Éliton Blanski*
Joélcio G. Soares**
Universidade Estadual do Centro-Oeste, Brasil
eliblan2@hotmail.comResumo: Este trabalho tem como objetivo analisar a situação atual e as possibilidades do Pague e Pesque Duda (PPD), empreendimento que está situado no município de Irati, região centro-sul do Paraná, a partir da aplicação da matriz SWOT. Para seu desenvolvimento e alcance do objetivo proposto, este trabalho utilizou como procedimentos metodológicos a pesquisa bibliográfica sobre temáticas relevantes ao trabalho, com vistas a embasá-lo conceitualmente, além de pesquisa em campo onde ocorreu levantamento da estrutura existente via diário de campo, registro fotográfico e entrevista em profundidade com os proprietários do PPD. A análise dos dados levantados se deu via matriz SWOT. Observa-se que o empreendimento apresenta uma estrutura em bom estado para recepção dos visitantes, contudo, há elementos que devem ser considerados por seus gestores, pensando no futuro do PPD. Dentre eles pode-se citar como exemplo a necessidade de planejamento voltado a investimentos futuros, seja em aspectos estruturais, publicidade e propaganda ou treinamento de funcionários. Outro fator relevante se refere a organização de novas atividades para atrair visitantes nos períodos de sazonalidade.
Palavras chave: Turismo no espaço rural, Lazer e entretenimento, Irati-Paraná
ANÁLISIS CUALITATIVO DE LA SITUACIÓN ACTUAL Y DE LAS POSIBILIDADES DE DESAROLLO TURÍSTICO DEL PAGUE & PESQUE DUDA EN EL MUNICIPIO DE IRATI (PARANÁ, BRASIL)
Resumen: Este trabajo tiene como objetivo analizar la situación actual y las posibilidades del Pague & Pesque Duda, empresa que se encuentra ubicada en el municipio de Irati, en la región centro-sur de Paraná, a través de la aplicación de la matriz SWOT. Para su desarrollo y cumplimiento del objetivo propuesto, este estudio utilizó como procedimientos metodológicos, la búsqueda bibliográfica sobre temas relevantes para la investigación, teniendo en vista construir su base conceptual, y también la pesquisa de campo, donde ocurrió el levantamiento de la estructura existente, se utilizando de diario de campo, registro fotográfico, y entrevista en profundidad con los propietarios del PPD. El análisis de los datos levantados, fue a través de la aplicación de la matriz SWOT. Ha sido inferido que la empresa presenta una estructura en buena situación para recepción de los visitantes, pero, hay elementos que deben ser considerados por sus gestores, pensando en el futuro del PPD. Entre estos pueden ser citados como ejemplo la necesidad de planeamiento para inversiones futuras, sea en aspectos estructurales, de publicidad y propaganda o formación de los funcionarios. Otro factor relevante eres la organización de nuevas actividades para atracción de visitantes en los periodos sazónales.
Palabras clave: Turismo en espacio rural; Ocio y entretenimiento; Irati-Paraná.
QUALITATIVE ANALYSIS OF THE CURRENT SITUATION AND TOURISM DEVELOPMENT POSSIBILITIES OF PAGUE & PESQUE DUDA IN THE MUNICIPALITY OF IRATI (PARANÁ, BRASIL)
Abstract: This paper aims to analyze the current situation and possibilities of Pague e Pesque Duda (PPD), an enterprise that is located at the municipality of Irati, central-southern region of Paraná, from the application of the SWOT matrix. For development and reach of the proposed objective, this study used as methodological procedures the bibliographic search about relevant themes for this work, in order to get a conceptually base, and a field research to survey the existing structure by means of field diary, photographic record and interview with the owners of PPD. The analysis of the data took place via SWOT matrix. It is possible to see that the enterprise has a structure with good conditions to receive visitors; however, there are elements that should be considered by its managers, thinking about the future of PPD. Among them, some examples are the need for planning aimed to future investments in structural features, marketing and advertising, and staff training. Another relevant factor refers about the organization of new activities to attract visitors during seasonal periods.
Key words: Tourism in rural space; Leisure and Entertainment; Irati-Paraná
Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:
Éliton Blanski y Joélcio G. Soares (2016): Análise qualitativa sobre a situação atual e possibilidades de desenvolvimento turístico do Pague & Pesque duda no município de Irati (Paraná, Brasil), Revista Turydes: Turismo y Desarrollo, n. 21 (diciembre 2016). En línea:
http://www.eumed.net/rev/turydes/21/pesque.html
http://hdl.handle.net/20.500.11763/turydes21pesque
1. Introdução
Para que a atividade turística ocorra de forma positiva, são necessárias diversas facilidades, sejam elas referentes a infraestrutura, como vias de acesso em bom estado e seguras, assim como serviços específicos, como equipamentos de alimentação, lazer e entretenimento permitindo que o turista possa se dirigir até os locais turísticos e usufrua destes da melhor forma, tendo experiências positivas.
Para que isso ocorra, o planejamento é necessário em todos os âmbitos da atividade turística, seja ela no meio rural, urbano, público ou privado. Sem o devido planejamento podem ocorrer diversas intervenções negativas nos locais turísticos, afetando a atratividades dos recursos turísticos. O processo de planejamento apresenta ferramentas importantes, as quais permitem que os gestores analisem e conheçam a realidade, e a partir de ações específicas consigam alcançar propósitos futuros. Além disso, o planejamento tem como papel central organizar os locais turísticos prevenindo efeitos negativos sobre os ambientes, social, cultural e do ambiente natural.
Dentre as atividades turísticas desenvolvidas tem-se o turismo no espaço rural, que concerne àquele que se dá no meio rural, envolvendo atividades de lazer e ócio em locais calmos, distintos da rotina dos grandes centros. De acordo com o Ministério do Turismo “Atualmente, é relevante o número de propriedades rurais que incorporam atividades turísticas em suas rotinas. Afinal, cada vez mais, os turistas estão em busca de lugares onde a paisagem apresente características – naturais e culturais – próprias e onde os residentes possuam um estilo de vida diferente daquele dos visitantes. O espaço rural - comumente associado pela população urbana à qualidade de vida – representa para o turista uma oportunidade de contato com paisagens, experiências e modos de vida distintos dos encontrados nos centros urbanos” (Brasil, 2010: 13).
Devido a essa realidade, comunidades rurais passam a ter no turismo uma forma pertinente de agregar renda, a partir de aspectos do seu dia a dia, da sua vivência, que como salientado na citação de Brasil (2013), diferem das formas de vida do meio urbano, e assim, atraem visitantes que querem sair da rotina estressante dos centros urbanos.
São diversas as iniciativas que vem se dando no meio rural, onde proprietários organizam suas chácaras com cafés coloniais, outras para vivência de atividades agrícolas, e ainda aquelas que apresentam opções de lazer como pesca, áreas de camping, entre outras formas que proporcionam lazer aos visitantes (Tulik, 2003).
Porém, independentemente do tamanho da propriedade e da oferta de lazer que esta disponha, trabalhos concernentes a análise sobre sua forma de atuação, envolvendo pontos fracos e pontos fortes, além de estudos de potencialidades, são necessários e se tornam pertinentes, com vistas a promover um desenvolvimento continuo e positivo, agradando a demanda que se tem, e além disso, buscando novos visitantes.
Partindo destas premissas, é que este trabalho tem como objetivo analisar a situação atual e as possibilidades turísticas do Pague & Pesque Duda (PPD), empreendimento que está situado no município de Irati, região centro-sul do Paraná, a partir da aplicação da matriz SWOT. A partir da análise oriunda da utilização da matriz SWOT, é possível apontar para forças e fraquezas apresentadas pelo empreendimento, no que se refere ao seu ambiente interno, assim como oportunidades e ameaças a partir da análise de seu ambiente externo, sinalizando assim para sua situação atual e possibilidades de desenvolvimento.
A escolha do PPD justifica-se pela propriedade encontrar-se situada em um espaço rural e possuir uma oferta voltada a atividades de lazer inerentes a este meio, e como salientado por Brasil (2010), Tulik (2003) e Perez (2009), as atividades de turismo no meio rural são constantemente buscadas por visitantes/turistas, devido a necessidade de deixar áreas urbanas em busca de lazer. Além disso, percebe-se que o local apresenta um produto que vem sendo buscando constantemente por uma demanda regional, e com isso, há necessidade de um planejamento adequado para que a propriedade possa se desenvolver, melhorando a qualidade de seu produto turístico e por consequência aumentando sua demanda, fato que se apresenta como algo imperativo.
Para seu desenvolvimento e alcance do objetivo proposto, este trabalho utilizou como procedimentos metodológicos a pesquisa bibliográfica sobre temáticas relevantes ao trabalho com vistas a embasá-lo conceitualmente, além de trabalho de campo onde ocorreu levantamento da estrutura existente via diário de campo, registro fotográfico e entrevista em profundidade com os proprietários do PPD. A análise dos dados levantados se deu via matriz SWOT, que permitiu, a partir das inferências alcançadas, a proposição de ações para melhora da estrutura e serviços do espaço avaliado.
Quanto a estrutura do estudo, o mesmo apresenta inicialmente discussões conceituais sobre: a) turismo no espaço rural; b) turismo de lazer e entretenimento no espaço rural; e c) infraestrutura turística. Posteriormente são apresentados os procedimentos metodológicos da pesquisa, seguidos da caracterização do objeto de estudo, resultados obtidos a partir da análise SWOT, considerações finais e referências bibliográficas.
2. TURISMO NO ESPAÇO RURAL
Ao tratar do turismo no espaço rural Perez (2009: 255), salienta que este “[...] consiste no conjunto de atividades e serviços realizados e prestados mediante remuneração em zonas rurais” e que envolve atividades diversas, sejam elas de “[...] hospedagem, atividades e serviços complementares de animação e diversão turística, tendo em vista a oferta de um produto turístico completo e diversificado no espaço rural”. Desta feita, pode-se dizer que o turismo no espaço rural utiliza-se de atividades diversas para entreter e proporcionar uma sensação de bem-estar e fuga da rotina, fazendo com que os visitantes tenham momentos de ócio em meio a uma paisagem natural/rural, mas não deixando de ofertar facilidades, tais como alimentação, hospedagem e entretenimento.
Tulik (2003: 31) afirma que a terminologia “Turismo no Espaço Rural” é utilizada para “[...] designar o produto turístico baseado no meio rural, tendo um sentido extremamente amplo e ambíguo, não permitindo delimitar o seu âmbito, nem definir o seu conteúdo”.
Percebe-se a partir das palavras de Tulik (2003) a dificuldade de encontrar uma definição para que se enquadre o segmento, que mesmo ocorrendo no espaço rural acaba tornando-se mais ampla e com sentido totalmente ambíguo se comparado ao conceito de turismo rural, pois abrange muito mais que apenas a contemplação da natureza, o convívio com os animais, a vivência de atividades rurícolas e o conhecimento sobre aspectos da cultura local herdada de seus antepassados. O turismo no espaço rural pode ser visto como algo muito mais abrangente que o turismo rural, uma vez que várias outras atividades podem vir a ser realizadas.
Pode-se dizer então, que a terminologia turismo no espaço rural pode ser utilizada para se referir a todas as formas desenvolvidas de turismo no meio rural. Ou seja, independente da tipologia que se dá, se o locus de ocorrência e/ou presença da oferta é o meio rural, ele pode ser considerado turismo no espaço rural. Se entendido desta maneira, o próprio turismo rural é uma destas tipologias, porém, em sua essência apresenta um conjunto de atividades e relações que lhe são intrínsecas, e não abrangentes como o turismo no espaço rural.
Após esta breve discussão sobre o turismo no espaço rural, passa-se a tratar do turismo de lazer e entretenimento e suas manifestações no espaço rural.
3. TURISMO DE LAZER E ENTRETENIMENTO NO ESPAÇO RURAL
Toda atividade turística de alguma forma está ligada ao lazer e/ou entretenimento. O lazer e o turismo são fenômenos que vêm ganhando um peso cada vez maior no cotidiano da vida moderna, isso se deve ao fato de que as pessoas, devido ao progresso tecnológico e organizacional, aumentaram a produtividade e conquistaram uma redução na jornada de trabalho, o que gerou um aumento no nível de renda disponível, inclusive para consumo com atividades de ocupação do tempo livre maior, permitindo que o lazer, e, por consequência, o turismo, se tornassem mais acessíveis a diversas classes da sociedade.
O lazer pode ser entendido como “[...] um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade” envolvendo períodos de repouso, diversão, recreação e entretenimento “[...] ou ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais” (Dumazedier, 1973: 34).
Assim, observa-se que lazer e entretenimento estão intimamente ligados, e se referem a ocupações ou atividades realizadas de livre e espontânea vontade, que podem variar de indivíduo para indivíduo, algo que vai gerar prazer, podendo ser desde uma leitura, uma atividade esportiva, uma atividade recreativa. Em síntese, seria a utilização do tempo livre para fugir da rotina de trabalho ou de obrigações cotidianas, uma maneira de desligar-se cotidiano tradicional, ligado principalmente ao trabalho.
Portuguez (2001: 8) vai refletir sobre o tempo livro e o lazer, afirmando que o “[...] tempo livre torna-se um tempo social e o lazer torna-se um produto da sociedade de consumo, mercadoria que se vende e se compra”. Salienta ainda que “[...] A evolução atual da sociedade industrial mostra que o tempo livre, longe de ser um tempo privado do indivíduo, do seu encontro consigo mesmo, torna-se um tempo social, ou seja, criador de novas relações sociais carregadas de novos valores” (p. 8).
Observa-se, a partir das palavras do autor (2001) que o lazer acaba tornando-se um produto, que é comercializado. Este produto ao ser adquirido vai ser um meio de ocupar o tempo livre. Sendo assim a sociedade em constante evolução busca esta mercadoria e acaba deixando de lado seu tempo privado para si mesmo o transformando em um tempo social, um tempo em que se busca descobrir novos valores e novas relações, permitindo desta maneira que a atividade turística seja uma forma de ocupar este tempo de consumo.
Dumazedier (1994 apud Ferreira, 2008: s/p.) considera que “[...] o turismo é um fenômeno histórico sem precedentes, na sua extensão e no seu sentido, é uma das invenções mais espetaculares do lazer da sociedade moderna” entendendo que, mesmo o turismo sendo fenômeno social que causa esta busca pela utilização de espaços e do tempo livre, sua essência está intimamente ligada a atividades de lazer.
Neste sentido o espaço rural se apresenta como uma alternativa para ocupação deste tempo livre via opções de lazer e entretenimento, envolvendo atividades que irão proporcionar prazer seja pela contemplação das belezas naturais e pelo ar puro, fuga do barulho industrial e do trânsito, ou até mesmo motivados pelas opções de diversão, descanso, em propriedades rurais que apresentem estes diferenciais.
Após tratar da temática do lazer no espaço rural, apresenta-se a seguir uma discussão sobre a infraestrutura turística, tendo em vista que esta é um dos principais elementos avaliados do Pague & Pesque Duda, objeto de estudo deste artigo.
4. INFRAESTRUTURA TURÍSTICA
De acordo com Boullón (2002: 59) a infraestrutura turística pode dividir-se em duas: a externa e a interna; “é externa porque é geral, e é geral porque serve a todos os setores sem pertencer especialmente a nenhum deles, embora circunstancialmente possa beneficiar mais a uns do que a outros”. Ou seja, a externa é aquela infraestrutura que existe ou é implantada em benefício de uma região ou cidade, mas que mesmo não tendo finalidade específica para o turismo, beneficia a população local e a atividade turística, por dar condições de chegar a determinado lugar, além disso, ainda consegue sustentar estruturas sociais e produtivas locais.
Já a infraestrutura interna, Boullón (2002: 59) subdivide em duas tipologias: a primeira subdivisão concerne àquela infraestrutura, que algum setor produtivo necessita para operar, criando seu próprio acesso, suas ruas, energia, etc. Outra é a infraestrutura urbana, que atende um número diverso de atividades que ocorrem em uma cidade, dentre eles os diretamente voltados ao turismo (acesso, transporte, segurança e outros).
Beni (2003) também divide a infraestrutura em duas, sendo elas a infraestrutura geral e infraestrutura específica. Quanto a geral Beni (2003: 126) salienta que “[...] a característica fundamental da infraestrutura geral é que o investimento serve ao setor de Turismo incidentalmente, ao mesmo tempo em que a todos os demais setores: indústria, comércio, agricultura, áreas residenciais e outros. A infraestrutura geral consiste na rede viária e de transportes, no sistema de telecomunicações, de distribuição de energia, de água, de captação de esgotos e outros, sem os quais nenhuma classe de consumidor disporia dos serviços públicos básicos”. Portanto, a infraestrutura geral se refere a toda aquela que é instalada em determinado meio, seja urbano ou rural, e que de alguma forma vai ser utilizada, indiretamente, e é necessária, também, para o desenvolvimento do turismo.
Quanto a infraestrutura específica Beni (2003: 126) afirma que esta “[...] pode ser dividida em duas classes distintas que às vezes se sobrepõem: a primeira está relacionada com a situação do investimento, e a segunda com o turismo como forma particular de atividade econômica”. É aquela infraestrutura que é implantada especificamente para acolher a atividade turística ou para servi-la de alguma forma, criando condições de atender a demanda, seja através da implantação de serviços de transporte, acesso a praias, ou dependendo da região se for montanhosa, por exemplo, implantando um teleférico, por exemplo, como meio de chegar nesta região. A característica central é que ela vai ser organizada diretamente para atender objetivos/necessidades voltadas ao turismo.
Para Rose (2002: 49) a infraestrutura básica de um destino é elemento fundamental ao se pensar em seu desenvolvimento turístico. Ela serve para viabilizar a atividade, pois sem a implantação de uma estrutura turística em locais de difícil acesso, ou que ainda não possui nenhuma infraestrutura, irá tornar a atividade neste local inviável. Nenhum empreendimento teria condições de receber turistas sem energia, água, saneamento básico, ou vias de acesso. Apreende-se assim, que a infraestrutura básica se apresenta como pré-condição, para que haja a fruição dos espaços e dos produtos turísticos, visando ao seu desenvolvimento.
Embora utilizando nomenclaturas diferentes, é possível perceber como os autores tratam, até certo ponto de forma similar do mesmo assunto, abordando a importância da infraestrutura para o desenvolvimento do turismo, pois sem os elementos que a compõe, o turismo não tem como se desenvolver. Não há como imaginar a atividade turística ocorrendo sem meios de acesso, sem meios de transporte, que por si, já inviabilizam qualquer tipo de turismo, sem contar ou outros diversos elementos que compõe a infraestrutura, não somente a turística, assim como àquela que está à disposição também de outras atividades, a qual não é organizada especialmente para o turismo.
5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA
A pesquisa desenvolvida caracteriza-se como “qualitativa” (Veal, 2011: 149) envolvendo enfoques exploratórios e descritivos. Exploratórios, pelo fato de buscar a partir do levantamento e exploração de bibliografia pertinente, e também por meio de entrevistas, respostas para os questionamentos apresentados nos objetivos da pesquisa; e descritivos, uma vez que os dados e inferências levantadas a partir da exploração, foram descritos sinalizando para as características do fenômeno pesquisado (May, 2004).
Para seu desenvolvimento, este trabalho foi divido em etapas, com procedimentos diferenciados, da seguinte forma:
Na primeira etapa se deu a pesquisa bibliográfica, através da busca em livros, artigos e trabalhos acadêmicos, com vistas a levantar dados secundários para embasar a pesquisa ora apresentada. Os temas tratados foram os seguintes: infraestrutura turística; turismo rural; turismo no espaço rural; turismo de lazer e entretenimento no espaço rural.
A segunda etapa teve como objetivo a busca de dados primários de caráter qualitativo e quantitativos com vistas à caracterização do local estudado e o levantamento da estrutura existente que envolve o turismo, através de entrevistas em profundidade do tipo aberta, que de acordo com Boni e Quaresma (2005: 7) concerne a uma “[...] técnica de entrevistas que atende principalmente finalidades exploratórias, e é bastante utilizada para o detalhamento de questões e formulação mais precisa dos conceitos relacionados”. Quanto a sua aplicação “[...] o entrevistador introduz o tema e o entrevistado tem liberdade para discorrer sobre o tema sugerido. É uma forma de poder explorar mais amplamente uma questão” (Boni e Quaresma, 2005: 7).
Na terceira etapa foi efetuada a análise dos dados levantados sobre o empreendimento e seu contexto de atuação, por meio da matriz SWOT - strengths, weaknesses, opportunities, threats, a qual se caracteriza como uma técnica para fazer análises e formular estratégias. Seu significado em português é respectivamente forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. Para Dantas e Melo (2008: 120) a SWOT é “[...] um sistema simples utilizado para posicionar ou verificar a posição estratégica da empresa [...]. Assim, esta metodologia torna-se uma ferramenta ideal no processo de gestão e monitoramento do turismo de uma determinada localidade ou empreendimento”.
Portanto, como pode ser observado, a SWOT se apresenta como uma importante ferramenta para se conseguir direcionar a gestão do empreendimento em suas necessidades, possibilitando também um conhecimento sobre a situação atual, e sinalizando, também, para potencialidades futuras.
Quarta Etapa: Nesta ocorreu o cruzamento dos dados levantados nas etapas anteriores possibilitando o alcance do objetivo proposto, e a conclusão do presente artigo.
6. CARACTERIZAÇÃO DO PAGUE & PESQUE DUDA (PPD)
O Pague & Pesque Duda está localizado na comunidade rural de Rio Preto no Município de Irati (Figura 1). O município de Irati situa-se na região centro-sul do Paraná, sua emancipação ocorreu no dia 15 de Julho de 1907, e seu nome tem origem indígena do vocabulário Tupi (ira = mel e ty = rio, portanto rio ou região de mel) (Irati, 2014).
Para ter acesso ao PPD saindo de Irati, é preciso seguir pela Rodovia Edgar Andrade Gomes, que liga o Município a cidade vizinha de Inácio Martins, por aproximadamente 16 km. Este percurso tem estrada pavimentada com asfalto. Apesar de ter uma sinalização precária e a rodovia não ser muito bem conservada, o acesso ocorre tranquilamente indiferentemente das condições climáticas. Depois de percorrido o trecho inicial, é preciso ter acesso a uma estrada secundária, que tem cerca de 3 km sem pavimentação até chegar ao empreendimento.
A propriedade sempre foi da família Duda, porém antes da abertura do empreendimento, a forma de subsistência e o uso das terras eram voltados somente à lavoura, com a plantação de feijão, soja, e milho. Havia também uma pequena área destinada à plantação de pínus. Como a propriedade sempre possuiu tanques e uma extensão de terras equivalentes a dois alqueires que não era utilizada para agricultura, percebeu-se a possibilidade de abertura de um pague e pesque, o que se efetivou posteriormente, sendo que o mesmo acabou atraindo visitantes da região e trouxe uma nova alternativa para complementar a renda familiar.
Graças ao espírito empreendedor dos filhos do proprietário, que perceberam o potencial da propriedade, houve todo um trabalho de organização do que se possuía, ocorrendo melhoras na infraestrutura existente e a construção de quiosques e churrasqueiras, permitindo assim que o visitante tivesse um local para passar o dia. As alternativas para uso turístico da propriedade começaram a crescer, então veio à construção da lanchonete, das piscinas, dos toboáguas, para então alcançar a atual configuração (Figura 2).
É um empreendimento com administração familiar. O momento com maior visitação é entre os meses de dezembro e abril. Neste período o pague e pesque chega a contrata até dezenove pessoas, os quais são moradores da própria localidade de Rio Preto, para desenvolver trabalhos diversos.
Apesar de existir o período maior visitação, o PPD recebe visitantes todos os meses do ano, sendo a demanda oriunda em sua maioria de Irati, e complementada pela de municípios vizinhos, tais como Ponta Grossa-PR, Guarapuava-PR, Rio Azul-PR, Rebouças-PR, Prudentópolis-PR, e outros, além de moradores das áreas rurais próximas. Esses visitantes de outras cidades, geralmente buscam as piscinas, portanto são mais frequentes durante a temporada de verão, quando estão se encontram abertas para uso.
A forma de divulgação utilizada pela gestão do PPD, consiste em uma página na rede social Facebook, e ocorre também de maneira indireta através dos visitantes, divulgação conhecida como boca a boca.
O PPD apresenta tarifas que são cobradas por diária, que variam de acordo com as atividades que se deseje praticar ou infraestrutura que se deseje utilizar. O ingresso é de R$ 5,00 por pessoa e é cobrado para entrar na propriedade, se o visitante quiser utilizar as piscinas é preciso pagar mais R$ 15,00 reais, se for utilizar a piscina e mais a pescaria o valor cobrado é de R$ 25,00 reais, com limite de quatro varas apenas para pesca, caso deseje mais varas é cobrado R$ 5,00 reais por unidade adicional. Caso seja do interesse do visitante pescar a noite e acampar, o valor da pesca noturna é de R$ 40,00 reais e de R$ 15,00 reais para o camping. Todos os valores são individuais.
7. RESULTADOS ALCANÇADOS A PARTIR DA ANÁLISE SWOT
A análise foi efetuada e está apresentada em duas partes, como proposto pela metodologia SWOT, envolvendo: a) ambiente interno a partir de forças e fraquezas; e b) ambiente externo envolvendo as oportunidades e ameaças.
A primeira parte trata-se de todo o ambiente interno do PPD. Isto faz-se necessário, pois é preciso conhecer o que o local possui, possibilitando desta forma levantar as forças e fraquezas que influenciam no desenvolvimento do empreendimento. A segunda parte, ambiente externo, tem relação com as oportunidades e ameaças, ou seja, tudo aquilo que pode ser utilizado em prol do empreendimento, assim como elementos e situações externas que podem oferecer risco ao PPD.
7.1 Análise do ambiente interno
Análise das forças
Um dos pontos fortes do Pague e Pesque Duda se refere a sua paisagem rural (Figura 3), que proporciona ao visitante a sensação de contato com a natureza, característica que torna o lugar atrativo. Este fator está aliado a variedade de árvores, vegetação, e animais atraídos pelo ambiente natural convidativo. Este seria o principal fator envolvendo o ambiente natural, que se caracteriza em parte como um atrativo do PPD,
Quanto ao ambiente construído podem ser citados os seguintes pontos fortes. O primeiro deles se refere as duas piscinas (Figura 4), sendo uma com dimensão para ser usada por adultos e outro para crianças. Ambas contam com toboáguas, algo que faz com que o local se destaque dos outros empreendimentos similares existentes na região, já que os toboáguas são os maiores existentes nas proximidades do município de Irati. Este fato acaba atraindo famílias que buscam a área de lazer para fins de semana e feriados.
Embora já exista uma infraestrutura, o PPD tem outro diferencial que é a sua quantidade total de terras, conta com 12.000 hectares, ponto forte, pois tem uma grande possibilidade de expansão e novos investimentos.
Quanto à questão de lazer e entretenimento, o local possui as piscinas, os tanques, a área verde para contemplação, quiosques com churrasqueiras, ou seja, o visitante tem a sua disposição opções agradáveis para passar o dia (Figura 4).
A hospitalidade também é uma das características de seus administradores. Como o empreendimento é de gestão familiar, as pessoas acabam tendo contato direto com o proprietário, proporcionando esta sensação de ser bem recebido, como se tivesse adentrando na casa do anfitrião. Além disso, ainda pode-se ressaltar a questão sociocultural, como a propriedade fica próxima do centro do município de Irati, as pessoas que trabalham no PPD são da própria comunidade local, portanto é possível conhecer o modo de vida deles, suas características tradicionais, usos e costumes, e a gastronomia rural local.
Outra característica, que se apresenta como um diferencial, é a oferta de pernoite, somente para acampar, ou também para prática da pesca noturna, ponto forte e positivo, pois se refere a uma opção que não é oferecida aos visitantes em outras propriedades rurais que possuem pague e pesque do município de Irati.
O empreendimento possui grandes possibilidades de expansão, e o proprietário mostra-se disposto e animado com o retorno obtido no número de visitantes até o momento. Ele também procura manter-se atualizado sobre seus concorrentes, e destacou estar preparado para ampliar e melhorar a infraestrutura já existente no local.
Análise das fraquezas
A propriedade atualmente não possui um planejamento para fins de divulgação. Portanto, como o PPD conta apenas com uma página nas redes sociais, e a divulgação boca a boca, isto se apresenta como um ponto fraco, levando em consideração tudo que é oferecido pelo empreendimento, um bom trabalho de publicidade e propagando seria fundamental para que o local consiguisse atrair mais visitantes e aumentar a competitividade.
O PPD possui boa infraestrutura, porém ainda há alguns pontos que precisam ser melhorados. Como a infraestrutura básica e facilidades são pré-condições para que haja o desenvolvimento turístico, no empreendimento há necessidade de melhorar locais sem acabamentos, construído de maneira bruta; delimitar o local para estacionamento que não está demarcado, apenas existe uma área em que os carros podem estacionar, sem marcações, o que pode acabar causando problemas.
A mão de obra qualificada pode ser um fator decisivo, como as pessoas que trabalham no PPD são da própria comunidade, faz-se necessário que elas tenham capacitação adequada para atender da melhor forma seus visitantes, pois é este atendimento que trará uma experiência de aconchego, acolhimento, isso reverterá automaticamente em uma propaganda boca a boca positiva para o empresário e sua propriedade.
O empreendimento não possui um documento de planejamento, as ações são desenvolvidas de acordo com os anseios dos proprietários, sem uma visão a longo prazo. Isto também se apresenta como uma fraqueza para o empreendimento, que pode comprometer seu desenvolvimento futuro.
7.2 Análise do ambiente externo
Análise das oportunidades
Nota-se que uma diversificação maior de atividades e serviços poderia trazer novas demandas ao local, possibilitando desta maneira a ampliação dos benefícios econômicos do PPD.
Uma alternativa seria a construção de locais/unidades habitacionais para pernoite, que seria um novo produto ofertado. As características do local poderiam ser aproveitadas e valorizadas, com uma arquitetura mais rústica, pelo fato da propriedade encontrar-se em área rural. Este novo produto que seria oferecido, poderia ser uma excelente opção e maneira de atrair um público que ainda não frequenta o empreendimento.
Há também possibilidade de melhorar os espaços existentes para aluguel e promoção de eventos sociais. A partir da ampliação das estruturas para receber maior número de pessoas, poderiam ser realizadas festas de aniversário, almoços comunitários, reuniões de negócios, festas de casamento e entre outros.
Com a implementação e melhorias nas estruturas físicas, torna-se possível a promoção de eventos, sendo uma excelente oportunidade para atrair pessoas, e com isso dividendos para o empreendimento em épocas de baixo fluxo de visitantes, sejam eles inéditos e/ou criados pelos gestores, ou também parcerias com promotores de eventos regionais e empresários.
Ainda, dentro da propriedade com suas características rurais, a utilização de produtos caseiros, artesanais devem ser um diferencial. O alimento produzido naturalmente torna-se atrativo, seja pela maneira de fazer ou pela qualidade no sabor. Assim, esta seria mais uma oportunidade a ser aproveitada pelo empreendimento, o que faria o mesmo se destacar ainda mais perante seus concorrentes.
Análise das ameaças
Pelo fato da propriedade encontrar-se em uma área rural, nota-se a falta de uma sinalização para que o visitante consiga chegar ao empreendimento. Durante todo trajeto não há nenhuma placa informativa ou de divulgação do PPD, nem na rodovia, nem dentro da cidade de Irati.
O local possui opções de entretenimento voltadas para época de verão, tendo longos períodos de sazonalidade. O período de movimentação mais intensa no PPD começa em dezembro e estende-se até o começo de abril. De maio a novembro o local mantém-se aberto, porém com menor fluxo de visitantes, sendo neste momento, a motivação principal dos visitantes, a prática da pesca.
Devido ao número de visitantes que a propriedade recebe durante a alta temporada, pode ocorrer uma degradação do local, como seu uso é intenso, a infraestrutura acaba sofrendo depredações. O ambiente natural também é prejudicado devido este grande fluxo de pessoas que passam pelo empreendimento. Isso também se apresenta como uma ameaça, devendo os proprietários organizarem formas de sensibilizar os visitantes, por meio de educação ambiental, por exemplo, e também estruturas planejadas, com vistas a reduzir ao mínimo os impactos negativos.
Outro fator que ameaça são as chuvas, elas podem interferir na visitação, no caso específico do local objeto de estudo, como se trata de uma área com piscinas, tanques de pesca e atividades ao ar livre, e por ter seu maior número de visitantes durante um período de apenas 5 meses aproximadamente, ou seja, as chuvas podem influenciar no número de visitantes e por consequência nos rendimentos do PPD.
Quanto à concorrência, existem dois empreendimentos com piscinas para receber visitantes, embora não tenham tantas opções de entretenimento, e sejam em espaços menores, não possuindo as características de propriedades em espaço rural, a proximidade ao centro urbano, a divulgação mais forte e as facilidades de chegar ao local, podem ser fatores decisivos na escolha do visitante, e neste sentido, prejudiciais para o PPD, algo que pode ser considerado como a principal ameaça existente no momento, e que merece atenção dos gestores.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir das discussões e das análises desenvolvidas observa-se que o PPD apresenta situações diversas quanto a sua situação atual e possibilidades.
Como principais forças, o PPD tem uma estrutura de relevo que recebe um número de visitantes considerável, que permite que o empreendimento se mantenha economicamente. Esta estrutura se refere às piscinas, toboáguas (diferenciais do local se comparado a outros similares) além de tanques para prática da pesca, áreas de lazer e uma paisagem impar, que fazem com que o empreendimento se mantenha competitivo até o momento.
Contudo, tem-se a parte negativa que concerne ao período de sazonalidade, onde seu maior diferencial, as piscinas e toboáguas, são inutilizados. Neste sentido, é necessária a organização de novas atividades que sejam atrativas para os visitantes, as desenvolvendo principalmente nos períodos sazonais, tais como eventos, sejam eles organizados pelo pessoal do PPD ou a locação das suas estruturas para eventos externos. Além disso, tem-se espaço para organização de novos atrativos voltados a melhora da oferta de lazer aos visitantes, o que seria mais um ponto forte do empreendimento.
Por outro lado, tem-se toda esta estrutura, e ao mesmo tempo as possibilidades de implantação, contudo, sem um planejamento adequado, o empreendimento pode tomar um caminho que pode não ser promissor.
Assim, a análise desenvolvida por este trabalho espera ser pertinente para os proprietários do PPD, no sentido de eles observarem seu contexto atual, tanto internamente ao empreendimento, como externamente. Ao tomar como base os resultados deste estudo, assim como as propostas colocadas, pequenos detalhes assim como mudanças mais consideráveis, podem fazer com que o empreendimento se apresente como mais atrativo, para a demanda que já o frequenta, e também havendo possibilidade de atrair nova demanda.
Porém, para que se tenha êxito, não somente melhoras estruturais são necessárias, mas sim, um trabalho de divulgação mais efetivo, atingido um público que apresente motivação pelas atividades de lazer que o empreendimento possui, é uma ação que se coloca como imperativa ao pensar na situação futura do PPD.
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** Mestre em Gestão do Território pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (Uepg), Ponta Grossa - Brasil e Bacharel em Turismo pela Universidade Estadual do Centro-Oeste, (Unicentro), Irati - Brasil.
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