Observatorio de la Economía Latinoamericana


Revista académica de economía
con el Número Internacional Normalizado de
Publicaciones Seriadas ISSN 1696-8352

ECONOMÍA DO BRASIL

ANÁLISE DOS ÍNDICES DE DESENVOLVIMENTO FINANCEIRO EM UM BANCO DA REGIÃO AMAZÔNICA, BRASIL

Alana Vanessa Melo Baptista
alanavanessa3@hotmail.com
Gaius Fabricius Santos Da Fonseca
gaiusfonseca@hotmail.com
Lívia Almeida Cardoso
livialmeida89@gmail.com
Renata Ramos Vieira
renataramosv@gmail.com
Heriberto Wagner Amanajás Pena (CV)
heripena@yahoo.com.br


Resumo
O estudo trata de uma análise dos índices de desenvolvimento financeiro de um banco da região, que atende toda a Amazônia Legal e é a principal instituição financeira federal de fomento. Foi realizado com o objetivo de mensurar os índices financeiros, de liquidez e estrutura, em relação ao Balanço Patrimonial do Banco em questão dos ano de 2010 e 2011, proporcionando assim uma análise da saúde financeira da organização.

Palavras chave: BASA, Balanço Patrimonial, Indíces Financeiros.

Abstract
The study is an analysis of indices of financial development of a bank in the region, which serves the entire Amazon region and is the main institution of federal financial incentives. Was conducted with the aim of measuring the financial ratios, liquidity and structure in relation to the Balance Sheet of the Bank in question in 2010 and 2011, thus providing an analysis of the financial health of the organization.

Keywords: BASA, Balance Sheet and Financial Ratios.

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Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Melo Baptista, Santos Da Fonseca, Almeida Cardoso, Ramos Vieira y Amanajás Pena: "Análise dos índices de desenvolvimento financeiro em um banco da região amazônica, Brasil", en Observatorio de la Economía Latinoamericana, Número 160, 2011. Texto completo en http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/


O Banco da Amazônia é a principal instituição financeira federal de fomento com a missão de incentivar o crescimento da região em que atua, a Amazônia brasileira. Apóia tanto a pesquisa quanto crédito de fomento, o que diz respeito a mais de 60% do crédito de longo prazo da Região. É articulado a diversos órgãos do Governo e Não-Governamentais, ligado ao fomento sustentável e aqueles representativos dos diversos segmentos do empresariado e dos pequenos produtores do campo.
Segundo o BASA (Banco da Amazônia S. A.), o Banco possui pontos de atendimento que cobrem toda a Amazônia Legal, cerca de 59% do território nacional, e nas cidades de São Paulo e Brasília.
Para o trabalho foi feito um estudo dos Balanços Patrimoniais dos primeiros semestres de 2010 e 2011, em relação aos índices de desempenho financeiro, proporcionando assim uma análise da saúde financeira da organização.

2.1.1.Contabilidade Financeira
Gonçalves e Batista (1996) apud Weber(2007) afirma que a contabilidade financeira é a ciência que objetiva estudar o patrimônio a partir de métodos matemáticos desenvolvidos para coleta, registro, acúmulo, resumo e análise de todos os fatores que influenciam no patrimônio de uma pessoa ou organização.
Weber (2007) afirma que no caso das organizações, devem obedecer aos Princípios e às Convenções Contábeis exigidas pela legislação do Conselho Federal de Contabilidade:

Já as convenções contábeis são um complemento dos princípios acima listados para o tratamento de problemas que para Oliveira (1991) apud Weber (2007) são a objetividade, a materialidade, o conservadorismo e a consistência.
Para Frezzati (2007) a contabilidade financeira é a contabilidade para usuários externos à organização, como acionistas controladores, gestores de fundos, ógãos que representam o governo, credores, entre outros.
2.1.2. Contabilidade Gerencial
Segundo Hansen e Mowen (1997) apud Frezzati et. al (2007) a contabilidade gerencial se destina ao ramo do sistema contábil que se dedica às informações para os usuários internos da organização. Louderbacl et. al (2000) apud Frezzati et. al (2007) afirma que mesmo que a contabilidade gerencial seja abrangente, também é muito precisa, visto que pode ser bastante flexível à mudanças tecnológicas, mudanças de necessidades e expectativas dos gestores e novas abordagens de diversos setores da organização.
Horngren et al.(2004) apud Frezzati et. al (2007) compõe a contabilidade gerencial em sete processos: identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação, interpretação e comunicação das informações (especificamente direcionada aos gestores responsáveis pelo pelas tomadas de decisão afim de atingir os objetivos organizacionais).
Shank e Govindarajan (1997) apud Frezzati et. al (2007) afirmam que a informação contábil é baseada na análise financeira, visto que permite a execução de de estratégias financeiramente praticáveis, além prover o monitoramento do desempenho de gestores a unidades de negócio com relatórios de custos padrões, orçamentos de despesas, planos de lucros anuais, entre outros.
2.2. Balanço Patrimonial
Segundo Backes (2002) a finalidade do balanço patrimonial é apresentar o arranjo financeiro e patrimonial da organização por razões fiscais, gerenciais e societárias, demonstrado graficamente por três principais pontos: ativo, passivo e patrimônio líquido. Ativos e passivos apresentam as seguintes subdivisões:
O mesmo autor afirma que a maioria dos ativos circulantes são qualificados com período de realização a curto prazo, entretanto alguns deles possuem características de continuidade durante toda a existência da organização e que são naturalmente cíclicos.
2.3. Índices Financeiros
Segundo Neto (2007), os índices financeiros são utilizados para analisar as demonstrações financeiras, avaliando os desempenhos passados e presente e projetando o futuro da empresa. Estes índices são relações de contas ou grupo de contas das demonstrações financeiras. Existem duas formas de analisar os índices financeiros, a primeira é a análise temporal da empresa – o desempenho da mesma é medido ao longo do tempo, possibilitando o traçado de tendências para o futuro – e a segunda é a análise por meio da comparação com os índices das empresas concorrentes, no mesmo período de tempo.
O mesmo autor afirma também que a análise dos índices de forma isolada não informa o suficiente sobre a empresa, podendo levar a considerações incompletas.

2.3.1. Índices de Liquidez
Neto (2007) afirma que os indicadores que medem a capacidade da organização cumprir suas obrigações e são divididos liquidez em três tipos: geral, corrente e seco.


Seguindo o mesmo princípio do índice anterior, quanto maior o ILC, maior a liquidez da empresa. Neto (2007) comenta que se o ILC for maior que 1, existe um capital circulante líquido positivo; se for igual a 1 este é inexistente; e se for menor que 1, o capital de giro liquido é negativo, ou seja, a curto prazo a empresa não apresenta liquidez.


2.3.2. Índices de Estrutura
De acordo com Neto (2007), esses indicadores relacionam a composição de capitais próprios e de terceiros, medindo o nível de imobilização de recursos e buscando diversas relações na estrutura da dívida da empresa.


Se o resultado for maior que 1 a empresa depende excessivamente de capital externo. Existem duas relações variantes desta, as relações de capital de terceiros / passivo total e o passivo circulante / capital de terceiros.


Neto (2007) afirma que este índice mostra para cada unidade monetária de recurso captado pela empresa, o quanto é captado por terceiros.


O raciocínio para este indicador é de quanto menor o resultado, melhor, visto que o vencimento das dívidas ocorrerá mais tarde. Neto (2007) deduz que 1 - PC/CT revela o quanto da dívida total da empresa tem vencimento a curto prazo.


Neto (2007) afirma que caso o IRP resulte em maior que 1, afirma-se que os recursos de longo prazo da empresa não são suficientes para financiar suas aplicações em ativos permanentes. Neste caso, deve-se lançar mão do Passivo Circulante, diminuindo o Capital de Giro. De modo geral, quanto menor este índice, melhor é o resultado.

3.1. A empresa
O Banco da Amazônia é uma instituição financeira pública federal constituída sob a forma de sociedade anônima aberta, de economia mista, publica mensal, semestral e anualmente de acordo com a Lei das Sociedades por Ações, Conselho Monetário Nacional (CMN) e Banco Central do Brasil (BACEN)
O Banco da Amazônia tem como missão promover o desenvolvimento sustentável da Região. Para isso, todas as ações, projetos, iniciativas apoiadas pela Instituição têm o propósito de cumprir ou complementar esse objetivo.
Dentro dessa perspectiva, o Banco tem o compromisso de alavancar as ações empreendidas pelo Governo Federal, com a institucionalização de novas práticas relacionadas às estratégias e a política social, através do Plano Brasil sem miséria.
Nesse sentido, o Banco trabalha para potencializar soluções diretas para o aumento das oportunidades locais, articulando com os diferentes atores e instâncias de governo de forma a contribuir para o Plano.
Assim, as ações do Microcrédito Produtivo Orientado e do Projeto Mutirão Cidadania Xingu são fundamentais para que essa meta seja alcançada
Alinhado com a política do governo federal de promover o desenvolvimento, o Banco da
Amazônia atuou fortemente, no 1º semestre de 2011, na economia regional, tendo atingido o montante de R$1.278,3 milhões em contratações de operações de crédito.

Essas contratações tiveram como fontes os recursos específicos para essa finalidade, inclusive do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte.

Para analisar o Balanço Patrimonial da empresa, foram utilizados Índices de Liquidez e Índices de Endividamento da instituição nos anos de 2010/1 e 2011/1.
O Índice de Liquidez Seco define a liquidez da empresa a curto prazo retirando o estoque, ou seja, o estoque não é considerado como capital para pagamento das obrigações de curto prazo da empresa. Pode-se perceber que para o BASA houve uma melhora neste índice de 2010/1 para 2011/1.
Estas tendências se dão pelo fato de que o BASA aumentou o ativo circulante e reduziu seu passivo circulante nos períodos analisados. Esse crescimento se deu em função do aumento de 22,38% em “aplicações financeiras de liquidez” e 11,09% em “Outros créditos Diversos” O Índice de Liquidez Corrente indica a capacidade da empresa de honrar seus compromissos no curto prazo, ou seja, quanto maior o valor do índice maior a liquidez da empresa a curto prazo. A partir dos índices calculados, é perceptível uma melhora na liquidez a curto prazo no BASA. No período mais recente, o BASA possui capital circulante líquido positivo.
Para uma interpretação mais completa, o Índice de Liquidez Geral analisa a capacidade de pagamento das obrigações das empresas a curto e longo prazo. Para a empresa analisada, houve melhoria neste índice, sendo nos dois anos, valores maiores que um, ou seja, em 2010/1 há R$ 1,28 de dinheiro, bens e direitos realizáveis a curto e longo prazo para pagar R$1,00 de dívida. Em 2011/1 este valor fica em R$ 1,23 para cada R$1,00 de dívida.
Os Índices de Endividamento indicam uma relação entre a presença de capital de terceiros  e o patrimônio líquido da empresa, ou seja, o que é captado de terceiros em relação ao que é captado pela empresa.
O Índice de Participação de Capitais de Terceiros no Banco nos anos analisados é maior que um nos dois anos, ou seja, o patrimônio líquido da empresa é menor que o seu Passivo Total. Os “Fundos financeiros e de Desenvolvimento” eram R$ 2.404.751,00 em 2010 e R$ 1.314.657,00 em 2011, apesar da redução ocorrida este fator ainda é o que tem maior participação individual na constituição do passivo da empresa, evidenciando que a instituição em questão é muito dependente do capital de terceiros.
O Índice Relação de Capital de Terceiro / Passivo Total indica quanto de recursos totais da empresa é financiado por recursos externos. No ano de 2010/1 o Banco teve 79% dos seus recursos financiados por capital externo e em 2011/1 este valor caiu para 76%. Verificou-se que a conta “Outras Obrigações Diversas” é a que tem maior peso individual na composição do Exigível a Longo Prazo, com o aumento de 19,68% em relação a 2010/1, portanto, um nível de detalhes maior sobre esta conta seria mais bem visto pelos acionistas.
O Índice Relação de Passivo Circulante / Capital de Terceiros demonstra o quanto da dívida total da empresa é de curto prazo. Para o Banco, em 2010/1 esta relação ficou em 71% e em 2011/1 em 75%, esta relação demonstra que o compromisso de curto prazo compõe aproximadamente 70% do capital de terceiros.
Por fim, os Índices de Imobilização de Recursos indicam a proporção de recursos disponíveis (capital de terceiros e patrimônio líquido) aplicados no ativo permanente e a proporção dos recursos próprios aplicados no ativo permanente. No caso destes índices, todos os valores nos anos de 2010/1 e 2011/1 para as duas empresas foram menores que um, ou seja, os recursos de longo prazo, tanto externos quanto internos, são suficientes para financiar suas aplicações em ativos permanentes.

Pode-se realizar a análise da saúde financeira da instituição através da avaliação do balanço patrimonial e de alguns indicadores, no entanto, deve-se levar em consideração que esta análise não pode ser feita de forma isolada considerando apenas os valores dos índices. A que se considerar também, o objeto social da organização estudada e o mercado de atuação.
Segundo o Capítulo II, art 2°, incisos I, II e III do Estatuto do Banco da Amazônia S. A., o objeto social da organização é: Executar a política do Governo Federal na Região Amazônica relativa ao crédito para o desenvolvimento econômico-social; Prestar serviços e realizar todas as operações inerentes à atividade bancária; e Exercer as funções de agente financeiro dos órgãos regionais federais de desenvolvimento.
Considerando que trata-se de um banco de fomento ao desenvolvimento da economia regional e que dentre suas atividades encontram-se principalmente os financiamentos de projetos e concessão de crédito, é de se esperar que ocorra certo comprometimento da liquidez da organização visto que grande parte de seu capital provém de terceiros.
Pode-se perceber que a organização tem muito capital comprometido no curto prazo, sendo a maior parte decorrente das contas “Depósitos” e “Fundos Financeiros e de Desenvolvimento” (em torno de 80% para os dois anos). Analisando o passivo de longo prazo percebe-se que cerca de 70% advém da conta “Outras Obrigações Diversas”, por isso, é recomendado um detalhamento maior relativo a esta conta.
Portanto, ao observar o ILG do primeiro semestre de 2011 (1,23) e 2010 (1,28) percebe-se que o banco encontra-se com boa capacidade de pagamentos, isso significa que para saldar 1 unidade monetária do passivo, ela dispõe de 1,23 unidades monetárias de ativo.


Referências
NETO, J.F.C. Excel para profissionais de finanças – Manual Prático. 5ª reimpressão. Rio de Janeiro : Elsevier, 2007.
PADOVEZE, C.L.; Benedicto, G.C. Análise das demonstrações financeiras. São Paulo: Thomson, 2004.


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