Observatorio de la Economía Latinoamericana


Revista académica de economía
con el Número Internacional Normalizado de
Publicaciones Seriadas ISSN 1696-8352

ECONOMÍA DO BRASIL

A PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DAS CIÊNCIAS CONTÁBEIS SOBRE A VALORIZAÇÃO DO CAPITAL INTELECTUAL NAS ORGANIZAÇÕES





Marcela Langer Medina (CV)
Cristiane Krüger (CV)
cris.kruger@hotmail.com
Universidade da Região da Campanha



Resumo
Na era atual, o conhecimento é visto como fator de produção para as organizações. A necessidade do Capital Intelectual sinaliza para a importância do conhecimento, habilidades e experiências dos profissionais na geração de benefícios futuros para as empresas. Objetivando a realização deste trabalho propôs-se investigar qual a percepção dos profissionais das Ciências Contábeis sobre o tema, definindo e verificando seus conhecimentos sobre o Capital Intelectual. A metodologia foi desenvolvida através de uma pesquisa descritiva bibliográfica, tendo como instrumentos de coleta de dados, questionários e entrevistas. A análise dos dados foi feita através do método descritivo, fundamentado em bibliografias e obras consagradas. A elaboração do presente trabalho justificou-se pela necessidade de demonstrar a percepção que os profissionais têm sobre o Capital Intelectual. Conclui-se, portanto, que devido ao fato de ter uma difícil mensuração o conhecimento pelo tema ainda é desconsiderado pela maioria dos profissionais que percebem essa experiência e conhecimento como requisitos importantes para o desenvolvimento da atividade profissional, porém, ainda resistem em considerá-lo como Ativo Intangível.

Palavras chave: Capital Intelectual, organizações, contabilidade, conhecimento.


Abstract
            Nowadays, knowledge is seen as a production factor for organizations. The need of Intellectual Capital indicates the importance of knowledge, skills and experiences of the generation of future benefits for companies. Aiming this work proposed to investigate the perception of professional Accounting Sciences on the theme, setting and verifying their knowledge of Intellectual Capital. The methodology was developed through a descriptive bibliography, and as instruments of data collection, questionnaires and interviews. Data analysis was performed using the descriptive method, based on established works and bibliographies. The preparation of this work was justified by the need to demonstrate the perception that professionals have about the Intellectual Capital. We conclude, therefore, that due to the fact have a hard measurement knowledge in the subject is still overlooked by most professionals realize that experience and knowledge as important requirements for the development of professional activity, however, still cling to consider it as intangible assets.

Keywords: Intellectual Capital, organizations, accounting, knowledge.

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Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Langer Medina, M. y Krüger, C.: "A percepção dos profissionais das ciências contábeis sobre a valorização do capital intelectual nas organizações", en Observatorio de la Economía Latinoamericana, Número 188, 2013. Texto completo en http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/13/conhecimento.html


INTRODUÇÃO

          Sendo um dos principais objetivos da Contabilidade tradicional, apurar o resultado econômico e financeiro de uma entidade, o balanço patrimonial deve ser corretamente interpretado, para isso é necessário estudo, registros, controle do patrimônio e das mutações que nele ocorreram, contudo a organização depara-se com demonstrativos que não retratam certas situações da empresa deixando claro que além do conhecimento prático da contabilidade é necessário um conhecimento teórico geral para assim a contabilidade fornecer informações livres de erros de interpretação possibilitando fatos relevantes para seus usuários como afirma Iudícibus (2006) que acredita que o processo de comunicação da informação contábil deve levar em consideração a habilidade que os usuários possuem de interpretá-la adequadamente, de forma a não tornar os demonstrativos contábeis inúteis.
          Estamos na transição da passagem de uma sociedade industrial para uma sociedade do conhecimento, onde os recursos econômicos utilizados até então - terra, capital e trabalho -, uniram-se ao conhecimento racional alterando, principalmente, a estrutura econômica das nações e, sobretudo, a forma de atribuir valor ao ser humano, único detentor do conhecimento, que diferente dos recursos naturais, não se exaure com o tempo. Essa nova era do conhecimento, como diz Sá (2002), exige a capitalização de intelectos na busca da eficácia comum dos mais importantes valores das células sociais e de aumento do valor efetivo da própria riqueza.
          As grandes mudanças econômicas, tecnológicas e sociais ocorridas na década de 60 produziram mudanças significativas na estrutura da sociedade, valorizando o ser humano, qualificando-o e aceitando-o como um novo fator de produção percebido pelos autores como “a sociedade do conhecimento”.
          A questão norteadora desta investigação será analisar a percepção do capital intelectual pelos profissionais das ciências contábeis, como fator diferencial das empresas.
          O principal objetivo deste trabalho é identificar como o capital intelectual é percebido nas organizações, introduzindo seus conceitos, procurando identificar nos escritórios de contabilidade o que eles entendem por capital intelectual, analisando se a organização avalia o potencial, capacidade e conhecimento do profissional da ciência contábil como diferencial da empresa, se estão aderindo a esta nova idéia utilizando ferramentas como o oferecimento de cursos e treinamentos para os profissionais e apontando a adequação ou não desse novo fator de produção como investimento para a empresa.
          A metodologia será desenvolvida através de uma pesquisa descritiva utilizando o método de estudo de caso. Como instrumentos de coleta e análise dos dados serão utilizados consultas a sites da internet, livros, revistas, jornais e artigos que permitirá investigar a percepção dos profissionais contábeis de Bagé sobre capital intelectual.
          A análise dos dados será através do método descritivo, integrando os dados objetivos coletados, com o referencial teórico de sustentação deste estudo.

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1.  Capital intelectual na contabilidade

          Inicialmente, conceituaremos o que seja Ativo. A FASB (Financial Accounting Standards Board) definiu o ativo como sendo os benefícios econômicos futuros prováveis, obtidos ou controlados por uma entidade em consequência de transações ou eventos passados.         Historicamente, segundo Antunes (2000), estudos foram desenvolvidos, inicialmente, em torno de um dos elementos que compõem o capital intelectual: o capital humano. Alguns economistas, a partir do século XV, já investiram esforço para encontrar uma forma de atribuir valor monetário ao ser humano.
          Com o passar dos tempos e com o crescimento da tecnologia busca-se cada vez mais investir no potencial humano dos profissionais empregados nas organizações, gerando intangíveis que a Contabilidade Tradicional não mensurava.
Conforme Perez e Fama (2004) a intensificação da competição entre as empresas e o desenvolvimento da tecnologia da informação tem afetado dramaticamente a estrutura e a estratégia das organizações e elevado os intangíveis a categoria de maior direcionador de valor das empresas nos países desenvolvidos.
          Marion (2007) define que a função básica do contador é produzir informações úteis aos usuários da contabilidade para a tomada de decisão, portanto essas informações devem ser alicerçadas pelo conhecimento e capacidade de interpretação por parte dos profissionais como destaca Santiago Júnior e Santiago (2007):
O conhecimento necessário para a empresa se manter competitiva já está disponível, mas muitas vezes inacessível, por não estar adequadamente organizado, tornando-se imprescindível a criação de um ambiente voltado para a identificação e a disseminação de conhecimentos entre as pessoas com o objetivo de atingir as metas das empresas.

          Nota-se explicitamente a importância das pessoas na organização, o profissional, o funcionário que detém o poder de gerar riquezas já possui outra visão para os estudiosos como salienta Johnson e Kaplan (1993) que o valor econômico de uma companhia não é limitado à soma dos valores de seus ativos tangíveis, pois inclui o valor de seus ativos considerados intangíveis.
Essa combinação de ativos intangíveis que agregam valores para as empresas, nós hoje conhecemos por Capital Intelectual, conforme contribui Antunes (2000) que segundo a visão dos economistas, o ser humano é considerado capital por possuir capacidade de gerar bens e serviços, por meio do emprego, de sua força de trabalho e do conhecimento, constituindo-se em importante fonte de acumulação do crescimento econômico
          Vale ressaltar que não cabe desmerecer todo desenvolvimento da ciência contábil, Paiva (2000) destaca que a contabilização do capital intelectual não justifica o abandono ou o desprezo da contabilidade financeira, e finaliza argumentando que enquanto a contabilidade ‘tradicional’ destaca elementos do passado, o capital intelectual viaja para o futuro.
          Nessa questão complementa XAVIER (1998) que diz só se justificam maiores investimentos em maquinários e equipamentos, quando a empresa se encontra em expansão, implantação, fusão ou atualização tecnológica, e que a continuidade dessa política pode levar a empresa à extinção. Isto porque, como destaca o autor, a matéria-prima básica do capital intelectual é a informação que as pessoas adquirem e a transformam em conhecimentos, os quais devem ser utilizados pelas organizações como diferencial competitivo.

2.2 Capital Intelectual como ativo Intangível nas organizações.
         
          Geralmente, se entende por intangível algo que não pode ser tocado ou que não possui existência física, assim como define Paulo Schmidt e José Luiz dos Santos (2002) são recursos incorpóreos controlados pela empresa, capazes de produzir benefícios futuros. Capital Intelectual está diretamente relacionado aos elementos intangíveis resultantes das atividades e práticas administrativas desenvolvidas pelas organizações para se adaptarem e atuarem na realidade atual. (ANTUNES, 2006)
          Bontis (2002), baseando-se nos resultados da sua pesquisa, conclui que apesar da importância do Capital intelectual na formação de benefícios futuros ele ainda é largamente ignorado nos relatórios financeiros, isso se evidencia na aquisição da Lotus pela IBM por Três bilhões de dólares, embora o seu valor contábil fosse de apenas 250 milhões de dólares1 .    Assim constata-se que o valor de mercado das entidades negociados em bolsa de valores é, na maioria das vezes, superior ao seu valor contábil, apontando certa falha da contabilidade na mensuração do valor patrimonial das entidades, em função, basicamente, da objetividade e do conservadorismo2 .
          Perez E Fama (2006) afirma que hoje se pode dizer que as empresas que se dedicarem a dar uma atenção diferenciada a esse tipo de capital tornaram-se mais competitivas no mercado, pois justifica a diferença entre valor patrimonial das ações para o seu valor de mercado pela introdução desse novo valor subjetivo. Neste sentido, Rezende (2001) argumenta que o diferencial entre as empresas não mais reside nas máquinas e sim, no somatório do conhecimento coletivo gerado e adquirido, nas habilidades criativas e inventivas, nos valores, aptidões e, inovações das áreas que integram a organização.
Segundo Paulo Schimidt e José Luiz dos Santos (2002):
Pode-se perceber que a capacidade de adaptação das entidades às mudanças está mais relacionada com a administração dos recursos intelectuais do que com a coordenação do esforço físico dos empregados envolvidos com a produção e manuseio dos ativos tangíveis, pois a própria automação, produto do conhecimento humano, dispensa essa tarefa, portanto o recurso que agrega mais ou menos valor ao produto é o recurso do intelecto do seu quadro de funcionários, resultando daí os ganhos ou perdas das organizações.
         Segundo estudos os recursos humanos ainda não são considerados um ativo intangível, pois há grande resistência na contabilidade tradicional de ser visto como tal devido3 :

  • Não possuir sua posse e propriedade;
  • Não possuir seu controle;
  • A complexidade de atribuição de valor.

          Contudo, Antunes (2005) relata que um bom Capital Intelectual - pessoas inteligentes - não significa uma entidade inteligente.
3. METODOLOGIA
          A metodologia adotada foi de natureza descritiva bibliográfica. “A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos” (GIL, 2002).
A pesquisa foi realizada com 15 (quinze) profissionais da área contábil, devidamente filiados ao sindicato de Contabilidade da cidade de Bagé/RS, no período de abril a maio de 2013 (dois mil e treze), esta amostra foi extraída com base na relação dos profissionais da área contábil individuais em dia e devidamente inscritos no Sindicato dos Contabilistas, destaca-se que a população de profissionais da cidade de Bagé compreende 60 (sessenta) indivíduos, sendo assim a amostra entrevistada representa aproximadamente 25% (vinte e cinco pro cento) da população de profissionais da área contábil de Bagé.
Como instrumentos de coleta dos dados foram utilizados consultas a sites da internet, livros, revistas, jornais, artigos e posteriormente aplicados questionários e entrevistas com os profissionais.
A análise e interpretação dos dados foram feitas pelo método descritivo, através da análise quali-quantitativa com classificação e interpretação dos resultados obtidos pelos instrumentos de dados e integrados ao referencial teórico.

3.1 Apresentação e Análise dos Resultados da Pesquisa

3.1.1 Dados demográficos

A análise dos dados referente à questão 01 e 02, evidencia que a faixa etária dos profissionais pesquisado é bastante variada, predominando, porém, na faixa de 47 a 52 anos. Verificou-se também que mais da metade dos profissionais pesquisados tem Ensino Superior Completo.

3.1.2 Dados Objetivos
Questão 03: De onde surgiu o seu conhecimento sobre capital intelectual?
Com base nos dados acima se constata que a concentração da fonte do conhecimento sobre o capital intelectual divide-se entre a leitura de revistas, jornais e artigos periódicos e a internet, evidenciando que o conhecimento sobre o assunto surge da necessidade de atualização sobre assuntos contábeis, da necessidade de possuir informações confiáveis e atuais para seus clientes como ressalta Marion (2007) que diz que a função básica do contador é produzir informações úteis aos usuários da contabilidade para a tomada de decisão, portanto, conforme a pesquisa a maior parte dos entrevistados mantém-se atualizado e possuem conhecimento sobre o tema Capital Intelectual.

Questão 04: Você oferece alguma das opções abaixo aos seus funcionários?
Uma das premissas do capital intelectual é o conhecimento do profissional contábil, com base nos dados acima se constata que a maior parte dos entrevistados dispõe-se a oferecer para si e seus funcionários palestras e cursos para aperfeiçoamento e atualização identificando que o profissional tem uma percepção positiva em relação à busca por conhecimento, sobre esse aspecto, Dias Filho (2000) reforça que os demonstrativos contábeis, por exemplo, por si só não constituem uma informação com existência própria, e sim, um conjunto de códigos carentes de significados:

em termos científicos, é incorreto pensar que eles contêm um significado intrínseco, pois esse emana sempre da consciência interpretadora do destinatário. Se o usuário da mensagem não conseguir interpretá-la, não se pode dizer que tenha ocorrido uma comunicação, pois o ato comunicativo depende do conhecimento de um código capaz de unir o transmissor ao receptor, e sem ele a informação torna um ruído sem qualquer valor semântico.

Constata-se que os entrevistados percebem a necessidade de estar sempre atualizado, ou seja, ele preocupa-se em aperfeiçoar seu capital humano.

Questão 05: O conhecimento do profissional contábil é visto na empresa?

Analisando os dados acima é possível perceber que a maior parte dos entrevistados reconhece o profissional contábil como um capital humano para a organização como já afirmava Peter Druker (1999) que dizia que a característica de uma força de trabalho do conhecimento é que seus membros não são o trabalho, são o capital. E o que é decisivo no desempenho do capital não é quanto ele custa.
Contudo nota-se que há uma parte dos entrevistados - ainda que menor - que tratam o conhecimento do profissional com indiferença isso identifica que ainda há resistência em perceber e valorizar o profissional contábil como fator de produção essencial à empresa, reforçando essa importância Peres e Famá (2006) relatam que hoje as empresas que se dedicarem a dar uma atenção diferenciada a esse tipo de capital tornam-se mais competitivas no mercado.

3.1.2 Dados de Análise Qualitativa

Questão 06: O que você considera por Capital Intelectual?

A maior parte dos pesquisados acreditam que Capital Intelectual seja todo o conhecimento, habilidades e informações adquiridas por experiência e aprendizado.  Nesse sentido Barbais e Sousa (2006) concordam e acrescentam que o Capital humano significa talentos que precisam ser mantidos e desenvolvidos. Mais do que isso, capital humano significa capital intelectual. Um capital invisível composto de ativos intangíveis.
Contudo certa parte dos pesquisados desconhecem essa importância – relatada pelo autor acima – para eles o termo capital intelectual tem enfoque de curto prazo, de dever do funcionário, e não um investimento, no entanto, segundo Straioto (2000), esta omissão é uma distorção, pois nenhuma empresa faria investimentos substanciais em pessoas, a não ser que este “capital humano” representasse um ativo com benefícios futuros esperados e agregasse valor a seu produto e/ou serviço.

Questão 07: Em sua opinião o conhecimento contábil adquirido pelos funcionários gera benefícios para a empresa?

Nesta questão os entrevistados foram unânimes em acreditar que o conhecimento contábil gera riquezas para a empresa, acreditam que o profissional gera lucratividade, como afirma Paulo Schmidt e José Luiz dos Santos (2002) são recursos incorpóreos controlados pela empresa, capazes de produzir benefícios futuros, como ressalta também Antunes (2000) que diz que em algum tempo no futuro, o capital intelectual será convertido em um valor monetário.
Ainda neste contexto Rezende (2000) afirma que o diferencial entre as empresas não são mais as máquinas utilizadas no processo produtivo, mas sim o somatório do conhecimento coletivo gerado e adquirido, as habilidades criativas e inventivas, os valores, atitudes e motivação das pessoas que as integram e o grau de satisfação dos clientes.
Contudo, não foi mencionado pelos pesquisados nada sobre prazos, também é importante salientar o fato de que foram perceptíveis nas entrevistas respostas evasivas pelos pesquisados demonstrando pouca intimidade com o assunto em pauta.
Admitir o conhecimento como um recurso econômico, de acordo com Antunes (2000), impõe novos paradigmas na forma de valorizar o ser humano e mensurar o valor de uma organização, pois gera benefícios intangíveis que alteram seu patrimônio, fato este que está fazendo com que a contabilidade seja criticada por não estar retratando o real valor da empresa nas demonstrações contábeis.

Questão 08: Qual sua opinião sobre Capital Intelectual como Ativo Intangível?

Nesta questão a maior parte dos entrevistados relata que desconhecem o assunto, não souberam opinar sobre Capital Intelectual como Ativo Intangível, evidenciando que não percebem o capital intelectual como um investimento para a empresa.
De acordo com Antunes (2000), identificar o capital intelectual de uma organização melhora as informações contábeis para fins de gestão:
o conhecimento do capital intelectual identifica os recursos necessários em ativos intangíveis, cujo desconhecimento, por vezes, impede a consecução de um planejamento estabelecido; isso significa que o planejamento estratégico pode ser prejudicado por depender de alguns elementos intangíveis e a organização não ter certeza de que dispõe ou não de tais recursos e, em caso positivo, a quantidade e possibilidade de geração futura;

Entretanto, poucos pesquisados souberam opinar e relataram que para ser considerado de fato um ativo intangível é necessário conseguir uma mensuração para esse capital visto que essa é a maior dificuldade no que tange este assunto. Sobre isso ANTUNES (2000) ressalta que por ser um recurso não financeiro, não subordinado e sim suplementar a esses recursos contribui para reforçar a impossibilidade desses elementos serem, no momento, incorporados às demonstrações financeiras ou, especificamente, ao Balanço Patrimonial.
Ainda neste contexto Martins (2002) relatam que:
é sabido que os Princípios Fundamentais de Contabilidade, mais as normas que balizam o registro dos fenômenos que afetam o patrimônio das entidades, impedem que muitos dos elementos que caracterizam o Capital Intelectual sejam evidenciados por meio das Demonstrações Contábeis divulgadas aos usuários externos da Contabilidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A investigação sobre a percepção dos profissionais contábeis sobre o capital intelectual nas organizações, como abordagem principal deste estudo, proporcionou aprofundamento do conhecimento obtido academicamente por esta pesquisa.
Constatou-se com a pesquisa que os profissionais tem noção sobre o que é capital intelectual, eles sabem que é necessário valorizar o conhecimento do profissional contábil como um gerador de riquezas, percebem que há necessidade de atualização constante para que os profissionais tenham conhecimento e capacidade para interpretação dos demonstrativos contábeis tornando-os mais confiáveis. Contudo, os entrevistados não mostraram conhecimento sobre a essência do tema, que trata o capital intelectual de tal grandiosa maneira a considerá-lo um bem do ativo intangível criador de riquezas em longo prazo.
Os entrevistados forneceram respostas evasivas com pouco conteúdo para ser discutido, deixando claro que para eles capital intelectual é tão somente a experiência adquirida pelos profissionais quando o tema é tratado com mais profundidade como destacado pelos autores citados anteriormente.
Assim com a análise das respostas e entrevistas se percebe que o profissional da classe contábil  percebe o capital intelectual como algo valioso para a organização, como um dos principais fatores de produção.
Com a análise da questão n° 08, onde a maioria dos profissionais não souberam opinar sobre Capital Intelectual como Ativo Intangível, isso identifica que ainda resistem em perceber o Capital Intelectual como ativo intangível, este fato se deve por ser um intangível de difícil mensuração e que ainda não possui base legal para contabilização nas empresas.
Portanto, conforme analisado pela pesquisa, os profissionais possuem uma perspectiva sobre capital intelectual de curto prazo e de dever com a empresa, e que devido ao fato de ter uma difícil mensuração o conhecimento pelo tema ainda é desconsiderado pela maioria dos profissionais que percebem essa experiência e conhecimento como requisitos importantes para o desenvolvimento da atividade profissional, mas não, ainda, como Ativo Intangível.
Como contribuição do presente trabalho aponta-se que os profissionais já consideram o conhecimento adquirido pelos seus funcionários, assim como a experiência adquirida por eles, como um investimento para a empresa, valorizando-os com a certeza que trarão benefícios futuros e visibilidade positiva no mercado.
Essa valorização pode ser dada através de incentivo a participações em cursos de extensão que proporcionem um aprendizado contínuo e maior conhecimento ao profissional da contabilidade. Também pode se pensar em oferecer benefícios e bonificações salariais aos funcionários, profissionais da contabilidade, para que se sintam valorizados, projetando um reflexo positivo na produtividade e otimização da capacidade individual e também promover reuniões para discutir assuntos contábeis e também para aproximar o grupo de trabalho para melhorar as relações interpessoais. Isso que levará a diferenciação da empresa no mercado.

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1 RBC: Revista brasileira de contabilidade. Uma visão de profissionais de contabilidade sobre capital intelectual. Ano XXXVI n° 163, jan./fev 2007.

2 Idem anterior.

3 RBC: Revista Brasileira de contabilidade. Alvorecer do capital intelectual. Revista editada pelo conselho federal de contabilidade- Ano XXXIIn° 139, Jan/fev 2003.


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