Revista académica de economía
con
el Número Internacional Normalizado de
Publicaciones Seriadas ISSN
1696-8352
Eduardo Mauch Palmeira (1)
eduardopalmeira@brturbo.com.br
A economia globalizada permite que haja um movimento em direção à globalização cultural. Hoje, através da Internet, um estudante ou pesquisador acessa, sem sair de casa, qualquer biblioteca ou universidade do planeta.
Os contatos humanos e as pesquisas exigem que os habitantes de um país tenham, ao menos, conhecimento básico do idioma de outros países. Acontecimentos no outro lado do mundo podem ser acompanhados on-line e em tempo real.
Mauch Palmeira, E.: "As forças econômicas da Globalização e os Investimentos Estrangeiros Diretos" en Observatorio de la Economía Latinoamericana, Número 97, 2008. Texto completo en http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/
Porém, ainda é cedo para avaliar as conseqüências que esta interação terá sobre as culturas nacionais, principalmente nas dos países do terceiro mundo. Mas já se sabe que a vivência humana globalizada está criando uma nova ética, uma nova forma de pensamento e, nas novas gerações, uma posição mais compreensiva diante de outras maneiras de ser e viver.
Globalização financeira, nova ordem econômica mundial que modificou o papel do Estado na medida que alterou radicalmente a ênfase da ação governamental, que agora é dirigida quase exclusivamente para tornar possível às economias nacionais desenvolverem e sustentarem condições estruturais de competitividade em escala global.
Seus efeitos são de certa forma controversos. Por um lado, a mobilidade dos fluxos financeiros através das fronteiras nacionais pode ser vista como uma forma eficiente de destinar recursos internacionais e de canalizá-los para países emergentes.
PPor outro, a possibilidade de usar os capitais de curto prazo para ataques especulativos contra moedas são considerados como uma nova forma de ameaça à estabilidade econômica dos países.
Globalização produtiva, fenômeno mundial associado a uma revolução nos métodos de produção que resultou numa mudança significativa nas vantagens comparativas das nações.
Com a globalização, as fases de produção de uma determinada mercadoria podem ser realizadas em qualquer país e não mais em um mesmo país, pois busca-se aquele que oferecer maiores vantagens econômicas.
Isto tem levado a uma acirrada competição entre países -em particular aqueles em desenvolvimento -por investimentos externos. Em contraste com as décadas passadas, quando julgava-se necessário introduzir controles e restrições para disciplinar, em seus mercados, as atividades das multinacionais, agora, os países em desenvolvimento têm reformulado suas políticas comerciais e econômicas para oferecer um ambiente doméstico atraente para os investimentos externos, os quais se fazem necessários para complementar as suas taxas internas de poupança, geralmente insuficientes.
Os fluxos de mercadorias e capitais, os mercados financeiros globais, as estratégias mundiais das grandes corporações, tudo isso, potencializado pela revolução da informática esculpem a “aldeia global”.
Mas, ao contrário do que sugerem as aparências, cada um dos progressos na direção da integração dos mercados é fruto de uma decisão política dos Estados.
Foi assim com a desregulamentação dos mercados financeiros, sob o influxo das políticas liberais de Ronald Reagan, nos EUA (1980-88) e Margareth Thatcher na Grã-Bretanha (1979-90).
Foi assim com o NAFTA, estruturado por iniciativa de Washington e direcionado para a consolidação da hegemonia comercial dos Estados Unidos na América do Norte. Foi assim também com a redução generalizada das barreiras alfandegárias promovidas no quadro de negociações multilaterais do GATT, que culminaram com a conclusão da Rodada do Uruguai e a criação da OMC.
Todo longo processo que conduziu a formação de um mercado comum abrangendo quinze Estados na Europa centro – ocidental atesta o papel decisivo dos Estados na promoção da integração econômica.
Os Estados fazem a globalização e podem desfazê-la. A anunciada morte do Estado funciona como suporte para a produção de um discurso pendular, que se move entre a “economia mundial” e a “realidade local”. E ssa abordagem, que fecha os olhos para a esfera política das decisões do Estado, termina ignorando precisamente a ponte que interliga o global e o local.
A globalização implica uma nova reformulação das relações entre o Estado e o mercado. Em conseqüência , a noção de soberania é submetida a mais uma revisão.
A multiplicação dos acordos e blocos econômicos regionais constitui um dos fenômenos mais marcantes do pós -Guerra Fria.
Atualmente ao lado da União Européia, perfilam-se o NAFTA ,a Bacia do Pacífico e, em outra escala, o MERCOSUL, o Pacto Andino, o Mercado Comum Centro –Americano e muitos outros ainda menos significativos.
A teoria econômica explica que a formação de áreas de livre comércio acarreta duas conseqüências simultâneas.
De um lado fluxos comerciais já existentes são redirecionados , em função da atração exercida pela remoção de barreiras alfandegárias. De outro, criam-se novos fluxos comerciais, na medida em que a retirada de barreiras estimula a importação de mercadorias a custos mais baixos. O primeiro fenômeno atua contra a tendência à globalização; o segundo atua a seu favor.
Atualmente, o forte crescimento do comércio internacional indica que a criação de novas oportunidades de intercâmbio é mais intensa que o re-direcionamento de fluxos já existentes. A causa desse predomínio é simples: as políticas econômicas liberais têm suplantado as estratégias protecionistas.
Mas a globalização não se circunscreve ao comércio. No terreno dos investimentos e da ampliação da área de atuação geográfica das transnacionais, os blocos econômicos representam verdadeiros trampolins para a estruturação de um mercado globalizado.
A regionalização não representa uma barreira para a globalização. Os blocos regionais, pelo contrário, formam a estrutura orgânica da economia mundial. Por isso, o fortalecimento da última implica na multiplicação dos primeiros.
Entretanto, o processo de globalização não representa a generalização de padrões globais mas, ao contrário, a disparidade de conceitos , problemas e visões de mundo em termos de todo o mundo.
Investimentos Estrangeiros Diretos
A interação existente entre os processos de globalização, abertura comercial, estabilização e privatizações ocorridas no Brasil, podem dizer que estabeleceram, em meados dos anos 90, a base sólida para a retomada do desenvolvimento e crescimento econômico, o que não ocorreu na década de 80. Esta interação dos países do Cone Sul proporcionou a vinda de investimentos estrangeiros o que impulsionou um novo ciclo de crescimento na América Latina .
Assim, em 1994 quando o Plano Real foi lançado no Brasil, a economia brasileira passou por profundas transformações, tanto na área produtivas como na financeira. Com isto intensificaram-se os processos de concentração e a desnacionalização de algumas empresas.
O principal fator que alterou o mercado foi o crescente e significativo fluxo de investimentos diretos estrangeiros (IDE). Sabe-se que a retomada do IDE’s, no Brasil, foi de maneira clara estimulado pela abertura comercial (governo Collor em 1991) e a estabilização econômica (que promoveu a valorização da taxa de câmbio), as privatizações e ainda os maiores fluxos comerciais proporcionando uma balança comercial superavitária. Neste contexto, observou-se um crescimento de forma continua o que reduziu os déficits que ocorriam anteriormente.
O setor de serviços tem atraído e concentrado o maior número de IED’s nos últimos anos, na atualidade o setor de serviços participa com aproximadamente 50% do PIB do Brasil. O crescimento do setor deve-se ao grande volume de recursos provenientes do exterior, acarretando assim um maior número de vagas e postos de serviço. O fato não ocorre somente no Brasil, mas em outros países da A.L. que estão em desenvolvimento, um bom exemplo é o Chile.
Um dos principais setores que receberam IED’s foi o das telecomunicações, podemos dizer que o mercado brasileiro atrai tais investimentos pois a presença de empresas como a TIM, a TELEFONICA e a TELMEX (esta ultima com a maior participação, pois é dona da Embratel), mas isto somente ocorreu depois da quebra do monopólio que existia no mercado interno.
O referido crescimento pode ser explicado principalmente pelas mudanças de hábitos e costumes da população brasileira e mundial, pois com uso de telefones móveis a população começou a demandar outros tipos de serviços, tais como interne banda larga serviços de correio eletrônico entre outros. O turismo e entretenimento (cinema, viagens,etc), passaram a fazer parte da vida de uma boa parte da população, pois existe uma grande necessidade de lazer e relaxamento, uma vez que as rotinas são estafantes serem mais estafantes do que em alguns anos atrás. Grandes redes de hotéis também passaram a investir no setor do turismo no nordeste brasileiro, atraindo assim os turistas da Comunidade Européia e de outros países.
O setor automobilístico é outro exemplo que deve ser observado, pois as principais montadoras possuem unidades ou representantes no mercado Latino-Americano.
Os investimentos ocorridos nos últimos anos têm exercido um forte impacto na economia brasileira, o que é favorável sob a ótica da competitividade, principalmente para a indústria brasileira. Isso se dá devido à atualização e revitalização dos produtos, modernização dos processos, principalmente baseados nas tecnologias de informações e comunicações (TIC’S), a construção de novas instalações, a atualização de métodos de gestão, principalmente nos órgãos governamentais, e no surgimento de uma nova filosofia dos empresários, o que implica em uma estrutura empresarial mais concentrada em resultados, o que eleva a eficiência industrial, proporcionando assim um grande ganho para a sociedade como um todo.
Assim como no Brasil, os IED’s estão presentes na maioria dos países latinoamericanos, mas as reformas políticas que alguns presidentes como Chaves e o Morales, podem interferir diretamente nas políticas macroeconômicas, ao que tudo indica estes são contra a liberalização comercial e financeira, o fenômeno que vai à contra-mão da globalização. Contudo, algumas empresas brasileiras iniciaram um movimento inverso e desta forma estão investindo em outros países, um bom exemplo é o setor siderúrgico.
O fator relevante a ser observado é que os investidores sempre querem estar seguros quanto ao retorno de seus investimentos. O ano de 2007, foi de maneira geral para a economia brasileira muito satisfatório, com um crescimento na produção industrial e elevação nas vendas no comércio em geral. A taxa de juros mesmo apresentando uma queda nos últimos meses, tem passado aos investidores um grau de segurança que anteriormente não existia.
Os investidores buscam informações nas grandes agências mundiais que classificam o grau ou risco país, entre ele as podemos citar Fitch, Moody's e Standard & Poor's. Estas agências informam aos grandes grupos investidores, entre eles os bancos e fundos de investimentos quais os melhores países para efetuarem as suas aplicações ou aquisições de empresas, mas sempre observando as nomenclaturas adotadas para a classificação de cada país, pois estas sempre temem levar um calote.
O desafio enfrentado por estas agências é relatar ao mercado as situações em que se encontram as economias e as políticas de determinados países como o Brasil, por exemplo. O grande mistério é saber quais os critérios adotados por estas empresas, pois são elas que influenciam os investidores quanto ao volume e o local de aplicações, nem sempre os critérios de avaliação são claros e muito menos sabemos quais os interesses estão por trás destas avaliações.
A quantidade de informações que devem ser analisadas é muita, e os analistas nem sempre conhecem a cultura do país, pois por exemplo analista do Brasil da Fitch, é indiana, o analista da Moody's, é mexicano, isto posto retrata em alguns casos, mesmo com todo o estudo que estes possuem, no entender do autor, alguns aspectos são de primordial importância, e desta forma os mesmos não possuem o conhecimento necessário, pois as características de um país como o Brasil são muito distintas de uma região para outra. Sabese que estes analistas participam de reuniões, promovidas pelos setores público e privado, contando ainda com auxiliares para que o conhecimento não acabe se perdendo. Mesmo que os relatórios enviados a sua matriz, o seu parecer ainda é avaliado por outros analistas, assim entende-se que distorções podem ocorrer, pois sempre existem interesses por parte de grandes corporações, assim sendo não podemos saber se as classificações são isentas e reais.
O que leva uma agência a classificar de forma diferente, países com problemas muito parecidos. Isto acontece seguidamente, mas a alegação é que no longo prazo os países têm capacidade de cumprir com suas obrigações. O Brasil, nos últimos anos tem apresentado um crescimento muito abaixo da média mundial, mas ainda apresenta um índice elevado de investimentos estrangeiros direto. Cabe salientar que mudanças podem ocorrer a qualquer momento.
Referências: Alves, Adriana e Velasco, Eliana -Evolução e distribuição setorial do investimento direto estrangeiro no Brasil no período de 1995 a 1999; Rev. FAE, Curitiba, v.4, n.1, p.27-34, jan./abr. 2001 Mauch Palmeira, E. (2005) Estimação de funções exportação e importação do Brasil para os paises do Mercosul Edición electrónica a texto completo en
www.eumed.net/libros/2005/emp/
Sá, Mauro Thury de Vieira-Investimento direto estrangeiro no Brasil: um
panorama; Instituto De Estudos Para O Desenvolvimento Industrial -Estudo preparado por Mauro Thury
de Vieira Sá (Professor do Deptº de Economia e Análise da Universidade Federal do
Amazonas/ Faculdade de Estudos Sociais – UFAM/FES/DEA)-Agosto/2006 disponível em < www.iedi.org.br/admin_ori/pdf/20060804_ide.pdf> Salomão, Alexa; O dinheiro
chegou antes; Revista Época Negócios; Edição 10 -Dezembro de 2007 Disponível em: <http://epocanegocios.globo.com/Revista/Epocanegocios/0,,EDG80375-9560-10,00.html>
Silva Neto,José Borges da ; Paula, Germano Mendes de -Investimentos Diretos no Brasil
e Estratégias Empresariais de Internacionalização na Indústria Automobilística
disponível em <http:www.propp.ufu.br/revistaeletronica/humanas2003/investimentos_siderurgica.pdf>
* Texto do autor- Palmeira, E. Mauch (2005) Estimação de funções exportação e importação do Brasil para os paises do Mercosul Edición electrónica a texto completo em www.eumed.net/libros/2005/emp/
** El Artículo realizado en el curso de Inversión Extranjera Directa y
Protección del Inversor, en la Maestría en
Integración Económica Global y Regional, de la Universidad Internacional de
Andalucía España