, motiva a busca pela compreensão de como estes eventos vão tomando corpo no interior das escolas, e de como elas poderão instituir meios mais efetivos para trabalhar tais questões, com a intenção de evitar consequências mais sérias, como paralelamente de resgatar a escola enquanto espaço de trocas e partilhas, de acolhimento e aprendizado.
Embora se saiba que as raízes do problema não estejam propriamente na escola, é necessário que ela implemente ações direcionadas à eliminação ou minimização dos efeitos nocivos que as práticas de violência possam trazer àqueles que as vivenciam, na medida em que a escola assuma o papel de instituição formativa que, para além de estar comprometida com os processos de apreensão dos conhecimentos, deve também contribuir para a formação cidadã dos sujeitos.
3. QUEM SÃO OS ENVOLVIDOS?
FANTE (2005) faz um apanhado acerca dos tipos de papéis desempenhados pelos envolvidos nas situações de bullying. São eles:
Vítima típica: é aquela que serve de “bode expiatório” para um indivíduo (ou grupo de indivíduos); geralmente pouco sociável, sofre repetidas agressões sem dispor de recursos, status ou habilidades de reação para fazer cessar tais agressões.
Vítima provocadora: é aquela que provoca e atrai reações agressivas sem conseguir lidar com as consequências; pode ser hiperativa, inquieta, dispersiva e ofensora; é de modo geral tola, de costumes irritantes e quase sempre responsável por causar tensões no ambiente em que se encontra.
Vítima agressora: é aquela que reproduz os maus-tratos sofridos; tendo passado situações de sofrimento na escola, tende a agredir indivíduos mais frágeis do que ela, transferindo os maus-tratos sofridos, perpetuando a violência e expandindo o número de vítimas.
Agressor: é aquele que vitimiza os mais frágeis; costuma manifestar pouca empatia, bem como necessidade de dominar e subjugar os outros; manifesta necessidade de conseguir a custo de ameaças o que se propõe; tende a ser impulsivo e ter baixa resistência a frustração.
Espectador: é o aluno que presencia o bullying, porém não o sofre nem o pratica. Representa a grande maioria dos alunos que convive com o problema e adota a lei do silêncio.
CALHAU (2009) acrescenta a esses cinco tipos a figura do Novato: aluno transferido de outra escola e que também fica fragilizado diante de agressores na nova escola.
Além do mais, pode-se classificar ainda os Co-agressores, que apesar de não se inserirem no papel do agressor principal, se amontoam na plateia estimulando as brigas, riem dos maus-tratos e ajudam a propagar os boatos sem se importar com os sentimentos da vítima. São também responsáveis por ajudar a disseminar difamações e conteúdos humilhantes na internet. Inserem-se como membros em grupos ou comunidades “eu odeio” contribuindo para a continuidade das agressões.
De acordo com MARTINS (2005b), o conjunto dos estudos sobre bullying parece demonstrar que alguns observadores são simultaneamente vítimas, e também agressores, ou seja, como expõe EIRAS (2009), os mesmos adolescentes podem experimentar todas as condições, figurando entre os papéis de testemunha, vítima e agressor.
3. ESTRATÉGIAS NEUROPSICOPEDAGÓGICAS PARA MINIMIZAR OS EFEITOS DO BULLYING NO BAIXO RENDIMENTO ESCOLAR.
Sabe-se que a importância de ter um profissional de neuropsicopedagogia no contexto educacional possibilita uma avaliação e intervenção antecipada relacionada aos transtornos de aprendizagem. Pois o neuropsicopedagogo recebe na sua formação toda orientação sobre o funcionamento do sistema nervoso e quais as implicações que comprometem a aprendizagem quando o mesmo apresenta prejuízo no seu funcionamento. Então a neuropsicopedagogia compõe-se justamente do conduzir, do acompanhar o indivíduo em todo seu processo de aprendizagem, preocupando-se com o todo. A mesma abrange conhecimentos propostos pela neurociência, pela psicologia e pela pedagogia tendo como objetivo central a potencialidade do processo de ensino-aprendizagem das pessoas com quem interagem.
Assim, o neuropsicopedagogo é o profissional que vai incluir à sua formação pedagógica o conhecimento adequado do funcionamento do cérebro, para melhor entender a forma como esse cérebro recebe, seleciona, transforma, memoriza, arquiva, processa e elabora todas as sensações assimiladas pelos diversos elementos sensoriais para, a partir desse entendimento, poder adaptar às metodologias e técnicas educacionais a sua clientela e, principalmente, aqueles com características cognitivas e emocionais diferenciadas. Esse profissional terá que estar em busca constante dos necessários conhecimentos sobre as degenerações neurológicas, psiquiátricas e distúrbios existentes, para desenvolver um trabalho de acompanhamento pedagógico, cognitivo e emocional das pessoas que apresentam esses sintomas.
O profissional de neuropsicopedagogia, portanto, é um dos elementos mais importantes para desenvolver e estimular novas "sinapses", para um verdadeiro processo de ensino aprendizagem. De acordo com o Artigo 10° do Código de Ética Técnico Profissional da Neuropsicopedagogia:
A Neuropsicopedagogia é uma ciência transdisciplinar, fundamentada nos conhecimentos da Neurociência aplicada à educação, com interfaces da Psicologia e Pedagogia que tem como objeto formal de estudo a relação entre cérebro e a aprendizagem humana numa perspectiva de reintegração pessoal, social e escolar (RESOLUÇÃO SBNPp N° 03/2014, p. 6).
Portanto, o profissional da neuropsicopedagogia é um dos principais elementos para as instituições que desejam desenvolver um verdadeiro e eficaz processo de ensino-aprendizagem, uma vez que este deverá conhecer o sistema nervoso, o cérebro e o caminho que certos estímulos fazem no corpo humano gerando conhecimento.
Sabe-se que o ensino fundamental acontece numa fase da vida da criança que biologicamente tem todas as possibilidades de aprendizado. Uma vez superada esta idade tudo o que se construir não terá o efeito na constituição cerebral. Poderá ter perdido o melhor momento do desenvolvimento da criança, que é dos 4 aos 14 anos.
Segundo Piaget, cada período é caracterizado por aquilo que, de melhor o indivíduo consegue fazer nessas faixas etárias. Todos os indivíduos passam por todas essas fases ou períodos, nessa sequência, porém o início e o término de cada uma delas dependem das características biológicas do indivíduo e de fatores educacionais e sociais. As fases de desenvolvimento da teoria piagetiana são conhecidas como: período Sensório-motor (que vai do 0 a 2 anos); período Pré- operatório (que vai dos 2 aos 7 anos); período das Operações concretas (que vai dos 7 aos 11 ou 12 anos) e o período das Operações formais (que vai dos 11 ou 12 anos em diante). Se isso não acontece na idade adequada, está se limitando a inteligência do individuo. Se não são usados os neurônios nas atividades requeridas pelas atividades acadêmicas estas ligações não vão acontecer, gerando um adulto com raciocínio limitado.
Para um aluno ter um desempenho razoável na escola são necessários desde a alimentação saudável até ter a condição emocional e cultural para levar a escola com a devida seriedade. Existem crianças mal alimentadas, famílias desestruturadas, casos de violência nas escolas como nos casos de bullying, um tremendo equívoco da função da escola por parte da população. Muitas vezes nem mesmo os professores sabem qual é o objetivo e o porquê de ter determinados conhecimentos. Família e estudantes também não sabem para que serve todo aquele conteúdo. Alguns se perguntam: "Por que preciso saber história, geografia, equação?". São tantos outros apelos na vida, existem tantas outras coisas interessando as crianças e adolescentes, que fica difícil para escola e o conhecimento tomar um lugar de destaque na mente do jovem.
Diante da problemática apresentada, a atuação do profissional de neuropsicopedagogia, portanto, é um dos elementos mais importantes para desenvolver e estimular novas "sinapses", para um verdadeiro processo de ensino aprendizagem. Uma vez que o individuo que é submetido a certos tipos de brincadeiras infelizes que geram bullying sofrem algumas alterações em seu organismo, modificando a química cerebral, principalmente em regiões fundamentais para o processamento das emoções.
Diante de tais estresses causados pelo bullying todos os lobos cerebrais são afetados, sobretudo o lobo frontal que controla dentre outas áreas, a do pensamento, a capacidade para ligações afetivas-emocionais e o julgamento social, resultando, consequentemente em danos no aspecto intelectual uma vez que as vítimas de bullying passam a ter déficit escolar, dificuldade de concentração, resistência a ir para a escola, se mostram mais sensíveis ou até mesmo agressivos em família e evitam contato com outras crianças ou adolescentes. Como pode ser percebido na imagem abaixo:
Podem ocorrer diferentes implicações psicológicas em crianças e jovens vítimas do bullying. O impacto imediato percebido é a queda do desempenho escolar, como já foi mencionado acima, em razão da convivência da criança em ambiente agressivo, que gera medo, ansiedade, insegurança, repercutindo no seu nível de aprendizado. E para começar a virar esse jogo, as escolas precisam, inicialmente, reconhecer a existência do bullying e tomar consciência dos prejuízos que ele pode trazer para o desenvolvimento sócio-educacional e para a estruturação da personalidade de estudantes. Como segundo passo, mas não menos importante, as escolas necessitam capacitar seus profissionais para a identificação, o diagnóstico, a intervenção e o encaminhamento adequado de todos os casos ocorridos em suas dependências. Quando há o primeiro contato do neuropsicopedagogo com um aluno com dificuldade de aprendizagem ou do processo que pode-se chamar “não aprendizagem”, responsáveis pelo fracasso escolar, faz-se necessário o aprofundamento de várias questões principalmente a busca minuciosa por cada uma das possíveis causas, as evidências sintomáticas, além das consequências.
É importante que se faça entrevistas com os pais, afim de apurar as queixas, sintomas e relatos sobre o comportamento da criança em casa e em atividades sociais, entrevistas com professores buscando relatos sobre o comportamento da criança na escola e seu desempenho escolar, além de avaliações psicossociais.
Posteriormente, devem-se promover no ambiente escolar, debates e fóruns de discussão sobre as várias formas de violência, visando o respeito mútuo e a afetividade tendo como foco as relações humanas, mais, tais assuntos precisam fazer parte da rotina da escola como ações atitudinais e não apenas conceituais. De nada valerá falar sobre a não-violência, se os próprios profissionais em educação usam de atos agressivos, verbais ou não, contra seus alunos.
Os esforços devem ser direcionados para a diminuição da exposição à violência no ambiente escolar, doméstico e comunitário, além daquela divulgada pela mídia. Para isso o neuropsicopedagogo juntamente com outros especialistas e órgãos competentes, como: centros de saúde, conselhos tutelares, fóruns de debates, seminários a respeito do tema e redes de apoio devem buscar informações de como intervir nas relações escolares quando o bullying está inserido neste contexto. Para tanto, o objetivo é que os estudantes aprendam a reconhecer suas emoções e a dos outros, a ter resiliência, ou seja, a capacidade de lidar com problemas, a se relacionar com o próximo, a serem tolerantes ao “diferente”, entre outras competências.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
É imprescindível acreditar que o mundo pode ser um lugar melhor de se viver, um lugar, onde, as diferenças sejam respeitadas e a diversidade seja valorizada como fonte de conhecimento e crescimento cultural, um lugar mais justo, no qual, todos tenham igualdade de tratamento e oportunidade. Isso depende de vontade política, ações governamentais e também de cada um dos indivíduos, porque, todos são responsáveis pelo amanhã e se cada um fizer um pouquinho na sua casa, no seu trabalho, com seu vizinho, com seus amigos, o movimento se fortalecerá e as práticas de violência como as de bullying, tratadas neste artigo serão mais facilmente denunciadas e porque não dizer exterminadas.
Percebe-se que está se vivenciando uma época repleta de incertezas, tensões, falta de valores, perda da noção de limite entre o bem e o mal. Princípios esses que determinam, justamente, o nosso comportamento em âmbito social. Essa violência que é o bullying, é resultado de fatores externos, influências que podem vim desde a família, a sociedade até dos meios de comunicação e também do ambiente escolar e das relações interpessoais. Portanto, são caracterizados pelos tipos de interações, sejam elas, familiares, sociais ou sócios educacionais, e pelos comportamentos agressivos que se manifestam nessas relações interpessoais.
A agressividade dessa natureza nas escolas é um problema universal. O bullying e a vitimização representam diferentes tipos de envolvimento em situações de crueldade durante a infância e adolescência. Ele diz respeito a uma forma de afirmação de poder interpessoal através da agressão. A vitimização ocorre quando uma pessoa é feita de receptor do comportamento agressivo de outra mais poderosa. Tanto o bullying como a vitimização têm consequências negativas imediatas e\ou tardias sobre todos os envolvidos, sejam agressores, vítimas e observadores.
Percebe-se que a violência é um problema de saúde pública importante e crescente no mundo, com sérias consequências individuais e sociais. E a escola é de grande significância para o combate dessa modalidade de violência cada vez mais crescente entre as crianças e adolescentes, principalmente porque os que sofrem bullying têm maior probabilidade de apresentar desempenhos intelectuais insatisfatórios, comprometimentos físicos e emocionais, além de sentimentos de insatisfação com a vida, culminando, como já foi visto, em um baixo nível em seu rendimento educacional.
Por outro lado, os relacionamentos interpessoais positivos e o desenvolvimento escolar estabelecem uma relação direta, onde os estudantes que receberem esse apoio terão maiores possibilidades de alcançar um melhor nível de aprendizado. Portanto, a aceitação pelos companheiros é fundamental para o desenvolvimento da saúde de crianças e adolescentes, aprimorando suas habilidades sociais e fortalecendo a capacidade de reação diante de situações de tensão.
Suprimir as práticas de bullying não é um trabalho impossível de se realizar, mas exige tempo, atenção, diálogo e dedicação. De início, é fundamental que toda a comunidade escolar, com a ajuda da equipe que realiza trabalhos psicossociais se conscientize de que o mundo tal como está é produto humano e que todos são responsáveis por ele.
O desafio de prevenir e enfrentar o Bullying é entender o que está por trás do agressor e do agredido, compreendendo que no comportamento de quem fere, sempre há alguém ferido. Desenvolver, de fato a inteligência social e emocional e buscar transformar esses ciclos viciosos e doentios em relações saudáveis e virtuosas. No combate ao Bullying é essencial cuidar das emoções não apenas do agredido, mas também do agressor para que este desenvolva empatia, autocontrole e pense antes de agir, também das testemunhas, professores, diretores e pais, promovendo um ambiente de maior respeito e entendimento entre todos.
E nesse contexto aparece uma figura profissional indispensável que irá fazer a aproximação ente a neurociência e a pedagogia, que é o caso do neuropsicopedagogo. Pois através de pesquisas e estudos sobre o cérebro, demonstra que este possui inúmeras potencialidades e depende basicamente de experiências e estímulos, no qual o neuropsicopedagogo pode despertar o grande potencial de sua clientela seja no âmbito escolar ou social, nos casos de bullying, trabalhando para que as vítimas aprendam a proteger sua emoção, desenvolva autoconfiança e sua autoestima, prevenindo ou quem sabe até exterminando os casos de Bullying e seus efeitos.
Enfim, O neuropsicopedagogo deve, acima de tudo, atuar na linha de frente para a implantação de uma educação mais humanizada, como também ressignificar as práticas educativas de forma que possa estabelecer e promover condutas pedagógicas significativas e mais transformadoras, levando em consideração como o cérebro aprende, além de estimular o “neuroaprendiz” a utilizar suas múltiplas inteligências, para posteriormente transformá-la em conhecimentos significativos para sua própria vida.
Conclui-se dessa forma que a escola não deve ser apenas um local de ensino formal, mas também de formação cidadã, de direitos e deveres, amizade, cooperação e solidariedade. E agir contra o bullying é uma forma barata e eficiente de diminuir a violência entre estudantes e na sociedade.
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*Mestrando em Linguagens e Saberes na Amazônia, Universidade Federal do Pará, Bragança-Pará-Brasil, E-mail: samuel_mat2009@hotmail.com