¿Buscas otro libro?
Buscalo aquí:
Amazon Logo





 

 

Pulse aquí para acceder al índice general del libro.

Esta página muestra solo parte del texto, y puede carecer de formato, notas, fórmulas, esquemas, tablas o gráficos.
Pulse aquí para bajarse el libro completo en formato PDF (45 páginas, 1100 Kb)

Asas para voar
Estudo sobre o Crescimento e a
Crise de uma Região Europeia

Paulo Reis Mourão
 

3. Indicadores Demográficos Regionais

A população residente

A região transmontana e alto-duriense, ocupando uma área de, aproximadamente, 12627 quilómetros quadrados, compreende 33 concelhos, distribuídos, em termos estatísticos, pelas NUT III Alto Trás-os-Montes e Douro e, administrativamente, por 4 distritos (essencialmente, Vila Real e Bragança, mas também a maior parte dos concelhos setentrionais dos distritos de Guarda e Viseu). Os concelhos compreendidos nesta consideração são os de Alfândega de Fé, Alijó, Armamar, Boticas, Bragança, Carrazeda de Ansiães, Chaves, Freixo de Espada à Cinta, Lamego, Macedo de Cavaleiros, Mesão Frio, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Moimenta da Beira, Montalegre, Murça, Penedono, Peso da Régua, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, São João da Pesqueira, Sernancelhe, Tabuaço, Tarouca, Torre de Moncorvo, Valpaços, Vila Flor, Vila Nova de Foz Coa, Vila Pouca de Aguiar, Vila Real, Vimioso e Vinhais.

A ocupação humana do espaço é um fenómeno extremamente complexo. A região de Trás-os- Montes e Alto Douro (TMAD) oferece-nos essa evidência. Em estudos actuais, facilmente, constatamos a heterogeneidade que caracteriza a distribuição populacional na área apontada, percepção desenvolvida em capítulo posterior.

No entanto, procuraremos esboçar as linhas gerais que têm acompanhado o movimento demográfico de Trás-os-Montes e Alto Douro, desde o início do século XX até à actualidade, pormenorizando depois para os concelhos e para as sub-regiões.

Trás-os-Montes e Alto Douro (segundo a observação possível dos QUADROS 1 e 2) conheceu períodos de crescimento populacional em quatro décadas, essencialmente: 1900-1911, 1920-1930, 1930- 1940 (valores máximos, entre os 10% e os 15%), 1940-1950, 1950-1960 (só para o Alto Trás-os-Montes) e 1970-1980 (para o Douro, região que acolheu então um número significativo de cidadão portugueses regressados das antigas colónias ). Momentos sobretudo relacionados com a correlação positiva ligada ao aumento do Saldo Natural, possibilitado pelos progressos da medicina que vêm permitindo uma dilatação da Esperança Média de Vida e uma redução da Mortalidade, até aos dias de hoje. Por outro lado, os períodos de 1911-1920, 1960-1970, e os últimos dez anos, 1991-20012, são, nitidamente, momentos de perda populacional: se, na primeira década (1911-1920), acontecimentos como a ocorrência da I Guerra Mundial acrescida de epidemias, ao exemplo da gripe pneumónica, auxiliam-nos a compreender a redução visada, já no segundo momento (1960-1970), os fenómenos da guerra em África e, sobretudo, nesta região, o êxodo migratório com destino principal nos países da Europa sugerem-se-nos como as causalidades mais vigorosas deste movimento de decréscimo, que atingiu mínimos compreendidos entre os 15% e os 25% negativos.

A última década revelou os receios generalizados das projecções desenvolvidas: a perda populacional ainda não foi estancada, apesar de as taxas relacionadas com TMAD serem, na suposição da confirmação dos dados provisórios relativos a 2001, não tão pessimistas como a maioria dos cenários construídos apontava.

QUADRO 1

QUADRO 2

 

Os diferentes espaços internos a uma área (por exemplo, as regiões do Douro e Alto Trás-os- Montes face ao Nor te de Portugal, ao próprio país continental, ou então face a uma região vizinha como é o caso da Galiza) possibilitam-nos ainda uma comparação multi-relacional que demonstra a desigualdade dos ritmos de movimentação da população, podendo ainda esta desigualdade revelar sentidos simétricos. Desde logo, na observação do QUADRO 1, verificamos que só na década de 1960-1970 o país, considerado no seu todo, perdeu população. Crescendo sempre, com a excepção acusada, acima dos 10% por década, até 1980, a partir de então, Portugal acompanhou a tendência europeia demográfica: apesar da sustentabilidade das taxas de mortalidade muito baixas, a redução das taxas de natalidade vem penalizando o crescimento do número de residentes.

A própria região autónoma da Galiza, apesar de sustentar até 1991, taxas de crescimento populacional positivas, tem assistido, nos últimos 30 anos, a um abrandamento dos valores, assumindo, actualmente, taxas muito próximas de zero.

Ocupando uma área de, aproximadamente, 60% da região Norte e de 14% de Portugal Continental, TMAD vale, actualmente, em termos de população residente, 12,5% do Norte e 4,46% do país. Em 1940, TMAD representava 25% do Norte e 8,83% de Portugal Continental; em 1960, período de valores máximos absolutos alcançados, a região do Interior Norte significava 22,8% da zona setentrional do país e 8,36% dos residentes em Portugal Continental.

Os QUADROS 3, 4 e 5 revelam-nos a evolução da população, ao longo dos últimos 60 anos, no Alto Trás-os-Montes, no Douro, no Norte e em Portugal Continental.

QUADRO 3

 

QUADRO 4

 

Como facilmente se depreende, enquanto que a população nacional cresceu, de um modo, sensivelmente, constante, entre 1940 e 2001 (a uma taxa de crescimento médio de 6.13% em cada dez anos), tendência, acompanhada, como já previsto, pela região nortenha (que crescia a uma taxa de crescimento médio de 6.23% em dez anos), já o Interior Norte de Portugal (que consideramos agregar o Alto Trás-os-Montes e o Douro), viu a sua população diminuir e o seu peso no conjunto decrescer. TMAD teve um ritmo médio de perda de população em cada dez anos de 5.57%, no período constatado. Este raciocínio leva -nos a considerar que o espectro actual da região se aproxima daquele que ostentava no início do século XX (na constatação global para o Alto Trás-os-Montes e para o Douro, não se querendo generalizar para a especificidade da dinâmica de alguns concelhos, abordada em seguida)3 . Como é elucidado no QUADRO 5, em 1900 viviam no Douro, aproximadamente, 275000 residentes. O valor continuaria a subir até 1950, com o máximo de 325000 habitantes, apesar da quebra já denunciada na década de 1920.

O Alto Trás-os-Montes oferece-nos um acompanhamento desta dinâmica. Em 1900 residiam nesta área 255000 habitantes, que cresceram até aos 355000 (usando, por simplificação, dados arredondados) em 1960.

No entanto, desde então, as duas regiões têm assistido ao declínio populacional. Desde 1960, TMAD perdeu, no seu conjunto, acima de 232000 ha bitantes, qualquer coisa como um terço da população de há quarenta anos.

QUADRO 5

 

2 Os valores populacionais apontados para 2001 baseiam-se nas estatísticas provisórias possibilitadas pelo INE.


Volver al ÍNDICE

Volver a LIBROS GRATIS DE ECONOMÍA

Volver a la ENCICLOPEDIA DE ECONOMÍA EMVI

Google
 
Web eumed.net