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Asas para voar
Estudo sobre o Crescimento e a
Crise de uma Região Europeia

Paulo Reis Mourão
 

5. A geografia da distribuição populacional

Seguem-se agora vários mapas onde uma visualização orientada pela estrutura de TMAD nos permite uma clarificação de espaços homogéneos contíguos no interior da região, atendendo a vários indicadores e classes de divisão10.

Uma densidade populacional em permanente e discreta mudança

MAPA A – Densidade populacional convencional em 194011

MAPA B e C– Densidade populacional convencional em 1960 e em 1981

MAPA D – Densidade populacional em 2001

Em 1940, era notória a existência de um núcleo formado pelos concelhos de Peso da Régua e Mesão Frio com os valores mais elevados sendo rodeado por um conjunto de municípios onde se destacavam Santa Marta de Penaguião e Lamego, estendendo-se essa zona intermédia até Vila Real e Alijó a Norte e Moimenta da Beira a Sul. Chaves, no Alto Trás-os-Montes, assumia-se como o único concelho com densidade populacional próxima da média do Douro. Havia depois toda uma área extensa envolvente, com valores entre os 30 e os 60 hab/km2 e, com os números mais baixos, encontrávamos uma região formada pelos quatro concelhos mais nordestinos (Bragança, Vimioso, Miranda do Douro e Mogadouro).

Em 1960, existem mexidas no grupo com densidades maiores, pontificando Mesão Frio como o mais ostensivo, seguido do eixo que se esboça Vila Real-Peso da Régua-Lamego. A Norte, Valpaços junta-se ao grupo, deixando o concelho de Chaves de estar isolado nesta categoria. Bragança e Miranda do Douro conhecem aumentos de densidade, isolando na classe menor os concelhos de Vimioso e Mogadouro.

A década de 1980 traz incorporada os dois acontecimentos humanos mais preponderantes do Portugal pós-1960: o regresso de muitos cidadãos das antigas colónias portuguesas e o surto de emigração. Naturalmente, a região ressente -se destes dois eventos extremamente significativos. O núcleo duriense que nos últimos 40 anos mostrava ser relativamente muito povoado, consente brechas abertas por Sabrosa e Moimenta da Beira. A Norte, Montalegre, Vinhais e Boticas, caem para a classe mínima, onde estão os concelhos de toda a raia nordestina (com excepção de Bragança).

Em 2001, nota-se, por similitude aos mapas geológicos do avanço de desertos e zonas secas, o avanço em TMAD da abrangência dos concelhos pertencentes às categorias inferiores (é bem visível a compreensão do fenómeno da desertificação), mantendo-se, unicamente, a área de proximidade à ligação Lamego-Régua-Vila Real como a mais densa, seguida de Chaves a Norte. Bragança assume -se, a nordeste, como o único concelho cujos valores da densidade populacional se inserem em classes intermédias.

A criação de um corredor com pretensões de urbanidade

MAPA E – Densidade populacional ponderada pela população em 1981

MAPAS F e G – Densidade Populacional Ponderada pela População em 1991 e 2001

A densidade populacional ponderada pela população é uma medida que consagra as proporções respectivas entre as áreas rurais, semi-urbanas e urbanas e as populações rurais, semi-urbanas e urbanas, sendo a sua construção explicada em Anexo.

Em 1981, os va lores mais elevados centravam-se na região do Douro em redor da área Lamego- Régua-Vila Real, e também em Mirandela, Chaves e Bragança, indiciadores de uma maior concentração populacional nestas áreas. Esboça-se desde então a tendência para a delineação de um corredor no sentido sudoeste-nordeste ao longo da região, deixando na periferia deste conjunto os concelhos ocidentais do distrito de Vila Real e os concelhos orientais do distrito de Bragança.

Relativamente a 1991, na generalidade, o espectro regional mantém-se. Já em 2001, condensam-se os valores do eixo Lamego-Régua-Vila Real, e também os de Chaves, Bragança e Mirandela, ficando um observador com a percepção de um estreitamento do corredor previsto que, no fundo, aproveita o sentido dos fluxos combinados das vias IP4, antiga Nacional 2 e IP3.

Cenários de transição ruralidade -urbanidade

MAPA H – População rural, semi-urbana e urbana em 2001

O MAPA H vem mostrar-nos a existência, na actualidade, de uma tendência já sugerida e que relembramos: há uma concentração crescente da população nos lugares centrais dos concelhos, visível pelo peso considerável que a população semi-urbana e urbana vai detendo em cada caso. Só os concelhos de Lamego, Peso da Régua, Mesão Frio, Vila Real, Chaves, Mirandela, Macedo de Cavaleiros e Bragança detêm população localizada em freguesias urbanas12. No entanto, casos como os de Bragança ou Mirandela, com população semi-urbana diminuta ou nula, recordam-nos a dupla necessidade de conciliar as dinâmicas inerentes às áreas ur banas com as superfícies envolventes rurais bem como a utilidade da presença de áreas de transição que facilitem o saudável equilíbrio(e potencial a vários níveis) entre o rural e o urbano.

Ritmos de crescimento/diminuição diferentes na região

MAPA I – Taxa de variação da população entre 1940-1950

MAPA J – Taxa de variação da população entre 1960-1970

MAPA K – Taxa de variação da população entre 1991-2001

Da observação dos MAPAS I, J e K verificamos em três períodos distintos (1940-1950, 1960- 1970 e 1991-2001) uma grande heterogeneidade das taxas de variação da população na região. No primeiro período, de acentuado crescimento, em especial no feixe setentrional da região, demarca-se o município de Montalegre como o de maior significado. No entanto, uma boa parte dos restantes concelhos já vêm assumindo valores de crescimento próximos do zero.

Entre 1960-1970, período dramático para a região, denunciador da inflexão demográfica ainda não invertida, só Peso da Régua consegue crescer, ainda que ligeiramente. Outros concelhos, como Vila Real, Santa Marta de Penaguião e Tarouca ostentam as perdas relativas menores. Toda a restante região assume perdas acima dos 10%.

Na última década (1991-2001) existe crescimento populacional em Vila Real, Chaves, Mirandela e Bragança, ainda que os dois primeiros com um ritmo maior. Forma-se depois um grupo de concelhos, ribanceiros ao Douro, com reduções entre os 5% e os 10%, ainda que a zona a Sul de Armamar e Tabuaço ostente valores relacionados com perdas superiores, acompanhada da região na vertente norte do rio compreendida entre Alijó e Alfândega da Fé, de boa parte dos concelhos setentrionais de TMAD e de Freixo-de-Espada à Cinta.


10 Em termos teóricos, a Região h do Espaço dentro da classe ]y’<y<y´´[ pode ser formalizada como Rh={x| y’<y<y’’}

11 Os valores de suporte à construção dos mapas bem como as fontes usadas encontram-se em Tabelas anexadas no final.

12 Aproveitamos as notas dadas pela Direcção Geral de Ordenamento do Território que considera como freguesias urbanas aquelas “que possuem densidade populacional sup erior a 500 hab./Km2 ou que integrem um lugar com população residente superior ou igual a 5000 habitantes” e como freguesias semi- urbanas “freguesias não urbanas que possuem densidade populacional superior a 100 hab./Km2 e inferior ou igual a 500 hab./km2, ou que integrem um lugar com população residente superior ou igual a 2000 habitantes e inferior a 5000 habitantes.” Apesar das sedes dos concelhos de Boticas, Vimioso, Penedono, São João da Pesqueira e Sernancelhe não constituirem freguesias in strictu sensu semi-urbanas foram também assim consideradas.


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