Ana Cristina Pessoa Tavares dos Santos
Resumo
Espaços de Educação não-formal, como jardins e museus, desempenham um papel essencial na Educação em Ciência, bem como a metodologia Inquiry-based Sience Education (IBSE) centrada no aluno e na construção do seu conhecimento.
Além da aprendizagem cognitiva, perceber como os alunos raciocinam e reagem quando submetidos a diferentes abordagens educativas é de suma importância.
Este estudo teve como objetivo compreender o impacto da metodologia IBSE nos alunos, durante o processo de ensino-aprendizagem das Ciências da Natureza e recorrendo a espaços exteriores à sala de aula.
Em parceria com uma Escola e um Professor de Ciências do 5 º ano de escolaridade (primeiro ano do segundo ciclo do ensino básico), os planos de aula de um programa educativo do Jardim Botânico foram integrados nas aulas de primeiro e segundo períodos, adotados e ajustados às condições e recursos escolares cumprindo os objetivos curriculares sobre biodiversidade e sustentabilidade.
Conduzindo as aulas numa escola e num contexto formal e implementando ambientes não-formais e informais, o foco foi perceber o conhecimento adquirido, as perceções, atitudes e sentimentos dos alunos (10 a 12 anos) sobre a nova experiência escolar.
O progresso de aprendizagem cognitiva dos alunos na disciplina de Ciências Naturais foi monitorado e validado por (pré e pós) questionários regulares e posteriormente analisados em entrevista semiestruturada ao professor, que considerou este projeto uma experiência muito positiva.
Setenta e dois pré e pós-questionários mostram que os alunos alcançaram um bom nível de conhecimento em todos os tópicos curriculares auscultados. Na maioria dos casos, os resultados mostram uma mudança de 0% de respostas corretas no questionário para 70-90% no pós-questionário. Os resultados também apontam para a possibilidade de inclusão de novos conceitos simples sobre diferenciação e evolução das plantas na unidade curricular de botânica.
O alto grau de satisfação pela nova experiência educativa evidenciado pelos alunos foi igualmente avaliado através de (pré e pós) questionários aos alunos e complementado com uma entrevista à professora. A docente verificou uma experiência positiva e um progresso, tanto para a própria quanto para os alunos, refletida no entusiasmo dos alunos durante toda a nova performance educativa, gerando aprendizagem e trabalho produzido e que vai persistir além deste projeto.
Após terminada a intervenção inovadora direta nas aulas, a motivação envolvia 92% dos alunos, com evidências de proatividade em 99% e novas aprendizagens sentidos por todos, e 89% dos alunos revelaram satisfação nas atividades vivenciadas e nos documentos produzidos.
A evidência cognitiva e a resposta positiva dos alunos e dos professores, confirmam que a educação em ciência baseada na metodologia IBSE recorrendo a espaços exteriores à sala de aula, proporciona satisfação profissional e uma preparação acadêmica e cívica mais ampla dos alunos.
Pelas boas práticas e pelos resultados obtidos, tanto a opinião da professora como a dos alunos, apontam para a continuação deste formato de aprendizagem em Ciências Naturais na Escola, privilegiando a metodologia de inquirição ao ar livre.
Estimulando o conhecimento e a consciencialização para a importância, diversidade e sustentabilidade dos organismos vivos, este modelo pode ser visto como uma alternativa criativa, completa e inovadora para o ensino e aprendizagem das Ciências Naturais.
Palavras-chave: aprendizagem ativa; ciências naturais; espaços exteriores à sala de aula; IBSE; inovação curricular; metodologias experimentais.