Riscos do Setor Bancário: Riscos de Mercado, de Crédito e Operacional

É através da prestação de serviços aos seus clientes e da disposição de correr riscos que o setor bancário ganha dinheiro. A prestação de serviços mais perceptível é a aceitação dos depósitos dos clientes, dando em contrapartida garantias para o dinheiro recebido em forma de depósito. Os maiores riscos para o setor bancário decorrem dos empréstimos individuais. A possibilidade de que esses empréstimos não sejam honrados total ou parcialmente são bastante palpáveis. Os bancos, em sua grande maioria, estão sempre dispostos a correr riscos, desde que possam cobrar uma elevada taxa de juros. Quanto maior o risco que os bancos assumem, mais dinheiro espera ganhar.

Fica evidenciado, diante de um cenário de riscos elevados, que a probabilidade de os bancos virem a sofrer prejuízos em grande escala e serem obrigados a sair do setor bancário é bastante alta. Na busca de evitar essas perdas, os bancos procuram assegurar que o risco assumido por eles é informado e prudente. É o controlo desta "atividade" que constitui o negócio da gestão de risco. Para controlar o risco, a primeira função dos gestores de risco é assegurar que o total de risco assumido é comparável à capacidade que o banco tem de absorver perdas potenciais em caso das operações não obterem sucesso. Assim, os bancos esperam ganhar com o retorno dos riscos por eles assumidos.

É plausível supor, portanto, que os bancos ao correr esses riscos venham a ter prejuízos. Podemos enquadrar os riscos do setor bancário em três categorias distintas: risco de mercado, risco de crédito e risco operacional.

i) Risco de Mercado:

O risco de mercado decorre da possibilidade de acontecer perdas mediante movimentos desfavoráveis no mercado. É o risco de perder dinheiro resultante da mudança ocorrida no valor percebido de um instrumento. O exemplo clássico de risco de mercado resulta das perdas na Bolsa de Valores.

ii) Risco de Crédito:

Quando pessoas individuais, empresas ou o governo falham em honrar o compromisso assumido de efetuar um pagamento estamos diante do risco de crédito. Existe uma fronteira pequena entre o risco de mercado e o risco de crédito, uma vez que o risco de mercado poderá influenciar as decisões dos atores mencionados acima. O risco de crédito advém de diversas fontes, entre as quais podemos destacar os empréstimos individuais (falha em repor total ou parcialmente a quantia emprestada) e as operações de troca (quando o sujeito se apercebe que vai perder dinheiro com a troca, fica relutante em pagar).

iii) Risco Operacional:

O risco operacional - entendido como o risco de perdas resultantes de falhas ou inadequação de processos internos, pessoas, sistemas ou de eventos externos (BIS, 2004) - compreende todas as outras formas a partir das quais é passível que um banco perca dinheiro. O exemplo mais emblemático de risco operacional é a fraude.


enero 2005
"Contribuciones a la Economía" es una revista académica con el
Número Internacional Normalizado de Publicaciones Seriadas
ISSN 16968360

José Matias-Pereira
Gestão do Risco Operacional
Uma Avaliação do Novo Acordo de Capitais- Basiléia