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Economia Industrial
Luiz Gonzaga de Sousa


 

CAPÍTULO II

 

A PARTICIPAÇÃO GERENCIAL

 

 

            Quanto ao comportamento industrial, processa-se de forma que o empresário busque em primeira instância, a maximização dos lucros, cuja verdade só se procede se a economia industrial se comportar numa estrutura de mercado que esteja em competição perfeita, isto é, a empresa seja do tipo unidimencional, que significa dizer, o Presidente da Instituição é o empresário e o gerente. Na economia moderna, o mais comum é que a indústria se comporte de maneira imperfeita, com luta desigual e objetivando a oligopolização/monopolização do setor industrial. Pois, neste patamar, encontram-se as grandes corporações, ou as conhecidas S/As que dominam a produção e distribuição industrial no mundo capitalista. Com as S/As, a propriedade particular do industrial sai de cena e entra uma estrutura acionária, cujo proprietário não é mais um indivíduo, mas um conjunto de acionistas esperando somente os rendimentos no final de cada exercício.

            No que diz respeito á questão ligada quanto á dominação dos gerentes no processo de decisão direta é de fundamental importância, na dinâmica evolutiva da indústria. Pois, o diretor, na atualidade, já não é o dono da empresa, mas um funcionário qualificado que tem seus desejos, aptidões e ambições a serem cumpridas. Assim sendo, explica JACQUEMIN[1], quando mostra que

(...), admite-se já, hoje em dia, que a empresa não é um organismo simples, de um só objetivo: é uma organização complexa, onde se defrontam objetivos múltiplos contraditórios. No seio desta organização, um grupo de diretores constitui o princípio ordenador ao exercer a autoridade e ao utilizar diversos instrumentos de coação.

Com isto, preocupa-se muito mais com o orgulho individual dos administradores em transformar as suas aptidões pessoais, em uma preocupação maior que é o crescimento e desenvolvimento da indústria como um todo em seu aspecto mais dinâmico.   

            Neste caso, cabe a atuação do modelo de WILLIAMSON (1971) que levantou uma questão importante quanto ao direito de propriedade que foi bastante discutido nas pesquisas de Karl MARX (1867), em seu livro O Capital, que culminou com a formação de diversos partidos comunistas no mundo inteiro. Por esta ótica, explica JACQUEMIN[2], quando comentou que

(...) Ora, em numerosas empresas haverá uma separação entre a propriedade e o controlo. Assim é plausível que os dirigentes, mais do que prosseguir o lucro dos acionistas, utilizam o seu poder em proveito próprio. Neste caso, a maximização do lucro daria lugar á maximização da função utilidade dos dirigentes.

Sem dúvida, que o gerente é quem toma as decisões mais diretas, isto dentro de uma folga, que dependendo de sua eficiências, consegue-se seu sucesso, dentro de um clima de vigia, de saber conquistar o seu prestígio e de poder dominar a sua atuação no mercado industrial.  

            Com este preâmbulo, verifica-se que o dono/diretor que tomava as decisões sozinho como empresário, agora com as S/As, nada mais é do que apenas um acionista e as decisões passam a ser atribuição dos diretores, ou gerentes que, em sua maioria, não são acionistas da empresa que fazem parte ou dirigem-na como um profissional. As grandes corporações não têm um só dono, são departamentalizadas, onde as decisões não partem de uma pessoa, mas dos diretores das grandes lojas. Entretanto, cada um tomando decisões individualizadas para o progresso do todo empresarial da instituição mãe. Por outro lado, o empresário quando é o próprio dono do empreendimento, as decisões são tomadas pelo gerente/dono e isto acontece na competição perfeita, onde as indústrias são de um tamanho tal que podem ser dirigidas por uma só pessoa, com a eficiência plena e o controle mais direto frente aos seus trabalhadores.

            Frente a isto, toma-se geralmente a definição de gerente, ou administrador por empresário, que constitui um erro, no sentido do conceito clássico. No entanto, no dia a dia da atividade comercial e industrial, esses conceitos são tidos como os mesmos. Assim sendo, coloca HOSELITZ[3] com muita habilidade que, sustenta-se

(...) que o êxito da atividade empresarial implica no exercício de liderança, na maturidade de caráter, no sentimento de segurança e no conhecimento das habilidades associadas ás atividades do empresário – ou, pelos menos, em certa familiaridade com as mesmas. O empresário é o homem de visão ampla, em contraposição ao especialista técnico ou econômico, se bem que algum conhecimento dos aspectos técnicos da produção seja sempre vantajoso, quando não indispensável. Neste ponto, difere ele do perito de uma grande empresa, empregado em virtude de seus conhecimentos especializados ou técnicos de produção, compras, ou relações de trabalho ou em outras áreas de ação restritas e bem definidas. (...).

Todavia, o empresário ou gerente como muitos entendem tem a sua função de grande importância na dinâmica do desenvolvimento industrial, cuja concorrência é muito forte nos tempos modernos, competindo-lhe a possibilidade de abrir os nichos de mercado para a produção industrial.

            Nestas condições, a indústria se comporta de tal maneira que não tenha como fundamento precípuo, a maximização dos lucros e nem a maximização das vendas. Porém, busca-se a maximização da satisfação dos diretores das empresas que são multidimencionais, como propôs O. E. WILLIAMSON (1971) em seus estudos no setor industrial. Isto acontece devido á complexidade existente na estrutura gerencial da grande indústria, pois somente a divisão do grande empreendimento em partes isoladas e independentes, é que se fará uma viabilidade real dos sistemas de oligopólios, ou monopólios que dominam o mundo inteiro. Tudo isto, é claro, dentro de um limite de lucros que viabilize o crescimento da indústria e garanta os anseios dos diretores, na manutenção de seu status quo, as suas ganâncias por dominação e posição social, como uma categoria a parte, que busca seu espaço como dinamizador dos recursos alheios, que deve ter um fim social.

            O comportamento industrial num sistema de competição imperfeita, não foge á regra da busca incessante pela maximização de lucros da competição perfeita, visto que o lucro é a mola mestra de todo objetivo industrial, mesmo que não seja o número um, de um comportamento de sobrevivência. Desta feita, explica ALBUQUERQUE[4] que

os proprietários objetivam a maximização do lucro; já os administradores consideram que a obtenção de uma taxa de lucro mínima seria suficiente para satisfazer os acionistas. Uma vez obtido este mínimo, os administradores procurarão maximizar a sua função de utilidade.

Inegavelmente, os proprietários continuam na sua busca incessante na maximização dos lucros, todavia, os gerentes, que são apenas funcionários qualificados, almejam tudo, apenas com um lucro mínimo, isto é, condizente com as condições de que a empresa possa sobreviver aos seus problemas do dia-a-dia.

            O modelo alternativo de comportamento de empresário moderno varia conforme o os objetivos empresariais. Aqui será apresentado o modelo de O. E. WILLIANSON, pela sua importância na colocação quanto á satisfação dos desejos dos gerentes. Porém, isto é feito ao considerar uma função tipo utilidade gerencial, tal qual a seguinte fórmula U = U (W, P, R, S, etc), onde W é o rendimento gerencial, P é o prestígio, R é o poder e S é a segurança administrativa. O gráfico ao lado representa esta simulação, onde no eixo vertical está o investimento operacional I e no eixo horizontal os gastos discricionários G, formados por prêmios, prestígios, staff, investimentos discricionários e alguns outros mais. Pelo gráfico, ver-se que quanto maior for a alíquota de impostos, menor é a taxa marginal de substituição de equilíbrio; maiores serão os gastos discricionários, conseqüentemente menores serão os investimentos operacionais, que influem nos lucros. Verifica-se que a maximização da utilidade dos gerentes está sujeita a uma restrição, que é a obtenção de um lucro a distribuir, capaz de manter os acionistas satisfeitos e evitar queda na cotação das ações.

            Todavia, nestes levantamentos surge a necessidade de se trabalhar uma função que demonstre os anseios dos gerentes, que é quem está ligado mais diretamente com as relações das empresas frente os trabalhadores, os seus concorrentes e o desempenho de sua atuação no contexto dos competidores. Frente a isto explica ALBUQUERQUE[5] que

a função utilidade dos administradores tem como variáveis salários, prestígios, poder, segurança, etc. Estas variáveis, relacionam-se com alguns tipos de despesa da empresa, os quais são usados como “proxy” para os argumentos originais da utilidade dos administradores; são elas aumentos de despesas com “staff”, gratificações e “finge beneficits”, que se chama prêmio e investimentos opcionais, não essenciais ao funcionamento normal da empresa.

Sem essas configurações que a empresa presencia, dificilmente um gerente alcançaria o seu sucesso na perseguição de uma posição empresarial e do lucro capitalista, mesmo que não seja na sua maximização plena.

            Sem dúvida, que dentro de uma economia industrial imperfeita, especificamente oligopolista, não se pode esperar que se apliquem os princípios, ou que a indústria trabalhe com os preceitos de um sistema econômico perfeito, isto significa dizer, perseguir o processo de maximização dos lucros. Na justificativa da inviabilidade deste processo, TISDELL[6], mostra que

Williamson indica os objetivos da gerência por uma função utilidade ou de preferência. Diversas possibilidades são cogitadas, mas basicamente, supõe-se que a gerência tenha uma tendência á inatividade por maiores fundos para despesas gerais de investimentos.

Este é um espelho claro que apresenta a realidade das grandes corporações, onde não existe o dono, mas os acionistas que desejam o sucesso de suas ações na bolsa de valores, cujo resultado almejam-se as melhores cotações da posição da empresa.


 

[1] Alexis JACQUEMIN. Economia Industrial Europeia. Portugal, Biblioteca de Estudos Econômicos, Edições 70, 1979, p. 17.

[2] Alexis JACQUEMIN, Economia Industrial Europeia. Portugal, Biblioteca de Estudos Econômicos, Edições 70, 1979, p. 17.

[3] Bert F. HOSELITZ. O Elemento Empresarial no Desenvolvimento Econômico. Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas, 1965, pp. 82/83.

[4] Marcos Cintra Cavalcanti de LABUQUERQUE. Microeconomia. Rio de Janeiro, McGraw-Hill, 1979, p. 278.

[5] Marcos Cintra Cavalcanti de ALBUQUERQUE. Microeconomia. Rio de Janeiro, McGraw-Hill, 1979, p. 278.

[6] Clem A TISDELL. Microeconomia: A Teoria da Alocação Econômica. São Paulo, ATLAS S/A, 1978, p. 525.    

 

 


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