Observatorio de la Economía Latinoamericana

 


Revista académica de economía
con el Número Internacional Normalizado de
Publicaciones Seriadas  ISSN 1696-8352

ECONOMÍA DO BRASIL

 

CONHECIMENTOS DE JOVENS UNIVERSITÁRIOS ACERCA DE ASPECTOS DO MERCADO FINANCEIRO


Helio Rosetti Júnior (CV)
heliorosetti@terra.com.br
Instituto Federal do Espírito Santo
Juliano Schimiguel (CV)
schimiguel@gmail.com
Universidade Cruzeiro do Sul
Antônio Henrique Pinto (CV)
gustavogpa@bol.com.br
Instituto Federal do Espírito Santo



RESUMO
Este artigo tem por objetivo discutir os conhecimentos dos estudantes de cursos superiores de tecnologia sobre finanças e o mercado financeiro. No estudo, buscou-se identificar a percepção e atitudes dos jovens universitários com o mercado financeiro.  A pesquisa foi desenvolvida no Estado do Espírito Santo, Brasil, em instituições particulares de ensino tecnológico, no ano de 2010. Os resultados indicam que os estudantes apresentam dificuldade acerca do entendimento de gráficos e também na compreensão das séries e valores financeiros divulgados na mídia. Os alunos apontaram ainda dificuldades em efetuar operações financeiras por meio da Internet.

PALAVRAS CHAVE: Mercado Financeiro, Operações Financeiras, Bolsa de Valores, Conhecimentos.

YOUNG UNIVERSITY OF KNOWLEDGE ABOUT ASPECTS OF FINANCIAL MARKET

ABSTRACT

This article aims to discuss students knowledge of technology on higher education finance and financial markets. In this study, we sought to identify perceptions and attitudes of university students with the financial market. The research was conducted in the state of Espirito Santo, Brasil, in private institutions of technology education in the year 2010. The results indicate that students have difficulty understanding about the graphics and also in understanding the series and values ​​disclosed in the financial media. Students also indicated difficulties in carrying out financial transactions via the Internet.

KEYWORDS:  Financial Markets, Financial Operations, Stock Exchange, Knowledge.

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Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Rosetti Júnior, Schimiguel y Pinto: "Conhecimentos de jovens universitários acerca de aspectos do mercado financeiro", en Observatorio de la Economía Latinoamericana, Número 167, 2012. Texto completo en http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/


INTRODUÇÃO
O entendimento das operações financeiras tem sido uma exigência no mundo moderno grandemente conectado com a economia global. Diariamente são divulgados, nos meios de comunicação em geral, informações sobre as operações financeiras regionais, nacionais e internacionais, demandando das pessoas conhecimentos e competências sobre as variações e indicadores desse vasto mundo financeiro.
Saber lidar com o mercado financeiro e seus produtos e serviços, identificando seus signos, pode proporcionar facilidades no trato com o dinheiro, por pequena que seja a quantia.
A eficiência do funcionamento do mercado financeiro é fundamental para o crescimento das economias modernas. Quando é eficiente, facilita o acesso das empresas a recursos mais baratos, estimulando a produção e o consumo de mercadorias. As famílias também se beneficiam de uma remuneração melhor para os recursos poupados e têm mais acesso a financiamentos a juros mais baixos, o que possibilita maior flexibilidade na decisão de poupar ou consumir. (PACHECO & OLIVEIRA, 2010)
Dessa forma, compreender informações desse mundo das finanças possibilita que o indivíduo possa fazer escolhas mais qualificadas, com resultados benéficos para sua vida financeira pessoal ou familiar.
O mercado financeiro permite a realização de trocas de diversas formas de ativos, que representam reserva de valor. Um problema típico de um investidor é decidir como compor da melhor maneira possível seu portfólio, ou seja, o conjunto de ativos que ele possui. Por representarem uma reserva de valor, esses ativos podem ser vendidos futuramente para financiar gastos em bens e serviços. (HILLBRECHT, 1999).
Para a realização dessas trocas de ativos financeiros, é necessária a compreensão do significado e valor dos ativos, bem como as conseqüências dessas operações na vida das pessoas e das comunidades. Essa compreensão ocorrerá na medida em que as pessoas apresentam uma educação financeira, distinguindo assim os produtos no mercado, para uma decisão financeira mais profícua.
Porém, como nossa limitada educação financeira faz do crédito um conceito vago e abstrato para a maioria das pessoas, é em torno do mau uso deste que as instituições financeiras montam sua estratégia e realizam seus lucros no Brasil. (CERBASI, 2009).  
Dessa forma, como qualquer investimento, as aplicações e operações financeiras demandam que as pessoas dediquem algum tempo para a escolha da melhor opção que se encaixe em suas necessidades. (LUQUET, 2007). O entendimento dos mecanismos e dos signos do mundo financeiro facilita essa reflexão para uma operação bem sucedida em tempos de amplo acesso ao crédito. Cabe ressaltar que:
Nunca os jovens tiveram tanto acesso a serviços bancários e também nunca estiveram tão endividados. É o que aponta o estudo realizado pela agência Namosca, especialista no universo jovem. A pesquisa mostrou que 86% dos jovens entrevistados possuem conta-corrente, 77,3% conta-poupança, 76,4% cartão de crédito, 84,9% cartão de débito e 62,3% cartão de lojas. (CREDINFO, 2012)
O presente trabalho tem por finalidade debater e refletir sobre os conhecimentos dos jovens acadêmicos de cursos superiores de tecnologia1 sobre aspectos de finanças assim como sobre o mercado financeiro. Neste estudo, procurou-se identificar a percepção e atitudes desses jovens com o mercado financeiro no que tange às operações financeiras básicas no dia-a-dia e suas conseqüências. A pesquisa foi feita no Estado do Espírito Santo, Brasil, envolvendo faculdades particulares de ensino tecnológico, no ano de 2010. O questionário da pesquisa foi aplicado via Internet numa amostra de aproximadamente 400 alunos majoritariamente moradores de áreas urbanas da região.
Os resultados dos instrumentos de pesquisa aplicados apontaram que os estudantes demonstram dificuldades no que se refere ao entendimento de gráficos representativos da bolsa de valores e da mesma forma na compreensão das séries e dos valores financeiros informados na mídia.
O mundo do trabalho tem demandado habilidades financeiras dos estudantes, sinalizando para uma formação acadêmica que inclua o jovem no mundo das operações com ativos de finanças e entendimento dos códigos relacionados às moedas e seus desdobramentos (ROSETTI & SCHIMIGUEL, 2011). 
Os estudantes indicaram ainda dificuldades em utilizar a Internet para operações financeiras, apontando para a necessidade de aprimoramento do uso da grande rede de computadores para desenvolvimento de habilidades financeiras.
Vale ressaltar que a quantidade de alunos pesquisados representa aproximadamente um terço do total do corpo discente das instituições, por ocasião da aplicação dos instrumentos, distribuídos em turnos de trabalho e períodos, compondo assim uma amostra significativa dessa população.
RESULTADOS DA PESQUISA
Aqui será descrito e analisado o resultado da pesquisa feita, com suas respectivas representações gráficas.
Acerca de gráficos e bolsa de valores, a pergunta foi: consegue entender um gráfico de evolução da bolsa de valores? As respostas foram: 2% responderam “muito”. 15% responderam “razoável”. 20% marcaram “pouco”. 25% “muito pouco” e 38% responderam “nada/nunca”, conforme o Gráfico 1. Nota-se que uma grande maioria, de 83% dos alunos, respondeu saber pouco, muito pouco ou nada sobre evolução dos gráficos da bolsa de valores.
Quando questionados: sabe analisar as séries de valores numéricos diários da bolsa de valores? As respostas dos alunos foram as seguintes: 2% responderam “muito”. 15% responderam “razoável”. 20% marcaram “pouco”. 25% “muito pouco” e 38% responderam “nada/nunca”, conforme o Gráfico 2. Percebe-se que uma grande maioria, com 83% dos alunos, respondeu saber pouco, muito pouco ou nada sobre séries de valores diários da bolsa de valores.
Na pergunta: entende o noticiário financeiro nos jornais, rádios de TV´s? As respostas foram as seguintes: 14% responderam “muito”. 31% responderam “razoável”. 22% marcaram “pouco”. 24% “muito pouco” e 9% responderam “nada/nunca”, conforme o Gráfico 3. Nota-se que uma maioria, de 55% dos alunos, respondeu entender pouco, muito pouco ou nada no noticiário financeiro na mídia.
Quanto ao acesso à Internet, foi questionado: Tem acesso à Internet? As respostas dos alunos foram: 81% responderam “muito”. 13% responderam “razoável”. 5% marcaram “pouco”. 1% “muito pouco” e 0% “nada/nunca”, conforme o Gráfico 4. Nota-se que uma grande maioria, com 81% dos alunos, respondeu “muito” no acesso à Internet.
Quanto ao acesso a sites financeiros, perguntou-se: acessa sites financeiros? As respostas foram: 5% responderam “muito”. 9% responderam “razoável”. 24% marcaram “pouco”. 24% “muito pouco” e 38% responderam “nada/nunca”, conforme o Gráfico 5. Percebe-se que uma grande maioria, de 86% dos alunos, respondeu pouco, muito pouco ou nada sobre acessar sites financeiros.
Na pergunta: efetua operações financeiras e bancárias na Internet? As respostas dos alunos foram: 13% responderam “muito”. 12% responderam “razoável”. 13% marcaram “pouco”. 15% “muito pouco” e 47% responderam “nada/nunca”, conforme o Gráfico 6. Nota-se que uma grande maioria, de 75% dos alunos, respondeu pouco, muito pouco ou nada sobre efetuar operações financeiras na Internet. Quase a metade dos alunos, com 47%, responderam nunca utilizar a Internet nas operações citadas.
Na pergunta: sabe o que é spread2 bancário? As respostas foram: 3% responderam “muito”. 3% responderam “razoável”. 7% marcaram “pouco”. 12% “muito pouco” e 75% responderam “nada/nunca”, conforme o Gráfico 7. Percebe-se que uma grande maioria, com 75% dos alunos, respondeu “nada” saber sobre spread bancário.
Nota-se que uma parcela ínfima, de 3%, responderam conhecer muito sobre spread, o que indica baixíssimos conhecimentos da maioria dos alunos sobre os ganhos do sistema bancário.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Uma grande maioria, de 83% dos alunos, respondeu saber pouco, muito pouco ou nada sobre evolução dos gráficos da bolsa de valores, apontando dificuldades no entendimento desses modelos matemáticos representativos de contextos financeiros. Com isso, apesar de esses gráficos serem freqüentes nos meios de comunicação, a correta leitura dos seus significados mostra-se precária por parte dos jovens estudantes universitários.
Uma grande maioria, com 83% dos alunos, respondeu saber pouco, muito pouco ou nada sobre séries de valores diários da bolsa de valores. Estes dados de percentuais destacam que os números relativos à bolsa de valores são pouco entendidos pelos alunos pesquisados, indicando um grande distanciamento entre os números do mercado financeiro e os jovens em seus cotidianos.
Pelo lado das instituições financeiras, observou-se a ampliação da oferta de produtos e serviços voltados para atender ao público desassistido até aquele momento. Mas, apesar de esse contingente de pessoas estar ávido por utilizar os produtos e serviços disponibilizados por essa indústria, elas são inexperientes no trato das questões financeiras e necessitam ampliar seu conhecimento nesse campo. (SANTOS, 2009)
Dessa maneira, é preciso que os valores quantitativos dos órgãos financeiros sejam devidamente explicados e discutidos com esses estudantes, visando um entendimento pleno do contexto econômico em que estão inseridos.
Uma maioria, de 55% dos alunos, respondeu entender pouco, muito pouco ou nada no noticiário financeiro na mídia. Assim, apesar de serem bombardeados diariamente com informações e notícias financeiras, os estudantes pesquisados não conseguem, pela falta de entendimento, correlacionar essas informações com suas vidas, suas finanças, seus trabalhos e suas comunidades.
Portanto, como se pode constatar, a globalização, a inserção da economia brasileira no cenário mundial e a estabilização econômica ocasionaram profundas mudanças no mercado brasileiro, e o resultante desenvolvimento de novos instrumentos financeiros e a sua complexidade demonstram que os indivíduos e suas famílias necessitam compreender, cada vez mais, os conceitos financeiros, para embasar as suas decisões de investimento e de financiamento, e maximizar o seu bem-estar econômico e social. (SAITO, SAVOIA & PETRONI, 2006)
Nota-se que uma grande maioria, com 81% dos alunos, respondeu “muito” no acesso à Internet.
Uma grande maioria, de 86% dos alunos, respondeu pouco, muito pouco ou nada sobre acessar sites financeiros. Pode-se notar, dessa maneira, que mesmo tendo amplo acesso à Internet, os jovens fazem muito pouco uso da rede mundial para operações financeiras, bem como acessar páginas financeiras para obtenção de informações. Percebe-se, a partir desses dados, que as facilidades tecnológicas não estimulam necessariamente o acesso às informações de finanças, com marcante desinteresse por esse tipo de assunto. Com isso, fica evidente a necessidade de se trabalhar a educação financeira nesse segmento populacional, com vistas a uma plena inclusão desses jovens no ambiente profissional e das operações financeiras.
Sabe-se que muitos jovens recém-formados iniciam suas carreiras já com dívidas, na maioria das vezes por desconhecer técnicas de gestão de finanças pessoais, resultado da falta de uma educação financeira. Quem não consegue fazer uma boa gestão financeira pessoal, inexoravelmente terá muitas dificuldades de gerir financeiramente o próprio negócio ou a carreira, mesmo que esteja trabalhando dentro de casa. (DINHEIRAMA, 2012).
Verifica-se, ainda que quase a metade dos alunos, com 47%, responderam nunca utilizar a Internet nas operações bancárias. Dessa forma, mesmo as operações bancárias, tão necessárias no cotidiano, são feitas de forma não-tecnológica por significativa parcela dos jovens, mesmo que a grande maioria utilize a Internet intensamente para outras atividades.
Por fim, nota-se que a maioria, com 75%, não sabe o que é spread bancário. Isso indica que os jovens não têm conhecimentos acerca da remuneração e da lucratividade dos sistemas financeiros, mesmo já estando no ensino superior.

REFERÊNCIAS

CERBASI, Gustavo. Como organizar sua vida financeira: inteligência financeira pessoal na prática. Rio de janeiro: Elsevier, 2009.
CREDINFO. Acesso bancário gera endividamento de jovens. Obtido do endereço: http://www.credinfo.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=17786:acesso-bancario-gera-endividamento-de-jovens&catid=1:canoticias&Itemid=100049, em 30 de março de 2012.

DINHEIRAMA. A Importância da Educação Financeira para o recém-formado. Do endereço: http://dinheirama.com/blog/2012/01/25/a-importancia-da-educacao-financeira-para-o-recem-formado-parte-2/, em 30 de março de 2012.

HILLBRECHT, Ronald. Economia Monetária. São Paulo: Atlas, 1999.
LUQUET, Mara. Guia Valor Econômico de Finanças Pessoais. São Paulo: Globo, 2007.
OLIVEIRA, Gilson; PACHECO, Marcelo. Mercado financeiro. São Paulo: Fundamento, 2010.

ROSETTI JUNIOR, Helio e SHIMIGUEL, Juliano. Características dos docentes que atuam na área de matemática financeira e finanças em cursos de graduação tecnológica na rede particular. Cuadernos de Educación y Desarrollo. Espanha, Vol 3, Nº 31, Setembro, 2011.

SAITO, A.; SAVOIA J.; PETRONI, L. A educação financeira no Brasil sob a ótica da Organização de Cooperação e Desenvolvimento econômico – OCDE. IX SEMEAD. Administração no Contexto Internacional. Seminários em Administração FEA-USP. Agosto, 2006. 
SANTOS, Liana Ribeiro dos. Educação Financeira na Agenda da Responsabilidade Social Empresarial. Boletim Responsabilidade Social e Ambiental do Sistema Financeiro. Banco Central do Brasil. Ano 4, N° 39, fevereiro de 2009.

1 Os cursos superiores de tecnologia, conhecidos como cursos superiores tecnológicos de graduação, fazem parte da etapa final da educação superior do sistema de ducação profissional do Brasil. São graduações que conferem o grau de tecnólogo ao seu concluinte. Os cursos superiores de tecnologia são abertos a estudantes que tenham concluído o ensino médio ou equivalente, englobando os diversos setores da economia. Os profissionais graduados nessas modalidades de cursos são denominadas "tecnólogos" e são trabalhadores de nível superior universitário.

2 Aqui o spread bancário tem o significado da diferença entre os juros cobrados pelos bancos nos empréstimos a pessoas físicas ou jurídicas e as taxas efetivamente pagas pelos bancos aos investidores que colocam seu dinheiro em aplicações financeiras.


 

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