Bruna Daniella da Silva Souza
Adriana Santos Brito
André Riani Costa Perinotto
Universidade Federal do Piauí
brunadaniphb@hotmail.comResumo
O presente artigo tem por finalidade diagnosticar a importância da valorização do Complexo Arquitetônico Porto das Barcas, enquanto atrativo histórico-cultural para a cidade de Parnaíba (Piauí-Brasil). Com embasamento teórico foram realizadas entrevistas com representantes do poder público local, no intuito de identificar argumentos necessários sobre a importância que este local tem para a cidade, ao abordar a atual situação do Complexo Porto das Barcas enquanto atrativo do patrimônio histórico-cultural tombado. Além disso, o intuito desta pesquisa é expor de forma que se compreenda como está sendo utilizados os espaços do complexo e o valor que está sendo atribuído, pois atualmente o Complexo Porto das Barcas, é considerado um dos atrativos turísticos da região, justamente por fazer parte do Centro Histórico da cidade.
Palavras-chave: Patrimônio histórico-cultural, Atrativo, Turismo, Porto das Barcas, Parnaíba.
DIAGNOSIS OF THE ARCHITECTONIC COMPLEX OF PORTO DAS BARCAS UNDER THE POINT OF VIEW OF PUBLIC POWER AS A HISTORICAL AND CULTURAL HERITAGE ATTRACTION: THE CASE OF THE CITY OF PARNAIBA (PIAUI-BRAZIL)
Abstract
This article aims to diagnose the importance of valuing the architectonic complex of “Porto das Barcas” while historical and cultural attraction for the city of Parnaíba (Piauí-Brazil). Theoretical based interviews were conducted with representatives of local government, in order to identify necessary arguments about the importance that this site has to the town, to address the current situation of the “Porto das Barcas” Complex as an attractive of the historical and cultural protected heritage. In addition, the aim of this research is to expose in order to understand how are being used the spaces of the complex and the value that is being assigned as the “Porto das Barcas” Complex is currently considered one of the tourist attraction of the area, part of the historic city center .
Keywords : historical and cultural heritage , Attractive, Tourism, Porto das Barcas, Parnaíba.
DIAGNÓSTICO DEL COMPLEXO ARQUITETÔNICO PORTO DAS BARCAS, DESDE EL PUNTO DE VISTA DEL PODER PÚBLICO COMO ATRACTIVO DEL PATRIMONIO HISTÓRICO Y CULTURAL: EL CASO DE LA CIUDAD DE PARNAÍBA (PIAUÍ-BRASIL)
Resumen
El presente artículo tiene como objetivo investigar la importancia de la valorización del Complexo Arquitetônico Porto das Barcas como atractivo histórico y cultural para la ciudad de Parnaíba (Piauí, Brasil). Para la realización de la investigación se llevó a cabo la aplicación de entrevistas con representantes del poder público local, con el fin de identificar argumentos necesarios acerca de la importancia que este sitio tiene para la ciudad, al abordar la actual situación del referido complejo como atractivo histórico y cultural. Además, el objetivo del estudio es exponer de forma que se comprenda como los espacios del dicho complejo están siendo utilizados y el valor que se le señala, pues, actualmente, el Complexo Porto das Barcas es considerado uno de los atractivos turísticos de la región, por el motivo de hacer parte del centro histórico de la ciudad.
Palabras clave: Patrimonio histórico y cultural, Atractivo, Turismo, Porto das Barcas, Parnaíba.
Para citar este artículo puede uitlizar el siguiente formato:
Bruna Daniella da Silva Souza, Adriana Santos Brito y André Riani Costa Perinotto (2015): Diagnóstico do complexo arquitetônico Porto das Barcas, sob o ponto de vista do poder público, enquanto atrativo do patrimônio histórico-cultural: o caso da cidade de Parnaiba (Piaui-Brasil), Revista Turydes: Turismo y Desarrollo, n. 19 (diciembre 2015). En línea: http://www.eumed.net/rev/turydes/19/parnaiba.html
1. INTRODUÇÃO
Ao longo dos anos o turismo vem se tornando uma das atividades econômicas mais rentáveis do mundo, sendo capaz de promover o desenvolvimento de um país, cidade ou região. Atualmente, tem-se a perspectiva de que o turismo seja a principal atividade em termos de receita e utilização de mão de obra, configurando-se em vários segmentos e serviços: turismo de aventura, de saúde, religioso, histórico-cultural entre outros.
Quando se trata de turismo, poder-se-á encontrar na prática do turismo cultural, a busca do conhecer e vivenciar o passado no presente. Por isso, o presente artigo tem por finalidade diagnosticar a importância da valorização do Complexo Arquitetônico Porto das Barcas, enquanto atrativo histórico-cultural para a cidade de Parnaíba (PI), sob o ponto de vista do poder público.
Como base metodológica, a pesquisa seguiu duas etapas. A primeira etapa foi concretizada numa pesquisa bibliográfica em livros e artigos científicos, além de meios virtuais/comunicação. Na segunda etapa, foi realizada a partir de uma pesquisa de campo (entrevistas) com representantes do poder público do município de Parnaíba (PI), onde se buscou coletar as informações precisas sobre a opinião de cada entrevistado (a), fazendo com que estes possam contribuir para a construção de uma imagem do patrimônio histórico local e assim futuramente, essas informações possam ser repassadas para os visitantes, proporcionando-os um acesso significativo sobre a história do patrimônio.
O Complexo Arquitetônico Porto das Barcas, atualmente é conhecido como um dos grandes monumentos do Estado do Piauí-Barsil, sendo um dos pontos turísticos localizado na cidade Parnaíba, a segunda maior cidade do Estado, conforme pode ser observado na Fig. 01.
Pelo fato da localização geográfica ser privilegiada, o Complexo Arquitetônico Porto das Barcas, enquanto atrativo histórico-cultural para a cidade de Parnaíba (PI) poder-se-á ser um ponto turístico estruturado e com qualidade, cujo objetivo será em atender aos turistas de forma satisfatória. A partir disso, o artigo buscou responder a seguinte questão de pesquisa:
Uma vez que, esse trabalho justifica-se na busca de uma resposta sobre a não valorização e consequentemente o abandono por parte do poder público de Parnaíba, em relação ao Complexo Porto das Barcas, pois se mostra através de estudos que as propostas de projetos existem, porém ainda estão sendo avaliadas devido à burocracia, além disso, há a necessidade de uma análise minuciosa, por se tratar de bem tombado.
Outro motivo seria a disponibilidade de recursos através do PAC Cidades Históricas, em torno de R$39 milhões, onde essa verba é fundamental para as cidades beneficiadas, na qual o município de Parnaíba está incluso no PAC Cidades Históricas, é uma iniciativa do Governo Federal em parceria com o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional) e com o Ministério da Cultura.
Esse recurso está destinado a projetos de restauração e preservação dos bens históricos e servirá como subsídio para alavancar a valorização e estruturação dos bens tombados, o IPHAN em conjunto com as superintendências municipais, estão elaborando projetos que se enquadrem nas exigências do PAC Cidades Históricas, para que futuramente esses projetos possam vir a ser implantados realmente.
Esses futuros projetos serão de grande importância para o Complexo Porto das Barcas, pois com o planejamento adequado desse espaço poderá ser um incentivo para vinda de mais turistas. Porém ainda, é necessário que este patrimônio seja mais bem divulgado e mais valorizado tanto pelos parnaibanos quanto pelo órgão público da cidade.
Dessa forma, no decorrer do texto buscar-se-á refletir com os autores sobre as questões importantes em relação à valorização do patrimônio histórico-cultural. Assim sendo, quando o patrimônio de uma localidade é reconhecido e valorizado pela população e o poder público, poder-se-á iniciar uma reflexão a cerca da importância deste espaço enquanto atrativo histórico-cultural, e que futuramente influenciará em bons investimentos para a cidade de Parnaíba.
Pelo fato da localização geográfica ser privilegiada, o Complexo Arquitetônico Porto das Barcas, enquanto atrativo histórico-cultural para a cidade de Parnaíba (PI) poder-se-á ser um ponto turístico estruturado e com qualidade, cujo objetivo será em atender aos turistas de forma satisfatória. A partir disso, o artigo buscou responder a seguinte questão de pesquisa:
Uma vez que, esse trabalho justifica-se na busca de uma resposta sobre a não valorização e consequentemente o abandono por parte do poder público de Parnaíba, em relação ao Complexo Porto das Barcas, pois se mostra através de estudos que as propostas de projetos existem, porém ainda estão sendo avaliadas devido à burocracia, além disso, há a necessidade de uma análise minuciosa, por se tratar de bem tombado.
Outro motivo seria a disponibilidade de recursos através do PAC Cidades Históricas, em torno de R$39 milhões, onde essa verba é fundamental para as cidades beneficiadas, na qual o município de Parnaíba está incluso no PAC Cidades Históricas, é uma iniciativa do Governo Federal em parceria com o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional) e com o Ministério da Cultura.
Esse recurso está destinado a projetos de restauração e preservação dos bens históricos e servirá como subsídio para alavancar a valorização e estruturação dos bens tombados, o IPHAN em conjunto com as superintendências municipais, estão elaborando projetos que se enquadrem nas exigências do PAC Cidades Históricas, para que futuramente esses projetos possam vir a ser implantados realmente.
Esses futuros projetos serão de grande importância para o Complexo Porto das Barcas, pois com o planejamento adequado desse espaço poderá ser um incentivo para vinda de mais turistas. Porém ainda, é necessário que este patrimônio seja mais bem divulgado e mais valorizado tanto pelos parnaibanos quanto pelo órgão público da cidade.
Dessa forma, no decorrer do texto buscar-se-á refletir com os autores sobre as questões importantes em relação à valorização do patrimônio histórico-cultural. Assim sendo, quando o patrimônio de uma localidade é reconhecido e valorizado pela população e o poder público, poder-se-á iniciar uma reflexão a cerca da importância deste espaço enquanto atrativo histórico-cultural, e que futuramente influenciará em bons investimentos para a cidade de Parnaíba.
Quanto ao patrimônio, percebe-se que o termo busca reviver o passado no presente, através da cultura, memória e identidade, fundamentais para se compreender a história local. Cabral (2011, p. 26) descreve-o como uma:
Distinção consciente entre o que deve e o que não deve ser preservado, a conservação dos objetos patrimoniais em museus apartados da sua funcionalidade original, a atribuição de significado simbológico a determinados tipos de bens são características de uma visão contemporânea de patrimônio.
A autora remete a uma visão ampla do conceito de patrimônio, evidencia que algo ou determinado objeto, monumento, tornam-se patrimônio, a partir de critérios nos quais se avaliam o que deve e o que não deve ser preservado; critérios essenciais, segundo ela, para a classificação de determinados tipos de bens, sejam materiais e/ou imateriais.
Desvallées e Mairesse (2013, p. 74) conceituam patrimônio como:
[...] conjunto de todos os bens ou valores, naturais ou criados pelo Homem, materiais ou imateriais sem limite de tempo nem lugar, que sejam simplesmente herdados dos ascendentes e ancestrais de gerações anteriores ou reunidos e conservados para serem transmitidos aos descendentes das gerações futuras.
Percebe-se que as noções de patrimônio são amplas, seus significados envolvem tudo que pertença à sociedade, desde tradições crenças, valores e costumes, passando pela história e memória social, reunidos, preservados e reconhecidos pelas comunidades.
Há de convir o que Hernández (2006, p. 162) menciona sobre o patrimônio enquanto “[...] un instrumento al servicio del desarollo de la persona y de la sociedade”, isso reflete nas relações entre o ser humano e a sociedade, a partir de uma teoria concreta que envolve o discurso patrimonial como salvaguarda de novas formas de expressões culturais.
De modo similar Poulot (2005) admite que a relação entre o ser humano e a realidade contribui para o processo cultural dos povos como alternativa interdisciplinar que permita as trocas de saberes entre as gerações, através do conhecimento histórico-cultural de um povo.
Em última análise Varine (2013, p. 37) discute a questão do patrimônio enquanto capital real que requer uma consciência coletiva para o seu desenvolvimento. Para ele, trata-se de um capital que para fazê-lo permanecer existente é preciso “[...] viver, produzir, transformar-se, para permanecer útil”, quer dizer que o patrimônio precisa antes de tudo ser conhecido e reconhecido pelos grupos sociais que o possuem, nos limites das reflexões deste texto, a comunidade escolar.
Por sua vez, Fonseca (1997, p. 36) atribui ao patrimônio “[...] valor fundamentado em um sentimento de uma comunidade, no caso, a nação”, esse sentimento de pertencimento está agregado ao valor fundamentado ao reconhecimento do patrimônio.
Mas, isso somente irá acontecer se a comunidade começar a tomar “[...] consciência de si mesma como uma nação”; conforme Nora (1997), se realmente a comunidade escolar passar a refletir sobre a importância da cultura e da história para a construção de uma social.
Essa questão de valor fundamentado no patrimônio, de acordo com Fonseca (1997, p. 38), somente é “[...] atribuído ao bem que justifica seu reconhecimento como patrimônio e, consequentemente sua proteção pelo Estado”, uma vez que o órgão responsável por essa função no país é, o IPHAN.
Pode-se dizer que o patrimônio é parte integrante da cultura, por isso Dias conceitua patrimônio cultural como:
[...] a essência do turismo cultural, a grande motivação para o deslocamento dos turistas e o capital cultural valioso para as comunidades, pois representa um produto turístico que, se bem administrado, pode perdurar indefinidamente. Nesse inicio do século XXI, há um incremento da discussão sobre a relação entre patrimônio cultural e turismo, motivado pelo aumento tanto da atividade turística em si como pela diversificação de interesses da população em geral, o que implica riscos para o patrimônio em função do crescimento, muitas vezes incontrolável, da atividade turística (2006, p. 46).
O patrimônio cultural tem como potencial atrair visitantes. Esse tipo de turismo vem a cada dia mais se evoluindo e tornando-se viável economicamente, para as regiões que possuem grande representatividade histórico-cultural, essas variáveis acabam por agregar valor na tomada de decisão de um turista por determinado destino, assim a cultura de um povo atrai os visitantes, de modo que permite ao turismo se tornar um:
[...] como componente importante do conceito de patrimônio cultural, podendo ser definida de inúmeras maneiras para o nosso propósito inicial e, em termos bastante genéricos, deve ser entendida como tudo aquilo que foi criado pela humanidade ao longo de sua existência, tanto do ponto de vista material quanto não material. Assim, pertencem á cultura bens tangíveis e intangíveis que representam valores materiais e não materiais produzidos pela ação humana. (DIAS, 2006, p.17)
São inúmeros os itens que compõem o patrimônio cultural, dentre eles os bens intangíveis e os bens tangíveis, pois essa é uma questão que se pode considerar complexa pelo fato do patrimônio ser caracterizado também como uma vivência apenas, um fato importante, e são justamente estas variáveis que tornam o patrimônio algo muito maior que apenas objetos e monumentos.
Perinotto e Santos apresentam uma visão de que o patrimônio deve e pode ser mais valorizado por uma nação, enquanto bens tangíveis (materiais) e a bens intangíveis (Imateriais) onde explicam que o:
Patrimônio histórico e patrimônio cultural assumem definições distintas, mas continuam permanecendo na mesma essência. Sendo patrimônio histórico os bens de caráter tangível (edificações, documentos, objetos, etc.) e o patrimônio cultural abrange tanto os bens tangíveis como as manifestações populares, a forma de falar, a culinária, ou seja, os de caráter intangível (2011, p. 214).
Pode-se verificar que patrimônio material e imaterial possuem conceitos distintos e que se complementam entre si. Para as cidades que os possuem esses bens e que planejam um turismo cultural de maneira adequada e responsável, podem render bons frutos para o setor do turismo.
É justamente o chamado turismo de estudos ou até mesmo de vivências, Lemos explica que:
Para muita gente mesmo, artefatos ultrapassados, de qualquer natureza que sejam, é que verdadeiramente constituem o Patrimônio Histórico e Artístico, isto é, tudo aquilo que por não prestar mais pode ser guardado como testemunho (2010, p.32).
Para o autor, o visitante vai à busca da história da localidade, ou seja, o visitante se propõe em vivenciar as tradições e principalmente, buscar o conhecimento da cultura da localidade, agregando assim, valores que somente a vivência da cultura alheia pode proporcionar.
Neste sentido compreende-se que patrimônio é algo que deve ser valorizado, preservado e repassado para outras gerações, através deles pode-se ter contato imaginário com fatos ocorridos há décadas atrás, pois existem patrimônios que se mantém em perfeito estado de conservação proporcionando novas experiências aos visitantes, a partir do vivenciar os momentos que já ouviram sobre aquele local e passam a compreender melhor o porquê daquele monumento ser considerado patrimônio.
O conceito de patrimônio não existe isolado, a ideia de que o patrimônio vem sempre acompanhado de alguma representatividade grandiosa ocorre desde a antiguidade. Sobre isso, Funari e Pinsky falam sobre a importância do patrimônio enquanto finalidade:
[...] originalmente tida como a de representar o passado das nações, multiplicou-se. A partir de dois pontos de vista, muitas vezes tomados como antagônicos – os do poder público, que pretende a valorização dos bens como mercadorias culturais, e o de parte da sociedade, que o vê como um fator de qualidade de vida, o patrimônio no Brasil oscila entre torna-se um cenário teatralizado, como o Pelourinho, na Bahia, ou mal conservado, situação cujos exemplos são numerosos. (2005, p. 22).
Assim sendo, é necessário ter a visão de que o patrimônio enquanto algo complexo não pode ser intitulado como algo fictício ou que apenas faz parte de um atrativo a mais para uma cidade. O patrimônio é importante para compreensão da identidade histórica e principalmente manter vivos os usos e costumes populares de uma determinada localidade, onde sua conservação deve ser de interesse público e privado, quer seja vinculada a fatos memoráveis da história de um lugar, quer seja pelo seu valor arquitetônico, etnográfico, bibliográfico e/ou artístico.
A discussão sobre memória social vinculada a patrimônio histórico-cultural se dá justamente:
Em todos os níveis, a memória é um fenômeno construído social e individualmente e que quando se trata da memória herdada, podemos também dizer que há uma ligação fenomenológica muito estreita entre a memória e o sentimento de identidade (POLLAK, 1992 p.204).
Neste sentido a memória social seria um processo de armazenamento e ponderação que a mente faz através das histórias contadas e das heranças históricas culturais deixadas pelos seus antepassados, uma espécie de conhecimento mútuo que deve ser repassado por toda uma comunidade para que esta possa agregar valores e vivenciar fatos até então desconhecidos.
Desde que a memória social faça parte de todo um universo, enquanto revelador de fatos que explicam as características de uma sociedade, Nora mostra sua visão em relação à memória social:
[...] O historiador Pierre Nora definiu como “lugares de memória” locais materiais ou imateriais nos quais se encarnam ou cristalizam as memorias de uma nação, e onde se cruzam memorias pessoais, familiares e de grupo: monumentos, uma igreja, um sabor, uma bandeira, uma árvore centenária podem construir-se em “lugares de memoria”, como espelhos nos quais, simbolicamente, um grupo social ou um povo se “reconhece” e se “identifica”, mesmo que de maneira fragmentada (1993 apud HORTA, 2005, p.37).
Esses lugares de memória social se relacionam com uma série de ideias, sensações, sentimentos e até mesmo vivências de grupos, pois a memória social busca essa dimensão, de abranger de forma igualitária toda uma sociedade no intuito destas guardarem consigo toda a história de um povo. Partindo desse, o sentido de patrimônio histórico-cultural material e imaterial retrata numa herança cultural deixada por antepassados, para sociedade atual e com isso a tradição histórica se perpetua pelas memórias, espalhando assim valores e crenças coletivas.
Em se tratando no caso deste artigo da atual situação do Complexo Arquitetônico Porto das Barcas, Parnaíba, Piauí, a relação da memória social, é quase que um esquecimento por boa parte de sua população, pois no local somente se abrigam lojas de artesanatos, bares, restaurantes, entre outros. O Porto das Barcas por se tornar uma representatividade em âmbito de patrimônio histórico-cultural tombado, deveria ter impregnado no sistema educacional uma riqueza de história e uma valorização desse bem para que essa fosse repassada de maneira coletiva e igualitária do nativo para o visitante.
A memória social tem por objetivo buscar resgatar valores até então esquecidos e principalmente fazer com que toda uma sociedade passe a olhar sua história e cultura de forma mais atenciosa e a valorizá-la como deve ser.
Martins (2011) faz uma relação entre patrimônio e memória social:
O patrimônio faz recordar o passado; é uma manifestação, um testemunho, uma invocação, ou melhor, uma convocação do passado. Tem, portanto, a função de (re) memorar acontecimentos mais importantes; daí a relação com o conceito de memória social. A memória social legitima a identidade de um grupo, recorrendo, para isso, do património (2011, p.36).
É notável a ligação de patrimônio com a memória social, pois através desses monumentos e manifestações culturais, pode-se construir e reformular conceitos de memória social e a grande importância de se preservar e valorizar a história de um povo. Quando o cidadão local passa a transmitir para o visitante a sua história de forma que este possa compreender o que se passou e como aconteceram os fatos realmente, onde o visitante passa a admirar mais este povo não somente sua cultura, mas por sua demonstração de conhecimento e valorização pelo que é da terra.
Halbwachs (1990) diz que “[...] é na sociedade que as pessoas adquirem normalmente as suas memórias. É também na sociedade que recordam, reconhecem e localizam as suas memórias”, ou seja, a sociedade é a principal detentora da construção desta memória coletiva, através dela pode-se passar a conhecer e a manter viva a história de antepassados para que as gerações futuras possam também entender de fato o que ocorreu.
Enquanto isso, Le Goff mostra sua percepção em relação à memória.
A memória, onde cresce a história, que por sua vez a alimenta, procura salvar o passado para servir o presente e o futuro. Devemos trabalhar de forma que a memória coletiva sirva para a libertação e não para a servidão dos homens (2003.p.478).
Neste contexto Le Goff, demonstra que a memória social tem que servir em primeiro lugar para alimentar a si próprio e não servir apenas como um fato ocorrido e que não merece ser lembrado, mostra que no caso do Complexo Arquitetônico Porto das Barcas, Parnaíba, Piauí, o local não tem por objetivo principal servir como alimento para os turistas, mas deve servir como algo grandioso para uma população, pois toda e qualquer história merece ser repassada de forma que as gerações futuras possam valorizar cada fato ocorrido.
É de grande importância para uma sociedade saber valorizar o que é da sua terra e principalmente saber repassar sua história e memória social. Dessa maneira quando bem utilizada para beneficiar toda uma região e consequentemente alterar o modo de se perceber o seu habitat, pois através dela é possível compreender toda a construção de uma sociedade bem sucedida, tanto em termos culturais quanto em termos econômicos, por meio da valorização cultural, é possível agregar valores e tradições para possivelmente atrair os olhares dos turistas, quando se pensa em viajar e principalmente buscando conhecer novas culturas.
O visitante tem a curiosidade de saber como irá buscar informações precisas sobre a localidade, quando essas localidades possuem pessoas que tem esse interesse de fazer com que outro indivíduo conheça sua história, a coletivização da memória é aguçada e essa atitude só faz com que a demonstração de valorização da cultura de um povo, seja admirada e principalmente divulgada pelo turista que lá visitou e teve a visão de quanto àquela população valoriza e tem o prazer de repassar sua história para o outro.
É notório o desenvolvimento do turismo histórico-cultural, pois se tornou uma área do que tem atraído visitantes para as regiões com esse tipo de atrativo, na qual possuem um acervo cultural importantíssimo para a sua história. Segundo Santos (1983), “[...] a cultura é uma preocupação contemporânea bem viva nos tempos atuais”. Uma relação que instiga o conhecimento mais profundo de como surgiram algumas tradições e maneiras que existem atualmente em determinadas regiões.
Enquanto isso, Dias faz uma relação entre patrimônio e o turismo neste trecho:
O patrimônio cultural seja de que tipo- arqueológico, histórico, industrial, ferroviário, etc.-, constitui recurso econômico, passível de ser utilizado pelo turismo como ferramenta para o desenvolvimento. Esse novo enfoque em relação aos bens culturais implica uma mudança de atitude que tem relação direta com a concepção histórica de patrimônio e com o seu papel na constituição das nações (2006, p. 47).
Com base no que dito anteriormente, o turismo histórico-cultural é uma atividade que vem atualmente ganhando espaço nas tomadas de decisões na hora da escolha do destino para se viajarem, regiões que possuem um grande número de patrimônio histórico são as mais procuradas por estes indivíduos, que buscam um turismo de conhecimento sobre cultura e tradições, uma maneira de transmitir para o visitante a história e origem de uma região. Assim, Camargo (2002) faz a seguinte colocação “onde o valor simbólico é atribuído a objetos ou artefatos esses decorrente da importância atribuída à memória coletiva”.
Para quem vem visitar determinada localidade, é importante conhecer a história, de modo a familiarizar-se com o espaço, no caso da cidade de Parnaíba, Piauí, pelo fato do município ser conhecido através dos atrativos histórico-culturais, naturais e entretenimento, a exemplo do Complexo Arquitetônico Porto das Barcas.
É preciso ressaltar que o complexo arquitetônico abrigou o primeiro importante ciclo de progresso e riqueza do período colonial da cidade de Parnaíba, o Porto das Barcas, atualmente transformado em espaço histórico-cultural, na qual conta em sua estrutura com lojas de artesanatos, agências de viagens e turismo, pousados, órgãos públicos e ainda conserva em boa parte de seus casarões traços da arquitetura portuguesa.
No ano de 1860 passou a ser conhecido também como Porto Salgado, e foi testemunha novamente de outro importante ciclo econômico, na era da revolução industrial chegavam ao porto à máquina a vapor, navios de ferro importados da Inglaterra e França, e então foram construídos diques para reparos de navios, atualmente Marina Porto das Barcas, e a ferrovia que vinha até a sede do mercado da época, Fonte e Silva, relatam alguns fatos ocorridos no Porto:
Pelo Porto Salgado chegavam as barcas cobertas de folhas secas de babaçu trazendo para Parnaíba os variados produtos. Notável era a azáfama dos trabalhadores. O estivador era presente no embarque e desembarque de mercadorias que iam sendo removidas para os porões das embarcações, destinadas para longe, Liverpool, Istambul, Amsterdã e outros (1987, p.29).
Visto que é notável o valor histórico do complexo para cidade de Parnaíba, assim como a sua representatividade para economia do local que na época de seu surgimento, foi sem dúvida um grande gerador de emprego e renda para a região, e atualmente se pode ver que o Porto das Barcas não funciona como antigamente, atualmente recebe apenas turista em busca de conhecer e vivenciar sua história.
Convém ressaltar que o complexo foi restaurado no inicio da década de 1990 e somente foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional – IPHAN em 2008. Cabendo frisar aqui que os espaços encontram-se em bom estado de conservação, porém em alguns pontos necessitam de uma manutenção e vistoria periódica, pois percebe-se a degradação realizada por alguns seus frequentadores a partir de pinturas indevidas, cartazes dos mais variados tipos colados nas paredes, fazendo com que o patrimônio seja descaracterizado.
Partindo-se desse, o Complexo Porto das Barcas tem a necessidade de fazer com que a sua população passe a conhecer e a repassar a sua história. Por isso na visão de Perinotto e Santos em relação à população local.
É preciso considerar que um patrimônio comercializado através do turismo deva possuir, de antemão, uma relação de identidade e de memória consolidada com a população local, observando se os autóctones o consideram como um bem que deve ser respeitado e preservado, para que, em um segundo momento possa "dividi-lo" com os visitantes, através das práticas do Turismo Cultural (2011, p.204).
Com base no que foi mencionado aqui a partir das reflexões dos autores e a ligação com o caso do Complexo Porto das Barcas, é notável a necessidade de reconhecimento por parte da população local em conhecer a história do patrimônio cultural de sua região, pois através do passar dos anos nota-se que o Porto das Barcas é um ponto que somente atrai a visitação de turistas e que poderia haver uma maior participação e incentivo do poder público e da população em valorizar a própria cultura e a histórica.
Neste capítulo serão expostas as informações obtidas durante as entrevistas com os representantes do poder público da cidade de Parnaíba. Dessa forma, chegou-se a uma visão em relação a atual situação do Complexo Arquitetônico Porto das Barcas e principalmente, o que tem sido feito pela melhor valorização e divulgação deste patrimônio. No decorrer da análise da pesquisa, notou-se que ambos os órgãos públicos não tem caminhado em conjunto para que ocorra realmente motivação para população local valorizar e visitar assiduamente o Complexo.
O Complexo Arquitetônico Porto das Barcas atualmente é conhecido como um patrimônio histórico-cultural tombado pelo IPHAN, sua estrutura foi restaurada em grande parte e atualmente recebe turistas de todos os cantos do mundo. Por este fato, é conhecido como um dos atrativos turísticos compondo assim o centro histórico de Parnaíba, ultimamente quem tem domínio administrativo pela maior parte do Complexo já citado, é a Associação Comercial de Parnaíba.
Conta em sua estrutura com lojas de artesanatos, bares, restaurantes, pousadas, agências de viagens e turismo e com órgãos públicos, por diversas vezes durante a aplicação dos questionários foi citada pelos entrevistados a falta de comprometimento por parte dos órgãos públicos da cidade, pois a atual administração pouco tem feito pelo bom funcionamento do Complexo e por parte também dos empresários que compõe a grade de lojistas do Porto, pois ambos não chegam a um consenso, e assim acaba que nada ocorre para melhorar a estruturação, organização e divulgação do Complexo.
No decorrer da pesquisa pôde-se perceber que algumas áreas do Complexo possuem portões e cadeados impedindo de certa forma a circulação de pessoas, o que para um local aberto à visitação e de tanta representatividade para cidade não deveria existir.
Superintendente procurou frisar bastante a verba do PAC Cidades Históricas, em relação à mesma é um recurso que foi disponibilizado pelo Governo Federal em conjunto com o Ministério da Cultura e o IPHAN, cuja esta foi uma ação intergovernamental articulada com a sociedade para preservar o patrimônio histórico cultural brasileiro, isto no intuito de buscar a valorização e promoção da cultura e do desenvolvimento econômico e social destas localidades que possuem tombamentos, as demais instituições falaram um pouco sobre a história do Complexo, e demonstraram a grande representatividade que este local tem não somente para suas instituições, para cidade como um todo.
Essa questão foi relevante para se identificar como está sendo cuidado o Porto das Barcas. Ao realizar as entrevistas com as três (03) instituições públicas. Ambas demonstraram seus níveis de interatividade e força de vontade em fazer algo por este que já foi um dos grandes centros da economia local, e hoje um dos grandes atrativos turísticos da cidade como mostra o Quadro 02 a seguir:
É essencial para quem vem visita uma cidade que a mesma possua atrativos históricos culturais, conhecer de forma aprofundada cada local que marcou o seu surgimento e fez com que se tornasse atrativo turístico aos olhos de quem comercializa estes produtos e aos de quem busca estas localidades, no decorrer da entrevista o Superintendente demonstrou o interesse que sua instituição tem em querer promover o Porto das Barcas, porém falou ainda que existem questões mais urgentes a serem solucionadas e que neste sentido a cultura acaba ficando meio que em último caso, ou seja, o que era para ser mantido em equilíbrio acaba sendo deixado de lado, e até mesmo esquecido por conta de questões mais urgentes para Prefeitura de Parnaíba, itens como educação, saúde, saneamento básico, dentre outras, o poder público considera que essas questões necessitam muito mais de atenção e por este fato as julgam como mais urgentes.
Descrever como é feita a divulgação do Complexo Arquitetônico Porto das Barcas pelos os órgãos públicos, cujo mesmo não possui um marketing próprio este que sirva para divulgar tanto para população local quanto para os visitantes, o que já foi e o que vem se tornando o Complexo, isso faz com que esta pesquisa sirva ainda mais para demonstrar a falta que faz um centro de interpretação patrimonial para uma localidade que possui prédios históricos tombados e principalmente para uma cidade dita histórica, no que consiste um centro de interpretação patrimonial segundo Andrade (2002):
[...] chamam-se hoje mais ou menos universalmente assim os museus que expõem os progressos da construção e execução das grandes indústrias, e as partes de que são feitas as máquinas inventadas pelo homem. São museus de caráter essencialmente pedagógico. Os modelos mais perfeitos geralmente citados são o Museu Técnico de Munich e o Museu de Ciência e Indústria de Chicago. Imagine-se a ‘Sala do Café’, contendo documentalmente desde a replanta nova, a planta em flor, a planta em grão, a apanha da fruta; a lavagem, a secagem, os aparelhos de beneficiamento, desmontados, com explicação de todas as suas partes e funcionamento; o saco, as diversas qualidades do café beneficiado, os processos especiais de exportação, de torrefação e de manufatura mecânica (com máquinas igualmente desmontadas e explicadas) da bebida e enfim a xícara de café. Grandes álbuns fotográficos com fazendas cafezais, terreiros, colônias, os portos cafeeiros; gráficos estatísticos, desenhos comparativos, geográficos etc. etc. Tudo o que a gente criou sobre o café, de científico, de técnico, de industrial, reunido numa só sala [...] (ANDRADE, 2002, p. 279 – grifos da editora).
Neste sentido verifica-se que é realmente importante para toda uma sociedade conhecer de forma intensa sua cultura e neste caso verificou-se a grande deficiência de projetos voltados para uma melhor divulgação desta história, e um museu neste caso já valeria para bastante incentivo à valorização, em questionamento feito para o Diretor Regional do IPHAN em relação o porquê do Porto das Barcas não ter um ponto de apoio que guardasse informações sobre o que já foi e que possua fotos e arquivos relacionados ao surgimento do Porto, a resposta do Quadro 03, foi a seguinte:
Mais uma vez observa-se que o PAC Cidades Históricas, é citado e pode-se analisar que este recurso está sendo bastante visado pelos três órgãos aqui entrevistados, pelo simples fato de que este será um grande recurso e que na visão deles muito trará benefícios a estas áreas ditas históricas e em consequência disto atrairá os olhares tanto da população local quanto dos futuros visitantes, como demonstraram no decorrer das entrevistas, neste sentido verifica-se que ainda há muito que fazer por este local, porém as burocracias são muitas e por este fato os projetos ainda não saíram do papel. Uma questão que muito necessita de olhares especiais na visão das três instituições são esses projetos que estão sendo elaborados através do PAC Cidades Históricas, pois nada ainda foi feito devido à demora nesta área burocrática e que se não houvesse este empecilho talvez muita coisa estivesse em andamento e até mesmo sendo concluída, através destes R$39.000,00 milhões é possível mudar muita coisa e principalmente alavancar o setor do turismo histórico-cultural.
Nota-se que os 03 entrevistados apresentam conhecimento básico em relação à História do Porto, buscaram expor a história deste patrimônio e frisam pontos bastante relevantes do surgimento do Complexo Arquitetônico Porto das Barcas. As respostas são estruturadas de forma que cada entrevistado explanou um pouco de seu conhecimento em relação ao objeto de estudo em questão, fato esse que deixa transparecer o real valor que cada instituição nutre pelo Complexo.
Por fim, os entrevistados tornam presente fatos da história do Porto das Barcas desconhecida por muitos e que, no entanto é tão representativa para o surgimento da cidade de Parnaíba, verifica-se que ambos as instituições demonstram o tão importante esse patrimônio foi e ainda é, não somente para Parnaíba, mas para todo o estado o Piauí.
É fato que a este patrimônio guarda bastante história, porém os órgãos públicos os veem de uma forma representativa da história do desenvolvimento da cidade, já parte da população que se fez presente nesta pesquisa não nutre da mesma opinião, pois fazem questão de frisar o quanto este bem vem sendo depredado no decorrer de anos, desde seu tombamento e que os poderes públicos pouco fizeram para preservar totalmente este bem. No entanto é importante salientar a representatividade que este patrimônio tem para cidade de Parnaíba, essa questão foi muito bem exposta pelos entrevistados.
Analisa-se que por parte do entrevistado 01, os projetos estão caminhando para que haja uma aprovação e futuramente implantação, pois o mesmo cita em sua fala a verba do PAC Cidades Históricas, na qual é uma verba do Governo Federal com parcerias outros órgãos em prol do incentivo a cultura.
O entrevistado 02 auxilia no que se diz respeito a seguir as normas de preservação do patrimônio para que sejam feitos apenas restaurou mantendo-o sua real estrutura, pois quando o patrimônio recebe verbas para restauro deve seguir as exigências feitas pelo IPHAN.
O entrevistado 03 dá sua parcela de contribuição apenas realizando ações de incentivo a cultura e a atrair população local e visitantes para o local, realizando feiras, exposições, amostras de diversas áreas (artesanatos, documentais, fotos, vídeos). As informações coletadas das 03 instituições demonstraram o quanto ainda é necessário se estruturar melhor estes projetos, para que ambos possam caminhar juntos no propósito de alavancar a valorização e o incentivo a cultura e ao turismo no local.
Pode-se verificar que os entrevistados 01 e 03 falam sobre futuros projetos, que possa ser instalado no Complexo, o entrevistado 02 explica que existem documentos e arquivos disponíveis para população tirar dúvidas e conhecer a história. No entanto, é visível que se existisse um local realmente aberto ao público talvez não existisse tanta desvalorização como existe atualmente.
O fato é que os órgãos públicos entrevistados não estão caminhando em conjunto, em prol de realizar realmente ações que envolvam todas as áreas do Complexo e que principalmente interajam com a população local e visitantes, colocando em evidencia os empecilhos que existem quando se fala em bens tombados, que possam juntos procurar soluções plausíveis em prol de um único objetivo, neste caso colocar o Porto em evidencia.
Para que ambos possam passar a conhecer realmente o que foi o Porto qual a sua história e quais os caminhos ele ainda percorrerá, é preciso que ocorra um trabalho em parceria com as 03 instituições entrevistadas para que ambas possam dar sua parcela de contribuição.
Analisa-se que ambos os entrevistados consideram o Porto das Barcas como um atrativo turístico e que esse patrimônio só vem agregar para este setor, pois quando um turista busca conhecer em primeiro lugar de onde surgiu e o porquê surgiu essa localidade. No caso do Porto das Barcas que foi um dos subsídios para o desenvolvimento da cidade de Parnaíba, é de uma considerável importância evidenciar as peculiaridades deste patrimônio, e o que suas paredes guardam de valor histórico-cultural.
É importante ressaltar que os entrevistados buscam frisar pontos que realmente levam a crer que o Porto das Barcas é um atrativo turístico para cidade de Parnaíba, quando ambos falam da representatividade histórica que esse patrimônio tem para essa região. E, contudo o Porto está sempre aberto à visitação na busca de ser realmente conhecido e divulgado por aqueles que o procuram, um local que abriga tantos fatos importantes da história de uma cidade não deveria ser esquecido, mas sim valorizado e exaltado tanto por quem mora da cidade, quanto por quem vem de fora e tem a vontade de saber mais sobre este monumento arquitetônico.
Os entrevistados 01 e 03 buscam frisar ações que ambos veem realizando para melhorar a divulgação e a visitação no Complexo Arquitetônico Porto das Barcas, sendo assim citam exemplos como o mapa turístico da cidade que contemplara o Porto, essa que é uma ação da Superintendência Municipal de Turismo em parceria com a Prefeitura de Parnaíba, onde o entrevistado 01 busca demonstrar o interesse que sua instituição tem em querer divulgar o Complexo.
Um segundo item que foi exposto pelo entrevistado 02 foi a 1º Semana Nacional de Museus, na qual a mesma foi uma ação do Instituto Brasileiro de Museus em conjunto com outras instituições culturais, onde buscaram abranger população local e visitante para participarem deste evento que pela primeira vez esteve em Parnaíba, no entanto já está na sua 12º edição o evento sempre busca o intuito de levar cultura e entretenimento para as regiões que o abrigam.
O entrevistado 02 frisou que sua instituição auxilia apenas no que diz respeito a publicações escritas e visuais, ou em questões de educação patrimonial, no entanto em relação à divulgação propriamente dita este órgão não a faz diretamente, porém pode auxiliar com as ferramentas que possuem.
Verifica-se que ambos os entrevistados consideram o Porto das Barcas como sendo bastante importante para cidade de Parnaíba, justamente por ter sido através do Porto que a cidade se desenvolveu economicamente e se tornou cidade. Através do surgimento do Complexo a cidade de Parnaíba muito se beneficiou, tanto em questões econômicas, quanto em questões de valorização da história e das tradições que hoje existem.
No decorrer dos anos pode-se perceber que o Porto já não tem a mesma serventia que tinha antes, pois quando se iniciou seus trabalhos ele servia como gerador de renda local, e nos dias atuais serve como recordação desta trajetória e para atrair turistas, no entanto agora contando apenas com lojas de artesanato, bares e restaurantes, para fazer com que a economia gire, porém não mais como antes.
Cada um dos entrevistados expuseram suas opiniões de forma adversas, no entanto que se complementam, enquanto o entrevistado 01 explica que os projetos existem, porém que as burocracias são imensas para que sejam realizados e dê parte à desvalorização por parte de órgãos, talvez pelos passos lentos dos projetos e por parte da população local por não valorizar o que de sua terra. O entrevistado 02 complementa o entrevistado 01 quando fala que o povo foi se perdendo no decorrer dos anos e deixando sua história de lado.
Por fim o entrevistado 03 explica que não ver de o esquecimento e o abandono em certas questões, porém na frente de outros setores como educação, saúde, e infraestrutura básica, a valorização a cultura acaba por ficar em último plano, justamente por requerer projetos bem elaborados e que em sua visão requer também um investimento um tanto que elevado e é onde isso se torna esquecido, pois existem as questões mais urgentes cuja já foram citadas acima. No entanto explica que por parte da população também existe este esquecimento, porque as tecnologias que existem hoje sobrepõem o interesse de visitação a lugares nem tanto atrativos.
Nota-se que atualmente o status dessa verba, está em processo de elaboração de projetos, para que futuramente sejam feitas licitações, e logo após a implantação enfim. No entanto ainda existem muitas burocracias, que impedem que esses projetos saiam realmente do papel, o IPHAN auxilia no que se refere a analise desses projetos, se os mesmo são viáveis para as localidades e fazem também a prestação de contas em relação a esses projetos.
Serão necessários ainda alguns meses talvez até anos, para que essa verba realmente possa ser utilizada e para que esses projetos enfim se façam presentes não somente no Porto das Barcas, mas como também para todos os demais bens tombados que se beneficiaram com esta verba, com certeza trará muitos benefícios para região e alavancará a valorização desses patrimônios, tanto por parte de sua população, quanto aos órgãos públicos e mais ainda pelos visitantes.
O entrevistado 01 tem o intuito de realizar ações em conjunto com a Superintendência de Cultura da cidade de Parnaíba em prol da valorização da história e da cultura do Complexo, buscando assim meios para divulgar e evidenciar a representatividade que esse patrimônio tem para cidade e para os visitantes que buscam se entreter com este local. O entrevistado 02 frisou que ações como esta não dependem somente da vontade dos órgãos públicos, mas frisa que é necessário que os parnaibanos tenham esse interesse, que é buscar por atividades que envolvam todas as áreas do Porto das Barcas. No entanto explica que as atividades podem e devem ser feitas pela própria população fazendo assim com que ocorra uma real valorização do patrimônio.
Nota-se que o entrevistado 03 expõe que existem ações sendo feitas no Complexo Arquitetônico Porto das Barcas, no entanto a população não busca participar assiduamente dessas atividades. Atualmente estão valorizando mais as novas tecnologias, deixando os espaços de memória histórica de lado desta forma acabam colocando culpa nos órgãos públicos, justamente dizendo que os mesmo não fazem ações para atrair sua população e consequentemente os visitantes, porém as atividades culturais existem, mesmo que não sejam frequentemente, mas ainda assim existem.
É importante salientar que o Complexo Porto das Barcas foi considerado patrimônio tombado justamente pelo fato de guardar em sua estrutura grande importância no surgimento da cidade de Parnaíba, e este local guarda muitos relatos de pessoas que vivenciaram esta época, no entanto não há registros destes, porém ainda é possível resgatar essa memória coletiva da história do Porto.
No decorrer da pesquisa ocorreram muitas dúvidas em relação ao andamento de questões sobre a valorização, e neste sentido a cada pergunta respondida foi se compreendendo no que se caracteriza essa valorização patrimonial e cultural de um bem tombado, isso pode dar-se através de práticas educacionais de interpretação da história, pois através dos centros de interpretação patrimonial isso se torna possível, e através de atividades simples podem ser inseridas no Complexo para um melhor repasse do conhecimento e da valorização do patrimônio.
No que se refere à entrevista feita com os órgãos públicos aqui representados pelo IPHAN, Superintendência de Cultura e Superintendência de Turismo, os mesmos foram um tanto que expressivos em suas respostas iniciando pelo IPHAN na qual o Diretor deste órgão descreveu alguns acontecimentos do Complexo, porém frisou que são necessários estudos mais aprofundados para realmente conhecer esta história.
O Superintendente de Turismo já foi mais a fundo, explicando que realmente o conhecimento desta história é muito frágil, pois não se pode conhecer a fundo uma história que não possui registros palpáveis que possam ser visualizados por sua população e principalmente para que essa possa vir a ser repassada para os visitantes.
Já o Superintendente de Cultura demonstrou a falta de recursos para que esta história possa passar a ser mais bem divulgada e de forma que possa ser entendida realmente como algo importante para população parnaibana e para seus visitantes, pois a boa estruturação da divulgação desta história iria fazer grande diferença, pois é importante saber como repassar a história do Porto das Barcas para que possa ser compreendida e valorizada.
No decorrer dos anos a história do Complexo Porto das Barcas, segundo os entrevistados estão sendo recontado de forma superficialmente, dando a entender a falta de conhecimento mais aprofundado em relação ao Porto das Barcas, isso se dá justamente pela falta de um local onde possam encontrar esses fatos, pois até a presente data não se tem noticias de um museu ou de um centro de interpretação patrimonial onde possam unir todos os fatos que se tem do Complexo, e principalmente não há investimentos.
O representante do IPHAN informou que em sua sede na cidade de Parnaíba o mesmo disponibiliza documentos, fotos, vídeos, e dentre outros itens para auxiliar no conhecimento da história, e demonstra certo descontentamento, pois informa que estas informações nunca foram procuradas nem pelos turistas e muito menos pela população parnaibana. Ainda demonstra grande preocupação neste questionamento, pois informou que realmente o Complexo não abriga nenhum tipo de ponto de apoio ou de informação para o turista, o que só vem a prejudicar o turismo histórico-cultural do Porto, pois o turista tem essa necessidade de saber mais, ele sempre busca compreender as peculiaridades da região visitada, um turista bem informado, bem recepcionado ele volta, pois através destes requesitos ele passa a ter ainda mais interesse pela representatividade do local.
Os órgãos públicos entrevistados falaram por diversas vezes sobre o PAC Cidades Históricas, que através da verba de R$39 milhões muitos projetos saíram das gavetas, porém para isso é necessário que a população tenha paciência, pois para eles nem sempre querer é poder, as barreiras são muitas até se concluir de fato um projeto e fazer com que seja posto em prática, não é que eles tenham esquecido o Porto das Barcas, mas existem casos muito mais urgentes na visão dos governantes do que a cultura, sendo assim a cultura acaba por não ser uma das prioridades dos diferentes poderes (municipais, estaduais e federais), mas a preocupação existe e algo será feito, sendo preciso mais paciência e tolerância com o que vem ocorrendo no local.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa teve como objetivo apresentar um diagnóstico da atual situação do Complexo Arquitetônico Porto das Barcas em relação à valorização deste patrimônio como atrativo turístico da cidade de Parnaíba. Observou-se bastante no decorrer da pesquisa que o local realmente é considerado por quem lá trabalha e para seus frequentadores como um local de grande poder de atrair o turista, e isso não somente pelos seus bares, pelas suas lojas de artesanato, e dentre outros itens que lá existem, mas sim pela representatividade histórico-cultural que o Porto das Barcas tem, pela sua bela estrutura, por sua vista para o Rio Igaraçu, pela hospitalidade do povo que ali trabalha, pois estes são itens essenciais para um produto turístico ser comercializado, e assim atrair seu público para além do que a estrutura pode oferecer.
Durante a pesquisa observou-se a existência de muitos espaços do Complexo que necessitam de uma melhor valorização cultural e de investimentos para que este possa vir a chamar atenção dos turistas, pois este é considerado um patrimônio histórico-cultural de certa representatividade da identidade local.
Sendo assim, deveria existir um olhar mais atencioso por parte do poder público, pois se notou que quase não existe uma vigilância em relação à depredação do patrimônio, nas paredes do Porto existe hoje muitos cartazes, pichações e até mesmo muito lixo, o que só vem a diminuir o índice de respeito pelo bem público.
É notória a potencialidade que o turismo histórico-cultural tem sobre o Complexo Arquitetônico Porto das Barcas, porém oferece uma estrutura frágil para atender os turistas, pois foi constatado que no local as lojas, as agências de viagens, os bares e dentre outros que habitam o local, quase não possuem pessoas qualificadas e serviços para atender de forma satisfatória o visitante no quesito de repassar a história do Porto das Barcas.
Antes existia um ponto de apoio para o turista, esta que foi uma ação da Secretaria de Turismo em parceria com o Curso de Turismo da Universidade Federal do Piauí, no entanto esse local de apoio ao turista não se encontra mais no local, isso acaba por deixar a desejar, fazendo com que se chegue a uma possível consideração da necessidade em criar serviços e produtos que possam atender esta questão.
O Complexo Porto das Barcas é tido como patrimônio histórico-cultural e, no entanto não possui mais nenhum ponto de informação ou museu. Neste sentido, após a análise da pesquisa poder-se-á sugerir a implantação de um centro de interpretação patrimonial, pois seria um meio de fazer com que alavancasse o conhecimento da população perante este patrimônio.
Sabe-se que o segmento do turismo cultural possibilita a valorização do patrimônio sendo eles materiais e imateriais, esse segmento turístico apresenta certo fascínio, pois possibilita ao individuo imaginar como era este local no período de seu funcionamento e principalmente atrai aos visitantes pela sua estrutura física no caso do Porto das Barcas que possui uma bela vista as margens do Rio Igaraçu e tem sua estrutura baseada na arquitetura portuguesa, além de o local ser rodeado de casarões antigos e belas igrejas da época do surgimento da cidade, estes são itens que compõe um roteiro dito histórico-cultural e que, no entanto não é divulgado como deve ser e muito menos posto em evidencia para população local e para turistas.
Partindo-se da ideia de reestruturação da divulgação da história do Complexo Arquitetônico Porto das Barcas através da implantação de um centro de interpretação patrimonial, afinal como foi visto no decorrer da análise de dados, notou-se o interesse por parte do poder público que sejam implantadas atividades para integrar a população a este patrimônio e fazer com que o mesmo seja mais valorizado por quem mora nesta cidade.
Outra questão a ser refletida é a possibilidade de parcerias entre o poder público local e os empresários do setor turístico; pois somente essa sociedade poderá propor melhores condições de valorização, divulgação e comercialização do destino Parnaíba, mais precisamente o Complexo Porto das Barcas, enquanto patrimônio histórico-cultural.
Em suma, essa proposta de pesquisa foi justamente identificar a atual situação que se encontra o Complexo Porto das Barcas, sob o ponto de vista dos representantes do poder público local, fazendo com que a partir das visões dos entrevistados o Porto das Barcas possa ser visto como um local que conta a história não somente de seu Porto, mas da cidade como um todo, já que foi a partir desse local que a cidade passou a se desenvolver. É preciso ressaltar também a necessidade de divulgação da história de Parnaíba na própria cidade, fazendo com que não só o poder público, mas o privado e a população reconheçam, valorize e preserve o rico e complexo patrimônio histórico-cultural que é o Porto das Barcas.
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