Adalgiso Silva Silveira*
Mirian Rejowski**
Universidade Anhembi Morumbi, Brasil
adaltour@usp.brRESUMO: Este artigo apresenta os principais resultados de pesquisa exploratório-descritiva sobre o turismo cultural nas fazendas históricas do Ciclo do Café no Vale do Paraíba no estado do Rio de Janeiro, realizada no primeiro semestre de 2015. Investiga-se o patrimônio histórico-cultural como atração turística, a fim de caracterizar os serviços e produtos, analisar as técnicas de interpretação desse patrimônio e discutir as modalidades de turismo nesse espaço rural. Aborda o patrimônio cultural e o turismo no espaço rural, a partir da sua compreensão contemporânea, que leva à interpretação patrimonial e suas técnicas de realce no âmbito do turismo. Seleciona uma amostra de 27 fazendas imperiais, cujos dados foram coletados em sítios oficiais e institucionais, além de documentos e entrevista aberta com o representante do Instituto Preservale e contato com estudiosos da região. Compara os resultados com pesquisa anterior realizada em 2006 e verifica que a oferta de serviços e produtos turísticos aumentou em quantidade e em diversidade, reunindo hospedagem, visitação, eventos e outros, nos quais se aplicam a história viva e a ambientação histórica. A casa sede, sua arquitetura e acervo de época ainda é a principal atração na visita guiada, mas se complementa com outras atividades nesta e em outras edificações e nas áreas abertas da propriedade. A modalidade turística divulgada é na maioria das fazendas a de turismo cultural, sem ligação ao turismo no espaço rural, que mais recentemente tem sido tema de projetos e ações que buscam maior integração do patrimônio cultural e ambiental no turismo da região.
Palavras-chave: Turismo no espaço rural, Turismo cultural, Fazendas históricas, Serviços e produtos, Interpretação patrimonial.
VALE DO PARAIBA FLUMINENSE’S IMPERIAL FARMS TOURISM, BRAZIL
Abstract: This article presents the main results of an exploratory and descriptive research held in the first half of 2015. It focusses on cultural tourism in historic farms of the Coffee Cycle period, in the Paraíba Valley, Rio de Janeiro state. This study investigates the historical and cultural heritage as touristic attraction, aiming to characterize services and products, analyze the techniques to interpret this heritage and discuss the types of tourism in these rural areas. It addresses the cultural heritage and tourism in rural areas, from a contemporary point of view, which leads to patrimonial interpretation and enhancement techniques within the tourism field. Culling a sample of 27 imperial farms and collecting data from official and institutional sites, documents and public interview with the representative of Preservale Institute and scholars of the region, this article compares its results with a previous survey conducted in 2006 and concludes that the offer of tourism products and services has increased in quantity and diversity, including hosting, visitation, events and other services, where living history and historical ambiance are taken into account. The main house, its architecture and antique collection are still the main attractions on the guided tour, being added by other activities in this and other buildings, and in the property’s outdoors. The type of tourism marketed is, in most of the farms, linked to cultural tourism, with any highlight at its rural localization, which recently has been the subject of projects and actions that seek greater integration of cultural and environmental heritage tourism in the region.
Keywords: Tourism in rural areas. Cultural tourism. Historical farms. Services and products. Patrimonial heritage interpretation.
Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:
Adalgiso Silva Silveira y Mirian Rejowski (2016): Turismo nas fazendas imperiais do vale do Paraiba Fluminense, Brasil, Revista Turydes: Turismo y Desarrollo, n. 20 (junio 2016). En línea: http://www.eumed.net/rev/turydes/20/fazendas.html
1 INTRODUÇÃO
Os bens materiais e imateriais remanescentes da história e da cultura de um povo, independente da dimensão populacional ou territorial, representam o seu passado, mas, também explicam a sua identidade cultural, ou seja, os hábitos, os costumes, as crenças, os valores e o seu modo de vida. Constituem um ponto de referência e análise de experiências vividas, para as gerações do presente e do futuro. Para Lemos (2000), patrimônio e história representam o passado de um povo, daí se falar em patrimônio cultural em sua relação com o turismo, ou seja, da sua importância no âmbito do turismo cultural, especialmente no contexto aqui tratado do turismo no espaço rural da região do Vale do Paraíba.
O Vale do Paraíba Fluminense, no Estado do Rio de Janeiro (Brasil), é uma região onde a monocultura do café atingiu índices máximos de produção e valorização (Taunay, 1939; Andrade, 1989; Lamego, 2003) no século XIX. Ao se transformar no maior produto de exportação do Brasil, o café gerou fortunas (Sant’ Anna, 2001) e ergueu monumentais palacetes no espaço rural (Silveira, 1996).
Esse conjunto de propriedades rurais, hoje históricas, de características marcantes e imponente arquitetura decorada ao estilo da época (Mota Sobrinho, 1978; Pires, 1980; Pires, 1986), fez com que seus proprietários olhassem essas residências palacianas como atrativo para o turismo histórico-cultural (Milliet, 1982; Brasil, 2010). Surgiu assim no espaço rural (Tropia, 1998; Tulik, 2003) um patrimônio turístico formatado em produtos e serviços que traduzem aspectos culturais dessa região (Soares & Vieira Filho, 2008).
Passados mais de um século e meio da sua existência, essas residências rurais representam a memória material de uma história de contrastes e paradoxos entre a riqueza e a pobreza, o glamour e a decadência, retratados na sua arquitetura com estilo da época, composta por um cenário misto de obras de arte e objetos de decoração, o melhor que existia para a época, integrados com ferramentas de trabalho e castigo do sistema escravista. A partir da década de 1990, no momento em que o turismo no Brasil, começou a se destacar, tanto no aspecto econômico como na própria demanda doméstica e estrangeira, esse fator fez com que os proprietários dessas bucólicas residências rurais despertassem para uma nova realidade: o turismo tendo suas casas sede como principal atrativo.
Para compreender o turismo nessas propriedades rurais, desenvolveu-se a presente pesquisa com foco no seguinte problema: Como as fazendas imperiais do Vale do Paraíba Fluminense se prepararam e passaram a explorar o turismo histórico-cultural na região? Objetiva-se assim investigar o patrimônio histórico-cultural como atração turística, a fim de classificar a oferta de produtos e serviços, analisar as técnicas de interpretação desse patrimônio, e discutir as modalidades de turismo nesse espaço rural.
Trata-se de uma pesquisa qualitativa e exploratório-descritiva, desenvolvida em 2015, quando se analisou as alterações da oferta de produtos e serviços turísticos de pesquisa anterior realizada (Silveira, 2007) quando se identificou a preparação e o início da exploração turística em fazendas históricas abertas da região. Tomou-se como amostra 27 fazendas cadastradas no Instituto Preservale – Instituto de Preservação e Desenvolvimento do Vale do Paraíba.
Os resultados foram descritos e analisados, sintetizando os principais resultados da primeira fase da pesquisa (2006), e comparando-os com os obtidos em 2015 por meio da caracterização geral e da oferta de serviços e produtos das fazendas pesquisadas. Esta oferta é apresentada por município, após a qual se identificam as técnicas de interpretação patrimonial aplicada e se discutem as modalidades de turismo divulgadas.
2 PATRIMÔNIO CULTURAL E TURISMO NO ESPAÇO RURAL
Para a UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, o patrimônio “inclui monumentos históricos, conjuntos urbanos, locais sagados, obras de arte, parques naturais, paisagens modificadas pelo homem, ecossistemas e diversidade biológica, tesouros subaquáticos, objetos pré-históricos, peças arquitetônicas e tradições orais e imateriais da cultura popular” (Bo, 2003, p. 3). Essa noção de patrimônio também é destacada na Carta Internacional do Turismo Cultural (ICOMOS, 1999, p. 1-2), que textualmente indica que “o conceito de patrimônio é amplo e inclui seus entornos tanto naturais quanto culturais”, e que “o patrimônio natural e cultura, a diversidade e as culturas vivas constituem os principais atrativos do Turismo”.
Para Beni (2000), o meio rural tem relevante patrimônio natural e sociocultural, motivo pelo qual a opção pelo Turismo precisa se respaldar no respeito e na integridade de seus recursos. Segundo esse autor os atrativos histórico-culturais são manifestações sustentadas por elementos materiais que se apresentam sob a forma de bens imóveis e móveis, como o caso das fazendas que se integram no grupo de edificações rurais, categoria de arquitetura civil com funções mistas (residência, ensino e pesquisa, serviço e comércio), mas que sejam passíveis de visitação.
Com isso, aborda-se o espaço rural que para Cristóvão (2002: 81) “é bem mais do que um simples fornecedor de matérias primas. É [...] um espaço multifuncional. [...] tem hoje uma nova legitimidade, identitária, e não a legitimidade alimentar do passado”. Nesse espaço há várias modalidades de turismo, como aponta Oxinalde (1994). No Chile, Espinosa (1997) cita o ecoturismo, agroturismo, turismo de aventura e etnoturismo, e como projetos autênticos de turismo rural, as excursões rurais, rotas turísticas rurais, turismo campesino, acampamentos ecológicos e granjas escolas, dentre outros. Em Portugal, Moreira (1994) define como modalidades do turismo no espaço rural o turismo rural, o turismo de habitação e o agroturismo.
No Brasil, Rodrigues (2001) classifica o turismo rural relacionado ao patrimônio cultural em dois grupos, um de cunho histórico e outro de natureza contemporânea. Esses grupos dividem-se em turismo rural tradicional – modalidades de origem agrícola, origem pecuarista e origem europeia; e turismo rural contemporâneo - modalidades de hotéis fazenda, pousadas rurais, spas rurais, segunda residência campestre, campings e acampamentos rurais, turismo rural místico ou religioso, turismo rural científico e pedagógico e turismo rural etnográfico.
Quanto à atividade turística, na prática, as denominações turismo no espaço rural, turismo em áreas rurais, turismo rural, turismo no meio rural e agroturismo, às vezes levam a uma série de dúvidas, sobre qual conceito é o mais adequado. O turismo no espaço rural tem características próprias em todo o mundo assim como no Brasil. Turismo em áreas rurais ou turismo no meio rural, invariavelmente, são aceitos como sinônimos de turismo rural, em todas as suas modalidades.
No entanto, entende-se que há uma dimensão espacial e uma prática nesse mesmo espaço que não são semelhantes, daí ser mais apropriado “referir-se à totalidade dos movimentos turísticos que se desenvolvem no meio rural com as expressões Turismo no Espaço Rural ou Turismo nas Áreas Rurais” (Tulik: 2003 42); ou, como cita Roque & Mendonça (1999), todas as atividades praticadas no meio rural em várias modalidades com foco no resgate e valorização da cultura. Uma dessas modalidades seria o chamado turismo cultural, histórico ou histórico-cultural, sendo o primeiro deles mais abrangente.
Não há uma definição unânime sobre o turismo cultural, mas há consenso de sua relação à atração exercida pelos variados componentes da cultura, aspectos sociais e históricos, arquitetura e edificações, gastronomia, artesanato e cultural popular, costumes e hábitos, lugares patrimoniais, eventos festivos etc. Para o Ministério do Turismo,
Turismo Cultural compreende as atividades turísticas relacionadas à vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura. (Brasil, 2006)
Nesse sentido depende da existência e preservação de um patrimônio cultural ou (Rodrigues, 2001) que constitui os recursos turísticos Santana Talavera (2009) ressalta a experiência dos turistas desse segmento que buscam distinguir fisicamente uma cultura de outra e vivenciar aspectos intangíveis da cultura visitada, em uma combinação de ambas as sensações. Daí na relação entre turismo e patrimônio ter lugar técnicas interpretativas para dinamizar a visitação e incrementar a experiência turística.
A International Council of Monuments and Sites (ICOMOS), em sua Carta para a Interpretação e Apresentação de Sítios de Patrimônio Cultural da ICOMOS (2008), conceitua a interpretação como todas as atividades realizadas para aumentar a conscientização púbica a fim de possibilitar maior conhecimento do sítio do patrimônio cultural. Já a apresentação é mais especificamente centrada na comunicação planejada do conteúdo interpretativo de acordo com a informação interpretativa, a acessibilidade física e a infraestrutura interpretativa. Para Murta e Goodey (2002), a interpretação do patrimônio de um lado proporciona a “melhor compreensão e apreciação do lugar visitado”, valorizando a experiência do visitante; e de outro lado, incorpora-o como atração turística, valorizando o próprio patrimônio.
[...] interpretar o patrimônio [...] mais que informar, interpretar é revelar significados, é provocar emoções, é estimular a curiosidade, é entreter e inspirar novas atitudes no visitante, é proporcionar uma experiência inesquecível com qualidade. (Murta e Goodey, 2002, p. 13).
Considerando que a interpretação patrimonial envolve tanto a própria interpretação quanto a apresentação, há várias técnicas empregadas, que Costa (2014) classifica como mídias guiadas e autoguiadas. Nas interpretações autoguiadas utilizam-se equipamentos, materiais e instrumentos para comunicar as informações com os visitantes de um determinado patrimônio, tais como: publicações, placas, painéis, exposições, vitrines, maquetes, filmes, multimídias e computadores. Nas mídias guiadas há um condutor com o qual o visitante interage no decorrer da atividade, e podem assumir a forma de palestras interpretativas, imaginação guiada, viagens de fantasia, fantochada, passeios orientados; trilhas interpretativas, demonstrações e história viva, entre outras.
Dentre essas mídias a História Viva tem como objetivo “reviver a história do local, por meio da combinação de demonstrações [...] teoricamente fundamentadas na interação entre o sítio histórico, o intérprete e o visitante” (Costa, 2014, p. 181). Nesse contexto da história viva inclui-se a própria ambientação de base histórica com o apoio de técnicas interpretativas, conforme explica Boardman (apud Costa, 2014, p.182-183):
A história viva se fundamenta em uma ampla gama de técnicas interpretativas das quais a mais específica é aquela na qual os intérpretes se vestem inteiramente com minuciosas reproduções de trajes do período histórico interpretado, fazem como personagem (real ou interpretado) do passado – utilizando até mesmo sotaques e termos apropriados – e desenvolvem a interpretação em uma estrutura reconstruída ou restaurada e devidamente mobiliada de acordo com o período.
Por outro lado, a Ambientação de Base Histórica, tem como característica principal a criação de uma atmosfera específica, levando o visitante a escapar da sua rotina do dia a dia mediante experiências não cotidianas:
A Ambientação de Base Histórica distingue-se por utilizar-se dos recursos da ambientação – cenografia, vestuário, iluminação, música, alimentação, dramatização etc. – para o aproveitamento dos bens históricos arquitetônicos, visando a criar uma atmosfera consoante com a época e/ou representatividade que distinguiram essas edificações, a ponto de justificar sua preservação e conservação.
[...] sua proposta é possibilitar ao máximo o envolvimento do visitante, mediante participação ativa. (Pires, 1992, p. 46)
Este recurso é usado não apenas em sítios históricos, mas também como ferramenta de marketing em empreendimentos variados como hotéis e restaurantes. Pires (1992: 47) cita como exemplo de ambientação de base histórica em um sitio, a Semana Santa de Ouro Preto no Brasil, na qual “o casario colonial da cidade serve de cenário às liturgias dos séculos XVIII e XIX, onde se utilizam paramentos, músicas e rituais da época”.
Há outras metodologias aplicadas com base em técnicas interpretativas aliadas a objetivos pré-estabelecidos. É o caso da Educação patrimonial como um instrumento valioso para o trabalho pedagógico dentro e fora da escola, considerada como
[...] um instrumento de “alfabetização cultural” que possibilita ao indivíduo fazer a leitura do mundo que o rodeia, levando-o à compreensão do universo sociocultural e da trajetória histórico - temporal em que está inserido. Este processo leva ao reforço da autoestima dos indivíduos e comunidades e à valorização da cultura brasileira, compreendida como múltipla e plural.
[...] pode ser aplicada a qualquer evidência material ou manifestação da cultura [...]. (Horta, 1999, p. 6)
Para os fins desta pesquisa, entende-se “a interpretação do patrimônio como uma atividade de aprendizado que ocorre através da comunicação de significados sociais e culturais por meio da recreação que promove a educação”, mediante “uso de técnicas específicas, baseadas em experiências práticas e ilustrativas em sítios de relevância histórica e cultural” (Araújo, 2008, p. 44). Nesse sentido, requer um plano cuidadoso a ser considerado no planejamento turístico, conforme os princípios da filosofia interpretativa (Cardozo, 2012; Costa, 2014).
3 oferta de produtos e serviços turísticos nAS FAZENDAS IMPERIAIS: PATRIMÔNIO CULTURAL COMO ATRAÇÃO TURÍSTICA
3.1 Metodologia
Embora este estudo tenha sido realizado na área rural, o elemento desencadeador da pesquisa, se dá a partir da consolidação das relações humanas, delineadoras do fato histórico. Ou seja, as relações cotidianas processadas no universo rural, se configuram para a pesquisa, como Turismo no Espaço Rural. Trata-se de uma pesquisa exploratório-descritiva, de caráter qualitativo, tendo como fonte de dados o ambiente natural e como instrumento fundamental o pesquisador (GODOY, 1995).
Embora tenha sido necessário quantificar alguns dados obtidos, como número de fazendas por categorias, não se empregam procedimento estatísticos como foco central da análise. A primeira etapa da pesquisa assumiu caráter exploratório, com um planejamento flexível (Dencker, 1998), com base em levantamento bibliográfico e documental, visitas “in loco”, entrevistas semiestruturadas com proprietários e representante do Instituto Preservale, e contato com estudiosos da região.
A segunda etapa da pesquisa partiu para um caráter descritivo, buscando não apenas descrever as características do Turismo praticado nas fazendas imperiais, como também identificar categorias de análise para o estudo da aplicação de técnicas de interpretação e/ou ambientação no turismo em um espaço rural cujo foco é o turismo cultural centrado no Ciclo do Café.
Para redefinição da amostra nesta segunda etapa da pesquisa, reviu-se os levantamentos das fazendas na região, elaborados por vários estudiosos e institutos que estudam e/ou atuam na região. Pires (1980) catalogou 49 propriedades na região do Vale do Café Fluminense, enquanto Machado (2000), relacionou, só no município de Vassouras, 89 fazendas do ciclo do café. Em 2009 foi lançada a segunda edição do Inventário das Fazendas do Vale do Paraíba Fluminense, no qual foram catalogadas 94 propriedades históricas, que, somadas a outras 88 propriedades da primeira edição de 2008, perfazem um total de 182 fazendas inventariadas na região.
Em todos esses estudos constam as propriedades cadastradas no Instituto Preservale, conforme levantamento realizado em abril de 2015. Elegeu-se esse Instituto para a definição da amostra, pela sua atuação marcante e contínua desde o início da introdução do turismo nas fazendas históricas do Vale do Café. Assim, de um total de 182 fazendas, selecionou-se uma amostra de 27 fazendas (15%) representativas do turismo cultural no espaço rural da região.
Os dados de cada fazenda foram coletados nos sítios do Instituto Preservale, do Guia Cultural do Vale do Café e de cada uma das fazendas quando disponíveis, além de documentos sobre o turismo na região. Também houve a realização de entrevista aberta com o representante do Instituto Preservale sobre o Turismo praticado nas fazendas em 2015, pontuando mudanças e avanços nos últimos anos, além do contato com estudiosos da região.
Por meio de uma ficha técnica de cada fazenda, os dados foram registrados nos seguintes campos: a) fazenda: nome, endereço, data de fundação e contato; b) propriedade: proprietários atuais, atividade produtiva e estado (reforma, restauração...) das edificações históricas; c) turismo: tipo de serviços (alojamento, visitação, evento e outros) e descrição das atividades de interpretação patrimonial e/ou ambientação histórica. Os resultados obtidos são descritos a partir de duas categorias de análise: caracterização geral e oferta de produtos e serviços.
3.2 Caracterização geral das fazendas
Silveira (2007) computou 22 fazendas distribuídas nos municípios de Vassouras (6), Valença (5), Rio das Flores (5), Barra do Piraí (4) e Paty dos Alferes (2). Nesta pesquisa, a amostra de 27 fazendas mostra um aumento de 23% em relação à amostra da pesquisa anterior. Duas fazendas –São Paulo e Galo Vermelho – não estão cadastradas no Preservale em 2015 – e sete fazendas ingressaram no Preservale em 2015 – Aliança, Monte Alegre, Pau Grande, Boa Esperança, Bocaina e São Luiz da Boa Sorte – compondo a amostra final de 27 fazendas, distribuídas nos seguintes municípios: Vassouras e Valença (6 em cada), Paty dos Alferes e Barra do Piraí (5 em cada), Rio das Flores (4) e Barra do Piraí (1).
Verificou-se um aumento significativo em Paty dos Alferes que passou de 2 fazendas em 2006 para 5 fazendas em 2015 cadastradas no Preservale. A diminuição do número de fazendas ocorreu nos municípios de Rio das Flores e de Barra Mansa. O A tabela 1 mostra as características gerais das fazendas de ambas as amostras, de acordo com as datas de levantamento dos dados.
A figura 1 mostra as décadas de fundação das fazendas pesquisadas. Observa-se que a maioria (16) das fazendas registra sua fundação entre 1820 e 1850, com maior concentração no período de 1840-1850 (10). Antes de 1800, foram criadas duas fazendas – Pau Grande (1748) e da Posse (1768) – e em três delas os atuais proprietários não souberam precisar a data de sua fundação no século XIX.
Com relação aos proprietários atuais, com exceção de três fazendas, todas as demais são de outros proprietários sem vínculo, portanto, com as famílias originais. Apenas as fazendas Taquara (Barra do Piraí), Paraíso (Rio das Flores) e Cachoeira Mato Dentro (Vassouras) permanecem na família dos antigos proprietários, na época os Barões do Café, o que, para Silveira (2007, p. 99),
[...] cria um vínculo emocional, entre a propriedade e os familiares dos fundadores, fazendo com que passe a ser uma questão de honra não desfazer do bem, como uma forma de homenagear os antepassados. Por esta razão cada objeto de época passa a ter um calor simbólico para os familiares.
Em geral a área original das fazendas foi reduzida face à divisão entre herdeiros, e a casa sede, restaurada e/ou reformada, permaneceu no local original, sem descaracterizar aspectos da sua fachada e organização do seu espaço interno, e mantendo o mobiliário original. Nas fazendas que hospedam visitantes e turistas, houve adaptação de compartimentos e mobiliário e decoração alinhada ao estilo da aristocracia do café.
Conforme dados do Instituto Preservale, apenas uma das fazendas cultiva o café com as mesmas técnicas empregadas no século XIX em uma pequena área (Fazenda Taquara em Barra do Piraí). Este fato pode ser visto como uma ação educativa ou de interpretação que remete à época do Ciclo do Café. Atualmente a atividade produtiva das fazendas concentra-se na pecuária (leiteira e gado de corte) e no turismo, além da agricultura orgânica, criação de cavalos e produtos artesanais (cachaça, linguiça e queijos) entre outras atividades.
3.3 Ofertas de produtos e serviços turísticos
Da pesquisa de Silveira (2007), destacam-se os seguintes resultados: a) 14 delas exploravam a atividade turística, mas apenas em 7 delas esta era a principal atividade; b) a implantação do turismo foi justificada principalmente pela riqueza histórico-cultural e pelo potencial turístico da fazenda, do patrimônio e da região; c) os serviços oferecidos se restringiam à visitação e/ou hospedagem, e a história era o maior interesse dos turistas; d) alguns produtos fundamentavam-se na ambientação de base histórica como o Chá Imperial na Fazenda do Arvoredo e o Sarau Histórico na Fazenda Ponte Alta; e) as técnicas de interpretação eram utilizadas nas visitas guiadas sobre mobiliário, arte, e arquitetura do século XIX com personagens da época interpretados por funcionários trajados a caráter; f) o turismo praticado centrava-se no patrimônio histórico com pouca integração com o patrimônio natural local e regional; g) a ênfase era dada à história, arquitetura, acervo e decoração das edificações, em especial à casa sede da fazenda que se constituía na principal atração turística.
Na presente pesquisa, notou-se maior profissionalização e envolvimento dos proprietários com o turismo, além da diversificação da oferta de serviços e produtos, a qual foi subdividida em hospedagem, visitação, eventos e outros. A seguir analisa-se esta oferta por grupos de fazendas de cada um dos municípios.
Em Barra do Piraí, apenas uma das cinco fazendas não estava aberta à visitação (Aliança), e há hospedagem em duas delas (Ponte Alta e Arvoredo). Em todas oferecem-se visitas ou tours pela casa sede e outras edificações ou espaços da fazenda, feita de forma guiada com condutores. Nestas são dadas explicações sobre a arquitetura, mobiliário, arte, costumes e dados históricos, mostrando o estilo de vida e os costumes durante o período, além de dados históricos da propriedade. Em geral essas visitas terminam com um lanche ou degustação de quitutes feitos na fazenda. Nas fazendas Taquara, Santo Antônio do Pinhal, Bocaina e Cachoeira do Mato Dentro há opção de café colonial ou almoço típico.
A monitoria, realizada na maioria das fazendas por funcionários ou pelos próprios proprietários interpretam personagens da época (antigos proprietários), assim como acompanham os visitantes em eventos da época como o Chá Imperial (Fazenda do Arvoredo) e o Sarau Histórico (Fazenda Ponte Alta) que continuam a ser oferecidos como produtos turísticos de destaque:
O Sarau Histórico, é um programa pedagógico muito requisitado por grupos escolares. Nele são apresentados personagens emblemáticos, como o Barão e a Baronesa de Mambucaba, a Mucama Rosa e a Sinhazinha Luisinha, que recebem os visitantes vestidos a caráter. Os atores interagem com o grupo de visitantes [...] e o evento se encerra em clima de festa, com demonstração de danças da época como o minueto, a polca e o maxixe. (Fazenda Ponte Alta)
Chá Imperial - evento teatral, conduzido pela Baronesa e outros componentes, interpretados por funcionários do hotel e moradores da região. É feita uma introdução, contando uma breve história do barão e da fazenda e convida os visitantes a tomarem o chá, servido sobre uma comprida mesa onde se encontra uma variedade de iguarias típicas da culinária do século XIX. (Fazenda do Arvoredo)
Outros produtos citados foi a programação de bailes de época, da fantasia com jantar à luz de velas e atrações especiais para grupo de visitantes, apresentação de grupo de capoeira na área externa, loja de artesanato típico e produtos da roça e programação especial durante o Festival do Café. Percebe-se que esta oferta se fundamenta principalmente na história vivia e na ambientação de base histórica, em especial com os dois eventos acima citados.
A Fazenda da Posse situada em Barra Mansa tem uma oferta diferenciada, sendo um Centro de Cultura em parceria com o SESI e a Fundação de Cultura, Esporte e Lazer de Barra Mansa. Realiza uma média de oito exposições artísticas anuais e inúmeros cursos, workshops e oficinas abertas à comunidade regional.
Em Paty dos Alferes há outro grupo de cinco fazendas, sendo que a hospedagem ocorre apenas na Fazenda Santa Cecília, e a visita guiada nas demais de forma semelhante ao já descrito, mas sem eventos associados. Na fazenda Santa Cecília a hospedagem é na modalidade Turismo de habitação, e há uma capela projetada por Oscar Niemeyer, além de atividades recreativas de um hotel fazenda. Na Fazenda Monte Alegre as visitas não incluem refeições e o visitante circula pelo interior da casa sede e pelo Parque das Esculturas nos jardins (arte cinética). Nota-se, neste caso, que a oferta turística é complementada por atrações contemporâneas no âmbito da arquitetura e das artes plásticas.
Das quatro fazendas de Rio das Flores, apenas uma não oferece hospedagem (Fazenda do Paraíso), e uma delas oferece hospedagem no estilo do Turismo de Habitação 1. Todas oferecem visitas guiadas nos moldes já descritos, com destaque para a associação de outros serviços e produtos em duas delas. Na Fazenda União, pode-se locar espaços para eventos como casamentos e filmes, em clara associação à ambientação histórica; ainda há a oferta de banquetes e jantares históricos conduzidos por historiadores e especialistas em alimentação, nos quais utilizam-se técnicas de ambientação histórica e história viva. Na Fazenda Santo Antônio, acontece o Sarau Histórico na noite do jantar dos Barões com os hóspedes, também com o uso da história viva agregando valor à hospedagem, além de outras atividades de lazer na propriedade ou fora desta (agendamento de visitas a outras fazendas históricas da região).
No município de Valença, do total de seis fazendas, em metade delas há hospedagem em diferentes modalidades: hotel fazenda (Fazenda Florença), retiro espiritual para grupos (Fazenda Santo Antônio do Paiol) e hospedaria guest house2 (Fazenda Pau d’Alho). Todas oferecem as visitas guiadas como já descrito, sendo que em duas fazendas são realizadas atividades culturais com o uso de técnicas de história viva (Saraus Históricos) ou/e de ambientação histórica (outros eventos locados ou próprios):
Atividades culturais como os saraus históricos e o Sarau à mesa com os escritores, onde até os funcionários do hotel atuam nas apresentações, [...] acontecem todo final de semana. Aos sábados há espetáculos de Seresta e Serenata e a cada semestre é produzido um recital com músicos convidados. (Fazenda Florença)
Disponibiliza sua área externa para diversos tipos de eventos: sociais (casamentos, bodas, festas), culturais e corporativos; além de filmagens, gravações para TV e Web e ensaios fotográficos. (Fazenda Vista Alegre)
A Fazenda Vista Alegre ainda funciona como centro de treinamento e alojamento de cavalos, o que lhe possibilita organizar cavalgadas com churrasco na montanha.
Em Vassouras, das seis fazendas duas oferecem hospedagem em estilo diferente das fazendas dos outros municípios: chalé em antiga casinha de caboclo (Fazenda Cachoeira Grande) e Spa Casa Real (Fazenda São Luiz da Boa Sorte), no qual há tratamentos à base de café denominados terapias do café:
Na Café Terapia, por exemplo, o cliente entra em contato com os polifenóis do café por meio de massagens e terapias que deixa a pele mais firme – a cafeína é comprovadamente um estimulante de produção de colágeno. No Coffe Sculptor, extratos de café e erva-mate são usados para favorecer a eliminação de líquidos e toxinas promovendo também a regeneração das fibras de colágeno e elastina graças a uma massagem estética que molda o corpo. (Spa Casa Real, 2015)
Em todas há a realização de visitas guiadas tal como nas demais, mas não há informações sobre os guias como personagens da história. Na Fazenda Cachoeira Mato Dentro, na segunda quinzena de maio realiza-se o Concerto de Outono, o que indica a ambientação histórica em espaço histórico. Na Fazenda Cachoeira Grande há um Museu de Carros Antigos que pode ser visitado. Outras atividades são a venda de produtos (Fazenda Cachoeira Mato Dentro, a locação de espaços para eventos sociais ou corporativos (Fazendas Mulungu Vermelho e São Luiz da Boa Sorte)).
Destaca-se com uma atuação diferente e indiretamente relacionada ao Turismo, a Fazenda São Fernando, na qual funciona o Instituto São Fernando, “uma organização sem fins lucrativos que desenvolve variados programas de cunho educacional, agroecológico e de patrimônio histórico” (Instituto Preservale, 2015), com preocupações ambientais e culturais:
A preocupação com o meio ambiente também se reflete no reflorestamento, e anualmente são plantadas milhares de mudas de árvores nativas da Mata Atlântica, protegendo assim a fauna, a flora e suas nascentes.
O ISF também apoia o consagrado e respeitado [...] Programa de Integração pela Música, desde a sua criação. E mantém o Programa Educar Mais, que envolve a rede pública de educação em Vassouras. Na área de turismo cultural é ativo participante desde 2003, das atividades do Festival Vale do Café [...]. (Instituto Preservale, 2015)
Com relação à modalidade do Turismo indicada nos sítios das fazendas, esta é indicada com os termos mostrados na figura 2, na qual se verifica que o turismo praticado na maioria das fazendas é caracteriza como turismo cultural (18), ou este associado ao ecológico, pedagógico, de experiência e de lazer (4). Dos demais termos, o turismo histórico se associa ao cultural, e o turismo de lazer refere-se à Fazenda Florença que se caracteriza como hotel fazenda; e apenas a Fazenda São Luiz da Boa Sorte indica a modalidade como turismo rural.
Esse resultado confirma o já apontado no estudo anterior de Silva (2007) em relação às fazendas do primeiro período, que em 2006 não faziam menção ao ambiente rural, ou seja, a caracterizar o turismo histórico, cultural ou de lazer no espaço rural.
Vale citar por fim que em 2010, o Instituto Light e o Instituto Preservale desenvolveram um projeto de turismo histórico-cultural intitulado Ações Estratégicas de Revitalização do Vale do Café, para a criação de roteiros turísticos na região, indicação de áreas para parques naturais e novos museus e promoção de cursos (Mattos, 2010). As ações desse projeto encontram-se em andamento a fim de contribuir para a elaboração de um plano estratégico de desenvolvimento regional do turismo com base no patrimônio cultural e ambiental da região.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se a princípio considerar que no turismo rural do Vale do Café Fluminense destaca-se o turismo cultural ou histórico-cultural, tendo em vista o patrimônio tangível das edificações, o mobiliário da época e o patrimônio intangível dos fatos históricos, costumes e personagens que marcaram o ciclo do café naquela região do Rio de Janeiro. No entanto, outras modalidades se apresentaram associadas à oferta cultural, como o turismo ecológico, pedagógico ou educativo, de lazer e de saúde.
As atividades de interpretação patrimonial por meio da história viva agregam valor de maneira expressiva o turismo nas fazendas investigadas. A reconstituição dos saraus históricos, chás imperiais, bailes e as visitas monitoradas com trajes de época fazem da região do Vale do Paraíba Fluminense um ícone da interpretação do patrimônio no Brasil utilizando-se dos seus próprios recursos materiais e imateriais, tangíveis e intangíveis. Ao mesmo tempo, nota-se a aplicação da história viva e da ambientação de base histórica nas visitas guiadas e na realização de outros eventos ou atividades, onde o cenário, a edificação e o mobiliário reconstituem uma época e remetem ao requinte e opulência da vida dos Barões do Café, vivenciados pelos visitantes e turistas. Pode-se pensar como um turismo de experiência nessa volta ao passado.
Comparando os dados de ambos os períodos da pesquisa, verificou-se em 2015 o aumento e a diversidade dos serviços e produtos turísticos nas fazendas imperiais, ainda que a visita guiada seja o mais presente na oferta turística, complementada por algum tipo de alimentação, nas quais as técnicas de história viva e ambientação de base histórica estão sempre presentes. O destaque ainda é a casa sede ou casa grande da fazenda por sua arquitetura e acervo, mas já se nota maior aproveitamento de outras edificações e de áreas externas para variados fins.
Apesar das indicações relativas ao ambiente natural como paisagem bucólica e agradável, ou a possibilidade de passeios, trilhas e outras atividades, há pouca exploração do seu aproveitamento ecoturístico. A consolidação do produto turístico das fazendas caminha para a formatação de um produto turístico regional, com o apoio e parceria do Instituto Preservale e da comunidade local, que assumiu a opção pelo turismo de forma responsável. Vislumbram-se inúmeras possibilidades de pesquisas futuras para registrar a trajetória e evolução de diversos casos de estudo.
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* Mestre (2003) e Doutor (2007) pela Escola de Comunicações e Artes em Ciências da Comunicação na área de Turismo e Lazer e graduado em história (1998) pela Universidade de São Paulo, concluindo a graduação em Lazer e Turismo na EACH - Escola de Artes Ciências e Humanidades da USP (2016). atua como professor de Curso de graduação em Turismo, possui experiência em atividades de Visitas Técnicas para cursos de Graduação em Turismo, participa como MEMBRO de Banca Examinadora de TCCs e orienta TCCs de Graduação em Turismo. MEMBRO da Comissão Examinadora para contratação de docente. Participou como COLABORADOR da Comissão de Publicação da Revista TURISMO EM ANÁLISE do CRP/ECA/USP (2001/2004) sendo EDITOR ADJUNTO da Revista Eletrônica de Turismo Cultural. Publicou como CO-AUTOR, as obras TURISMO CULTURAL EM TIRADENTES - ESTUDO DE METODOLOGIA APLICADA (2000) e TURISMO NO PERCURSO DO TEMPO (2002) e COMUNICAÇÃO POPULAR ESCRITA EM SÃO PAULO (2011). Tem experiência na área de Turismo de Lazer, Turismo Rural e Turismo no Espaço Rural área em que defendeu o Doutorado. Atua como professor na área do Turismo Cultural, Patrimônio Histórico, Cultura Popular, Folclore e Museu. É GUIA DE TURISMO Categoria REGIONAL SÃO PAULO e EXCURSÃO BRASIL E AMÉRICA DO SUL (credenciado EMBRATUR). Tutor a Distância formado pela Universidade Estadual do Maranhão - UEMA e atuou no projeto de educação a distância no curso de Aperfeiçoamento Ambiental oferecido pela Universidade Federal de São Paulo UNIFESP no pólo de Guaíra - SP.
** Livre Docente (1997) em Teoria do Turismo e do Lazer. Doutora e Mestre em Ciências da Comunicação e Graduada em Turismo pela Universidade de São Paulo (USP). Professora Associada da Escola de Comunicações e Artes da USP (1977 a 2008), Professora Titular da Universidade de Caxias do Sul (2001 a 2007), Professora Titular da Universidade Anhembi Morumbi (a partir de 2007) e Professora Sênior da USP (a partir de 2014), com atuação na graduação e pós-graduação em Turismo e Hospitalidade. Editora do periódico científico Turismo em Análise (1990 a 2006) editado pela USP, Diretora Presidente (2005 a 2009) e Membro do Conselho Fiscal (2009 a 2013) da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Turismo. Bolsista de Produtividade do Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Líder do grupo de pesquisa Hospitalidade: Processos e Práticas e membro do grupo de pesquisa Centro de Estudos de Turismo e Desenvolvimento Social. Laureada com o prêmio Pesquisador Turístico Destaque 2010 da Associação Nacional de Pesquisadores de Pós Graduação em Turismo. Representante da área de Turismo no Comitê Assessor CA-SA do CNPq (2012-2015). Consultora "ad hoc" de agências de fomento e parecerista de periódicos de Turismo editados no Brasil e no Exterior. Temas de pesquisa: comunicação científica, produção científica, ensino superior e formação profissional em Turismo e Hospitalidade.
1 Turismo de Habitação: sistema de alojamento turístico de caráter familiar, definidos no contexto do turismo rural em Portugal. Compreendem imóveis antigos que representam uma determina época e se destacam pela sua arquitetura, histórico ou aspectos artísticos. Refere-se a um tipo de hospedagem no espaço rural em propriedades particulares, nas quais o próprio proprietário está presente.
2 O termo em tradução literal seria “convidado da casa”; indica hospedagem na casa da família; aluga-se um quarto na casa de uma pessoa, mas com privacidade e alguns serviços incluídos.
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