O município de Pedro Afonso tem a sua população estimada em 2010 de 11.542 habitantes, sendo 5.966 do sexo masculino e 5.576 do sexo feminino, sua densidade populacional é de 5,74 hab/Km² (IBGE, 2010). O seu IDH é de 0,738, o PIB R$ 194.892,525, e o PIB per capita 18.377,42 (IBGE, 2008). Possui faculdade, escolas, hospital, clínicas de saúde, delegacia, batalhões militares, galeria, restaurantes, hotéis e praças para lazer da comunidade.
A economia do município está baseada nas atividades do setor primário, isto é, a agricultura e pecuária. O fato que impulsionou a economia municipal na segunda metade da década de 1990, foi a implantação da terceira fase do Programa de Cooperação Nipo-Brasileira para o Desenvolvimento do Cerrado - PRODECER III1 . Este programa foi financiado por recursos dos governos brasileiro e japonês, os recursos japoneses vieram de fontes institucionais do governo e dos bancos privados, que foram co-financiadores. O projeto piloto foi financiado pela Japan International Cooperation Agency – JICA, e o projeto de expansão pelo Overseas Economic Cooperation Fund – OECF (SEBRAE, 2006; RODRIGUES et al., 2009). Até o ano de 1996, o município apresentava uma produção de soja incipiente. A partir desse período, foi implantada no município a terceira etapa do PRODECER III. O PRODECER III ocupou uma área de 40.000 ha, onde foram assentadas 40 (quarenta) famílias de colonos de vários estados brasileiros, onde foram estabelecidas glebas individuais de 980 (novecentos e oitenta) hectares (RODRIGUES et al., 2009).
Para a região e o Estado do Tocantins é significativo o crescimento da cultura da soja em Pedro Afonso que assumiu, na safra de 1998, a posição de maior produtor tocantinense. No ano de 2007, foram plantados 35.000 hectares, com uma produção de 73.500 toneladas, tornando-se o segundo município com maior produção no Tocantins, representando atualmente 10% da produção total do Estado (IBGE, 2008).
Diante da necessidade de organização e desenvolvimento dos produtores integrantes do PRODECER III, foi fundada em 27/06/1998 a COAPA – Cooperativa Agroindustrial do Tocantins - Pedro Afonso, composta por 28 membros, logo se tornou a cooperativa de todos os produtores desta região. Dentre suas funções pode-se citar: fomento à pesquisa, comercialização de defensivos e insumos agrícolas, assistência técnica e prestação de serviços nas áreas de recebimento, beneficiamento e armazenamento de grãos tais como soja, milho, sorgo, milheto e feijão, o armazém da COAPA tem capacidade para armazenar 60.000 toneladas ou 1.000.000 de sacos de soja (COAPA, 2010).
A COAPA atua nos seguintes municípios da região: Pedro Afonso, Tupirama, Bom Jesus do Tocantins, Santa Maria do Tocantins, Centenário, Itacajá e Goiatins, Recursolândia, Porto Real, Rio Sono, Guaraí, Fortaleza do Tabocão, Miracema, Tocantínia e Campos Lindos (COAPA, 2010).
A tabela 3.1 apresenta os dados da produção média de sacos por hectare na safra de 2004/05 até a estimativa da safra de 2009/10. Sendo importante salientar que o início da produção de soja no município de Pedro Afonso iniciou com produtividade média de 12 sacos por hectare.
Tabela 3.1 - Produção média de soja no município de Pedro Afonso-TO
SAFRA |
PRODUÇÃO MÉDIA |
2004/2005 |
41 |
2005/2006 |
38 |
2006/2007 |
39 |
2007/2008 |
46 |
2008/2009 |
45 |
2009/2010 |
47 |
¹ A unidade 1 saco equivale a 60 Kg
Fonte: COAPA (2010)
Observando a tabela 3.1 percebe-se que na safra 2004/05 a produtividade média chegou a 41 sacos/ha, e na safra de 2009/10 a produtividade chegou a 47 sacos por hectare, apresentando o melhor desempenho de produção dentro do período apresentado na tabela. Ressalta-se que as áreas de cultivo da soja no município oscilam entre 150 a 2.000 hectares, sendo que os produtores utilizam um nível de tecnologia de média a alta. Os principais compradores da soja, a qual é vendida in natura, na região são as empresas Bunge e Cargill.
O início do plantio no município ocorre entre os meses de outubro e dezembro, sendo a primeira safra colhida em fevereiro, pois as cultivares de soja utilizadas possuem ciclo de produção variando de 90 a 125 dias. As cultivares de soja plantadas no município estão listadas na tabela 3.2 a seguir.
Tabela 3.2 - Cultivares de soja plantada no município de Pedro Afonso – TO
Pionner |
Nidera |
Monsanto |
P98Y70 |
A-7002 |
M 8866 |
P98Y51 |
NA8015 |
M 9056 |
P99R03 |
|
M 9144 |
P99R01 |
|
M 8766 |
Fonte: COAPA (2010)
A Bunge em parceria com a empresa japonesa Itochu iniciaram as atividades de sua empresa sucroalcooleira no município de Pedro Afonso. Inclusive, recentemente, a multinacional firmou contrato com a Companhia Vale do Rio Doce para transportar etanol pela Ferrovia Norte-Sul até o Porto de Itaqui, localizado no Estado do Maranhão. A construção da usina vai possibilitar a produção de açúcar, etanol e energia renovável. A iniciativa prevê o plantio de 10 mil hectares e a produção de 1,4 milhões de toneladas por ano. A expectativa é que sejam gerados 1.400 empregos diretos e 7.000 indiretos. Em 2012, o processamento de cana deve aumentar para 4,4 milhões de toneladas. As especulações locais são de que a produção da cana-de-açúcar desloque a soja, que hoje ocupa a região de Pedro Afonso, para outras áreas no Tocantins (AGROMUNDO, 2010).
Após a instalação da Bunge, no setor sucroalcooleiro, as terras da região serão disputadas entre a plantação de grãos, como a soja, e a expansão da ocupação do cultivo da cana-de-açúcar, ainda incipiente, mas com potencial para crescer, uma vez que é uma empresa multinacional que está implantando e financiando o empreendimento. Na safra 2009/10, algumas áreas que anteriormente eram utilizadas para o cultivo da soja, foram utilizadas para o cultivo da cana-de-açúcar. Segundo dados locais, o percentual de ocupação da cana-de-açúcar já chega a 40% e a soja 60%. A área plantada de cana-de-açúcar nesta época foi aproximadamente 26.000 hectares, sendo que a maior parte das áreas cultivadas são da própria Bunge, mas alguns proprietários já estão arrendando suas terras para a usina em questão. De acordo com dados da COAPA aproximadamente 13 lotes do programa PRODECER III estão sendo arrendados e ocupados pela plantação da cana-de-açúcar (ROCHER, 2010; COAPA, 2010).
1 O PRODECER foi um marco da cooperação internacional entre Brasil e Japão, para a ocupação dos Cerrados, visando à produção de commodities, com alta demanda internacional. Foi idealizado em 1974, negociado entre o governo dos dois países durante cinco anos e implementado a partir do ano de 1978. O principal instrumento do programa é o crédito supervisionado, com linhas de financiamento abrangentes, e foram previstos empréstimos fundiários para investimentos, despesas operacionais e assistência ao colono (RODRIGUES et al., 2009).
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