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Economia Industrial
Luiz Gonzaga de Sousa


 

CAPÍTULO II

 

OS RISCOS E AS INCERTEZAS

 

 

            Um outro comportamento que o industrial se envolve é o risco e a incerteza, ao considerar que a economia industrial moderna vive num clima de competição imperfeita, onde quem predomina são os oligopólios, e, em alguns momentos, o monopólio como um conglomerado de grandes corporações, conhecidos como os trustes, os cartéis, as multinacionais dos tempos modernos. Como se observa, os oligopólios têm como características fundamentais a interdependência e a diferenciação do produto que configuram a vigilância existente entre indústrias em si, que buscam a sobrevivência e alguns vezes sua acumulação, rumo á concentração. Todavia, sabe-se que existem empresários aversos ao risco e outro propensos ao risco, pois nada mais é importante do que verificar a influência do risco e da incerteza da estrutura industrial.

O comportamento industrial, numa estrutura de mercado imperfeita, incorre sempre em riscos, devido á incerteza que um sistema oligopolizado oferece pela sua interdependência entre os participantes do processo comercial, dominado por poucos membros conluiados ou não. Numa abordagem sobre esta questão, HAWLEY[1] colocou que,

não se deve esquecer que o caso em que o empresário não arrisca seus próprios vencimentos de administrador é muito mais raro do que o caso em que não expõe ao risco nenhuma parte do seu próprio capital, e é impossível imaginar que um homem não faça nem uma coisa nem outra como empresário, pois a única maneira de escapar do último risco é o coordenador se transformar num funcionário assalariado.

Aí é onde entra a habilidade empresarial, com vistas a conviver com os riscos e a incerteza que se lhe apresenta, tirando proveitos das brechas que se abrem para que se possa sobreviver e crescer numa eficiência compatível com as condições que estão com suas posses de trabalho.

            Mesmo sendo interligada, a incerteza difere do risco, tendo em vista que cada uma situação destas tem definição própria como também, algumas vezes, com função separada, uma da outra. Para compreender a distinção entre incerteza e risco, KNIGHT[2] explicou que

a incerteza deve ser tomada num sentido radicalmente distinto da noção familiar do risco, da qual nunca foi adequadamente distinta. Parecerá que uma incerteza mensurável, ou “risco” propriamente dito, como usaremos o termo, é tão diferente de uma imensurável, que na realidade não é uma “incerteza” a casos do tipo não qualitativo.

Observa-se que num mercado imperfeito, ou oligopólio, existe o risco pelas perdas quantificáveis que se podem ter, e, a incerteza, devido a uma obscuridade na reação dos competidores, e, em não se conhecer o futuro, que é de onde saem os resultados das decisões econômicas de hoje.

            Aa questões quanto á incerteza e riscos estão muito ligadas aos lucros industriais, pois, imediatamente imagina-se a certeza ou não de tal intento, entretanto, alguns empresários levam o setor industrial a contrair perdas ou ganhos em seu processo produtivo, e isto caracteriza o risco ou não, incorrido por este agente econômico, que se depara com um mundo desconhecido, com grande competitividade. Assim sendo, HICKS[3] mostrou que o risco

seguramente representa a pedra fundamental sobre a qual deverá repousar qualquer futura teoria de lucro - a dependência em que os lucros estão da incerteza. Isso é um serviço cuja importância poderá ser superestimada pois que nos prende, finalmente, a um e somente um dos vários caminhamentos explorados pelos primitivos economistas e tal rumo aponta para a direção certa.

A propósito, esta é uma forma de mostrar que numa economia imperfeita a incerteza está sempre presente para aqueles que vão investir no setor de maior dinamização, que é o setor industrial, numa taxa de mimetismo muito grande, devido sua propriedade de mutação.

            Todo movimento existente na economia industrial, isto no que respeita á produção e depois á distribuição, exige que se pense um pouco mais quanto ao risco envolvido e a incerteza que se apresenta ao empresariado, dado que num mercado industrial livre, necessita-se de ser trabalhado este problema para se ter uma melhor eficiência econômica. O risco e a incerteza acontecem justamente pela geração da desigualdade existente no mercado imperfeito que se oligopoliza a cada instante, tendente a monopolização e, por conseqüência, a dominação da estrutura produtiva e distributiva, estabelecendo normas que só beneficiam os trustes e os cartéis. Nos países subdesenvolvidos, ou do terceiro mundo, os riscos e as incertezas são muitas vezes assumidos pelo Estado, não deixando que a competição tenha a sua dinâmica própria de desenvolvimento e evolução, mas tudo isto envolve conscientização por parte dos empresários que precisam agir com honestidade perante as possibilidades que se lhes apresentam.

            Contudo, observa-se que num país muito grande, dividido em regiões, onde algumas se desenvolvem, e outras, continuam atrasadas, os industriais não pretendem e nem fazem investimento nestas áreas problemas, a não ser quando os governos federal, estadual e municipal oferecem algumas benesses, como recompensa ao risco e a incerteza que estão envolvidos. As regiões atrasadas não apresentam de forma clara um mercado promissor; não têm mão-de-obra qualificada e, sobretudo, a tecnologia é tradicional, levando muito tempo para adestrar, ou especializar os trabalhadores ás tecnologias que agora nascem. É nesse sentido, que os governos incentivam e subsidiam a industrialização e modernização, assumindo os riscos e a incerteza que seriam próprios de empresários industriais que buscam altos lucros e dominação, no contexto político da economia nacional e internacional, como acontece nos diversos rincões de nações, ou regiões continentais, com bastante dificuldades de controle e fiscalização pelo sistema político dominante.


 

[1] F. B. HAWLEY. Profit and the Residual Theory. Quarterly Journal of Economics, IV (julho 1890), pp. 386/387.

[2] Frank H. KNIGHT. Risk, Uncertaily and Profit. (New York: Houghton Mifflin Company, 1921, pp. 18/19.

[3] J. R. HICKS. The Theory of Uncertainty and Profit. Economic. II (maio, 1931), p. 170.

 


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